Mário Soares em Setembro de 1976 era primeiro-ministro. Desastrado. O país estava à beira da bancarrota, pela primeira vez em décadas e décadas, depois de ter crescido economicamente, ainda escassos três anos antes a taxas incríveis.
Com o 25 de Abril de 1974 foram-se os capitais, escorraçados pelos comunistas e ficou a miséria. Mas andavam todos contentes a brincar aos partidos e à política. Mário Soares estava nas suas sete quintas, só que já não tinha feitores, nem cães, nem gado nem gente para as trabalhar.
Em 11 de Março de 1975 a "banca" passou toda para o povo e o povo ficou contente e satisfeito com o feito comunista. Dali a meses, gemia porque não havia dinheiro para mandar cantar um cego. A indústria pesada, toda nacionalizada e também do povo pouco ou nada produzia, apesar de os salários terem sido aumentados por decreto. A inflação aparecia a galope e...o que fazia Mário Soares, sempre nas suas sete quintinhas?
Fazia isto, sem vergonha alguma ( como a gora continua a não ter e por isso todo o mundo lhe pertence): " aumentos dos transportes, racionamentos selectivos, limitações de remunerações complementares, etc etc. Sem meios para fazer face à iminente bancarrota ( a primeira em décadas e décadas, que o "fassismo", esse regime miserável nunca teve) Soares aderiu àquilo que agora não quer nem ver pintado: a austeridade pura e dura. Começou com subsídio de Natal, que foi pago...em títulos.
Medina Carreira deve saber bem porque estava lá a ver o barco nacional a afundar, numa maré de demagogia, incompetência, irresponsabilidade e sem vergonhice maior- tudo características natas deste Soares que nos saiu em rifa e anda por aí a arrastar-se em completa desfaçatez.
Nessa altura, como estava no poder e tinha responsabilidades pesadíssimas sobre o que acontecia recomendava austeridade como caldo de galinha para a maleita nacional. Agora regurgita vómitos de ignomínias para com este governo que tenta fazer o melhor que pode e sabe para remendar outra iminente bancarrota preparada a preceito pelos parceiros de Soares. Fantástico! Só visto. Em 1984 voltou ao mesmo...com a mesma desfaçatez e tenho por aqui mais memórias dessa época. Para recordar um dia destes...só é pena que as pessoas não se lembrem deste farsante político e não lhe dêem o pontapé metafórico que há anos anda a merecer.
Repare-se o item "Empresas intervencionadas": "O Governo diz não ( reforçado a negrito no original) ao estado patrão. Procura encontrar soluções para as trezentas empresas intervencionadas as quais terão que ser ou de novo entregues à iniciativa privada, ou entrarem em esquemas de economia mista ou virem a ser transformadas em cooperativas".
Repare-se nisto que até agora desconhecia: Soares, em 1976, já tinha a noção que a nacionalização do tecido produtivo tinha sido um erro enorme. Pois bem, só em meados dos anos oitenta, para fins, em 1989, com a revisão constitucional e depois da entrada de Portugal na CEE aceitou abandonar a norma constitucional da "irreversibilidade das nacionalizações". Repare-se nisto que é importante: Soares só mais de uma dúzia de anos depois foi capaz de pôr em prática, e mal, aquilo que já em 1976 sabia ser inevitável. Um indivíduo destes que faz uma coisa destas a um país, merece que sorte? Ser presidente da República, voilà! E foi exactamente por isso que se opôs à mudança constitucional. Se assim não fosse nunca teria sido eleito pelos" pobrezinhos" do pcp e de toda a esquerda, contra a "burguesia" e que taparam os olhos para colocar a cruzinha no boletim de voto. Tal e qual.
E depois até o PSD votou neste farsante. O tempore! O mores!
Porém, muitos o veneram, afirmando-se democratas! Sai um choque cultural?
ResponderEliminarO José está uma máquina.
ResponderEliminarUma palavra de agradecimento pelo rigor em transmitir a verdade.
Este homem é um farsante do pior. Em 75 ou 76, na crise de fome que estava a começar a instalar-se no país inteiro (e este patifório desavergonhado levou anos a proclamar à boca cheia que o 'fascismo' é que era um regime de fome) com racionamentos de tudo e mais alguma coisa, ele e alguns camaradas bem instalados no poder, mandavam o povinho comer atum em lata. Se calhar este malandro continuava a comer caviar e lagosta no Gambrinus, como nunca deixou de o fazer. É claro que com o dinheiro dos portugueses, nem ele seria capaz de o fazer de outro modo.
ResponderEliminarPelas oito e tal, depois de chegar a casa, abri a tv para apanhar duas ou três notícias e fechar a tv. Apanho nesse preciso momento este lacrau venenoso a dizer, numa conferência qualquer que está a decorrer algures tendo como convidados, evidentemente, apaniguados socialistas e comunistas, que, além de a austeridade ter de acabar, que o governo deve cair, que Sá Carneiro é que era um grande social-democrata(AHAHAH), que teve desaguizados com Sá Carneiro mas que ele era um político como deve ser e com quem se podia dialogar(AHAHAHA), sai-se com qualquer coisa como isto "... porque temos que pensar que Portugal está em primeiro lugar..."(AHAHAHAH). A hipocrisia e o cinismo deste espécime não têm limites.
Para este traidor à Pátria Portugal sempre esteve em último lugar. Para ele, os portugueses valem ZERO. Ele tinha uma inveja exacerbada e até ódio de morte (exacto, não exagerei) a Sá Carneiro e tudo porque este lhe estava a barrar o caminho para o socialismo de miséria em que este miserável mais um punhado de criminosos estavam a encaminhar o país (como de facto aconteceu, Sá Carneiro tinha carradas de razão) e ainda para evitar a completa destruição do Ultramar português. Os patriotas mais perigosos que fizeram frente a este velhaco foram quase todos eliminados a seu mando por interpostas pessoas. Os que escaparam, que eram os menos perigosos, sofreram agressões físicas de vária ordem, propositadamente infligidas, incapacitando-os de prosseguir com uma vida activa para sempre. Alguns destes, os mais fragilizados e com idades medianas, têm vindo a morrer com o passar dos anos em consequência desas mesmas agressões, umas físicas, outras psicológicas - sendo estas tão ou mais graves do que aquelas.
Quando os portugueses de bem se lembram de que este bandido ordenou aos MFA's revolucionários que comandavam as 'tropas' em Moçambique, que os portugueses-moçambicanos que se recusassem a embarcar "à força" (sim, à força) para a Metrópole fossem atirados ao mar, está tudo dito e redito sobre a massa desprezível de que é feito este espécime maldito.
Faltou-me acrescentar que quem deveria ter sido atirado ao mar era quem tinha proferido aquela frase, isto é, ele próprio naquele exacto dia. Deste modo muito sofrimento teria sido evitado e talvez no futuro ainda viesse a ser lembrado por alguns (só por meia dúzia de bandidos iguais a ele na velhaquice) como uma espécie de 'herói', mas pelo menos não tinha despedaçado Portugal nem atirado para a morte mais de um milhão de portugueses inocentes, estes sim, patriotas até à mais ínfima fibra do seu ser. Assim, a memória deste monstro será repudiada pelos vindouros e o seu nome só será mencionado como tendo sido um político sanguinário e o maior traidor à Pátria jamais registado na História de um Portugal quase milenar que sempre foi Glorioso, Nobre, Valente e respeitado internacionalmente, até ao amaldiçoado dia em que os portugueses ingènuamente permitiram que tão peçonhenta criatura, sendo esta a verdadeira incarnação do Mal, pisasse o seu Chão Sagrado e nele permanecesse até ao final.
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ResponderEliminarO Sr. José Sousa , de Vilar de Maçada , também tem um percurso notável , estou convencido que será um bom presidente...
:P
lembro as dificuldades que me criou com juros de 40% à cabeça
ResponderEliminardizem que a minha geração anda a comer as reformas do futuro,
mas esquecem que enfiaram na SS mais de um milhão que nunca pagou um avo
é difícil conceber um país onde só as lástimas têm prestígio
o rectângulo vai ter 'um lindo enterro' e o boxexas também
Chulares, sempre!
ResponderEliminarContinue jose!
Parece-me que o Mário Soares terá sido o primeiro político profissional português...e está tudo dito...
ResponderEliminarA conduta deste sujeito pode ser classificada de miserável.
ResponderEliminarOnde páram os contos proibidos?
Ops!...
ResponderEliminarMeus caros,
Com o país a definhar, continuem entretidos com estes "jogos florais".
Quanto à comparação dos regimes, ditadura vs. democracia (que o José tanto gosta), só não vê quem é cego, vesgo, ou então militante de causa própria.
Isto, não invalida, obviamente, a necessidade de eliminar e corrigir os erros cometidos e nos quais Mário Soares é um dos pioneiros e dos principais responsáveis ao que chegamos.
Com o país a definhar, continuem entretidos com estes "jogos florais".
ResponderEliminarO que se trata nestes "jogos florais" foi o que fez o país definhar. E ainda é.
Quanto à comparação dos regimes, ditadura vs. democracia (que o José tanto gosta), só não vê quem é cego, vesgo, ou então militante de causa própria.
Só não vê o quê, ao certo? Que a democracia é melhor? Mas qual? Esta, ou outra? Se outra, qual? Com que democratas? Estes ou outros?
Eu nunca vi aqui o José a afirmar ou sequer a sugerir que ditadura é melhor que democracia, até já vi o contrário.
O que vi e vejo, sim, é o José a afirmar que o anterior regime (particularmente o consulado de Caetano) foi melhor do que este é - não por ter sido uma ditadura, mas apesar. E era melhor porque as pessoas que o compunham e tinham poder punham o interesse do país - dos que governavam e dos viriam após esses - à frente do deles.
O pior cego é aquele que não quer ver e quer tapar os olhos aos outros para que não vejam também...
Na realidade, embora eu nunca tenha lido o José afirmar isso, o que eu concluo do que aqui se publica do passado em comparação com o que eu vejo no presente é que o regime de hoje não é menos dictatorial que o anterior.
ResponderEliminarSe antes havia Exame Prévio com critérios explícitos e, se não me engano, apelável nas instâncias próprias; hoje continua a haver censura mas encapotada, cujos critérios são completamente opacos: quem sabe exactamente qual o critério para um director de informação de uma tv decidir que notícias passa ou qual o excerto de determinado discurso ou intervenção pública de um político mostra?
Se antes nem toda a gente podia chegar ao poder e a maioria não podia influenciar essa escolha; hoje não me parece menos assim: se fosse de facto, porque continuamos com os mesmos incapazes, de manifesta e comprovada incompetência, desde há trinta anos? Quão fácil é a um cidadão independente candidatar-se ao poder executivo?
Se antes o "povo" era reprimido, é-o hoje menos? É mais seguro o povo? É mais feliz? É mais saudável? É mais próspero? É mais culto?
É mais fácil criar família hoje? É mais fácil viver?
Portanto, a questão da ditadura vs. democracia talvez até se ponha. Mas qual é a ditadura e qual é a democracia?
Dantes quem ditava, sabia-se bem quem era e onde estava: em que cidade, rua, edifício, andar, divisão e até cadeira onde estava sentado.
E agora? Sabe-se? É porventura possível vislumbrar mais que uma nuvem da qual por vezes lampejam fugazmente reflexos do poder? A mim não me é de todo.
É muito bonito cantar loas à bela democracia - partindo do princípio que ela existe. Mas pondo os olhos na realidade, a pintura é bem diferente de como a cantam. Na práctica, ainda estou para encontrar alguém que diga concretamente o que ganhámos com ela, por causa dela. E, sobretudo, que me demonstre a principal vantagem a ela atribuída: poder mudar o poder.
Ainda estou para ver isso acontecer e continuo à espera.
Sentado.
Mujahedin:
ResponderEliminarÉ preciso ter algum cuidado nas comparações e essas que faz são globalmente correctas, mas o regime de Salazar/Caetano era um pouco mais "severo" nesses aspectos.
Não havia efectiva liberdade para os comunistas se manifestarem e formarem partidos. Eram presos por isso e a repressão política e policial tinha essencialmente essa tarefa como objectivo.
Tal foi intenso durante todas as décadas do Estado Novo e a partir de 1968 não abrandou muito.
A PIDE/DGS comportava-se como uma STASI em modo muito soft, porque o grau de repressão não previa assassinatos, como a STASI cometia, e as prisões arbitrárias e sem sombra de legalidade não eram norma corrente em Portugal apesar do que os comunistas dizem.
De resto a censura era efectiva nos costumes. Não se comprava a Playboy ou outras revistas do género. Mas em 1974, antes do 25 de Abril já havia por cá revistas que imitavam muito bem, como a Plateia. E tenho uma imagem interessante que conto publicar para demonstrar tal coisa.
Havia filmes proibidos ( Laranja Mecânica, por exemplo.) mas nesse aspecto a Iglaterra também tinha ( e tem).
Para entender a essência do regime de Salazar e Caetano e fazer a radiografica exacta não se pode dizer que não havia diferenças substanciais entre agora e dantes.
Havia, mas essas diferenças são sempre muito exageradas e falsificadas pelos "antifassistas" de sempre, como esse tal Daniel Ricardo agora fez.
E é isso que me chateia.
Não sabem ser objectivos e correctos na análise. Exageram e depois perdem a credibilidade como historiadores.
Bastava abandonarem o odiscurso antifassista e olharem para os dois lados que então havia: o Ocidente e a Cortina de Ferro. Perceberiam num instantinho as diferenças e semelhanças.
Eu compreendo o que quer dizer José.
ResponderEliminarNo segundo comentário estava a dar a minha opinião pessoal - o que me transparece.
Não é para ser entendido como uma comparação precisa entre os dois regimes. Nem tal coisa seria completamente possível porque as pessoas não são as mesmas e acho que isso interessa mais do que a forma dele.
Mas de toda a forma, acho que não estou muito longe da verdade. Hoje tolera-se mais, sim. Mas na minha opinião, apenas porque é conveniente a quem exerce o poder e não mais do que isso.
E a prova é que estes são tão severos, ou mais, a impor a "tolerância", como aqueles o eram a impor a "intolerância".
Para o quê, é ver o caso de Mário Machado. Seria interessante compará-lo com um caso de preso político do regime anterior.
Dantes a Laranja Mecânica era proibida. Hoje é o cabo dos trabalhos para obter um livro de Franco Nogueira, por exemplo. Ou Marcello Caetano. Ninguém o proíbe, é certo (pelo menos explicitamente). Mas que se não arranjam, não arranjam. É até se calhar mais difícil obtê-los hoje do que obter literatura comuna antigamente...
Não queria com isto dizer que redundam ambos os regimes no mesmo. Mas apenas que este tem mais em comum com o que se aponta de pior naquele do que parece à primeira vista... Sem ter o melhor.
O caso de Mário Machado mistura duas coisas e só uma delas faz sentido para justificar a prisão: crimes de foro comum.
ResponderEliminarMas que deu jeito prendê-lo lá isso deu. E os PRP também cometeram crimes desses, foram julgados e amnistiados. Porque eram de esquerda. Da boa.
A Isabel do Carmo até é pediatra.
Mas temos de reconhecer que o ambiente antes do 25 de Abril era...pesado. É essa a melhor forma de o situar.
ResponderEliminarDe tal modo que na semana seguinte encontrei um padre, amigo meu, anticomunista de sempre e ciente do regime que me disse: sabes, isto estava muito comprimido e não havia maneira de mudar.
E foi mesmo assim.
Foi pena o Caetano ser caturra demais.
Plateia igual a Playboy? Só no seminário onde o José andou.
ResponderEliminarE: a expressão com que quer rematar é "o tempora, o mores"
Mirza:
ResponderEliminarVai já ter resposta na página...
Ah! E outra coisa: a severidade não viria muito do facto de o regime se sentir ameaçado, como de facto estava?
ResponderEliminarVeremos como se comporta este quando lhe suceder o mesmo.
Podemos tirar exemplo pela América: as liberdades encolhem a cada dia e Act que passa. O estado espia tudo e todos. Os militares poderão em breve, se o não podem já, deter qualquer cidadão suspeito de terrorismo.
Veremos.
Se havia compressão ou não, já não sei. Se era pesado o ambiente, parece-me lógico, ou não estivesse o país em guerra...
Não, não era bem isso. Era outro tipo de peso.
ResponderEliminarAs pessoas sentiam que não podiam falar abertamente de algumas coisas. Não era de bom tom vociferar contra o regime numa reunião pública. Todos sabiam isso. Portanto, não se falava mal do regime nessa altura, embora se pusessem grandes esperanças na Ala Liberal e por exemplo em...Veiga Simão. Sim, era citado por aqueles que não podiam dizer mal do regime mas não eram comunistas.
O meu pai, por exemplo, fez um pequeno discurso sobre a Educação, em 1971, em público, onde manifestava esperanças na renovação. E isso caía bem e não era censurado.
Porém, o ambiente geral era pesado. O melhor exemplo que posso dar é o do "golpe das Caldas".
Lembro-me de saber desse golpe, semanas antes do 25 de Abril, pelos jornais do dia seguinte e que relatavam o acontecimento noticiando a prisão dos sediciosos.
Lembro-me bem de pensar " estes indivíduos estão lixados. Nunca mais vão sair da prisão".
Era assim.
Por outro lado, era incómodo pensar que lá fora havia maior abertura de costumes e por cá, a censura não deixava que publicações como a tal Playboy se vendesse livremente nos quiosques.
Lembro-me que uma das coisas notáveis do 25 de Abril foi essa explosão de publicações de natureza libertina. Algumas até demais....
É sobre isso que vou escrever o próximo postal. Só me faltam duas imagens da Capital e do Diário Popular com as "page three girls"...que também as havia por cá.
Quanto à Plateia tem razão o Mirza: o número que tenho por aqui é de Agosto de 1974. Não serve de exemplo embora as figuras o pudessem servir. Ahahahah.
O primeiro contacto que tive com uma revista desse género foi com uma imagem de um desenho que apareceu na revista francesa Lui. Uma rapariga nuinha da silva, bem desenhada e de formas apetitosas...
ResponderEliminarO desenho tinha sido trazido de França por um emigrante, aí por 1970 ou coisa que o valha. Tenho esse desenho recolhido na net porque me lembro muito bem dele...aahahah.
Tirou-me a inocência de algumas coisas, quando ainda era bem jovenzinho. Não foi grave, mas marca uma pessoa. No bom sentido, penso eu de que...agora.
Ainda a propósito da dita corrupção.
ResponderEliminarHavia coisas que não necessitavam de luvas mas que eram absoluta mentira.
Estou-me a lembrar dos ditos bairros sociais. Aqueles com moradias lindíssimas que foram construídos um pouco por toda a parte- em Lisboa, perto da Av. da Igreja, por exemplo; na Linha etc- eram todos para famílias conhecidas e com dinheiro.
O social era isso- construção para apaniguados do Estado.
Porque Portugal era a aldeia que ainda é. O Estado era uma mini aldeia de famílias conhecidas.
ResponderEliminarNós até brincávamos e dizíamos que cabia todo na loja do meu avô.
Não cabia mas eram todos clientes, por famílias conhecidas.
O fenómeno mantém-se com a diferença que as famelgas se multiplicaram, são mais chungas e sacam a sério e sem escrúpulos nem vergonha.
o Batista Bastos não tem casa "social"? Há diferenças?
ResponderEliminarEssa corrupção era a corruptela que hoje é mato.
ResponderEliminarahahaha
ResponderEliminarMas eram bairros inteiros de brutas moradias.
Não tem mesmo comparação, José. Nesse caso não tem.
Porque nem era preciso qualquer treta de pretexto de chover em casa para ter casinha camarária.
Eram bairros inteiros de moradias lindíssimas construídos como "bairros sociais".
Ainda existem, são do melhor de urbanismo que ainda temos.
E não era corrupção. Aí é que está a diferença.
ResponderEliminarNão era tirado a ninguém, nem ninguém precisava de dar a luvas a alguém para viver num bairro social do Estado Novo.
Eram para famílias conhecidas, perto do Estado.
Acho que nem havia lei para concurso. Sei que conheci bem essas moradias e ainda tive algumas colegas de colégio.
Agora alguns desses bairros já passaram de mão e até sei de um na Parede, construído nos anos 60, onde agora se compra ou aluga andares catitas.
ResponderEliminar"Podemos tirar exemplo pela América: as liberdades encolhem a cada dia e Act que passa. O estado espia tudo e todos. Os militares poderão em breve, se o não podem já, deter qualquer cidadão suspeito de terrorismo.
ResponderEliminarVeremos."
Isto sim é o mais puro fascismo!
Com o carimbo democrático, um diploma da paz e com muita admiração pelo sr. Soares da figura que asfixia a liberdade dos americanos
Muito sinceramente nem sei qual a figura legal em que estavam abrangidos.
ResponderEliminarNa volta eram mesmo bairros para funcionários do Estado.
Mas chamavam-lhes bairros sociais, as moradias com jardim eram (e ainda são) lindíssimas, com os típicos baixos-relevos na fachada.
Eram mesmo bairros para funcionários do Estado. Havia disso por cá, também. Não era corrupção nenhuma.
ResponderEliminarE as casas eram bem construídas, mas modestas. Os ferroviários tinham direito a casas em bairros, nas grandes localidades onde passavam os combóios e descarregavam mercadorias.
ResponderEliminarE outros funcionários. Basta atentar nas casas dos guardas florestais: nos melhores sítios do monte, com vista soberba.
Mas não eram casas para atribuir aos batistas bastos...
ResponderEliminarSim, havia de tudo. Também existiam bairros sociais como o Caramão da Ajuda.
ResponderEliminarMas esse por trás da Av. da Igreja nunca entendi a que título era social. Porque eram mesmo brutas moradias com jardim e só la vivia gente com dinheiro.
De um modo geral toda a construção era excelente.
ResponderEliminarA melhor arquitectura que temos foi a do Estado Novo.
O da Madre de Deus também era social.
ResponderEliminarMas esse sim, sendo muito bonito e também com moradias, ainda tinha um tipo de população popular, absolutamente diferente do de Alvalade. Entre a Av da Igreja e a dos Estados Unidos da América.
Mas não deixa de ser curiosa a regressão nacional.
ResponderEliminarMesmo os bairros sociais populares, hoje em dia são dos mais caros e de luxo.
Dos guardas florestais eram um espanto.
ResponderEliminarTem graça falar nisso porque ainda no outro dia me lembrei que gostava de encontrar um local na Serra de Sintra, para os lados da Malveira, onde fazíamos piqueniques.
Tinha a casa do guarda, uma moradia linda. E eles, ao fim da tarde, punham as correntes e "fechavam a serra". Uma vez ficámos lá por esquecimento das horas.
"Na volta eram mesmo bairros para funcionários do Estado."
ResponderEliminarCara zazie
Eram sim senhora, bairros sociais, mas à moda do Estado Novo.
Não eram só para funcionários públicos, havia também uma cota para privados que se candidatavam em concursos à sua aquisição.
A Zazie condiderar hoje que aquilo eram bairros de luxo, é uma boa demonstração do estado a que chegámos.
Eram urbanizações condignas, tecnicamente muito bem executadas, a maior parte das vezes constituídas por moradias geminadas, com um pequeno pátio e jardim, mas com uma grande austeridade de dimensões e acabamentos.
Só que, comparando com que este regime passou a fazer, que foi construir bairros sociais (alguns assinados por arquitectos de “renome”), em que é óbvia, a intenção de marcar com um ferrete os seus habitantes, é fácil, para quem não conheça alguma história do urbanismo em Portugal, olhar para esses antigos bairros e imaginar que eram bairros de privilegiados.
Cara zazie, não eram não.
Eram mesmo casas para gente humilde e trabalhadora.
Os quarteirões de prédios entre a Av. da Igreja, a FNAC e a Av. EUA tinham origem e objetivo diferente.
.
FNAC não!
ResponderEliminarQueria dizer FNAT (actual INATEL)
Mentat.
ResponderEliminarNão percebeu do que eu estava a falar.
Conhece o bairro que fica por trás da Av. da Igreja e que depois vai ter à Av. dos Estados Unidos?
Onde até havia e ainda há embaixadas?
Eu estava a falar disso e isso era e é de luxo.
Ponto final.
V.s não são de cá e confundem tudo.
Eu sei o que eram os bairros sociais par pequena burguesia.
Mas estes eram para alta burguesia.
Passo-me com a mania de se falar por chavões.
ResponderEliminarPara que é que v. achou que me ia ensinar a que classe social pertenciam as pessoas que eu conheci, em directo, por serem vizinhos, na minha adolescência?
Acha que faz sentido? V. conhece por ouvir dizer e ler. Eu conheço por ter convivido.
Depois do jantar até íamos passear com os cães para aí.
E todas essas moradias tinham brutos cães de guarda e eram literalmente de luxo.
Não sei que tipo de funcionários as conseguia ter. Mas sei que tinha placa a identificar como bairro social.
Por falar nestas coisas- estou a limpar uma estante e encontrei agora uma revista "Alma Nacional" de Abril-Maio de 1945.
ResponderEliminarTem fotografia absolutamente impressionante de manif no Terreiro do Paço de apoio a Salazar pela neutralidade.
E discursos muito giros onde se fala das "colónias" e do "ministro das colónias".
E também estou agora a guardar as "Notícias Culturais" do mesmo ano, que era editada pela "Secção Cultural da Legação da Alemanha"
ResponderEliminarEra da minha tia freulein, de certeza
ahahahahaha
E a Buchergilde de 48 que, num dos números, tem um desenho do van Gogh
ResponderEliminarTambém se vendia por cá, pelos vistos.
ResponderEliminar"Conhece o bairro que fica por trás da Av. da Igreja e que depois vai ter à Av. dos Estados Unidos?"
Perfeitamente.
Namorei com uma rapariga que morava aí.
E quase que namorei com outra que morava naquela rua que contorna a Igreja e que vai dar aquela Av. que liga o Areeiro à Rotunda do Relógio.
Nesse tempo fassista havia pessoas que davam mais valor ao mérito do que às origens sociais.
Posso não ser de "boas famílias" mas não sou assim tão ignorante.
Se lá dizia bairro social, não me lembro.
Mas não tenho aqui os meus apontamentos, onde possa confirmar.
Mas se não me engano eram bairros construídos com o dinheiro que tinha que ser rentabilizado pelo Estado para pagar as pensões e as reformas.
Por que eu ainda sou do tempo em que os descontos para o que se chama agora TSU tinha duas parcelas.
Uma dessas tinha que ser investida em património que desse rendimento.
.
Bem, quem veio aqui dizer que esse bairro ficava junto à FNAT e era de gente do povo, foi o Mentat, não fui eu que chamei ignorante a ninguém e que disse que era sintomático hoje tomar-se esse bairro por bairro de luxo.
ResponderEliminarE não, creio mesmo que o Mentat não faz a menor ideia do que estou a falar.
Posso mandar-lhe a imagem pelo Google.
É que dizer que eram casas de "gente humilde e trabalhadora" é para rir.
Parece-me que nenhum de nós faz ideia do que o outro está a falar.
ResponderEliminarMas o bairro que fala é aquele onde havia o 10A certo?
Ou antes o 10A estava na rua que ligava a Av. da Igreja à Av. dos EUA.
ResponderEliminarDizer que é "sintomático hoje tomar-se esse bairro por bairro de luxo", não é chamar ignorante a ninguém.
ResponderEliminarÉ mesma coisa que dizer que naquele tempo para se pertencer ao quadro de honra dum liceu (e ter o nome no jornal), bastava ter média de 13.
Agora é preciso ter média de 20 para entrar nas universidades.
O que se considera agora luxuoso, pela localização e dimensão, era quase trivial.
Eu nasci numa casa perto do Areeiro com 7 assoalhadas e os meus Pais não eram ricos.
O 10 A?
ResponderEliminarQue é isso?
Praticamente nem passavam carros lá.
Eu sei onde é. Brinquei nessa zona durante muitos anos.
E eu é que comecei a falar disto, o Mental veio cá e estropiou tudo o que eu disse, para me explicar que eram bairros de gente humilde.
Humilde o tanas. Esses eram outros. Havia bairros ricos, para ricos que creio terem também comparticipação estatal, pois estava lá escrito.
E isto foi apenas um à parte para acrescentar que em muitas coisas onde era meio pequeno e nem havia nada de concursos ou cenas do género, as facilidades por encosto não precisavam de corrupção.
ResponderEliminarHoje precisam porque são muitos mais ao osso e em bandos rivais.
e porque também há uma data de modernidades europeias onde tudo tem de ser "democrático".
Dantes não. Eram nomeações por confiança. As mordomias não necessitavam de luvas e as pessoas tinham mais dignidade.
Mas lá que havia bruto encosto estatal, havia.
Mentat. o Mentat veio falar ao lado do que eu falei.
ResponderEliminarMais nada.
E o que é isso do 10 A?
ResponderEliminarNão sei. Se é autocarro, está bem enganado porque aquilo são ruas pequenas, completamente sossegadas e apenas para moradores.
E não, não é dizer o mesmo que 13 da altura é agora 20.
ResponderEliminarÉ dizer que era bairro de gente rica. Rica dantes, rica em qualquer altura.
Mais acima era a rua das moradias com piscina.
O 10A era um bar.
ResponderEliminarEsse bairro era um investimento do Estado pelos motivos que já lhe expliquei.
Os bairros sociais mais "humildes" mas hoje cheios de moradias de luxo, eram o Bairro da Encarnação, outro que ficava por trás da Igreja de São João de Deus, o Bairro de S. Miguel, etc.
São bairros onde se deu ascensão social?
Pois são.
Não confunda isso com o Estado Novo "estratificar" a Cidade por classes.
.
.
Não havia lá bar algum.
ResponderEliminarEstou a falar de casas entre a Rio de Janeiro e Estados Unidos da América mas na direcção da Av do Aeroporto.
Nem sei se se pode considerar bairro social. Tinha placa e as moradias eram todas iguais. Mas só podia ser para corpo diplomático ou algo no género.
Mas eu não falei desses. Ainda que a Encarnação não fosse bairro para "gente humilde".
ResponderEliminarE não falei em ascensão social.
ResponderEliminarQuem vivia lá era rico há muitas gerações.
V. repete chavões sem necessidade alguma.
Eu falo de alhos e v. vem com bugalhos.
E também não falei em "estratificar a cidade".
ResponderEliminarO Mentat hoje deu-lhe para inventar o que os outros dizem.
Eu disse e repito- havia encosto que não precisava de luvas porque era mesmo assim.
O exemplo de algumas dessas construções foi um detalhe.
«Esse bairro era um investimento do Estado pelos motivos que já lhe expliquei.»
ResponderEliminarQual bairro?
Que motivos?
Que investimento?
Não sei e o Mentat também não sabe porque nem sabe onde fica
Vai aqui uma certa confusão sobre o B.º de Alvalade.
ResponderEliminarO bairro de moradias entre as Av. Dos E.U.A., do Rio de Janeiro, Av. do Aeroporto e D. Rodrigo da Cunha não e bairro social coisa nenhuma. Todavia, dum lado e doutro da Rua D. Rodrigo da Cunha e nalgumas pracetas adjacentes a N desta rua há casas de renda limitada. As próprias casas ao longo da Av. do Rio de Janeiro me parecem de renda limitada, tal como as que ficam entre a Av. da Igreja e o campo da FNAT.
O que se fez na urbanização do bairro de Alvalade em Lisboa havia de ser exemplo de integração de estratos sociais, em vez da javardice que se fez em Chelas com risco condizer do Taveira.
Numa das moradias acima da Av. Do Aeroporto morava o prof. Marcelo Caetano.
Pois deve haver mesmo uma grande confusão.
ResponderEliminarEu estava a falar da pequena urbanização onde fica a rua Viana da Mota. Entre a Domuingos Bontempo e a Rio de Janeiro. Por trás da Av. dos EUA.
Até servia para se fazer atalho, vindo da Rio de janeiro. Depois passava-se por uma escada de um prédio da AVU e fica-se perto da do Aeroporto.
Também não sei se era todo bairro social ou de casas económicas.
Mas lembro-me perfeitamente de uma placa numa das casas, logo à entrada de quem vem da Rio de Janeiro que dizia algo semelhante a habitação económica.
E eram moradias lindas e de média/alta burguesia.
E sim, da Av Rio de Janeiro e D. Rodrigo da Cunha havia de renda limitada.
ResponderEliminarMas a que propósito aí, na Viana da Mota havia placa a dizer semelhante e lembro-me até de falarmos disso, não sei.
Sei que tinha essa indicação. Não inventei.
Na altura até chegámos a andar à procura de moradia e falou-se disso.
Porque era difícil conseguir encontrar moradia para alugar, assim espaçosa e com jardim.
Na Av. Rio de janeiro, sim, eram pequenas casas de renda limitada e para pequena burguesia.
ResponderEliminarE era e é lindo.
As galveias também foram invenção dessa altura e já em 73 tinham ateliers para artistas
O atelier dos Coruchéus depois até ia dando porrada por disputa entre artistas.
ResponderEliminarE vem do Estado Novo- construção de ateliers para artistas.
Mentat:
ResponderEliminar"(...)Os bairros sociais mais "humildes" mas hoje cheios de moradias de luxo, eram o Bairro da Encarnação, outro que ficava por trás da Igreja de São João de Deus, o Bairro de S. Miguel, etc.(...)"
Como disse? Bairro de S. Miguel mais humilde? Bom, para quem nasceu e cresceu e regressou a ele muitos anos depois o adjectivo é, no mínimo, completamente despropositavo. E falso. Havia uma miscelânea de classes, sim, talvez porque as casas das porteiras (excelentes) estavam ocupadas pelas famílias das ditas, que partilhavam com a "classe Alta" a melhor Escola Primária Pública de Lisbos (aliás Escola-Modelo), a nº 24, que ainda hoje é uma saudável mistura de classes 8pode dizer-se isto?), mas com uma enorme prevalência de Albuquerques e Vasconcellos.
Andaste na Escola Primária Teixeira de Pascoaes?
ResponderEliminarEu andei- estava lá quando foi a inauguração.
E é verdade isso das porteiras. De tal modo que me lembro que a única sacanita que me vencia em corridas no recreio era a filha de uma porteira de um prédio em frente.
e sim, havia toda a mistura de classes, de forma muitíssimo saudável.
Eu adorava essa escola. Nem queria ir para o liceu para não a deixar.
A nº 24 acho que era outra. A minha era mesmo a do Bairro das Estacas
ResponderEliminarVocês tiveram sorte nessas escolas. E ainda bem. A minha era mesmo de aldeia, mas com uma categoria que um dia destes tenho que expôr aqui, em homenagem à minha professora primária, D. Isabel Ferreira de Sousa, vinda de Palmeira ( Braga) e que aterrou na minha terra e nunca mais de lá saiu até morrer ( a campa dela fica mesmo à beira da do meu pai).
ResponderEliminarEssa homenagem em forma de História desse tempo de escola primária tenho que a fazer aqui, um dia destes para mostrar como era o ensino primário de então.
Olá aos dois.
ResponderEliminarPois Zazie, a 24 era mesmo dentro do Bairro de S. Miguel.
Quanto à da Teixeira de Pacoaes andou lá o meu terceiro rapaz na Pré-Primária há uns anos, uma das poucas escolas públicas com esse ensino grátis e de grande qualidade, ah pois ;)
Pois José, saia o poste. As professoras primárias (pelo menos a minha)merecem a homenagem, todos os dias :)