Expresso:
A directora de Informação e o director-adjunto da BBC demitiram-se depois da saída do director-geral George Entwistle, no sábado, desencadeada por um duplo escândalo ligado a pedofilia, anunciaram hoje as cadeias de televisão BBC e Sky News.
As demissões de Helen Boaden e de Stephen Mitchell surgem quando o grupo está em crise pela gestão editorial do escândalo em torno do antigo animador vedeta da BBC Jimmy Saville e da "denúncia caluniosa" de um ex-alto responsável conservador.
Jimmy Saville, que morreu em outubro de 2011, é acusado de múltiplos abusos sexuais.
O director-geral da BBC, George Entwistle, que tinha assumido funções em setembro, apresentou a demissão no sábado.
Repare-se: o tal Saville, que já morreu, foi acusado de "múltiplos abusos sexuais".
Acusado por quem? Por "inúmeras" vítimas. Tal como na Casa Pia. O dito cujo era uma grande figura mediática. Tal como na Casa Pia com pelo menos um dos acusados...
Quem investigou? A polícia , já em 2006 e 2008 tendo referenciado prova circunstancial. Tal como na Casa Pia.
Que destino teve essa prova circunstancial? Um arquivamento por falta de prova factual. Tal como na Casa Pia, com excepção do processo que ( ainda) corre termos nos tribunais.
Quem arquivou esse procedimento em 2009? Conta-se aqui, (e não, não é um pasquim qualquer que o conta) deste modo:
The Attorney General, William Bailhache, issued a statement in June 2009 stating that two historic abuse investigations were dropped because of a lack of evidence. “Cases of this nature are often difficult. There is rarely any independent evidence, and often the cases come down to being the word of one person against another… A decision not to bring criminal proceedings does not necessarily mean that those who have made complaints are not believed. A decision not to prosecute means only that the Attorney General, having fully considered all of the available evidence and other information, has decided that an acquittal is more likely than a conviction.”
O que sucedeu agora com o tal Saville e a BBC? Há jornais a denunciar um caso com contornos parecidos com o da Casa Pia. Terá existido um círculo de abusadores pedófilos na própria BBC...
E por cá, onde teria sido a nossa BBC?
A investigação é também realizada por profissionais e jornalistas que descobrem factos que são noticiados. Tal como na Casa Pia.
Há ligações a altos responsáveis do poder político, tal como na Casa Pia.
Ao contrário da Casa Pia, porém ainda não se leu nada sobre cabalas e perseguições e presunções de inocência sem julgamento. Nem sequer se organizou um julgtamento por causa daquelas razões apontadas pelo procurador-geral lá do sítio.
Nem é preciso. As pessoas na Inglaterra ainda têm senso comum. Por cá, o senso é o relatado nos media. É o senso comum dos interesses mediáticos.
Para quem se lembre, o caso da pedofilia na Casa Pia era tema de escândalo diário na SIC, antes de entrar em cena um tal Paulo P. Depois foi o que se viu, ouviu e leu.
As demissões na BBC actualmente resultam da vergonha que ainda é um valor assumido colectivamente.
Por cá, tal coisa é inexistente. Lembro-me de um jornalista- Nuno Santos- responsável por um canal de tv ter dito qualquer coisa há uns anos sobre o assunto Casa Pia e um dos seus implicados.
Na Inglaterra o tal Nuno Santos já estava a trabalhar noutro ramo...
E ainda há outra coisa importante: por cá prepara-se o regresso dos afastados na sombra de uma vergonha fictícia. Esperam apenas que a presunção de inocência processual chegue ao fim com um non liquet, uma prescrição, uma absolvição por falta de provas ou um qualquer expediente que lhes permita formalmente aparecer como impolutos, com a proclamação de uma cabala ou outra justificação que atente contra o senso comum, mas não o mediático.
É só isso que esperam. E com muitas probabilidades de êxito porque os portugueses são complacentes e têm memória curta.
São os tais anómicos de que falava há dias o professor catedrático de Coimbra, Faria Costa.
tem assento na assembleia na bancada ps um tal ferro que disse:
ResponderEliminar'estou-me cagando na justiça'
tudo à custa dos contribuintes, alcunhado de estado.
o zé povinho continua a ver telenovelas e 'a coçar a pulguinha'
"Estou-me cagando para o segredo de justiça", foi o que disse o Ferro.
ResponderEliminarCaga-se, de facto, mas para o segredo e não para a justiça propriamente dita.
Diga-se em abono da verdade que os pedófilos tem um braço muito comprido como se pode ver por esta entrevista recente na TV australiana. Também aí um investigador foi afastado, mas pelo menos teve acolhimento nos media e o processo segue o seu curso. Por aqui estamos à espera de já não sabemos bem o quê.
ResponderEliminarhttp://www.abc.net.au/news/2012-11-08/studio-interview-with-senior-nsw-detective-peter/4362100
faltou-me o 'segredo'
ResponderEliminarsão tantos que algum tinha que ficar para trás
a minha intenção há 3/4 de hora não era emendar o meu lapso porque não tinha reparado nele.
ResponderEliminarpretendia, mas fui interrompido, como ao meio-dia,
referir o desaparecimento do arq. Óscar Niemeyer com 104anos de idade. vivi numa obra sua, a Casa do Brasil na Cité
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/11/oscar-niemeyer-faz-fisioterapia-respiratoria-diz-novo-boletim-medico.html
ResponderEliminarParece que a notícia da morte foi um tanto exagerada.
A propósito- não gosto nada da arquitectura dele.
ResponderEliminarNem da do Corbusier. Nem de nenhuma das arquitecturas utópicas, a bem dizer.
obrigado Zazie
ResponderEliminarfoi controversa a sua colaboração na cas do Brasil e outras atribuidas a Lúcio Costa e Le Courbousier.
gosto do arrojo de certas obras diferente das promovidas pelo vidraceiro Miterrand e outros.
morte adiadamedicamente não me agrada
Ah, nesse aspecto sim. Eu, praticamente de Paris só gosto da parte medieval- o Marais.
ResponderEliminarTambém não suporto o neoclássico.
O plano do Corbusier para Paris, no seguimento da remodelação do Haussmann, era um pesadelo.
ResponderEliminarO Marais enquanto bairro medieval ( junto à Notre Dame) não é lá muito característico. Tem para lá umas muralhas e coisa assim, mas não se nota muito a medievalidade.
ResponderEliminarAliás, do outro lado tem o Beaubourg, muito bem conseguido e centro actual de encontro turístico.
Para mim, Paris medieval ainda é mais a zona de Saint Germain, paradoxalmente.
E adoro lá ir. Tem tudo o que me interessa.
Por outro lado, no Marais aqui há uns tempos, sem saber entrei numa pequena livraria cuja montra me pareceu um pouco estranha com livros coisa e tal.
Quando lá estava dentro apercebi-me que era livraria tipicamente gay. O bairro aliás, também o será...
Foi sair de lá numa pressinha porque tive a impressão de estar numa livraria dedicada a temas obsessivos.
Não vejo isso nas livrarias que não são assim tão temáticas...
Ao sair, mentalmente, disse para mim messmo: "safa"! Ahahahah.
ahahahaha
ResponderEliminarEu gosto apenas dos vestígios medievais e da praça. De resto, de acordo consigo.
Aquilo é tudo alternativo- começa com judeus, acaba em hardcore
ahahahaha
Mas ó José, veja-me isto:
ResponderEliminarhttp://4.bp.blogspot.com/_CijcaA9yq58/TO_FTZK5ocI/AAAAAAAAIHw/v4Mk7RRYEaw/s1600/Le%2BCorbusier%253B%2BVoisin%2BPlan%2Bdrawing%252C%2B1925.jpg
E diga-me se a arquitectura utópica- toda ela, não espelha o totalitarismo daquelas mentes.
E não há aqui nem esquerda, nem direita- há racionalismo ad hoc, sem História, sem passado- terra queimada e gigantismo igualitário.
Os ingleses não tiveram isto. Alguma coisa há-de querer dizer, por muito crime que tenham no lombo.
ResponderEliminarFui lá ao museu judaico. Fui com as minhas filhas. A mais nova levava a máquina fotográfica e começou a tirar fotos. Dali a pouco apareceu uma zeladora a dizer que era proibido fotografar...
ResponderEliminarMas logo a seguir julguei que tinha perdido o cartão de crédito. E voltei ao lugar pensando que o tinha perdido por lá. Não tinha. Queria telefonar para casa da minha irmã e não tinha telemóvel. O funcionário deixou-me telefonar do telemóvel dele...
Por isso nada tenho a reclamar do museu judaico de Paris. E tem algum interesse porque explica o caso Dreyfus do ponto de vista deles.
O resto é um pouco enjoativo.
Sobre essa arquitectura lembra um pouco a do realismo soviético...
ResponderEliminarPois Zazie, não tinham, melhor dizendo...
ResponderEliminarTambém lhes toca a vez deles, descanse. Sempre foram muito tradicionais e nacionalistas a dizer chega... Mas também não vão escapar ao globalismo e internacionalismo que ajudaram a criar. Vão (já estão, até) provar do próprio veneno. Que lhes faça bom proveito.
Dito isto, é como tudo. Há gente muito boa e outra que não vale ponta. Mas eles sempre souberam manter uma elite a sério, de tipos que sabiam o que faziam. Raramente era com a melhor das intenções em relação a estrangeiros incluindo supostos amigos e aliados, mas sempre defenderam tenazmente a terra deles, e isso é de louvar.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarJosé, quer saber mais acerca deste assunto.
ResponderEliminarEntão veja e oiça...
A partir de 01h02.00
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=aJtLsKtGCSY
...a toca do coelho é mais fuuuuunda do que se pensa...e tem conecções a outros paises.
Não duvido que ao nosso também.
Abraço.
Street
Pois, é isso mesmo José. Só que este não construiu- magicou e era comuna.
ResponderEliminarOs alemães tiveram o Speer, vai dar ao mesmo.
Não será apenas uma questão estética; é biológica- ou torna-se. E, o que eu queria dizer é que os ingleses não tiveram essa tendência.
Ao minuto 01h09,39 saberá quem é o senhor que fala e o que faz.
ResponderEliminarÈ muita podridrão mesmo.
Caramba...que nojeira de gente.
Presos?
Nããã!
Era fazer-lhes o mesmo e depois queimar-los vivos.