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quinta-feira, outubro 04, 2012

Como o comunismo e o socialismo decapitaram o capitalismo português em poucos meses de 1974.

Em 1973 o semanário Expresso aparecido nesse ano publicava uma extensa reportagem sobre uma "mesa redonda ( era assim que se chamava) sobre as perspectivas da nossa Economia ( e não só) para o futuro próximo.

Convidados? Vários que se podem ver na imagem, com destaque para Lopes Cardoso, um esquerdista que foi do PS.


Como se pode ler a interrogação era sobre a hipótese de alargar a mais " famílias" endinheiradas e a empresas com escala a produção de bens ( actualmente dir-se-iam transaccionáveis) e serviços. Uma Economia em crescimento acelerado nos últimos anos, deparava-se com o problema da carestia do petróleo devido a crises políticas ( guerra Àrabe-Israelita).

Em Fevereiro de 1974, Marcelo Caetano em discurso apresentava o problema que tínhamos pela frente e que o fazia dizer que entraríamos num período de "vacas magras", como alguns ainda se recordam. A imagem é do Diário de Lisboa de 7.2. 1974 e pode ler-se o que Marcelo Caetano pensava da nossa Economia e futuro próximo: "esperam-nos dias difíceis". Nem sabia como estava certo...

Em 6 de Abril de 1974 saiu um jornal semanário que fora décadas antes um jornal satírico, chamado Sempre Fixe e que viria a transformar-se no pasquim mais comunista que jamais houve em Portugal fora da órbita dos partidos ditos como tal.
O Sempre Fixe, nesse primeiro número da segunda série publicou um artigo e um quadro sobre "os grandes patrões". A imagem dá para ver quem eram então aqueles que os syrizas actuais chamam "os donos de Portugal". Assim:

Com o advento do 25 de Abril, a Revolução política tomou caminhos e veredas que só os incautos não preveriam poderem acontecer- e aconteceram, tal como Marcelo Caetano previra e predissera.

Logo em 11 de Maio de 1974 o Expresso publicou um artigo extenso, na secção "bolsa" ( era coisa que então existia mas moribunda já, por causa do 25 de Abril) e era claríssima a mensagem aos empresários que ainda não tinham fugido para o Brasil e outras paragens helvéticas, no rescaldo do golpe e das ameaças sobre os "fascistas" que pairavam todos os dias desse Maio, após a junção de Mário Soares e Álvaro Cunhal no primeiro dia desse mês, no Estádio Nacional que asssim virou de nome.
O título é claro: "A iniciativa privada forçada a justificar a função social". Assim, tal e qual. E que significava tal coisa? O costume: os capitais tinham já fugido; a bolsa estava em crise e temiam-se mais fugas. A inflação espreitava com o aumento do preço do petróleo e das matérias-primas e faziam que a balança de pagamentos, em 1974, fosse previsivelmente deficitária. Quem o dizia era um tal Dr. Vieira de Almeida ( o advogado de uma das firmas do regime, actualmente).



Que fazer?, diziam então para si mesmos, os políticos da época. A situação agravava-se com esta circunstância bem previsível: 


 Evidentemente que os principais beneficiários desta barafunda foram os mesmíssimos que agora procuram dividendos políticos na actual situação de crise política que atravessamos: os comunistas e syrizas de vários matizes. A linguagem que utilizam actualmente as Catarinas e Louçãs e Arménios Carlos é sensivelmente a mesma e que caracteriza um princípio básico da sua luta política: quanto pior estiver o país, melhor será para eles e por isso tudo fazem para destruir a actual conjuntura política, com o fito de ganharem uns votos em futuras eleições-as quais se apressariam a suprimir, com argumentos de autoridade se alcançassem o poder executivo.

Em Agosto, o mesmo Expresso publicava uma pequena reportagem dando conta de uma iniciativa de alguns empresários que ainda não tinham fugido aos comunistas que não comiam criancinhas ao pequeno-almoço, mas que em breve se habituariam a engolir sapos vivos a todas as horas.
Os tais empresários eram de um movimento a que chamaram MDE/S e o tal jornal Sempre-Fixe já reciclado na agit-prop, dirigido por um tal A. Ruella Ramos, um esquerdista aburguesado, consideravam tal coisa como muito suspeita.

E no mesmo número entrevistavam um certo Morais Leitão ( cuja firma de advogados como seu nome é actualmente também uma das do regime e já tem um filho na "política") dizia coisas interessantes:

Não obstante estas iniciativas dos empresários que ficaram em Portugal, os comunistas e socialistas tinham outros planos bem diferentes para o futuro da nossa Economia.
Por exemplo, a Esquerda Socialista, onde pontificava um certo Jorge Sampaio, João Cravinho e outros actuais PS´s, não tinham dúvidas sobre o que desejavam para Portugal, apesar de terem idade mais do que suficiente para terem juízo:

E outro jornal da área socialista ( não havia outra, então), o República de 27 de Setembro de 1974 já adiantava prognósticos para a economia portuguesa que se vieram a verificar em pleno, meses depois:

Neste ambiente ainda acicatado pelos media na sua totalidade, incluindo rádios e tv´s, não é de admirar títulos como este na capa da Vida Mundial de Outubro de 1974.


Para onde ia a Economia Portuguesa? Ora, para onde ia: para o comunismo, direitinha. Tal como foi. E será isso que veremos como aconteceu.
E os tais empresários que ainda ficaram? Que se danassem porque a Revolução não contava com eles para nada, como não contou. Eram "fassistas". Reaccionários. Logo não tinham direito a nada.

4 comentários:

  1. 'zé povinho passou a zé pó-vinho'

    todos pensavam ser ricos e sem necessidade de trabalhar

    mais de metade das grandes empresas desapareceu no vortex do socialismo.

    capitalismo só devia haver o do estado-paizinho

    o estádio era o da Fnat.

    os contribuintes estavam destinados a suportar os 'campos de reeducação' da 'burguesia decadente'

    destruiu-se à toa por inveja, ódio, estupidez

    um intelectual com anos de Tarrafal queria ensinar-me como devia executar o meu trabalho. mandei-o dar uma volta. o brejnev olhou-me com aspecto de g-3 a funcionar.

    na escola do meu filho um merda que ensinava canto coral queria por garotos de 12 anos a cantar a internacional. passaram a furar-lhe os pneus até o obrigar a viajar de autocarro

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  2. Cada rajada de metralhadora que o José manda.

    ":O))

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  3. A factura que hoje estamos a pagar tem uma importante parcela dessa data. Mas, enquanto povo, a culpa não se limita a comunistas e quejandos...

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  4. A Empresa de Pesca de Aveiro era uma das maiores empresas do país... Deixou de existir quando Portugal entrou para a CEE...

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