Jill Lepore escreveu assim na revista New Yorker, há semanas atrás:
As Adam Winkler, a constitutional-law scholar at U.C.L.A., demonstrates in a remarkably nuanced new book, "Gunfight: The Battle Over the Right to Bear Arms in America," firearms have been regulated in the United States from the start. Laws banning the carrying of concealed weapons were passed in Kentucky and Louisiana in 1813, and other states soon followed: Indiana (1820), Tennessee and Virginia (1838), Alabama (1839), and Ohio (1859). Similar laws were passed in Texas, Florida, and Oklahoma. As the governor of Texas explained in 1893, the "mission of the concealed deadly weapon is murder. To check it is the duty of every self-respecting, law-abiding man."
Zakaria escreveu depois sobre o mesmo tema, isto:
Adam Winkler, a professor of constitutional law at UCLA, documents the actual history in Gunfight: The Battle over the Right to Bear Arms in America. Guns were regulated in the U.S. from the earliest years of the Republic. Laws that banned the carrying of concealed weapons were passed in Kentucky and Louisiana in 1813. Other states soon followed: Indiana in 1820, Tennessee and Virginia in 1838, Alabama in 1839 and Ohio in 1859. Similar laws were passed in Texas, Florida and Oklahoma. As the governor of Texas (Texas!) explained in 1893, the "mission of the concealed deadly weapon is murder. To check it is the duty of every self-respecting, law-abiding man."
Por causa disto, Zakaria admitiu o "erro terrível" e o plágio a que chamou "lapso" e está debaixo de fogo mediático.
Por cá, em 2006 um indivíduo do sistema mediático que temos, deu em escritor de romances de supermercado. Um blog criado para o efeito topou-lhe várias similitudes de escrita com um livro antigo e denunciou o caso.
Vale a pena recordar pelo escândalo que foi e continua a ser tal assunto e pela absoluta falta de vergonha do escriba citado. Houve blogs que defenderam o indefensável para evitar o inevitável: considerar a prática de plágio do mesmo modo que agora Zakaria teve que admitir.
Respiguemos:
citação de Equador:
Luís Bernardo Valença, instalado confortavelmente num assento de uma carruagem de 1ª Classe, recosta-se e observa a paisagem alentejana ao mesmo tempo que vai rememorando as circunstâncias desta sua inesperada viagem. Estava em Lisboa e foi chamado a Vila Viçosa, ao palácio real, onde será convidado a assumir uma função absolutamente inesperada: a de Governador de S. Tomé.
citação de Cette nuit la liberté, na versão inglesa:
Louis Francis Mountbatten, instalado confortavelmente no assento de um automóvel, recosta-se e observa a paisagem londrina ao mesmo tempo que vai rememorando as circunstâncias desta sua inesperada viagem. Estava em Zurique e foi chamado a Downing Street, residência do Primeiro-Ministro, onde será convidado a assumir uma função absolutamente inesperada: a de último Vice-Rei da Índia.
citação:
«(...)Sir Buphinder Sing, O Magnífico, sétimo marajá de Patiala, não era o mais rico, mas era seguramente o mais imponente dos príncipes indianos, com o seu metro e noventa de altura e os seus cento e quarenta quilos de peso. Todos os dias, despachava vinte quilos de comida, incluindo três frangos com o chá das cinco, e três mulheres do seu harém, depois do jantar. Para satisfazer as suas duas principais paixões – o pólo e as mulheres – o seu palácio abrigava quinhentos puro-sangues ingleses e trezentas e cinquenta concubinas, servidas por um exército de perfumadores e esteticistas, destinado a mantê-las sempre apetecíveis para o apetite voraz de Sir Buphinder. Tinha também o seu corpo privado (sic) de especialistas em afrodisíacos, de modo a mantê-lo capaz de dar conta de tão ingente tarefa. Com o avançar dos anos, tudo foi sendo experimentado na dieta alimentar do marajá, para melhor estimular o seu apetite sexual: concentrados de ouro, prata e especiarias, miolos de macaco decapitado em vida e até rádio. Finalmente, Sua Exaltada Excelência haveria de morrer, prostrado à mais incurável das doenças: o tédio» (...).
Miguel Sousa Tavares, «Equador», págs. 245 e 246, 1ª Edição, 2003
citação:
«(…) The acknowledged master of his generation in both fields was the Sikh Sir Bhupinder Singh, the Magnificent, the seventh Maharaja of Patiala (...). With his six-foot-four-inch frame, his 300 pounds (…). His appetite was such that he could consume twenty pounds of food in the course of a strenuous day or a couple of chickens as a tea-time snack. (…) To sustain those efforts, his stables harboured 500 of the world’s finest polo ponies. (…) As he came to maturity his devotion to his harem eventually surpassed even his passions for polo and hunting. (…) By the time the institution reached its fullest fruition, it contained 350 ladies. (…) Sir Buphinder opened his harem doors to a parade of perfumers, jewelers, hairdressers, beauticians and dressmakers. (…) Further to stimulate his princely ardours, he converted one wing of the harem into a laboratory whose test tubes and vials produced an exotic blend of scents, cosmetics, lotions and philters. (…) Recourse to aphrodisiacs was inevitable. His Indian doctors worked up a number of savoury concoctions based on gold, pearls, spices, silver, herbs and iron. For a while, their most efficacious potion was based on a mixture of shredded carrots and the crushed brains of a sparrow. When its benefits began to wane, Sir Bhupinder called in a group of French technicians whom he naturally assumed would enjoy special expertise in the matter. Alas, even the effects of their treatment based on radium proved ephemeral (…). His was a malady that plagued not a few of his surfeited fellow rulers. It was boredom. He died of it» (…).
Dominique Lapierre e Larry Collins, «Freedom at Midnight», págs. 175 e 176. 2ª Edição, 2002
«(…) The acknowledged master of his generation in both fields was the Sikh Sir Bhupinder Singh, the Magnificent, the seventh Maharaja of Patiala (...). With his six-foot-four-inch frame, his 300 pounds (…). His appetite was such that he could consume twenty pounds of food in the course of a strenuous day or a couple of chickens as a tea-time snack. (…) To sustain those efforts, his stables harboured 500 of the world’s finest polo ponies. (…) As he came to maturity his devotion to his harem eventually surpassed even his passions for polo and hunting. (…) By the time the institution reached its fullest fruition, it contained 350 ladies. (…) Sir Buphinder opened his harem doors to a parade of perfumers, jewelers, hairdressers, beauticians and dressmakers. (…) Further to stimulate his princely ardours, he converted one wing of the harem into a laboratory whose test tubes and vials produced an exotic blend of scents, cosmetics, lotions and philters. (…) Recourse to aphrodisiacs was inevitable. His Indian doctors worked up a number of savoury concoctions based on gold, pearls, spices, silver, herbs and iron. For a while, their most efficacious potion was based on a mixture of shredded carrots and the crushed brains of a sparrow. When its benefits began to wane, Sir Bhupinder called in a group of French technicians whom he naturally assumed would enjoy special expertise in the matter. Alas, even the effects of their treatment based on radium proved ephemeral (…). His was a malady that plagued not a few of his surfeited fellow rulers. It was boredom. He died of it» (…).
Dominique Lapierre e Larry Collins, «Freedom at Midnight», págs. 175 e 176. 2ª Edição, 2002
Depois disto como é que o visado reagiu? Assim: "Ele que dê a cara que vai ver o que lhe acontece"
“O meu comentário a tudo isso é o seguinte: bardamerda! É o que eu tenho a dizer.”
“O meu comentário a tudo isso é o seguinte: bardamerda! É o que eu tenho a dizer.”
Toda a gente se acobardou, considerando que plágio, nem pensar!
E assim continua por aí, algumas vezes a escrever baboseiras jurídicas no Expresso.
Nem os blogs com provas escritas da semelhança gritante dos parágrafos foram suficientes para travar o indivíduo que teve ainda a distinta lata de se vangloriar da sentença que o indemnizou do copianço.
Pois é assim, por cá.
ResponderEliminarPor isso é que eu não fui para tribunal. Já sabia que só ia dar chatice e ainda passava por despeitada.
Mas, toda a gente no meio sabe que me copiaram capítulos e metade do tema da minha tese que deu direito a grau de mestre à aldrabona.
E eu agora brinco e em documentos oficiais onde me pedem para listar obras onde venho citada, acrescento a da outra com a nota- tese copiada da minha.
E todos engolem o sapo e fica assim para ser mais divertido.
os magistrados têm por vezes de resolver problemas que desconhecem. alguns também não mostram capacidade.
ResponderEliminarambas as partes em confronto apresentam pareceres contraditórios.
não é fácil ser justo para os honestos.
E hei-de continuar a fazer isto até chatear ao máximo porque agora o que eu queria é que algum dos poltrões que apadrinhou a vigarice se queixasse de mim em tribunal.
ResponderEliminarZazie
ResponderEliminar:-))
Que artista...
ResponderEliminarEntão mas como é que o tribunal averigua se houve plágio ou não?
Que espécie de peritos é que lá vão? Ou é suficiente o juíz ver o material em questão, e decidir?
Cara Zazie
ResponderEliminara razão é toda sua. o ambiente universitário está a nível estercorário.
as dissertações primam pela falta de nível. uma prof disse em ar de desabafo que nos últimos 20 anos aquela era a única que merecia ser lida.
Os tribunais em Portugal são de uma cobardia atroz.
ResponderEliminarA justiça e a verdade passam ao lado desta democracia socialista.
essa merda é "socialista"? essa merda não é nada, quanto muito é "tugalista", tugas á deriva.
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