Daqui:
Pinto Monteiro envia ao DCIAP dados para investigar Sócrates
Caso Freeport
PGR solicita que se apure alegados pagamentos ao ex-primeiro-ministro. Tribunal detectou “fortes indícios” de corrupção
O procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, enviou
recentemente ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal
(DCIAP) todos os elementos de que dispunha no âmbito do caso Freeport e
solicitou que se apure a eventual intervenção do ex-primeiro-ministro
José Sócrates.
“O procurador-geral da República já remeteu à directora do DCIAP,
Cândida Almeida, os elementos em poder da Procuradoria-Geral da
República – cópia do acórdão do Tribunal Colectivo do Montijo e um CD
contendo a gravação áudio da prova testemunhal produzida em julgamento”,
disse ontem ao PÚBLICO a PGR. Ao que o PÚBLICO apurou, Pinto Monteiro
resolveu diligenciar a situação junto do DCIAP, apesar da certidão
extraída pelo Tribunal do Montijo ainda não ter chegado a esse
departamento. O procurador, que cessa funções em Outubro, contactou o
DCIAP, no final de Julho, logo após a decisão do processo ser tornada
pública. Na sua decisão terá pesado o período de férias judiciais que se
aproximava e que poderia atrasar mais o processo “que não foi
considerado urgente”, explicou fonte judicial.
A notícia do Público é já requentada porque no início do mês a própria Cândida de Almeida já tinha informado o mesmo.
Não obstante permanece um problema por resolver: este procurador-geral, Pinto Monteiro declarou recentemente à revista Advocatus que o processo Freeport era o exemplo do processo político. Explicou então porquê: porque o processo foi sempre político uma vez que "começou a partir de uma carta anónima fabricada". Fabricada! Vejam só: fabricada! O entrevistador não lhe perguntou o que entendia por isso, mas Pinto Monteiro não se coibiu de dizer que o processo era e foi sempre político.
Se era político evidentemente não era criminal e é isso que Pinto Monteiro quis dizer claramente.
Agora, perante os elementos que o tribunal do Barreiro lhe remetou ( poderia ter remetido directamente para o DCIAP, mas é moda remeter à PGR. Enfim.) Pinto Monteiro não teve outro remédio do que remeter esta "extensão procedimental" de um processo político para investigação criminal. Desta vez não se atreveu a arquivar liminarmente em procedimento administrativo o expediente que lhe foi remetido. E porquê se afinal continua a achar que o processo Freeport não tem dimensão criminal mas política? Poderemos sempre especular sobre o que faria se o processo tivesse o julgamento terminado ainda no tempo de José Sócrates primeiro-ministro. É uma especulação com margem de acerto muito elevada...
É incrível isto, não é? Como é que é possível haver um PGR em Portugal que afirma publicamente uma coisa daquele teor, insistindo ainda que em Portugal os media condenam os políticos antes de julgamento e que os processos que envolvem políticos em Portugal são isso mesmo: políticos. Essa obsessão em proteger objectivamente políticos marcou todo o percurso do actual e ainda PGR. É coisa que raia os limites do trauma.
É algo de muito grave numa democracia ter um PGR tão idiossincrático e que entende a priori que os processos que envolvem políticos são políticos. Curiosamente são processos que envolvem políticos de uma área política que evidentemente afeiçoa embora o não admita.
E isso é o mais triste de tudo.
este sujeito e o sô zé pertencem ao grande número das personagens de literatura de cordel que me envergonham ter nascido no rectângulo.
ResponderEliminaré uma radiografia da nossa descida aos Infernos
Bertolt Brecht na Alma pura escreveu
'onde há aranhas não há moscas'
lembra-me uma Jeremiada
'país por onde ninguém passa e onde não existem habitantes'
Vittorio Alfieri
'escrevo porque estes tristes tempos me impedem de agir'
Do Pinto Monteiro para a Cândida Almeida.
ResponderEliminarUm acha que nunca é corrupção e outra diz que a corrupção não existe.
É um caso claro de uma árvore que deu a vida para nada!
Os Pintos deviam ir os dois para a mesma Gaiola.Fechada,não aberta,bem juntinhos um ao outro em 3 m2.Dizem que o Pinto do Gamado adora o Pinto Montado.
ResponderEliminarComo é possivel que tipos como estes dirijam o MP, que tipos como estes liderem partidos politicos, que tipos como estes sejam responsáveis pela governação do país, que tipos (ou tipas) como estes tenham aspirações a continuar esta trampa?
ResponderEliminarQue a nossa raiva cuspa sobre eles e que mais tarde ou mais cedo não se livrem de responder por toda a trampa que fizeram ou encobriram.