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quinta-feira, dezembro 13, 2012

O sabe-tudo da SIC

O compadre do banqueiro Ricardo comenta assiduamente na SIC. Sousa Tavares neste video do Jornal da Noite da SIC ( a partir do minuto 21:52) , ontem, disse coisas sobre as buscas no âmbito do processo "buraco no asfalto", sobre as PPP´s rodoviárias.
O que disse é de arrepiar e de pensar como é que um indivíduo destes comenta numa televisão, com este requinte, dislates em rajada e sai incólume.

Disse que os investigadores no seu entender têm uma agenda política e até partidária. Disse que com estas violações de segredo de justiça a justiça perde completamente o crédito e qualquer dia não haverá "qualquer pessoa decente" que queira governar.
Atribui a violação do segredo directamente e sem mais rodeios aos investigadores, repetindo uma ignomínia recorrente e completamente infundada a não ser na imaginação opada do seu cultor e não teve pejo em insultar os mesmos investigadores por diversas vezes, não dando sequer benefício da dúvida a hipóteses mais plausíveis sobre a violação de um segredo que afinal se resume a dar conta do que se passou em diligências nas quais participaram dezenas de pessoas. Os investigadores são apenas dois e mais um ( o juiz de instrução) e Sousa Tavares lançou sobre os mesmos o manto de suspeição genérico sem qualquer rebuço de dúvida ou pudor mínimo.
Para o compadre do banqueiro os investigadores não são apenas culpados do crime de violação do segredo de justiça, mas também culpados de actuarem com uma agenda política e até partidária.
Isto foi dito assim e sem mais rodeios, ontem, na SIC.
Que se pode dizer destas bestialidades informativas? Que este indivíduo, cujo discurso jurídico parece provir de alguém sem curso de Direito,  não percebe patavina do que anda a dizer a quem o ouve na tv? É pouco, muito pouco. É preciso dizer-lhe muito mais que isso porque as aleivosias já são de tal ordem que precisa de um arrimo. O patrão não lho dará, com certeza porque este discurso o satisfaz plenamente. O compadre, esse , nem se fala. É que as PPP´s foram financiadas por alguém a quem este discurso cai que nem ginjas.

 

10 comentários:

  1. É a teoria da cabala que agora faz mais vítimas. A semântica agora é outra, por enquanto, mas a vitimização é a mesma.
    Quando os amigos são atingidos pela justiça é um problema...

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  2. já nem o ouço. quando aparece mudo de canal.

    o compadrio parece assentar-lhe bem.

    sobre industriais falecidos que não eram de mercearia e internacionalizaram as suas empresas a partir dos anos 50 sem recurso ao estado.
    Atral-Cipan de Sebastião Alves
    instituto Luso-Fármco de António Diogo Bravo e Dr. Miguel Cocco
    Hovione de Ivan Vilax
    actualmente a Bial

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  3. Mais um tudólogo do regime, e escreve e tudo. Devia receber para estar calado

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  4. Também ouvi e pasmei: ouvir foi por acaso, pasmar foi só por ser imbecil recorrente. Os pivots da SIC são os Jucas Magalhães a ouvir MST como se fosse o MRS.

    A única coisa que disse certa é que o segredo de justiça não está salvaguardado. Uau!

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  5. 1º ponto: não gosto de MST, não consigo ter por ele o mínimo resquício de simpatia

    2º ponto: aquilo que ele diz, é neste post tratado à boa maneira comunista-estalinista: não se discutem as ideias ou afirmações, liquida-se a pessoa. O que indicia que ele até é capaz de ter razão...

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  6. Em primeiro lugar enunciou-se o que ele disse, apelidando-as de dislates, coisa suave porque merecia outro qualifivativo.
    Depois criticou-se o que disse apontando razões que são evidenciadas.
    Depois aponta-se o paralelo do manto de suspeição que é lançado aos investigadores pelo dito cujo.

    No fim aparece o recorte figurativo do "compadre do banqueiro" que diz "bestialiades informativas", a precisar de um arrimo por causa das aleivosias.

    E apontam-se os potenciais arrimadores- o patrão que lhe devia cortar a colecta por acumulação de dislates e o compadre que se satisfaz com os mesmos.

    Portanyo, até chegar à liquidação é preciso fazer contas.

    Para quem saiba, naturalmente. Quem não sabe, fá-las sem prova dos nove. Erradas.

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  7. Mais uma achega, hoje no Expresso, por Daniel Oliveira. Para quem saiba fazer contas. Pobres cidadãos...

    As buscas à residência e escritório de Medina Carreira, por o seu nome ter sido usado por suspeitos para ocultar a verdadeira identidade de outros envolvidos no branqueamento de capitais e fuga aos impostos, no caso Monte Branco, pode ter resultado de um engano. Um engano grave pelo qual os investigadores devem responder. Mas a capa do "Sol" não foi engano nenhum. A rapidez com que qualquer busca ou escuta que envolva figuras públicas acaba nos jornais já não é defeito da Polícia Judiciária e do Ministério Público. É feitio.

    Depois do caso de Medina Carreira, foi o de Teixeira dos Santos Almerindo Marques e o ex-secretário de Estado Costa Pina. As buscas às suas residências e escritórios também acabaram, ao fim de poucas horas, nos jornais e televisões. Em causa está uma investigação às Parecerias Público-Privado. E se no caso de Medina Carreira foi fácil provar imediatamente a sua inocência, o mesmo não acontece com estes três. A divulgação destas buscas transformou-os, aos olhos da opinião pública, em condenados políticos sem direito a defesa.

    Nunca escondi as minhas profundas discordâncias com Medina Carreira, que considero ter sido, como comentador, um dos principais advogados de defesa da austeridade, antes dela chegar - parece que entretanto mudou de opinião - e um populista de todos os costados. E considero que Teixeira dos Santos foi, dentro do governo anterior, o principal defensor de uma intervenção externa e o seu maior facilitador. Mas as minhas discordâncias com os dois anteriores ministros das finanças são políticas. E é no campo da política, e não em julgamentos mediáticos, que o confronto com os dois se deve fazer.

    O que a justiça portuguesa fez a estas duas pessoas, que não tenho qualquer razão para suspeitar de falta de honestidade, é uma nojeira. Não são os primeiros. Não serão os últimos. De Sócrates a Passos Coelho, o poder político vive sob ameaça do Ministério Público e da PJ. Vivem eles e vivemos todos nós. Todos podemos ver a nossa vida devassada, as nossas conversas telefónicas publicadas em jornais, sem que sejamos culpados de coisa alguma.

    Toda a gente que seja suspeita de ter cometido um crime deve ser investigada. Dentro da lei e com todas as garantias. Seja um cidadão comum, seja um detentor de um cargo público, seja um comentador. Mas também todos temos direito o ver o nosso nome protegido da calúnia.

    O problema é sabermos que, como sempre, estas investigações não darão em nada. E não darão em nada porque não são para dar. Se fossem, não víamos escarrapachada nos jornais cada diligência judicial, cada escuta, cada busca. Se fossem, teríamos menos suspeitos e mais condenados. Se fossem, não ficávamos com a estranha sensação de que as buscas são feitas para serem noticiadas, que as escutas são efectuadas para serem publicadas. E que, por de trás de cada fuga de informação, estão sinistros jogos de poder em que as corporações da justiça se envolvem.

    A cada episódio destes - e já foram tantos - cresce o temor de que a justiça, em vez de nos proteger, nos põe em perigo. Em vez de investigar a corrupção e os crimes de colarinho branco, atira lama sobre as pessoas sem nunca chegar a qualquer conclusão. Em vez de usar o seu poder para fazer justiça o usa para ajustes de contas. E uma justiça assim assusta. Não assusta os criminosos. Assusta, acima de tudo, os inocentes que tenham o azar de se cruzar no seu caminho.

    Esta justiça, tão expedita na forma de investigar e sempre tão parca nos resultados finais, não serve ninguém. Só acaba por servir, na forma como descredibiliza, os que, com tanto ruído, se vão safando de pagarem pelos seus crimes.



    Ler mais: http://expresso.sapo.pt/desgracado-de-quem-tenha-o-azar-de-se-cruzar-com-a-justica-portuguesa=f773695#ixzz2F6qVYkOT

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  8. Não sei se há uma motivação política quer para fazer quer para não fazer, o que sei é que a Cândida Almeida diz que não há corrupção em Portugal.
    Ora, uma afirmação destas tem, inequivocamente, uma motivação política.

    Quanto ao estado actual e à exposição à justiça de antigos governantes não acho bem nem mal, é o que tem quer ser. Se há motivos para investigar/acusar/condenar que se investigue/acuse/condene.

    O que acontece, contudo, é que é de tal forma estranha afrontar o poder, quer actual quer passado, que há uma dúvida absolutamente legítima: são só os gajos do último governo que têm o rabo preso?
    A intuição diz-nos que não...

    Daqui se pode retirar que há uma preseguição política, se assim se quiser.
    A mim, parece-me, apenas, à primeira vista, uma questão de justiça e só porque não se fez antes não quer dizer que nunca se faça.

    Mais vale tarde que nunca...e aqui é mesmo tarde.

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  9. Mirza:

    VOu aproveitar a crónica do filho de Herberto Hélder para dar visibilidade a uma demonstração de estupidez.

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  10. Os seus amigos/colegas/apaniguados agradecerão o desvelo. As fugas de informação programadas ė que são mais difíceis de justificar. Mas nada que verdadeiramente assuste quem sabe que não tem contas a prestar

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