Álvaro Cunhal em 1972 concedeu uma entrevista a uma emissora clandestina- Emissora Rádio Portugal Livre-onde explica, dois anos antes de 25 de Abril de 1974 as suas ideias fossilizadas no comunismo mais tradicional e soviético.
O semanário O Raio que se publicava na Covilhã, em 1 de Agosto de 1975 publicou essa entrevista que muitas pessoas não conheciam.
O que Cunhal diz na entrevista é o cardápio de conceitos comunistas que dois anos depois foram postos em prática na linguagem corrente da novilíngua política que tomou de assalto os media portugueses. Estão lá todos, já, os ingredientes do PREC. Está lá toda a panóplia conceptual e linguística que tomou conta do discurso corrente e pegou de estaca na linguagem comum. "Fascismo", "monopólios", "natureza de classe", "colónias" , "imperialismo". Só falta "reaccionários" porque foi palavra que apareceu depois do 25 de Abril de 74, naturalmente...
Torna-se muito curioso ler Cunhal a esportular ideias sobre Economia e a dizer que "só a guerra colonial custa mais de 12 milhões de contos anuais". E que tal constituía um "travão ao desenvolvimento económico". Passado um pouco mais de três anos, Portugal, com o PCP e o PREC, sem guerra colonial e sem o gasto dos tais 12 milhões de contos anuais, estava na bancarrota. Apesar de o PCP ter conseguido o objectivo de nacionalizar a banca, seguros e indústria mais significativa. Fenómeno tão extraordinário precisava de explicação do guru do comunismo fossilizado e então, mas nunca ninguém se lembrou de lhe perguntar tal coisa nas sucessivas entrevistas que li e tenho guardadas ( e conto publicar para comemorar dignamente o centenário de tal figura parda dos fósseis ideológicos do Portugal contemporâneo).
Curioso ainda como ninguém se lembrou de perguntar aos actuais Armenios e Silvas, ( este, empregado do BES que lhe paga o ordenado por inteiro...) e Jerónimos como é que tal fenómeno se verificou...e com é que, sendo minimamente inteligentes, não tiram as ilações devidas.
No mesmo número desse jornal havia ainda um artigo sobre...António Champallimaud e que era um documento que o mesmo produzira para apresentação numa assembleia do banco Sotto Mayor, ainda antes das nacionalizações, em Outubro de 1974. Champallimaud descreve a situação portuguesa na época, o papel do governo de Marcello Caetano que considerava ser responsável pela situação criada com o 25 de Abril de 1974 por " o Governo dito fascista, mas que na ocorrência classifico antes de monopolizador e egocentrista, teimou em manter os primados do dogma da infalibilidade do Poder e da ideologia política intervencionista, com prejuízo dos da eficácia, da experiência, do saber e da vocação controlado, negando até ao final dos seus dias a licença solicitada. " A licença a que Champallimaud se refere era a autorização para fundar...um banco de investimento.
Esta entrevista de Cunhal com as ideias comunistas fossilizadas até à medula e a perspectiva completamente contrária de Champallimaud traçam o retrato de Portugal entre o 25 de Abril de 1974 e o PREC que se instalou e venceu aquele.
Resta analisar os efeitos concretos destas duas formas de ver Portugal e o mundo. Analisar a frio e ver quem tinha razão.
Cunhal continua por aí, vivinho da silva nas ideias fossilizadas do Arménio e do Jerónimo, agora acolitado por essa inteligência tipo Silva que de empregado do banco BES, certamente tributário das ideias de Champallimaud, anda por aí a destruir o que a UGT conseguiu de melhor: separar-se dos fósseis comunistas.
Não obstante estas ideias deverem ser discutidas publicamente e com clareza, o PCP e a Esquerda em geral , principalmente o Bloco, andam a iludir as pessoas há um ror de anos, tentando fazer de mortos para que ninguém repare que estão ainda fossilizados nesta ideologia desgraçada.
É assim e por isso que a Esquerda em geral ganha eleições: porque não se discutem modelos concretos de Economia e opções político-ideológicas. São todos democratas, antifassistas e adeptos da economia de mercado paralelo, assistida principalmente pelo Estado. Precisam disso e não mudam o sistema porque são...reaccionários.
Ao contrário do que alguns podem entender, esta temática continua actual e a prova reside na circunstância de o PCP continuar a acreditar nas mesmíssimas ideias de há mais de 40 anos ( como demonstra a entrevista a Cunhal de 1972) e no último número da revista O Militante ( Maio/Junho 2013) publicar uma série de extractos de discursos de Álvaro Cunhal, reveladores de uma ideologia completamente fossilizada no marxismo-leninismo mais ortodoxo.
A explicação do 25 de Abril de 1974 vista pelos comunistas portugueses é assim:
Esta História romanceada do 25 de Abril de 1974 em que o povo aparece como herói idealizado por Cunha, essencialmente por motivos ideológicos tem ainda alguma coisa que se lhe diga.
Esta foto de uma dupla página do Diário de Lisboa de 27 de Abril de 1974 di-la eloquentemente: não há uma única bandeira do PCP ou de qualquer outro partido, à vista nas manifestações genuínas e espontâneas que surgiram no dia a seguir ao 25 de Abril de 1974.
Quem capturou depois este "povo" foi, como não poderia deixar de ser, a propaganda comunista como disso dá amplas provas a história contada pelos mesmos, no O Militante destes últimos dois meses. E nem foi preciso muito tempo: dali a dias estava no papo, como se pode ver pelas fotos da manifestação do 1º de Maio, momento do início do PREC. Depois disso, em vez de serem os comunistas a comerem criancinhas ao pequeno-almoço passou a ser a Revolução que "devorava os seus filhos". E isto dito com a maior das seriedades ideológicas, por estes "democratas".
na OPINIÃO de barreirinhas éramos todos fascistas, imperialistas, reacionários, capitalistas (ele também morava na capital, e o de estado não é capitalismo), Melos e Champalimauds
ResponderEliminardeixou o rectângulo na miséria a título definitivo
a banditagem do pcp não conseguiu partir os dentes à reacção (gostava de conhecer o seu dentista)
actualmente, desdentada, arrasta-se penosamente pelas ruas ... da amargura
'cão que ladra não morde'
'quem não tem cão caça com gato'
"Torna-se muito curioso ler Cunhal a esportular ideias sobre Economia e a dizer que "só a guerra colonial custa mais de 12 milhões de contos anuais"
ResponderEliminarMas agora os comunistas não fazem as contas aos custos da actual colonização africana.Que consideram um enriquecimento...
Mas quem trai uma vez trai sempre certo?
Mas a doutrinação conseguida com o ir à sede todos os dias e receber o controleiro a toda a hora ao estilo dos muçulmanos tem conseguido dos seguidores comunistas verdadeiros milagres:a feitura do Homem Novo e agora mulato...quer-se dizer vão africanizando...
ResponderEliminar"São todos democratas, antifassistas e adeptos da economia de mercado paralelo, assistida principalmente pelo Estado."
ResponderEliminarDe que país fala (escreve) o José? Então não é todo o sistema empresarial e económico actual que tem vivido na dependência do estado? onde vê o José, a "esquerda infiltrada" no BPN, BPP, PPP, etc., etc..
Posso até concordar com o José, com alguns pormenores relativos ao PCP. Mas, o regime do pós-Abril não se resumem nem acabam na experiência de fixação do José.
Como diria um beneficiário do regime: "há mais vida, para lá da experiência frustrada do PCP em democracia".
Um governo endividado é um governo tem uma dívida que representa um sexto das despesas do estado. Gostei desta. Gaspar é comunista, muito comunista.
ResponderEliminarEntão o Champôlimão queria um "Banco de Investimento"? Hummmmm
ResponderEliminarDaqueles que andam por ai á solta a atormentar a economia com os seus produtos tóxicos.
Roubar ao pobres para dar ao ricos também não é solução nenhuma.
Se o Marcelo Caetano recusou fez ele muito bem.
Nem Banqueiros nem Cunhais....
São ambos tóxicos...
Carlos :
ResponderEliminarNão é fixação apenas. É também uma achega para reflexão sobre o que não vejo reflectido. O discurso dominante é o que V. enuncia: o PCP já não conta para nada e é passado.
Não é e vou demonstrá-lo com a revista O Militante, deste mês.
O Champallimaud queria mais que isso: queria fazer o que o PS e o PSD agora querem: liberalizar a economia tornando-a mais liberta do Estado. Há quem chame a tal coisa ultraliberalismo, mas isso é motivo de discussão.
ResponderEliminarPelos vistos o Marcello era mais social-democrata do que ultra-liberal...
ResponderEliminarO Champalimaud depois de Gulbenkian só foi o maior benemérito que Portugal já teve e resto são cantigas de embalar que a esquerdalha muito gosta para seduzir o povão.
ResponderEliminarMarcello Caetano era inteligente mas n era corajoso.
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarA importância e influência que o PCP ainda vai mantendo, é proporcional ás causas que o alimenta. E neste aspecto, penso que concordará, os últimos governos têm dado alimento que chegue. A melhor forma de desmascarar a ideologia do PCP é dar-lhes oportunidade de liderança. Aí, vem logo ao de cima a prepotência da sua lógica de poder.
Lembra-se certamente do período do PREC, em que, curiosamente, era uma outra esquerda de deu luta, cara a cara e até corpo a corpo, contra aquilo a que chamavam de social-fascismo (até o CDS era socialista). No entanto, hoje, há ainda quem não queira perceber as diferenças entre os vários movimentos e correntes da esquerda, alguns das quais têm evoluído para uma relação de vivência democrática.
Querer reduzir as virtualidades da democracia à existência de um partido como o PCP, é redutor e perigoso.
Portugal é um país altamente socialista e centralizado no tempo da outra senhora era centralizado mas sabiam respeitar a propriedade privada.
ResponderEliminarPoliticamente o povo ainda é muito impreparado para perceber as várias ideologias e as manhas dos partidos mas há quem diga que anda por aí uma geração que é a mais bem preparada de sempre, eu discordo.
Carlos: o PCP queixa-se e provavelmente com razão de quem tem sido preterido nos media actuais.
ResponderEliminarEm favor de quem? Do Bloco, essencialmente.
Porém, o PCP devia ser preterido e mais que isso: pela lógica que ilegaliza os partidos fascistas, ilegalizado também enquanto defender uma ideologia comunista ortodoxa que já não vigora em parte alguma do mundo, a não ser a Coreia do Norte.
Portanto, ou o PCP mudava, tornando-se social-democrata ou acabava ilegalizado como os tais fascistas. É isto que defendo que seja publicado para ver a reacção dos mesmos.
Não defendo que não haja partido comunista. Defendo apenas que um partido comunista estalinista não tem lugar no mundo ocidental actual.
Em França, o PCF é parecido mas nem tanto.
José,
ResponderEliminarHoje, percebo o que diz em relação ao PCP e julgo até, que já estivemos em melhor situação para fazer essa depuração.
Com o agravar da situação para generalidade dos portugueses, não me parece a altura ideal para esse debate. Até porque, como sabe,é com o agudizar das condições do povo que o PCP ganha fertilidade para as suas causas.
No entanto, já aqui referi, não me parecia possível fazer esse debate no período logo a seguir ao 25 de Abril. Isso levaria com toda a certeza, à guerra civil que em boa-hora foi possível evitar.
O debate seria possível depois de 25 de Abril se Portugal fosse um país europeu como os demais, onde nos inseríamos e queríamos entrar, como acabamos por fazer.
ResponderEliminarO problema é que os media em Portugal- e a meu ver foi exactamente isso e só isso que sucedeu- estavam enxameados por comunistas e cripto-comunistas e nisso incluindo os grupelhos de extrema esquerda.
Os media em Portugal, nos anos a seguir ao 25 de Abril fizeram a lavagem ao cérebro da maioria dos portugueses.
A Direita, se é que existia tal coisa, desapareceu do espectro político e até o CDS como alguém escreveu aqui, era um partido "rigorosamente ao centro". Oportunista deveria dizer porque foi isso que se demonstrou depois em todas as circunstâncias incluindo aquela que atravessamos.
Em resumo: a discussão poderia e deveria fazer-se...mas com quem?
Até O Jornal se dizia independente mas ao serviço de uma causa: o socialismo. Tal e qual e tenho aqui um editorial de Maio de 1975 em que se diz isso mesmo.
"Em resumo: a discussão poderia e deveria fazer-se...mas com quem?"
ResponderEliminarEsta é a questão: Com quem?
Mais engraçado é uma entrevista do Cunhal a um jornal italiano em 1975:
ResponderEliminarNós, os comunistas, não aceitamos o jogo das eleições (...) Se pensa que o Partido Socialista com os seus 40 por cento de votos, o PPD, com os seus 27 por cento, constituem a maioria, comete um erro. Eles não têm a maioria”.
- “Estou a dizer que as eleições não têm nada, ou muito pouco, a ver com a dinâmica revolucionária (...) Se pensa que a Assembleia Constituinte vai transformar-se num Parlamento comete um erro ridículo. Não! A Constituinte não será, de certeza, um órgão legislativo. Isso prometo eu. Será uma Assembleia Constituinte, e já basta (...). Asseguro-lhe que em Portugal não haverá Parlamento (...)”.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/outros/domingo/cunhal-a-nu
E dá-se um nome de uma avenida a este representante da PCUS em Portugal.
A seguir vou publicar várias entrevistas de Cunhal.
ResponderEliminarAlgumas muito próximas desse tempo de 1975 em que o "herói" declarava a Oriana Fallaci à revista L´Europeo de 6 de Junho de 1975 isso que aparece agora transcrito.
Cunhal nunca se desviou um milímetro do estalinismo.
Os principais culpados da tragédia política, social e moral que hoje se vive em Portugal, deveríam, melhor, é imperioso que sejam julgados pelos prejuízos causados voluntàriamente ao povo e ao país, os quais foram criminosamente lesados sem que para isso em nada tivessem contribuído.
ResponderEliminarIsto, não porque se tivessem aproveitado do golpe de Estado para se introduzirem subreptìciamente no país com as falsas 'democracia e liberdade' debaixo do braço. Não, essa pecha ainda assim seria desculável. Até porque quase todos os portugueses saudaram a mudança de regime e esperavam ansiosamente que os políticos substitutos fossem tão honestos e íntegros quanto o haviam sido os que tinham sido substituídos.
O que está aqui em causa e é gravíssimo, é a postura política hipócrita e mentirosa adoptada desde o dia 26/5 e em paralelo (uma coisa leva à outra) com a prática governativa prosseguida, escandalosamente corrupta, bem como o assalto à descarada ao património do Estado e aos respectivos cofres, ambos, por inerência, pertença absoluta do povo português, a mesma que durante trinta e muitos anos tem vindo a ser criminosa e criteriosamente executada por ladrões do mais vil coturno, que numa primeira fase e aproveitando cobardemente o efeito inebriador dos portugueses com a vinda da falsa 'liberdade' alcançada, foi executada com "pés de ladrão" e, numa segunda, perpetrada à saciedade até aos dias de hoje, serem do mais indigno, infamante e desprezível que Portugal jamais teve a governá-lo desde a sua Fundação.
"... desde o dia 26/4/74", òbviamente.
ResponderEliminarMaria
"O debate seria possível depois de 25 de Abril se Portugal fosse (???...pois, mas não era) um país europeu como os demais, onde nos inseríamos e queríamos entrar, como acabamos por fazer."
ResponderEliminarJosé, aqui não estou nada de acordo.
Portugal em 25.4, era um país isolado do mundo (orgulhosamente sós), com uma guerra colonial estúpida e muito longe dos ideais democráticos existentes na Europa.
A revolução de Abril, foi isso mesmo, uma revolução. Logo, com uma transformação por esta via, não era possível, nem o povo estava preparado do ponto de vista politico, para qualquer discussão do tipo que o José defende. Os média, foram, como me parece natural, atrás dos acontecimentos. Agora, no final dos anos 80, início de 90, com exercício da democracia já devidamente consolidado (entrada na CEE), onde o PCP conseguia resultados na ordem dos 5/6 %, aí sim me parece ter havido, de facto, condições para essa discussão, até pelo conhecimento generalizado da realidade a leste que se veio a revelar, com a queda do muro em 89.
Há uns tempos li 2 volumes que reuniam alguns discursos tidos como muito importantes no Sec. XX e um deles (pelo menos 1) era do Cunhal.
ResponderEliminarParafraseando, neste discurso (que foi proferido depois do massacre de Tiananmen) Cunhal dizia que se devia defender o estado Chinês com todas as forças e em quaisquer circunstâncias porque tal era fundamental para o Comunismo internacional.
Fiquei absolutamente chocado! Provavelmente porque sabia pouco sobre Cunhal antes disso.
Não me parece que os culpados do estado a que chegamos seja dos comunistas até porque os portugueses os chutaram para uma franja insignificante, ainda que barulhenta, mas numa coisa concordo com o José: a serem proibidos partidos de extrema direita (e bem!) também o deveriam ser quaisquer partidos com laivos estalinistas.
Carlos e Kaiser:
ResponderEliminarA minha teoria se assim se pode chamar a ideias relativamente simples é a de que o PCP e a Esquerda comunista mais os compagnons de route como os jornalistas de O Jornal, dominou ideologicamente o discurso político-económico, durante décadas.
A Constituição é esquerdista e continua a ser porque não foi possível alterá-la radicalmente, como devia, nestas últimas décadas.
Toda a gente faz de conta que a Constituição não conta mas a verdade é que os recentes chumbos do TC vieram a comprovar que não é assim.
Por outro lado, a ideologia não é assunto que seja discutido entre nós porque os partidos não comunistas são todos social-democratas. E portante admitem sem rebuço de maior as ideias comunistas.
Ora tal estado de coisas permite que os comunistas ortodoxos sobrevivam a qualquer debate ideológico porque os fundamentos radicais dos mesmos nunca são postos em causa: a igualdade dos comunistas é transformada em igualitarismo socialista democrático. A ideia de esquerda contra os patrões é transformada em luta sindical da UGT. A forma de encarar a Economia, que a Esquerda comunista sempre apodou de capitalista, monopolista e burguesa é transformada pelos sociais-democratas e coisa mais soft mas com a essência sempre lá: contra o patronato e a livre iniciativa.
De raiz e de base, a sociedade portuguesa que antes de 25 de Abril de 1974 era já pouco propensa a iniciativas privadas mas que o era apesar de tudo mais que hoje, transformou-se em sociedade estatizada e sem iniciativa empresarial de vulto.
A ambição das pessoas em geral é a de trabalhar no "seguro", no Estado e é por isso que os funcionários público em Portugal se deixassem cresceriam como cogumelos, como aconteceu nas câmaras de todo o país.
A mentalidade geral é a de procurar um trabalho seguro e relativamente bem pago, que não dê muito "trabalho".
Isso mata o espírito empreendedor, a meu ver e é uma ideia de Esquerda.
É por isso que o PS ganha eleições depois de fazer asneiras grossas.
Parece-me que nas últimas eleições o povo demonstrou, claramente, que não vive nem vota apenas em quem promete mundos e fundos.
ResponderEliminarFosse esse o caso e o PCP e o BE (até o PS, talvez) teriam subido de forma clara e o que aconteceu foi o contrário.
Foi uma mostra de realismo e esclarecimento, na minha opinião.
Se a Esquerda prometedora e mentirosa vier a assumir a liderança outra vez a brave trecho, deveremos agradecer à Direita e não procurar na população os culpados.
Não penso exactamente assim.
ResponderEliminarSe as tv´s fizessem outro género de propaganda talvez as pessoas decidissem de outra forma.
Porém, como ando a vasculhar coisas antigas em jornais lembro-me que as pessoas, antes de 25 de Abril não eram informadas completamente do que se passava e o Regime da época pensava que tal seria melhor para todos, porque além de os proteger de um PREC o que defendiam era melhor.
Como se viu nos dias a seguir ao 25 de Abril as pessoas não foram nessa cantiga, e até mais:
Acreditaram piamente na cantiga proibida!
Tal como aconteceu nos países de Leste, o que nos permite pensar e ponderar o seguinte:
As pessoas em geral não se deixam enganar na questão de fundo ( Portugal nunca foi comunista e tal se comprovou nas primeiras eleições de 25 de Abril de 75 em que o PCP ficou muito aquém do que esperava), mas por outro lado, também não ponderou bem todos os factores porque ao votar no PS, moderado, hipotecou o futuro a um partido equívoco.
José,
ResponderEliminarEm comentários corridos, admito alguma dificuldade em defender, com profundidade, alguns temas aqui tratados.
No entanto e em tópicos, refiro:
Sobre ditaduras e ditadores, para mim é claro - não há defesa.
Sobre a história do pós-Abril, pode haver várias interpretações, mas a realidade é que, tudo havia a fazer e de nova forma. Com erros obviamente, mas no essencial numa plataforma correcta (democracia).
Quanto à qualidade do nosso regime democrático, aqui sou especialmente critico. E isto, devido ao oportunismo dos vários protagonistas políticos que temos elegido sucessivamente - ELEGIDOS.
Quanto às televisões mais não fazem do que "alimentar de palha da espécie que os burros gostam".
Estará certamente lembrado de um comentador que só precisava de uma hora de programa para pôr tudo em pratos limpos. Já teve, e tem, centenas de horas em directos e mais não faz do que florear uns mapas contra o estado social. E mais, para quem defende a qualquer preço a iniciativa empresarial privada (SIC e TVI), com que direito se arroga para ditar pretensas orientações de como procederem? ...para isso já não nos basta os Arménios, as cretinas das Avoilas e toda a cambada de "treinadores de bancada"?