Público online:
A Tecnoforma, empresa de que Passos Coelho foi consultor e depois gestor, conseguiu fazer aprovar na Comissão de Coordenação Regional do Centro (CCDRC), em 2004, um projecto financiado pelo programa Foral para formar centenas de funcionários municipais para funções em aeródromos daquela região que não existiam e nada previa que viessem a existir. Nas restantes quatro regiões do país a empresa apresentou projectos com o mesmo objectivo, mas foram todos rejeitados por não cumprirem os requisitos legais. As cinco candidaturas tinham como justificação principal as acrescidas exigências de segurança resultantes dos ataques às torres gémeas de Setembro de 2001.
O programa Foral era tutelado por Miguel Relvas, então secretário de Estado da Administração Local, e na região Centro o gestor do programa Foral (e presidente da CCDRC) era o antigo deputado do PSD Paulo Pereira Coelho, que foi contemporâneo de Passos Coelho e de Relvas na direcção da Juventude Social Democrata (ver PÚBLICO de segunda-feira).
Estes factos são de 2004. Como se escreve no artigo do Público em papel, "O valor final pago pelo programa Foral por conta desta candidatura foi de cerca de 312 mil euros, perto de um quarto dos 1,2 milhões aprovados em 2004."
Para explicar estes factos essenciais, o Público deu à estampa sete páginas, com a assinatura do melhor repórter de investigação que temos em Portugal, José António Cerejo.
Criminalmente, nada disto interessa. Os eventuais crimes- que crimes, afinal?- de desvio de subsídio ou de tráfico de influências, não têm "pernas para andar" como se costuma dizer.
Então o que interessará verdadeiramente? O retrato de uma classe política que temos em Portugal e que tomou o poder há vários anos, atravessando o chamado "arco da governação", com destaque para o PS e PSD, com o CDS a pedir meças ( no caso dos submarinos e sobreiros).
Estas coisas começaram a acontecer logo na altura da nossa adesão à CEE e à chegada dos primeiros fundos, para a formação profissional. Até a UGT ( Torres Couto) e outros aproveitaram a onda, desviando subsídios. Na altura, Cavaco mandava no Governo e poderia ter estancado a sangria moral. Não estancou e até se abespinhou com os burocratas da Justiça que queriam moralizar as negociatas. Foi nessa altura que os auditores dos ministérios começaram a ser malvistos. Depois foram substituídos pela parecerística dos Sérvulos e Júdices mais os Galvões Teles e Caldas, Jardins e associados em comandita.
Os casos do Fundo Social Europeu, com os processos que prescreveram e os desvios que se verificaram e nunca foram apurados foram a prova de que somos um país propenso à corrupção. Tanto que até foi preciso instituir uma Alta Autoridade contra a mesma, onde um certo Pinto Monteiro fez uma perninha.
Não adiantou muito porque Pinto Monteiro e outros eram "do cível" e a Alta Autoridade era só para inglês,perdão, europeu, ver.
Neste aspecto, Relvas, Sócrates, Passos Coelho, Marques Mendes, Jorge Coelho, Portas, Ângelo Correia, para só citar alguns, são farinha do mesmo saco.
A questão que se coloca é saber se temos outros sacos onde ir buscar farinha, mais limpa e mais consentânea com as nossas necessidades de alimentação democrática.
Andarmos a engordar esta gente é que não devia ser admitido e a corrupção como fenómeno criminal anda associada a isto, mesmo que não pareça ou que não se manifeste criminalmente.
Parece uma cena da guerra à Raul Solnado
ResponderEliminarahahahahaha
infelizmente pertence à mesma concepção de sociedade.
ResponderEliminarno entanto há variados graus de envolvimento e uns são mais perniciosos que outros
parece vingança divina ou diabólica tentar consertar o que quase todos ajudaram a estragar
Lineu sobre o homem e Coleridge usaram o aforismo Délfico
'conhece te a ti próprio': (gnôthi seauton) revelado pelo periegeta Pausânias
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ResponderEliminarEsta corja roeu até ao tutano.
ResponderEliminarSão tantos que nem um pode ir dentro. Pegando em um fio vem logo um novelo de lã atrás.
Só resta preparar o futuro. Mais tecnocracia Alemã ou liderança autoritária, a democracia participativa fica para os utópicos.
Como é possível, que os trampolineiros, que nos meteram no buraco, sejam os mesmos que nos vão tirar.
ResponderEliminarTratam é da vidinha deles e das reformas.
Por isso estão gordos e luzidios.
e muitos continuam a acreditar e a dar a vidinha por esta gente.
ResponderEliminarMuitos há que quem dizer algo, se ouriçam e estam dispostos a lavar a honra desta gente á caçetada na rua.
Quem se mete com o PS/D Leva
A mediocridade é atrevida. Tem dado para tudo. Está na hora de remover e renovar tudo isto.
ResponderEliminarEsqueceu-se que o encobrimento dos políticos vem, desde há muito, do PGR.
ResponderEliminarRecordo o caso do fax de Macau. Quando aquilo chegou primeiro ao Melancia e, depois, ao Soares, foi tratado para que eles ficassem de fora. O Joaquim Vieira conta isso muito bem...
Nesse caso não foi apenas do PGR. Foi também do investigador concreto que se dava muito bem com o PGR: Rodrigues Maximiano, marido de Cândida de Almeida, entretanto falecido.
ResponderEliminarFoi ele principalmente quem não quis investigar, como agora a mulher não quis investigar o Sócrates como devia ser.
Os argumentos, aliás, são quase os mesmos.
Este conluio de interesses difusos, entre a ideologia ( sempre a Esquerda) e a política de oportunidade, em que os políticos são protegidos pelos poderes judiciários é uma velha pecha nacional.
Pinto Monteiro é apenas o herdeiro mais recente desta mentalidade deletéria e no fim de contas corrupta.
Para perverter ainda mais esta mentalidade junta-se-lhe a politiquice partidária que distorce a isenção e objectividade.
ResponderEliminarAlguns magistrados não conseguem abstrair-se da posição ideológica que perfilham e protegem, mesmo sem intencionalidade, os do seu clube. E atacam os do outro.
Tal fenómeno de irracionalidade é mais visível no futebol.
ResponderEliminarOs magistrados do Porto, adeptos do FCP não conseguem distanciar-se disso mesmo para investigar o padrinho do clube.
Não conseguem e arranjam argumentos para se justificarem no que é absolutamente injustificável.
José,
ResponderEliminarUma dica sobre o futebol.
Sabe quem foi o político responsável pelo Euro 2004? » é só pesquisar no google "o político responsável pelo Euro 2004"
Depois reflita sobre o que terá ficado por escrever e investigar...
Pelos estádios que Cavaco dissera na altura ter algumas dúvidas sobre a sua utilidade?
ResponderEliminarFoi o fugitivo sem vergonha que anda em Paris a gozar rendimentos que não se conhece de onde vêm.
E toda a gente assobia para o lado como se fosse assunto de somenos.
ResponderEliminarE é só somar 1+1 ...
ResponderEliminarMais tarde ou mais cedo iamos acabar por começar a perceber, em termos claros, os motivos que impedem que o Relvas caia.
ResponderEliminarCheira-me que este é só o primeiro e, eventualmente, o mais inofensivo...