Páginas

quinta-feira, abril 05, 2012

A verdade e as conveniências. A parrésia

Pedro Lomba, hoje no Público, escreve sobre o acto de dizer a verdade que se conhece, integrada no conceito de parrésia, do grego παρρησία que significa a liberdade de expressão como obrigação de contar a verdade para o bem comum, mesmo correndo riscos pessoais.

Acaba por concluir que tal pode ser perigoso para a sociedade no seu todo e para o indivíduo que assim actua. Para a sociedade porque há situações que se preferem ignorar, colectivamente. Um exemplo disso? Medina Carreira, durante anos exprimiu-se em parrésia, para desconforto de muitos e desconsolo de alguns.
Pagou individualmente com os vitupérios que levou, de cassandra para baixo. A sociedade portuguesa, há meia dúzia de anos, não estava preparada para ouvir as verdades nuas e cruas e preferiu acreditar num charlatão evidente, num aldrabão das dúzias que deu sobejas provas de tal carácter ( e continua a dar).

Também por aqui, neste blog, sinto muitas vezes a tentação de cair em parrésia. O que me contém, por vezes ( mas nem sempre) , é a noção de que com o tempo a verdade vem sempre ao de cima social.

Portanto, ter razão antes do tempo ou dizer as verdades que se conhecem, sem subterfúgios, elipses ou eufemismos, comporta riscos pessoais, se aqueles com quem nos metemos têm poder para nos prejudicar.
Não contar com esse efeito pode ser um acto de estupidez ou apenas uma irresistível vontade de desafio.
Escolham.

11 comentários:

  1. Já escolhi José "uma irresistível vontade de desafio."

    ResponderEliminar
  2. tal como os forcados
    'vou sempre à cara ao bicho'.
    mas alguns têm de ser pegados de cernelha.
    há sempre quem diga
    «vai tu para a cabeça,
    que ao rabo vou eu»

    ResponderEliminar
  3. Floribundos

    Tem toda a razão, às vezes uma boa pega de cernelha é o melhor :-)

    ResponderEliminar
  4. Medina Carreira a presidente da república.

    Ontem já era tarde.

    Portugal só se recupera na verdade.


    vivendi-pt.blogspot.com

    ResponderEliminar
  5. Vivendi

    Sempre ouvi o Medina Carreira, há anos que anda a avisar, vejo o programa olhos nos olhos, vi o da corrupção com o Paulo Morais,considero-o um homem honesto mas... só vejo um pequeno óbice!
    http://www.foriente.pt/42/orgaos-estatutarios.htm

    ResponderEliminar
  6. Vivendi

    Não dá para por seguidores no seu Blog?

    ResponderEliminar
  7. Olá karocha,

    Eu sei desse pormenor... Sinceramente não acho a fundação oriente uma organização de má fé. mas não sou um conhecedor profundo, apenas recordo pela negativa o aeroporto de Macau. Mas a sociedade é mesmo assim e temos de enfrentá-la... Todos nós cometemos deslizes e ninguém é só um poço de virtudes.

    Pode sim, tenha a bondade, a opção de seguir o blog está no fim da página.

    Cumprimentos.

    ResponderEliminar
  8. Já vi Vivendi
    Obrigada.
    Aeroporto de Macau e não só Interfina!

    ResponderEliminar
  9. Eu já escolhi. Escrevo o que escrevo na óptica do irresistível vontade de desafio: Joaquim Carlos da Rocha Santos eu sou.

    Tocou-me muito esse texto do PL acerca de um conceito meu velho conhecido do Evangelho.

    ResponderEliminar
  10. Boa Páscoa querido amigo Joaquim :-)

    ResponderEliminar
  11. Santa Páscoa, caríssima amiga.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.