Na SICN, um deputado do CDS- Magalhães- e um do PCP-Bernardino- debatem vários assuntos e um deles, fatalmente, a nacionalização do BPN.
O deputado Magalhães, jurista e o deputado Bernardino, idem aspas, discordam. O deputado Bernardino não concordou com a nacionalização. "O PCP foi o único partido que votou contra", diz fazendo jus à doutrina fossilizada em 1920.
O deputado Magalhães, alter ego do deputado Montenegro, acha e voltou a achar que foi uma boa medida a nacionalização. Por causa de um motivo que repetiu com a gravidade dos motivos ponderosos: havia risco de contágio a outros bancos. E repetiu assim pouco convicto: havia risco de contágio a outros bancos. Duas vezes, sem pestanejar muito.
Ora Magalhães é deputado há muito. Rato velho, como costumam dizer os do costume. Magalhães acreditou mesmo no "contágio"? Ou alguém lhe fez acreditar na vantagem do contágio como risco?
É que na altura havia mais gente a afastar o risco de tal contágio como efeito necessário de uma insolvência requerida e ajustada. Porque não deram ouvidos a esses peritos, tão competentes como os demais?
É uma pergunta muito difícil de responder porque as consequências da opção traduziram-se em vários milhar de milhões de euros. Pagos por todos nós.
Como é que se justifica que esses deputados, Magalhães, Montenegros e tutti quanti, com excepção dos jovens fósseis do PCP, tenham embarcado na aventura da nacionalização e não tenham ponderado devidamente o oposto, como por aqui se escreveu em tempos?
No domínio da gestão de Oliveira e Costa ( preso em casa com pulseira
electrónica) o "buraco" era da ordem dos 1,8 mil milhões de euros.
Actualmente, o DN estima que pode chegar aos 8,3 mil milhões.
Antes, segundo Miguel Cadilhe, a gestão de Oliveira e Costa, provocou
prejuízos que teriam solução se o BdP, dirigido então por Vítor
Constâncio, tivesse apoiado o plano de reestruturação. Não apoiou e
contribuiu activamente para a nacionalização ocorrida em Novembro de
2008.
Segundo justificação da época essa intervenção do Estado, decidida por
José Sócrates, Teixeira dos Santos e com o apoio de Vítor Constâncio,
deveu-se ao perigo de "risco sistémico", ou seja ao efeito de contágio
aos demais bancos, com o fantasma de um prejuízo gigantesco de 20 mil
milhões de euros...
Na altura esse perigo de contágio foi assumido como um risco económico.
Miguel Cadilhe é peremptório em afirmar que a decisão foi apenas
política e o tal risco sistémico um pretexto para a justificar. Na
altura, os economistas já sabiam que a queda do BPN não provocaria tal
efeito por uma simples motivo: o banco não tinha outros bancos como
credores, porque "era um banco pequeno e já era conhecido por não ser de
confiança" ( Soares de Pinho). Para além disso, a sua quota de mercado
era na altura de 2%. Noutros países faliram bancos que tinham quotas de
mercado mais importantes e tal não acarretou qualquer colapso sistémico.
Quando vejo o deputado Magalhães a falar como falou, desconfio que há ali gato escondido com um rabo muito felpudo de fora...
É UMA REGRA DA DEMOCRACIA:
ResponderEliminar- Um ministro das finanças que dê abébias a certos lobbys tem a vida facilitada... pelo contrário, um ministro das finanças que queira ser rigoroso, tem de enfrentar uma (constante) tempestade política.
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--->>> Com um MINISTRO DAS FINANÇAS RIGOROSO não teria sido 'enfiado' ao contribuinte a nacionalização do BPN, a nacionalização de sistemas piramidais em ruptura acelerada, PPP's, SWAP's, etc...
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-> Os lobbys que se consideram os donos da democracia - os 'cavadores de buracos' -, com os seus infiltrados em todo o lado (sim, em todo o lado!), isolam e atacam todo e qualquer ministro que queira ser rigoroso, e que não lhes dê abébias para andar a 'cavar buracos' sem fim à vista...
- Obs. 1: Manuela Ferreira Leite (quando era ministra das finanças) quis impor algum rigor nas finanças públicas... consequência: os 'cavadores de buracos' puseram o país inteiro a cantarolar a cantiga «Há vida para além do deficit».
- Obs 2: ao querer impor um certo rigor... o ministro das finanças Vítor Gaspar foi isolado (e atacado por todos os lados) pelos 'cavadores de buracos'.
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O CONTRIBUINTE TEM QUE SE DAR AO TRABALHO!!!
-> São raros os ministros que possuem a capacidade de resistência do ministro Vítor Gaspar... leia-se: O CONTRIBUINTE TEM DE AJUDAR NO COMBATE AOS LOBBYS QUE SE CONSIDERAM OS DONOS DA DEMOCRACIA!
-> Por um sistema menos permeável a lobbys, os políticos deverão ser obrigados a fazer uma gestão transparente para/perante cidadãos atentos... leia-se, temos de pensar em bons mecanismos de controlo... um exemplo: "O Direito ao Veto de quem paga" (vulgo contribuinte): ver blog 'fim-da-cidadania-infantil'.
deveria dizer:
ResponderEliminar'rabo escondido com ps e amigos de fora'
o 'risco sistémico' era para o pilim dos amigos
preferi não conhecer pormenores ao descobrir que em tempos ouviram uns zum-zuns
o pres. da SLN é actual GM do GOL
(a mania das grandezas ou a pulga que pensa ser elefante)
O Cadilhe, neste caso como quando citam MFL, não é/foi o que avisou a tempo... Os do phoder do momento estavam nas boas graças dos Zés Albertos e Marcelinos, mais as Lourenços e tutti quanti, nem se ouvia o Chulares, jose...
ResponderEliminarPor acaso, mesmo, até vi esse debate e pasmei com o Magalhães. Então o Portas questionava sempre o sinistro dos Santos até onde iria o buraco do BPN, que o Portas himself atirava para 3MM, e o CDS aceitou a nacionalização com previsão tao por defeito?
Cheira a esturro...
A maçonaria deixar nacionalizar o que lhe dava lucro?O estado a que isto chegou não é devido ao zé povinho que vivia acima das suas possibilidades.É sim culpa dos corruptos e traidores que nos têm desgovernado ao andarem a polir pedras para fazer cá dentro depois da entrega de tudo o que tinha preto o primeiro sobado da Europa...
ResponderEliminarNunca percebi o que se passou com o BPN, mas na garagem guardo vários jornais da época para um dia rever.
ResponderEliminarMiguel Cadilhe apresentou nessa altura um plano de recuperação e repetiu que a nacionalização foi um erro. Consta que o famigerado buraco do BPN aumentou e muito durante o processo de nacionalização.
A SLN, agora grupo Galilei, ficou com 3 ou 4 mil milhões em activos que teriam atenuado e muito o buraco que o BPN deixou nas contas do Estado.
Nunca ninguém investigou isto ao pormenor e creio que a verdade não se saberá tão cedo.