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quinta-feira, agosto 16, 2012

Corrupção, pura e simples.

 Público:

Foi literalmente aos molhos que os funcionários da sede nacional do CDS-PP levaram nos últimos dias de Dezembro de 2004 para o balcão do BES, na Rua do Comércio, em Lisboa, um total de 1.060.250 euros, para depositar na conta do partido. Em apenas quatro dias foram feitos 105 depósitos, todos em notas, de montantes sempre inferiores a 12.500 euros, quantia a partir da qual era obrigatória a comunicação às autoridades de combate à corrupção.

 Os dados constam do relatório final da investigação da Polícia Judiciária (PJ) no caso Portucale, que, no entanto, nada conclui em relação à origem daqueles montantes.

O episódio foi ontem lembrado por Paulo Portas, a propósito do negócio da compra dos submarinos, referindo que "também se disse que havia um depósito nas contas do CDS e o doutor Abel Pinheiro foi absolvido em julgamento".

Aqueles montantes foram justificados como donativos recolhidos em festas e jantares do partido, que estavam guardados nos cofres da sede nacional. O depósito apressado naqueles dias de final de ano foi explicado com a alteração da lei de financiamento dos partidos, que entrava em vigor no início de 2005 e para cujo conteúdo os responsáveis do CDS só tinham sido alertados nessa altura.

Quanto ao negócio da compra dos submarinos pelo Estado português, este foi finalizado com o consórcio alemão GSC (German Submarine Consortium) em Abril de 2004 pelo então ministro da Defesa Paulo Portas, e tem sido alvo de investigações, tanto em Portugal como na Alemanha, por suspeitas de corrupção. 


 Sobre este assunto vale a pena ler o postal de rui a. no Blasfémias.  E uma conclusão se impõe: a corrupção político-partidária em Portugal é um problema muito, mas mesmo muito grave que ninguém se atreve a enfrentar como deve ser. Mormente o Ministério Público no DCIAP de Cândida de Almeida e Pinto Monteiro. Basta o que basta!

2 comentários:

  1. nesta republiqueta soviética acontece algo de estranho
    há corrupção, mas não há corruptos

    quanto à esquerda em relação à direita diriam os alentejanos
    «nem ladrão só,
    nem puta só»
    os outros também têm de ser

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