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sexta-feira, julho 27, 2012

A esquerda e a direita estúpidas

Nesta crónica de hoje no Público, Vasco Pulido Valente considera estúpida a interpretação dada pela esquerda à expressão de Passos Coelho, " que se lixem as eleições",  e de caminho trata de uma certa "dama da sociedade" que se ofendeu com o uso da palavra "lixem" .

A tal interpretação que VPV considera "biblicamente estúpida" poderá não ser apenas isso, embora o seja à primeira vista.

Segundo VPV, Passos Coelho quis passar a ideia de que o "Governo não mexeria um dedo para ajudar o partido na série de eleições que se aproximam ( Açores, câmaras, Parlamento Europeu)", o que seria liminarmente perceptível por quem ouviu no contexto em que tal ocorreu.

Ora a esquerda que interpretou do modo estúpido que se lhe reconhece também entendeu o discurso e o teor exacto do mesmo. Que não haja dúvidas disso, porque a esquerda não é tão estúpida assim. O problema é que não lhe interessando minimamente tal interpretação, obedecendo a um critério de politiquice partidária que se tornou não só usual como obrigatória para mostrar serviço político, avançou logo com a interpretação conveniente e útil, a mais estúpida mas ao mesmo tempo a que consideram mais eficiente para o propósito de luta política.
E não se julgue que tal modo de luta política é apanágio da "esquerda estúpida" porque a "direita inteligente" também a sabe usar...
Resta saber  até quando este método de argumentação política vai continuar a ser a norma habitual.

17 comentários:

  1. Eu acho que vai agravar.

    E sabe porquê, José.

    Porque agora existe uma trampa, chamada "redes sociais" e é nesse ambiente mentecapto que se faz agit prop.

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  2. Eu acho que estúpidos somos nós em continuar a ouvir essa gente!
    Ele disse isso onde e quando? Não ouvi, não tenho pachorra para ouvir notícias.
    E além disso, alguém acredita na frase? Para mim é conversa de café.
    Claro que quem não tem dinheiro não tem vícios, mas há sempre muita coisa que se pode fazer pelos amigos e compadres.

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  3. Embora concorde que a esquerda lhe deu o sentido que entendeu mais conveniente, apesar de ter entendido o que se pretendia dizer, não deixa por isso de ser estúpida no sentido de acreditar que o público é estúpido e assim acreditaria na estupidez.

    Não acho, também, que o "lixem" seja uma linguagem rasteira (como disse o pequeno napoleão que comenta na RTPI). Se é verdade que o público é capaz de enteder discursos com elevação não é menos verdade que, de quando em vez, elevação não transmite aquilo que se pretende dizer...daí terem sido "inventados" os palavrões.

    A estupidez, assim como a ignorância, pode cair à direita e à esquerda...mas que tem mais tendência por esta última, isso tem.

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  4. Não sei Zazie. Tenho dúvidas sobre as redes sociais.

    Por um lado está mais que provado que os jornais e, sobretudo, a TV são meios particularmente eficientes para propaganda, sobretudo de agitação.

    Mas ambos os meios e - mais uma vez - sobretudo a televisão, são eficientes porque são uni-direccionais. A comunicação ocorre num sentido apenas. Nas redes sociais (que não passam de apenas mais uma "encarnação" da internet), a coisa é diferente. A propaganda pode ser imediatamente rebatida, denunciada ou "contra-propagandicionada". Aliada à circulação livre de informação, pode vir a significar uma mudança profunda na política. Para melhor ou pior não sei.

    O que sei é que há uma coisa fundamental a nosso favor. Ao contrário das prévias inovações na área da informação, a internet e as tecnologias associadas evoluem a um ritmo extremamente veloz e, não menos importante, descentralizado. As potências propagandistas não são capazes de acompanhar este ritmo. Se tal não é mais aparente, é porque o domínio dos media tradicionais é ainda muito forte, mas enfraquece a cada momento.
    Para competirem, têm que ir para a internet. Só que uma vez lá, as regras são outras...
    Por não compreenderem a tecnologia, não poderão manipulá-la eficientemente e, como tal, apresenta-se a oportunidade para lhes quebrar o domínio.

    Veremos no que dá.

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  5. Isso que diz é nos blogues. Aqui sim, é possível rebater e até fazer pensar.

    Pelo menos a algumas pessoas.

    Agora nas redes sociais o fenómeno é mentecapto.

    O que acontece é que até os políticos andam por lá e limitam-se a replicar palavras de ordem. São bordões e frases soltas.

    Ninguém lê mais de uma linha. Mas depois marcham todos ao som daquilo.

    De forma completamente acéfala. Replicam a imbecilidade, e lá vêm mais dezenas atrás a indignarem-se muito sem saberem sequer com o quê.

    Eu não suporto aquilo- acho que é a prova provada que o ser humano tende para baixo.

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  6. Olhe, o fenómeno explica-se assim: tente transportar o espírito de conversa de cabeleireiro para monossílabos políticos.

    É isso. o facebook são monossílabos de toda a treta onde toda a gente quer parecer altamente civilizada, humana, amiga dos animais, dos deficientes e gays, muito instruída e crítica e o máximo que fazem é andarem a toque de caixa.

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  7. De resto, até o Poder já faz devassa.

    Viu aquela cena dos Jogo Olímpicos. Andam a devassar monossílabos de twitter dos atletas e até os expulsam à conta disso.

    É no que dá não se andar com nick.

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  8. Sim, verdade. Mas se for a ver bem, também é bastante assim nos blogues. Talvez tenha é menos visibilidade.

    Seja como for, os políticos já chegaram tarde à festa. Quando menos esperarem, têm que mudar para outra coisa. Isso tira-lhes a vantagem.

    Outra coisa importante é o registo que fica. Dantes era necessário coleccionar jornais e para a televisão nem sei como se faria, se se quisesse manter um registo do que foi dito. Agora isso é linear. No outro dia vi um site ou coisa do género em que uma pessoa podia ir ver os tweets apagados de políticos de celebridades. Eles pensam que apagam, mas afinal não. Ehehe

    É evidente que isto pode não ser bom. O que eu quero dizer é que desequilibra. Tira-lhes a vantagem. Quanto mais os jornais e as TVs se embrenharem na internet, menos controlo vão poder ter.

    Naturalmente, isto despoleta um ataque à livre circulação de informação na internet. Desde o Pirate Bay à Wikileaks, há todo um conjunto de gente que está assustada com a internet e quer amputá-la e controlar o que passa na rede. O ano passado foi apenas o início, este ano será pior e mais ainda depois. Tudo vai ser usado para censurar e controlar: a pedofilia, o terrorismo, o racismo, o extremismo, o copyright, e por aí fora. Pessoalmente, acho que já vêm tarde, e a batalha está perdida para eles à partida. Mas não vai impedir de ver-mos umas quantas imbecilidades aí passarem como leis...

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  9. Eu referi apenas as redes sociais.

    E essas nada têm a ver com os blogues.

    (claro que há blogues mentecaptos, para mentecaptos. Mas tudo aquilo que nem implica ler mais do que meia dúzia de palavras tem o efeito do batuque.)

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  10. Apoio a Zazie: As Isménias do twitter e facebook são uma regressão no processo de hominização. Basta ver que apenas 2% dos conteúdos do FB são originais para se perceber a imbecilização da coisa.

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  11. Apoio a Zazie

    O mundo deve estar para acabar amanhã! E sem ordinarice??

    Cuidado! Por este andar, ainda tem que devolver o crachá de camarada...

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  12. Muito pertinentes as postas da zazie e do mujahedin.

    Já agora, pra quem não conhece:

    The Wayback Machine

    A Internet não esquece ;)

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  13. não frequento 'redes sociais'.
    é tempo perdido.
    o basco devia ir para Donostia

    queriam 'partir os dentes à reacção'. tinha interesse em conhecer o dentista.

    quando falhava uma reacção química nos anos 70 a mulher da limpeza virava-se para mim a sorrir e dizia 'abaixo a reacção' e despejava na pia

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  14. algo se passa no portugal profundo
    ...

    http://doportugalprofundo.blogspot.pt/2012/08/o-preco-do-pavilhao-atlantico.html

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