Ontem na TVI 24, no programa de Judite de Sousa que congrega Medina Carreira e um ou outro convidado, apareceu um elemento da CAP, a confederação dos agricultores portugueses, chamado João Machado e que não conhecia.
O que o mesmo disse no programa sobre a agricultura portuguesa deixou-me bem disposto ( até Medina Carreira comentou no final que o programa tinha sido menos "soturno" do que por vezes acontece, e foi de facto assim) e deu-me alguma esperança num sector que sempre ouvi descrever como perdido e como abandonado pelos governos, depois de ter sido trocada a nossa agricultura pelos milhões da CEE e sucessivamente da UE e do PRODER ( o equivalente ao QREN para a agricultura).
João Machado disse que produzíamos já muitos produtos para exportação ( tomate, cortiça, azeite) e que tínhamos boas perspectivas de equilibrar essa balança das exportações e importações, nessa área, até 2020. Tal desenvolvimento da agricultura portuguesa, segundo aquele, acelerou-se desde 2008-09. Portanto, não tem apenas a ver com políticas ideologicamente marcadas mas com decisões racionais e de bom senso.
Não obstante, parece que poderíamos ter feito ainda melhor, não fora o problema de sempre: a Esquerda comunista, parece-me. A que nacionalizou as terras, em 75 e obrigou pouco tempo depois a uma "celerada "Lei Barreto" ( do "fassista" António Barreto que até era então do PS).
Apesar disso, em 1972 apareceu este artigo no Diário de Lisboa de 9 de Outubro de 1972 em que José Hipólito Raposo, que não sei se terá algo a ver com a família dos Hipólitos. Mas tem certamente a ver com este que já escreveu depois sobre estes e outros assuntos.
Por outro lado há um outro Hipólito Raposo que desenhou o célebre cartaz da "maioria silenciosa" com manifestação convocada para 28 de Setembro de 1974 e que correu mal: foi aí que começou o PREC.
Seja como for aqui fica o artigo notável:
As imagens aumentam com um clique e outro a seguir.
nasci com bens ao luar e termino os meus dias com os meus bens dentro de duas malas de viagens: verão, inverno
ResponderEliminarno séc xix o PM Mariano de Carvalho disse 'a agricultura é a arte de empobrecer alegremente'
os sectores referidos nunca foram totalmente desmontados por incapacidade do pcp. o melhor que me fizeram além de me querer matar foi matar-me o gado à fome. os xuxas não são melhores.
tive muitos anos agro-pecuário que abandonei por falta de mão-de-obra, problema que se vem a agravar devido à subsidio-depencia.
o outro problema mais insolúvel é o da burocracia castradora
em 1985 pedi com antecedência a poda dos sobreiros a efectuar no mês de março. perante a falta de resposta durante 6 meses decidi fazer a poda por pessoa com cursos do tempo do fascismo (agora não há).
fui multado por um analfa da esquerda que apareceu envergado na qualidade técnico. recorri para tribunal e ganhei.
elaborei 10 projectos. aprovaram um.
há cinco paguei em tribunal 5.000 € que não me emprestaram
PQP
de 75 a 2008-2009 vão 35 anos
ResponderEliminare o fraco desenvolvimento agrícula nesses 35 anos (onde aproximadamente metade foram de governos psd/ad e a outra metade de governos ps) é devido à "esquerda comunista"?
É devido à ideologia da Esquerda.
ResponderEliminarNão esqueça que a Constituição de 1976, até 1989 garantia que íamos alegremente para uma sociedade sem classes e proibia expressamente a privatização das empresas nacionalizadas em 1975.
A Reforma Agrária ocupou-nos durante anos e anos e não teve grande sucesso. Os antigos proprietários não recuperaram a vontade de trabalhar que dantes tinham. Vai dizer-me que havia exploração exagerada e é verdade. Mas passaram do 8 para o 80.
A Esquerda Comunista dominou e continua a dominar certas áreas da intelectualidade lusa. Até a linguagem conseguiu mudar. E é isso que conta: o discurso político de base.
Se for ver, as explorações agrícolas que funcionam bem são as que sempre foram dos empresários privados, dos "fassistas".
O Comunismo em Portugal só nos fez mal. Essa é a verdade.
O José que até é pessoa racional, coisa rara, seja de que classe for, não veja tudo pela mesma cartilha. Não queira culpar a Constituição, documento vilipendiado por tudo quanto se intitulou de político, da erosão da agricultura em Portugal. Mesmo com políticas de terra queimada, três décadas e meia é muita década e não há-de ter sido por uma expressão na Constituição que não se fez ou não quis fazer.
ResponderEliminarA mim, que cresci com escravos da agricultura, custa-me pouco a discernir a razão do desinteresse e da súbita perda de "vontade de trabalhar que dantes tinham". Mas isto é como tudo na vida, vai da educação de cada um.
O José Hipólito autor do artigo era filho do José Hipólito Raposo do Integralismo Lusitano.
ResponderEliminarO autor do cartaz foi o Francisco (Quito) Hipólito que era seu irmão.
Nenhum dos dois existe já, infelizmente.
Interessantíssimo artigo, José.
ResponderEliminarO problema é claramente exposto, há espaço para a crítica da legislação, com enumeração das desvantagens de que sofre e para uma comparação com soluções estrangeiras a que não falta a devida ressalva ao caso português.
Quão diferente do hoje se escrevinha para aí...
infelizmente
ResponderEliminara constituição é mais importante que os contribuintes
que se esfolam para manter de pé esta m....
os comunas e xuxas da rataria encontram-se barricados na assembleia.
não são precisos mais de 10 deputados
Mas a questão é que a Constituição não é a raíz nem a origem do problema. Antes pelo contrário, é a sua expressão mais elevada. É a cereja no topo do bolo.
ResponderEliminarA Constituição, sendo um documento, é fruto de quem a elabora e da maneira como pensa. Continua-se a pensar, grosso modo, da mesma forma que pensava quem a fez na altura em que a fez. É isso que o José quer dizer, penso eu.
Não é o documento que estorva. É a maneira de pensar da qual ele é resultado.
Compare-se com a 33 nos artigos principais e a diferença de mentalidade e forma de pensar é imediatamente evidente.
"Não é o documento que estorva. É a maneira de pensar da qual ele é resultado."
ResponderEliminarÉ exactamente isso.
Ninguém verdadeiramente quer mudar a Constituição porque se conformam plenamente com o que ela diz.
ResponderEliminarOs que a fizeram estão lá entrincheirados e gritam inconstitucionalidades sempre que as detectam a olho nu- e não é muito difícil porque o texto começa logo no preâmbulo a dizer, ainda hoje que caminhamos para o socialismo.
Os que foram obrigados a engolir o sapo do texto nem ligam porque se acapararam do Estado e a Constituição não os incomoda. Têm o melhor de dois mundos: o Estado que a Esquerda defende com unhas e dentes e o interesse privado que esse Estado serve. O melhor exemplo? As sociedade de advogados de "ponta".
Imagine o A. deste blog que esperei um agradecimento, brevíssimo fosse, pelo esclarecimento da autoria do artigo e da relação com o Quito Hipólito.
ResponderEliminarIngenuidades que mantenho, contra toda a evidência.
um tio de Quito possuia um teco-teco com o qual andou na guerra civil de Espanha. possuía uma pequena pista nos arredores de Gavião.
ResponderEliminarna ii GG, quando da invasão do Norte de África, o governo do rectângulo autorizou a passagem ao longo da costa de aviões vindos da Grã Bretanha. passaram pelo Alto Alentejo e um deles caiu ao tentar aterrar na citada pista.
despovoou-se meio-mundo para ver o acontecimento.
devia ter 10 anos. li o Diário de Notícias, mas o facto não foi relatado
C.M.
ResponderEliminarSe é por isso, muito obrigado pelo esclarecimento. Julguei que não ligasse...
Lamento desapontar mas o sr engº da CAP desiludiu-me.
ResponderEliminarOnde andam os jovens agricultores africanos?Pá quem é que sabe cultivar a mandioca, a cana, plantar o bananal.Tudo necessidades do zé povinho em mudança...
E embora ele se tenha negada a saber das pescas alerto já para a necessidade de incrementar o peixe seco.