Esta é de Setembro de 1974, publicada também no Diário de Lisboa, na sequência dos acontecimentos do 28 de Setembro.
É reparar na onda de prisões e nos nomes dos presos, sem dúvida todos "fascistas" de gema. O falecido Artur Agostinho só porque apresentava programas de tv tipo variedades ( No tempo em que Você nasceu. por exemplo) era um perigoso fascista, como o era a Amália que se desunhou para obter o reconhecimento "democrático" o que aliás demorou ainda um certo tempo e para os comunistas nunca o foi verdadeiramente.
Com o comunismo é assim mesmo: os nomes determinam a acção. A mudança das palavras é a magia que transforma a realidade. Os tais "fascistas" presos nunca foram julgados, estiveram alguns deles meses sem qualquer acusação formal ou mesmo informal, à ordem dos militares progressistas, os tais que conferiam autoridade ao direito natural dos comunistas mandarem prender...
Evidentemente também os mais novos não sabem disto e pensam que o PCP e os siryzas são organizações partidárias perfeitamente democráticas e defensoras dos trabalhadores.
Foi agora republicado o Livro Negro do Comunismo, mas a memória história, essa, só permanece em quem a viveu e em quem a tem.
Boa!
ResponderEliminarPois não sabem. E os que se lembraram aquando da Queda do Muro já o esqueceram.
José, descanse, nunca o Comunismo terá hipoteses de reviver tal como o foi.
ResponderEliminarJá fez o papel que tinha a fazer.
Tem toda a razâo, Streetwarrior - Moscovo ( e, "sans blague" , Berlim) não o permitirá...
ResponderEliminarLindo!
ResponderEliminarQue pena que o dito "serviço público" da RTP, num dos seus milhentos canais, não se debruce sobre este tema e não faça uma retrospectiva histórica do que foram estes tempos negros do progressismo e da democracia comunista.
JC
ResponderEliminarHavia de ser bonito,ainda tinham que vir pedir ao José os arquivos!!!
Pedir para os queimar...
ResponderEliminarzazie
ResponderEliminarO José dava fotocopias :-)
E eles perdiam-nas
ResponderEliminar":OP
Os comunas e afins só têm memórias muito selectivas...na sua cassete...e "confissões" só antes de serem fuzilados por outros camaradas...
ResponderEliminarJá viram algum comunista ou afim denunciar as dezenas de milhar de fuzilamentos pós independências do Ultramar?Pá nós estamos cá para salvar...quem cá chegue...e que nunca mais regressa!
ResponderEliminarE os comunas e afins não querem agora falar sequer nesta simples verdade:Qual a razão de termos cá em Portugal mais pretos do que brancos havia em toda a África?E quais as reciprocidades havidas?
ResponderEliminarPá a culpada é a Frau Merkel!!!
O programa do MFA como o conheceram escrito e que levou muitos a fazer o golpe de Estado durou uma semana!!!A partir daí o Mário é que sabia...
ResponderEliminarLá tinham que trabalhar e ir aos arquivos, zazie :-))
ResponderEliminarMário que fez questão de chamar os antigos camaradas...
ResponderEliminarA partir daí foi tudo "conquistas" que pelos vistos foram todas a crédito tal o tamanho da "dívida"...
ResponderEliminarClaro que se repararem bem está a chegar a altura de se pagarem nomeadamente as pensões a quem nunca tinha descontado nada.E foram generosos a meter tudo no mesmo saco.Agora os verdadeiros pensionistas são quase "fassistas"...
ResponderEliminarconstou que 'QUITO', um dos Pequito Rebelo originários do Gavião, teria dito ao ver entrar esta gente na prisão
ResponderEliminar«finalmente percebo o que é a reacção em cadeia»
o Gen Kaulza, primo do Conde de Carnide, formou o MIRN com um dos obreiros da Loja Liberdade e Justiça.
no final das reuniões levava este coronel à casa. por apoiar Delgado foi expulso do exército e reintegrado depois do 25.
esteve no Tribunal Militar onde acompanhou o caso Delgado. possuía 'dossier' sobre o assunto. disse-me mais de uma vez ter fotocópias de documentos desaparecidos do processo e que os deixava para publicação. não disse a quem.
foi uma época dramática.
tive o prazer de, mais tarde, ver muito comuna todo borrado. alguns preparavam-se para me lamber as botas, situação que detesto por me fazer cócegas nos pés
"O programa do MFA como o conheceram escrito e que levou muitos a fazer o golpe de Estado durou uma semana!!!"
ResponderEliminarCaro Lusitânia
Que eu me lembre (e eu sou dos que "viveu a história"), o verdadeiro programa era uma mera reivindicação salarial.
Os capitães do quadro ficaram muito incomodados, com o exagero de “equidade” de Marcelo Caetano, quando este resolveu pagar o mesmo salário (que eles recebiam) aos capitães milicianos.
Tivesse Marcelo Caetano dados mais uns trocos à “tropa do quadro” e não tinha havido nenhum 25A.
Os Milicianos morriam na guerra e o pessoal do quadro defendia a Pátria à secretária.
Por isso, esse programa foi mesmo só inventado à última, para convencer a “carne para canhão” que eram os milicianos.
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"José, descanse, nunca o Comunismo terá hipoteses de reviver tal como o foi."
ResponderEliminarNão sei porquê, mas esta frase faz-me lembrar uma frase célebre de Cunhal para M.Soares na RTP.
Por isso, caro josé, não descanse, não descanse...
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Pois não descanse não que o lobo perde os dentes mas não perde o costume.
ResponderEliminara verdadeira história do MFA nunca será contada. apenas conhece-moa a versão 'melena e pá'. mas há outras.
ResponderEliminarninguém fala dos encontros de Paris, depois da fundação do ps em 1972. apareceu pposteriormente o 'amorddaçado'.
na altura do meu 'enfarte' preparava-me para organizar a papelada dum Irmão que participou nos acontecimentos que levaram à revolução. era politicamente bastante à esquerda, mas não era militante do pcp. do que disse à minha frente nunca foi desmentido pela faccção dos '9 fora nada'.
nunca perseguiram o Rosa Casaca porque esta sabia demasiados podres de politicos desbocados e outros. aconselharam-no a escrever as memórias.
zazie disse...
ResponderEliminarE eles perdiam-nas
":OP
2 de Outubro de 2012 16:21
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Não seria a primeira vez que havia desaparecimentos desses:
http://paramimtantofaz.blogspot.pt/2005/06/recordao-de-cunhal-com-o-kgb-pelo-meio.html
Em Abril de 1995 estive uma semana em Moscovo para entrevistar alguns antigos agentes do KGB sobre o desvio de documentos da PIDE para a URSS após o 25 de Abril de 1974.
Gravei alguns testemunhos em vídeo, mas os originais dessas cassetes perderam-se na mesa de um responsável de Informação da SIC, pelo que aprendi a não confiar originais, especialmente quando ainda não fizera cópias...
Nessa altura, em 1995, foi aprovado na Assembleia da República uma comissão de inquérito parlamentar para investigar a transferência de arquivos da PIDE para o KGB, de modo a tentar apurar quem foram os responsáveis pelo seu envio e que tipo de chantagem foi depois exercida sobre as pessoas cujos dados supostamente acabaram por ser utilizados pelos serviços secretos soviéticos.
O inquérito PIDE/KGB, um pouco à semelhança do inquérito parlamentar aprovado em Março de 1987 que iria investigar o negócio ilegal do tráfico de armas norte-americanas por Portugal no âmbito do escândalo do "Iran-Contra", também nunca chegou a funcionar, visto que foi interrompido e nunca retomado porque, em 1995, houve eleições legislativas - onde Fernando Nogueira perdeu contra o socialista António Guterres.
Já agora o resto da história:
ResponderEliminarRetirado do livro O Arquivo Mytrokhin
http://en.wikipedia.org/wiki/Mitrokhin_Archive
“…os líderes comunista e socialista, Álvaro Cunhal e Mário Soares, regressavam do exílio, apresentando-se juntos à frente dos seus apoiantes em delírio que empunhavam conjuntamente o mesmo cravo vermelho. Soares prestou homenagem a Cunhal, seu antigo professor, como «homem notável, com uma visão luminosa e penetrante que sugeria uma grande força interior». Mas Cunhal também era um lealista da linha dura soviética que em 1968 fora o primeiro líder comunista ocidental a apoiar o esmagamento da «Primavera» de Praga. Embora as divergências entre ele e Soares fossem aumentando gradualmente, haviam de estar juntos numa série de governos de coligação até ao Verão de 1975.
Em Junho de 1974, Portugal e a União Soviética estabeleceram relações diplomáticas pela primeira vez desde a Revolução de Outubro. Seis meses mais tarde, Cunhal teve o primeiro encontro com o residente do KGB em Lisboa, Esviatoslav Fiodorovich Kuznetsov (nome de código LEONID), que funcionava sob cobertura diplomática da recém-criada Embaixada Soviética. Embora a reunião decorresse numa casa segura do Partido Comunista Português (PCP), os dois homens tinham tanto medo de que a sua conversa fosse escutada que mantiveram um diálogo inteiramente silencioso com lápis e papel. Foi acordado que o KGB formaria dois membros de confiança do Partido para detectarem equipamento de escuta, de modo que as suas futuras conversas pudessem ser faladas. Cunhal também se comprometeu a entregar material sobre o serviço português de segurança, sobre a OTAN (de que Portugal era membro fundador) e sobre outras «questões de interesse para o KGB».
Pouco depois da Revolução de Abril de 1974, foi dado a uma comissão de inquérito acesso aos processos do brutal serviço de segurança do regime deposto (conhecido sucessivamente por PIDE e DGS), cuja vasta rede de informadores quase rivalizara com as do Bloco Soviético. Uma vez que o PCP, cujos 22 membros do Comité Central tinham, no seu conjunto, passado 308 anos na prisão, fora o principal alvo da PIDE/DGS, esteve, sem surpresa, bem representado na comissão. Além de passar grandes quantidades de documentos da PIDE/DGS (alguns dos quais diziam respeito à colaboração com serviços de informações ocidentais), o PCP também forneceu à residência de Lisboa processos de informações militares portuguesas e de novo serviço de segurança criado depois da revolução. Segundo um dos processos anotados por Mitrokhine, o peso total do material classificado fornecido pelo PCP à residência de Lisboa em meados dos anos 70 atingiu 474 quilos. Em Janeiro de 1976 foi criada dentro do Quinto Departamento da PDP uma secção especial para trabalhar nos documentos portugueses que, na sua versão microfilmada, ocupavam 68138 fotogramas. O resumo de Mitrokhine do relatório do Centro sobre o material conclui:
• Foi obtida informação extremamente importante sobre a estrutura, métodos de trabalho e redes de agentes dos Serviços Especiais (informações) dos EUA, de França, da RFA e de Espanha em territórios de Portugal; sobre a sua cooperação com a PIDE/DGS e as redes de agentes desta em Portugal e nas antigas colónias; sobre as forças armadas de Portugal e de vários outros países; sobre os métodos de trabalho dos Serviços Especiais portugueses contra a União Soviética e outros países socialistas; sobre a situação operacional dos agentes no país e em situações que fossem alvo de interesse para o KGB; [e] sobre indivíduos de interesse operacional para o KGB.” (Christopher Andrew e Vasili Mitrokhine, O Arquivo Mitrokhine, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2000, pág 388. ”
Mais detalhes sobre a transferencia do arquivo da PIDE para a URSS no livro Spymaster do General Oleg Kalugin:
ResponderEliminarhttp://en.wikipedia.org/wiki/Oleg_Kalugin
http://www.youtube.com/watch?v=rcXgXqL_1m4
http://books.google.pt/books?id=XjEjaXzWvBkC&pg=PA195&lpg=PA195&dq=spymaster+kalugin+portugal&source=bl&ots=tKUwmG4EfR&sig=5clByiP5vI_zc-XmpZbt_S2d480&hl=pt-PT&sa=X&ei=m1EgUL70AqO50QXc14D4Aw&redir_esc=y#v=onepage&q=spymaster%20kalugin%20portugal&f=false
O José Milhazes adianta mais alguma informação no seu blog:
http://darussia.blogspot.pt/2010/09/contributo-para-historia-o-rei-das.html
Ena pá Manuel Santos!!!
ResponderEliminarJá temos links do Fred.
Não quer por do meu???!!!
Manuel Santos.
ResponderEliminarObrigado, sempre tive um especial interesse por este tipo de documentos.
O 25 teve origem em antiguidades mal resolvidas.Havia os oficiais milicianos e do QP.Se ao mesmo tempo ambos fossem incorporados, um no COM e outro na AM enquanto o 1º até podia ser capitão ao fim de um ano o do QP demoraria aí 7 ou 8...
ResponderEliminarMas o verdadeiro problema surgiu quando deram oportunidade ao 1º de ser do QP.Uma verdadeira 1ªversão das "novas oportunidades"
Como ninguém resolveu a coisa a contento deu-se o 25...
Havia subalternos do QP que davam instrução aos do COM e que depois até podiam ir servir às ordens deles...
Cá por mim a coisa foi feita para rebentar mesmo com o regime...
Aqui o seu Marcelo falhou completamente.Não cuidou.E ainda se queixou das "despesas" do Exército, Ramo que evidentemente movimentava mais pessoal e material.Que nalguns casos era de inferior qualidade e alcance do que o do inimigo usava.Depois era medroso.Não deixava ir aos países vizinhos bombardear nada.
ResponderEliminarE havia de facto a má fama que a propaganda interna anti-Ultramar colava aos militares.Que queriam a guerra para roubar.Viu-se...
Esse "não cuidar" do Marcelo originou que para 200000 homens em pé de guerra chegasse a haver só menos de uma centena de oficias a sair da AM.Portanto era tudo miliciano a enquadrar.O povo.Que não quis mais...na 1ª oportunidade que lhe deram...
Claro que o Marcelo falhou na Guerra. Mas não penso que tenha sido por esses motivos. Falhou na ofensiva diplomática e nos esforços para lhe pôr fim, condignamente. Adiou, adiou, adiou e as pessoas cansaram-se. E derrubaram-no. Até o Spínola embarcou nisso porque escreveu Portugal e o Futuro com o sentido de contrariar a política de guerra que seguíamos.
ResponderEliminarMas daí a dizer que falhou nos valores e naquilo em que acreditava como sendo o melhor para o páis, não me parece.
Olhe que ninguém antes do 25 andou a vender o "cansaço" para arranjar aderentes.Repare que até o Marcelo exigiu alguém mais graduado para se render...
ResponderEliminarOs que fizeram o 25 salvaguardaram todas as opções para os novos dirigentes "democratas".Que logo na 1ª semana começaram por exigir o "meter na gaveta" o programa do MFA.Para entregarem tudo o que tinha preto e não era nosso...ao estilo do "salve-se quem puder" depois de terem desarmado os brancos...
ps
Esta modalidade do "desarmamento" aliás fez doutrina.Agora e cá também andam a desarmar o zé povinho.Não vá ele reagir à colonização enriquecedora...milagres democratas...
Em política não pode haver só fala, fala e não faz nada.O afilhado do Marcelo anda também a falar há quase 40 anos e vemos no que deu...
ResponderEliminarComo diz o Belmiro é o navegar à vista o método preferido de governação.Ao estilo do tiro e queda.Não deu, nem dá, nem dará...
Enquanto o zé povinho não afinar uma Lei sobre traição e mandar outras para o lixo, nomeadamente a da Nacionalidade, não se vai safar...e continuará a caminhar para a escravidão...
Pois, essa questão é muito curiosa. Segundo Marcello Caetano, aquando da sua conversa com o PR para suceder a Salazar na Presidência do Conselho, este ter-lhe-á dito que, nas próximas eleições gerais, se o povo votasse contra o regime - o que Caetano entendiria como contra a política de defesa do Ultramar - as Forças Armadas interviriam. Ou seja, as FA não só estavam convencidas da justiça da causa, como estavam dispostas a tomar o poder para garantir a sua continuidade.
ResponderEliminarNão me parece que seja imputável a Caetano toda a responsabilidade. Ao prosseguir na defesa do Ultramar, Caetano estava em sintonia quer com as FA, quer com a generalidade da população.
É necessário não esquecer que Portugal estava completamente isolado na comunidade internacional. Um pouco como o Irão hoje em dia. Naquela situação e dado o estado de desenvolvimento das províncias ultramarinas, não vejo grande alternativa ao prosseguimento da defesa. Entregar os territórios às forças inimigas acabaria sempre como acabou: expulsão dos brancos e guerra civil.
Aguentaria Portugal a defesa do Ultramar mais vinte e tal anos, até pelo menos à queda do muro? É difícil dizer, mas suspeito que não. A pressão internacional seria insustentável. Conhecendo, no entanto, as consequências de render os territórios aos inimigos que os cobiçavam, como fazê-lo de consciência tranquila? O tempo provou que os receios eram perfeitamente fundados.
A responsabilidade do golpe está com as FA. Permitiram que os interesses mesquinhos de alguns do seus membros se sobrepusessem ao seu dever perante a Nação. Quanto muito, censuraria a Caetano o não ter oferecido resistência ao golpe.
Quando digo FA, é evidente que não se podem enfiar todos os homens que nelas serviam no mesmo saco. Muito pelo contrário.
ResponderEliminarMas, não obstante, a instituição não pode deixar de partilhar a responsabilidade pelos actos de homens que estavam sob a sua alçada e comando.