Em 11 de Março de 1975 a Esquerda comunista conquistou posições de poder importantíssimas que lhe permitiram avançar com a Revolução.
A distância do tempo, espelhada na imprensa da época não engana ninguém.
Em Outubro de 1974 o ambiente entre a Esquerda era quase eufórico, porque via alargarem-se as possibilidades de uma mudança revolucionária na nossa estrutura económica e empresarial. A política já estava no papo.
A revista Vida Mundial dava um mote que fora ao longo do Verão explorado por vários intervenientes mediáticos, sem "reacção" contrária a não ser uma breve e tímida tentativa de um movimento de capitalistas que ainda ficaram em Portugal pelo menos até ao 28 de Setembro de 1974. Depois dessoutro golpe da esquerda contra "a reacção", em que se prenderam, sem qualquer culpa formada a não ser alegações vagas de serem "fascistas", várias dezenas de pessoas, o caminho ficou livre.
O guru da economia de Esquerda , mentor do futuro Bloco e ainda hoje adulado pelos próceres, João Martins Pereira, dava uma entrevista à Vida Mundial de 17 de Outubro de 1974 em que era mais do que explícito e claro nos objectivos, o que hoje não acontece com a Esquerda comunista que apesar de pretenderem exactamente a mesma coisa, escondem os propósitos por detrás do biombo "democrático", enganando o povo eleitor. Farsantes, portanto, é o que temos hoje, ao contrário de ontem que exprimiam abertamente o que queriam do país e que era isto:
Em 11 de Março de 1975 a ocasião proporcionou-se com um golpe bem aproveitado, fazendo o mal e a caramunha contra um "golpista" Spínola que foi obrigado a fugir.
A revista Vida Mundial, três dias depois dava a capa ao "golpe da reacção que atirou a matar" ( morreu o soldado Luís, um pobre coitado que estava, pelos vistos, na casa de banho), assim:
A cronologia dos acontecimentos era contada e concluía assim, com a identificação dos "reaccionários" presos pelo COPCON, incluindo civis como os banqueiros Espírito Santo, Roquette e outros. Fascistas e reaccionários foram os mimos que então lhes colaram. Hoje, o que serão?
O PREC atingiu o seu ponto charneira a seguir, com este fenómeno também capa da Vida Mundial de 20 de Março de 1975:
É com estes slogans nas portas dos bancos que o PCP e o Bloco sonham acordado, hoje em dia. Logo a seguir a esta monda dos bancos e seguradoras, veio a nacionalização da indústria mais pesada e a mais significativa e de tal modo que pouco depois era assim:
Portanto, a partir de 1975, com o PREC, a Esquerda portuguesa ficou com a faca e o queijo na mão da Economia portuguesa. Tiveram tudo para desenvolver o país: trabalhadores domesticados, porque as greves passaram a ser apenas as convenientes e contra o ainda restante capitalismo privado; tiveram o dinheiro da banca nacionalizada e a possibilidade até de emitir moeda porque não havia o constrangimento da moeda única; tiveram todos os governantes que quiseram e que lhes pareceram competentes, principalmente os génios do PS...
Eppure...em 1976, um ano depois, a situação já era negra como a fome que viria dali a algum tempo.
E mesmo assim, o grande Mário Soares, governante da época ( tendo como ministro das Finanças Medina Carreira...) ainda estava optimista porque sempre foi assim, uma vez que o dinheiro sempre lhe veio parar ao regaço da boa vidinha:
Em 4 de Março de 1977 mostrava-se despreocupadíssimo. Um ano depois, chamou o FMI...
E isso porque a situação não dava sinais de qualquer melhoria apesar de a Esquerda ter todos os instrumentos para "outras políticas", como hoje. Em 6 de Maio de 1977 o panorama era como hoje, ou pior.
A Esquerda actualmente, quer o mesmo que queria então. É simples de entender, portanto, que as receitas, sendo as mesmas, iguais serão os resultados. A penúria e a bancarrota é o destino das "novas políticas" que pretendem. Porém, as pessoas não querem saber disso para nada, porque preferem continuar a acreditar em farsantes que apenas pretendem o poder político e nada mais, para distribuir pelos seus apaniguados.
Por isso mesmo, atente-se no que os generais de Abril, melhor dizendo de 25 Novembro de 1975, os mesmos que agora se manifestam indignados, disseram há algum tempo ao Expresso: em vez da ausência de futuro há quem diga outra coisa: quem não conhece a História ou a esquece, está condenado a repeti-la...
Aos Generais de Abril deveria ser perguntado o que sabem sobre aquilo que aparenta ter sido o "BPN" das forças armadas durante a meia dúzia de anos que se seguiram ao 25 de Abril:
ResponderEliminar«Contas "fantasma" e movimentos de "milhões" entre contas com origem desconhecida foram relatados esta quarta-feira pelos peritos que auditaram as contas do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas entre 1974 a 1981, no âmbito da investigação ao caso Camarate.
Os peritos, que fizeram a auditoria para a VIII Comissão de inquérito, há oito anos, recordaram esta quarta-feira as dificuldades com que esbarraram para fazer a auditoria, sobretudo "falhas de memória" de algumas pessoas ouvidas, e a falta de documentação que suportasse entradas e saídas de dinheiro de contas oficiais e não oficiais»
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=3079045&page=-1
http://www.publico.pt/cancro/noticia/relatorio-revela-saida-sem-rasto-de-40-milhoes-do-fundo-do-ultramar-1210305
http://www.publico.pt/politica/noticia/fundo-de-defesa-militar-do-ultramar-tinha-contas-oficiais-e-outras-sigilosas-1586044
Cronologia do aparente "BPN" de Abril:
ResponderEliminarhttp://expresso.sapo.pt/-sa-carneiro-pode-ter-sido-o-alvo-principal-em-camarate=f788634
«Em 27 de Maio de 1980, o governo, então chefiado pelo líder da AD, aprovou em Conselho de Ministros um diploma em que colocava sob a sua alçada todos os fundos autónomos existentes, incluindo o Fundo de Defesa do Ultramar.
É o Decreto-lei 525/80, só publicado em Diário da República em 5 de Novembro de 1980 porque o Presidente da República da altura, Ramalho Eanes, após forte polémica sobre o diploma, demorou cinco meses a promulgá-lo, só o fazendo a 27 de Outubro de 1980.
Mas a 29 de Outubro de 1980, dois dias após a promulgação deste DL 525/80, o Conselho da Revolução aprova o Decreto-Lei 548/80 que abre um regime excepcional para o Fundo de Defesa do Ultramar, retirando-o da tutela do governo.
Este Decreto-Lei 548/80 é muitas vezes considerado erradamente como extinguindo o Fundo de Defesa do Ultramar. Na verdade, como facilmente se avalia pela sua leitura, abre um regime excepcional para o Fundo de Defesa do Ultramar, de forma a que ele permaneça sob a tutela dos militares.
Esta semana, ouvido na X Comissão de Inquérito Parlamentar, Freitas do Amaral disse não saber se o Fundo foi extinto. Na verdade, não o foi.
O Decreto-Lei 548/80 foi quase de imediato promulgado por Eanes, a 7 de Novembro de 1980 e é publicado a 18 de Novembro de 1980.
Este combate de diplomas ilustra bem a guerra em curso entre o governo e os militares por causa da fiscalização e gestão do Fundo de Defesa do Ultramar.
Mas a luta política não ficou por aqui.
Logo após a publicação do DL 548/80, Sá Carneiro suscitou a sua inconstitucionalidade junto... do Conselho da Revolução (que era o órgão competente para o efeito antes de entrar em funcionamento o Tribunal Constitucional em 1982).
Em mais de cinco anos de vida do Conselho da Revolução, criado em Março de 1975, foi a primeira vez que foi suscitada a inconstitucionalidade de um decreto-lei deste órgão revolucionário.
O governo de Sá Carneiro instaurou também uma peritagem à movimentação contabilística dos últimos cinco anos do Fundo de Defesa do Ultramar, como noticiou a edição do jornal Expresso de 29 de Novembro de 1980, a última antes da sua morte e de Amaro da Costa em Camarate, a 4 de Dezembro de 1980.
Nesta mesma notícia do Expresso, intitulada "Militares estranham pedido de peritagem ao Fundo do Ultramar" (referindo-se que esta desagradou aos altos comandos das Forças Armadas), um porta voz militar "autorizado" declarou ao jornal que "as forças armadas têm competência legal para fiscalizar os seus atos administrativos e financeiros desde 1929 e têm feito isso mesmo nos últimos 50 anos".
Entretanto, na resolução 274/81 do Conselho da Revolução, publicada a 31 de Dezembro de 1981, este, sob parecer da Comissão Constitucional, delibera não se pronunciar pela inconstitucionalidade do DL 548/80 que mantém o Fundo do Ultramar em funcionamento.
«Segundo Freitas do Amaral, que também desempenhou as funções de ministro da Defesa durante 16 meses, entre Setembro de 1981 e Dezembro de 1982, tal fundo tinha uma existência opaca, à margem da estrutura do Governo e na dependência do Estado-Maior-General das Forças Armadas.“Não sabemos se o fundo foi extinto”, disse. No entanto, já foi referido que o FDMU chegou a movimentar, através de duas contas bancárias, cerca de 88 milhões de contos, não se conhecendo, contudo, os responsáveis de tais movimentos. »
ResponderEliminarhttp://www.publico.pt/politica/noticia/freitas-do-amaral-fundo-de-defesa-militar-do-ultramar-e-trafico-de-armas-no-centro-do-atentado-de-camarate-1585037
«"O balanço de 31 de dezembro de 1980 refere 566 milhões de escudos. Em 9 de fevereiro de 1981, uma informação do EMGFA fala de 551 milhões. Já faltam aqui 15 milhões. E, ainda uma coisa inaudita, diz que o conselho administrativo do EMGFA deveria fazer as diligências necessárias para elaborar um plano de emprego do dinheiro considerando como saldo inicial 510 milhões de escudos", disse.»
http://www.ionline.pt/portugal/camarate-psd-reitera-suspeitas-fundo-ultramar-nao-foi-extinto-vai-propor-investigacao
Alguns dos boatos que corriam sobre as actividades financeiras de alguns militares, neste conjunto de scans de jornais de 1980:
http://ephemerajpp.com/2010/12/05/sobre-o-fundo-de-despesa-militar-do-ultramar/
«Os deputados decidiram hoje visitar o Arquivo da Defesa Nacional para “perceber exatamente” que documentação existe sobre o FDMU.»
ResponderEliminarhttp://sicnoticias.sapo.pt/pais/2013/03/01/comissao-de-inquerito-ao-caso-camarate-quer-ouvir-ex-presidente-ramalho-eanes
quem tem movimentado o fundo depois do 25.iv?
ResponderEliminaronde tem estado o dinheiro do fundo?
se for possível vejam com atenção as imagens colhidas no local do atentado durante a visita das autoridades.
na altura houve no Gol quem pedisse a minha opinião. este Irmão era engenheiro e sabia mais do que disse.
Sr. Floribundus,
ResponderEliminarEste país é uma coutada dessas "cacas" tipo GOL ou seja sucursais de de Lojas e agremiações do tipo Opus sempre atrás de dinheito e poder.
Onde há cáca há Maçonaria ou Opus Dei.
Estas coisas são apenas meios para exercer poder. Já que é feio magtar de morte matada, então mata-se lentamente um Povo, segregando, dividindo, manipulando.
«"O Fundo dependia do departamento de finanças da Direção de Planeamento, que dependia do oficial-general coordenador mais antigo ou do vice-chefe [do Estado-Maior General das Forças Armadas], e depois do chefe de Estado-Maior (cargo que Eanes desempenhou entre 76 e 81), que tinha a responsabilidade institucional", afirmou, acrescentando que o relatório de gestão financeira era sempre aprovado pelo CEMGFA.
ResponderEliminarQuestionado se esses documentos ficaram arquivados no Estado-Maior General das Forças Armadas [EMGFA], o antigo chefe de Estado respondeu: "No EMGFA não, porque o EMGFA, no tempo do general Espírito Santo, entregou as pastas do Fundo de Defesa do Ultramar ao ministério da Defesa".»
http://expresso.sapo.pt/camarate-eanes-disponivel-para-ir-ao-parlamento=f635432
Mas afinal cá no sobado,depois da entrega de tudo o que tinha preto e que não era nosso, quem é que é tido por corrupto?Os políticos ou os militares?
ResponderEliminarOs vermes que andaram numa de sanguessugas a espoliar a Nação(e sempre de forma legal) a querer manchar num momento convenientemente as FA´s?
Tenham vergonha e enterrem definitivamente o "santo" Sá Carneiro...de que nem sequer se sabe qual o milagre que fez...
Por vezes fico espantado com as afirmações das baratas tontas que em tempos alegadamente nos governaram.Autênticos erros de casting...
ResponderEliminarOutra coisa que me espanta é a recuperação na secretaria de todos os que perderam e das suas ideias.Pela mão dos alegados governantes a quem os militares vencedores do 25 de Novembro deram a possibilidade de recomeçar em novos termos...
ResponderEliminarIsto não vai acabar bem não...
ResponderEliminarNa verdade, o esquerdismo assombra-nos como um alucinógeno cultural.
ResponderEliminarDo fascismo, felizmente, há não mais do que resquícios quase folclóricos aqui e ali por esse mundo. Nem mesmo se pode dizer que foi assumindo uma nova configuração, guardando a sua essência. Acabou!
Em Portugal, a coisa mais parecida com um partido fascista são mesmo o PCP e o BE, mas isso deve-se à semelhança — de facto, é a mesma matriz — do fascismo e do socialismo. Este, sim, ainda está muito presente na nossa cultura política, o que não deixa de ser espantoso, prova o quão hábeis têm sido os esquerdistas em manipular a história.
O que restou das velhas teorias do bolchevismo, aí sim, foi o desapreço pela democracia e a tentação, ainda presente, de substituir a sociedade pelo partido.
Ninguém, como o teórico comunista italiano Antonio Gramsci, conseguiu sintetizar tão bem o horror totalitário. Com uma particularidade: à diferença de George Orwell, por exemplo, Gramsci era partidário do totalitarismo. Quando ele imagina o “Partido” como o “Moderno Príncipe”, estabelece o que, para ele, é um horizonte a ser alcançado. Ouçamo-lo:
«« O moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que o seu desenvolvimento significa, de facto, que todo o acto é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o poder ou para opor-se a ele. O Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume.»»
É o sonho do totalitarismo perfeito. O “partido” transforma-se na única referência dos indivíduos, cujos actos serão avaliados segundo o que é o que é não é útil àquele ente, que toma o lugar da divindade. No mundo sonhado por Gramsci, não há pensamento possível fora do “Moderno Príncipe” — mesmo que seja para… se lhe opor! O fascismo, segundo a fórmula de Giovanni Gentile, pregava: “Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”. A fórmula de Gramsci substituía o Estado pelo Partido.
Assim, fascismo ou socialismo, sempre foram o mesmo lixo anti-humanista.
«Deputados consultam acervo do Fundo de Defesa Militar do Ultramar
ResponderEliminarLisboa, 05/03/2013 - Deputados da Comissão Parlamentar de Defesa Nacional deixam o Ministério da Defesa Nacional, esta terça-feira de manhã em Belém, depois uma reunião relativa ao Fundo de Defesa Militar do Ultramar (FDMU). ( Thomas Meyer / Global Imagens )»
https://globalimagens.pt/pages/relacionadas.xhtml;jsessionid=Yp44R18XTNjkJyk7RZ8Dm2TlSSr61hwr01QN7ypqLymJQ9qwnPcH!1795498494?popup=10189779&imagem=10189779
Na tropa os ladrões são expulsos.E por acso são logo bons como políticos.Vejam lá se um dia destes a coisa não é ao contrário.Terem que ir justificar as roubalheiras gerais a um tribunal plenário...
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