O semanário O Jornal surgiu em 2 de Maio de 1975, uma Sexta-Feira porque era nesse dia que saía.
O primeiro número prometia em tudo: na apresentação, no grafismo, nos artigos e nos colaboradores. Menos numa coisa: na ideologia, uma espécie de caldeirão de esquerda soft com grande vontade de acompanhar o caminho da esquerda pura e dura que se implantava em Portugal sob a batuta do PCP e a ingenuidade aparente de certos elementos do MFA, como Vasco Lourenço, um dos heróis do O Jornal, ao longo dos anos.
Ainda assim, a qualidade de escrita e a relativa independência partidária deu para acompanhar o percurso jornalístico de uma empresa que hoje já não há, a não ser em França com o sítio Mediapart. Os jornalistas organizaram-se em cooperativa real que não de direito por dificuldades financeiras. A sociedade por quotas que formaram, Publicações Projornal, era dominada pelos jornalistas e isso era fundamental para a independência redactorial. A editora Casa Viva fazia as despesas administrativas e os jornalistas faziam o resto.
O primeiro número foi este.
E o editorial, muito moderado, era assim:
Não obstante o comunista ideologicamente fossilizado e grande artista, João Abel Manta pintava assim o retrato da situação fantasiada pelos comunistas e publicada no O Jornal, nesse primeiro número. O mote ideológico não dava lugar a reticências ou dúvidas:
Porém, três meses volvidos, com o agudizar do PREC e a perspectiva de tomada de poder político pela esquerda radical que seria absorvida rapidamente pela mais ortodoxa do PCP ( é ler o que Cunhal escrevia sobre o 25 de Abril para perceber que era mesmo isso que pretendia, como fantasia absoluta e em desmentido categórico de uma tal Raquel Varela) O Jornal seguia a onda, surfando claramente o tempo revolucionário que comia os filhos à velocidade de um glutão.
Basta ler o que se escrevia no número de 26 de Setembro de 1975, escassos dois meses antes do virar de página do 25 de Novembro e do fim das ilusões do PCP. Desde então, os órfãos da Revolução almejam retomar a História e refazer o mundo português, com amanhãs a cantar. É nisso que sonham Arménio e Jerónimo, hoje em dia.
O editorial é tão radical que as palavras "reacção" , "burguesia", "fascismo", etc aparecem fantomaticamente emolduradas com foice e martelo. Incrível como em três meses a radicalização se operou.
Quem fazia este jornal que se dedicou de alma e coração ao "socialismo" , fazendo de tal coisa a causa do seu jornalismo profissional e independente ( ma non troppo) , confessadamente admitido naquele editorial?
Em 11 de Maio de 1979 O Jornal mostrou tudo a quem o leu. E do mesmo modo que aquela radicalização se verificou no Verão Quente, assim arrefeceu o ímpeto, após o 25 de Novembro e a derrota dos extremistas e comunistas em geral.
O Jornal abandonou as fantasias e passou a enfileirar na carneirada burguesa que depois veio a fundar a Visão, nos anos noventa, sem qualquer tergiversação declarada ou confessada e numa adaptação consentida pela capitulação.Não tenho qualquer dúvida que assim foi e o azedume reprimido durante décadas, o que se denota muito bem nos artigos posteriores e muito condescendentes sobre, por exemplo Carlos Antunes e Isabel do Carmo, militantes do terror do PRP ( foram julgados por coisas como tal). O jornalismo dos homens da Visão tem esse ferrete permanente, o do esquerdismo assolapado.
Não obstante, a memória do tempo fabuloso ficou. E de vez em quando surgem regurgitações editoriais do fenómeno. A última é a Visão História já aqui comentada...
Na escola Delfim Santos
ResponderEliminarAnda um prof a pressionar os prfs a fazer greve e adizer que só perdem a hora da greve.
Toma nota dos nomes
é sempre de menos recordar a actividade passada e presente destes marginais
ResponderEliminara rua não está a dar.
uma uma estúpida queria ontem convencer-me da isenção da comunicação socialista.
ficou entupida quando lhe disse que faziam a propaganda de quem lhes pagava.
os zés albertos ficarão desdentados quando derem uma notícia
os brandos costumes são conversa fiada. os portugueses são por natureza raivosas. querem abanar a inexistente árvore das patacas.
ResponderEliminara Igreja beneficia, a meu ver, de intemporalidade que lhe permite passivamente assistir ao passar dos terramotos e maremotos politicos e sociais.
fazer de morto ou resistência passiva são situações a que recorrem por vezes politicos e cônjuges.
a agressividade da esquerda é sempre temporária por falta de persistência dos portugueses.
As dificuldades vão ser maiores e só existe uma maneira de evitar descontentamento público: calar as tvs, aumentar a opressão-repressão através dum partido institucional.
ResponderEliminarou seja tózero a continuar a mexicanização ou cubanização iniciada pelo sôzé.
Conheci alguns desses fabianos, o irmão do dr. Vasconcelos de Freamunde, o Fernando Assis Pacheco, o Praça. E preferia ler aquilo do que o Espesso. Se bem me lembro o Listopad também escrevinhava por lá.
ResponderEliminarO Assis Pacheco era genial. Gostava muito dos pais dele.
ResponderEliminarquando criei o blog procurei um pseudónimo adequado ao meu estado de espírito, à profissão, aos centros de interesse.
ResponderEliminaragradava-me o nome duma planta (altamente tóxica a nível cerebral) da região sul-americana, denominada floripôndio.
resolvi transforma-la em floribundus,
ou rico de flores, tal como o floripôndio cujo uso tem no final um balde-de-cal.
o pcp é o único ceguinho em que bato com prazer por considerar que grande parte dos militantes (pelo que me fizeram) são para mim marginais de delito comum
A mim, o PCP nada me fez, pessoalmente. E alguns dos meus maiores amigos são comunistas ortodoxos do PCP.
ResponderEliminarPorém, sendo amigo dos amigos, sou mais amigo da Verdade que sinto e conheço. E que é diametralmente oposta à do PCP, politicamente em relação à organização social.
Quanto a políticas sectoriais dificilmente as do PCP se enquadram no meu modo de pensar porque tributam sempre as ideias a Marx, Lenine, Estaline, Cstro, Pol Pot, Trotskye tutti quanti.
Facínoras, na maior parte dos casos.
Uma das figuras de proa do Jornal, ao nível da Opinião, uma espécie de Jean Daniel tuga, era Augusto Abelaira, espécie de consciência de esquerda, apoiante de Otelo às Presidenciais...
ResponderEliminarApesar de me irritar a tendência editorial do Jornal, sempre achei que tinha uma excelente paginação, graficamente, com meios limitados, era muito apelativo.
ResponderEliminarO Abelaira era, de facto, um cromo, como se costuma dizer.
ResponderEliminarEscreveu um livrito sem grande repercussão editorial, chamado "O único animal que".
Escreveu ainda sobre os escritores que antes de 25 de Abril se queixavam da Censura que não lhes permitia escrever o que entendiam e depois, em Liberdade de PREC, se descobriu que nada tinham escrito...
Supondo-se, claro está, que tinham escrito " para a gaveta". Nada tinham.
ResponderEliminarAlguns dos seus melhores amigos são comunistas ortodoxos, José?
ResponderEliminarAinda bem que estava sentado senão tinha caído!
É verdade. Um grande amigo meu teve o pai 17 anos no Tarrafal. E até tenho o livro que lá escreveu.
ResponderEliminarE daí?
É o mesmo que ser amigo de um ateu sendo eu católico com prática.
Respeito que pensa diferente mas não aceito a ideologia em si mesma.
O que faço em casos como esse é não discutir essa "religião".
Aliás, agora me lembrei, uma das pessoas com quem adorava conversar até há bem pouco tempo, foi Carlos Plácido, que ajudou Cunhal a fugir da cadeia de Peniche, conduzindo o carro. Era médico e deu uma injecção tranquilizante ao guarda da cadeia que ajudou e traiu a profissão, deixando fugir um preso.
E episódio vem contado no livro de Pacheco Pereira sobre Cunhal.
Carlos Plácido, que morreu há meses, passou vários natais comigo e família e adorava conversar com o indivíduo.
Na minha opinião não é bem a mesma coisa entre um ateu e um católico, a menos que tal se desse na altura das cruzadas, por exemplo.
ResponderEliminarAcho óptima a compartimentação.
A minha estranheza é meramente pessoal e baseado no facto de, por exemplo, não me imaginar a ser amigo (muito menos muito amigo) de um qualquer neo-nazi.
Simples e só.
Carlos Plácido chegou a ser do comité central e era comunista da maior ortodoxia possível. Estalinista mesmo, penso. Tal como Cunhal. Conhece Soares de ginjeira e tinha a pior das impressões dele.
ResponderEliminarCarlos Plácido era médico no Santa Maria quando teve que fugir para Inglaterra por causa da ajuda prestada ao Cunhal.
Aí conheceu uma irlandesa com quem casou. Teve três filhos ( dois rapazes, e uma rapariga) que vivem em França e Inglaterra, sendo os rapazes, um deles da minha idade e outro um pouco mais velho, ambos médicos. Tenho por vezes conversado com os mesmos e são pessoas de um trato impecável e que sabem conversar.
Entre o neo-nazi e o comunista estalinista, separa-os apenas a idiossincrasia pessoal, não a ideologia que para mim vai dar ao mesmo.
ResponderEliminarAcontece porém que os neo-nazis que vou conhecendo têm geralmente problemas psíquicos graves, o que é mais raro entre comunistas, mas não entre extremistas tipo FP25.
"Entre o neo-nazi e o comunista estalinista, separa-os apenas a idiossincrasia pessoal, não a ideologia que para mim vai dar ao mesmo."
ResponderEliminarA ideologia vai dar ao mesmo.
É exactamente isso.
Por outro lado, a comparação que faço entre a religião laica e a teológica tem a ver com o fenómeno da Fé.
ResponderEliminarO comunista ortodoxo tem a sua Fé. E por isso tem razões a razão desconhece e não adianta tentar convencê-lo que a sua Fé está errada.
É essa separação que me permite apreciar o génio artístico de João Abel Manta ou o de um José Afonso e outros.
ResponderEliminarPassamos para um âmbito diferente.
ResponderEliminarSendo uma questão muito mais leve do que culturas nazis ou estalinistas, eu admiro muito o génio do João Gilberto mas jamais seria seu amigo.
Não é muito diferente. Eu respeito sempre a idiossincrasia pessoal.
ResponderEliminarCada um foi educado como foi e tem as fés que tem. Isso respeito até ao ponto em que tal não interfira directamente no que sou ou faço.
É um equilíbrio que a Igreja Católica sempre soube fazer e pôr em prática. E tento imitar isso.
O Abelaira ançanense era mais para burricadas. O Assis Pacheco era outra coisa e foi pena morrer cedo e perder-se no jornalismo.
ResponderEliminarO Assis Pacheco era da Esquerda que prefiro: a que não se leva a sério.
ResponderEliminarBom, cá eu nunca conheci nenhum nazi e muito menos um neo-nazi.
ResponderEliminarVou vendo por aí, sim, pessoas intituladas de neo-nazis (embora a esmagadora maioria das vezes, o epíteto lhes seja posto por terceiros), mas que valia mais chamarem-se só neos, porque de nazis são apenas a caricatura tirada pelos inimigos destes.
Como, aliás, os fascistas. Curiosamente, houve de facto um neo-fascismo, mas não se ouve ninguém chamar neo-fascista a ninguém. Que eu saiba nunca houve neo-nacional-socialismo, o que tem lógica porque era uma coisa eminentemente alemã e que morreu juntamente com a Alemanha em 45. E, no entanto, há para aí neo-nazis com fartura, pelos vistos...
Interrogo-me quantos desses neos e fachos cheios de tatuagens, de cabeleira rapada e pitbull à trela, conhecerão o pensamento de Maurras, La Rochelle ou Brasillach. Ou o de Streicher, Feder ou mesmo Hitler.
Ora isto é o mesmo que dizer que se é comunista sem se conhecer o pensamento de Marx e tutti quanti. Não duvido que os haja, mas há uma diferença:
Doutrinadores comunistas continua a havê-los com fartura pelo mundo fora. E esses sabem o que dizem. Mas doutrinadores fascistas e nacional-socialistas, onde os há? Não há. E a prova de que não há é que a chamada extrema-direita europeia é hoje sionista (e zionista). Isto é um contra-senso e deita por terra qualquer pretensão a fascismo e sobretudo nacional-socialismo. De facto, a contradição é de tal ordem que levanta a suspeita de quão nacionalista é, de facto, essa alegada extrema-direita que se distingue através da Europa por ter surgido em força com o fenómeno da islamofobia, que por sua vez trouxe o fim da utilidade do multiculturalismo - depois da casa invadida, que conveniente; e também por ser ultra-liberal.
O nacional-socialismo não existe. Morreu, acabou, finou-se em 45 juntamente com a Alemanha.
O que há é uma caricatura feita pelos seus inimigos e envergada por gente que, na sua generalidade, não distingue política de futebol.
Se alguém quiser descobrir alguma coisa parecida com o nacional-socialismo, o melhor sítio onde procurar é... Israel. Afinal, há lá povo mais nacionalista? Que diabo, se os alemães acreditavam na superioridade da sua raça era pelo que tinham feito na sua história; mas isso o que é, comparado com a superioridade racial de origem divina?
Os alemães eram coerentes: nacionalismo para nós, nacionalismo para todos.
Os eleitos também são: nacionalismo para a única nação digna desse nome, internacionalismo para o resto da ralé imunda.
mujahedin:
ResponderEliminaré isso mesmo, mas ai de quem o proclame nas tv´s.
Por outro lado, o islão tem aspectos medievais notórios, relativamente a várias coisas. E quanto a violência gratuita, indiscriminada e terrorista não há actualmente nazi que os bata.
Nem podia. O pai dele tanto era capaz de apanhar o avião e ir jantar aos quatro gatos a Barcelona, como levantar-se cedo para ir de Aveiro à feira de Espinho comprar meias mais baratas, eheh.
ResponderEliminarJosé,
ResponderEliminarse Islão só há um, muçulmanos há muitos.
Eu, todos os muçulmanos que conheci - com origens tão diversas como de Marrocos à Turquia - eram gente perfeitamente pacata e razoável que até me fez lembrar alguns velhos que conheci quando era miúdo e, sobretudo, uma certa maneira de ser terra-a-terra, franca e alegre que ainda gostamos nós de reputar portuguesa mas que já foi muito mais do que é.
Que os há chanfrados da cabeça não duvido. Mas cristãos desses também não faltam. E olhe que não me lembro da última vez que se viu um muçulmano a queimar uma Bíblia, ao passo que um (dito) cristão a queimar o Corão, não foi há muito que se viu e ver-se-á novamente, aposto.
Curiosamente, são-nos mais chanfrados da cabeça a que as democracias ocidentais se aliam: desde os Emirados à Arábia Saudita. E são esses que elas escolhem para levar a "democracia" e a "liberdade" aos outros, como na Síria.
Mas em todo caso, o que eu acho que os mesmos que proclamavam a política de portas abertas na Europa, deixar entrar tudo e todos, são-nos mesmos que agora se esganiçam a dizer que falhou o multiculturalismo e que inventaram esse termo espantoso e revelador: islamofascismo.
Em Portugal isto não interessa nada, porque não há muitos muçulmanos, mas em França por exemplo, a coisa é muito grave. Tal como na Alemanha, etc.
E, a meu ver, e vindo de quem vem, isto tem um objectivo e um apenas: provocar a guerra civil inter-religiosa ou inter-étnica ou o que lhe queiram chamar. Ou muito me engano, ou não tardaremos a ver a Europa a ferro e fogo novamente.
Lucrarão os do costume.
Certeiro, o Mujah
ResponderEliminarUsei "Islão" por antonomásia.
ResponderEliminarQuem provoca atentados terroristas, por todo o mundo, hoje em dia?
Quem provoca atentados terroristas, por todo o mundo, hoje em dia?
ResponderEliminarOs americanos... Os árabes mais exaltados executam os atentados.
A propagação islâmica na Europa e a tentativa de levar a democracia (guerra) aos países árabes foi uma brincadeira que pode ainda sair muito caro aos ocidentais.
Agora apanhou-me!
ResponderEliminarQuem os provoca, ou quem os executa?
Mas também não lhe quero pegar por aí. O que é certo é que há terrorismo islamita desde a implantação israelita.
Mas o Islão só passou a "fascista" de há uns poucos anos para cá...
E, olhando para França, deslinda-se um pouco a questão. Os muçulmanos não são todos iguais: existe a islamoracaille de banlieue que pega fogo aos carros e depois existe uma grande parte que é pequeno-burguesa e partilha muitos dos valores com a pequeno-burguesia francesa de souche: prezam o trabalho, são conservadores, e têm uma religião.
Portanto, por um lado temos a provocação da racaille para o desacato - no que é defendida e enquadrada pela esquerda, comme d'habitude (ou seja, nada faz para melhorar a sua situação, antes pelo contrário) e depois temos a caracterização de "fascistas" que se cola a ess'outro islão pequeno-burguês, com vista a antagonizá-lo, radicalizá-lo e despi-lo do que começam a ser as suas raízes francesas.
O Islão moderado é um perigo pela mesma razão que a Igreja Católica o é, para certo tipo de gente: a islamofobia não é mais do que jacobinismo, com os mesmos objectivos e os mesmos proponentes, mas adaptado ao novo adversário em forma de agit-prop.
O Islão radical tem menos expressão demográfica que certo outro grupo religioso (a quem o multiculturalismo não falha nem falhará e ai de quem o ponha em causa) e infinitamente menos poder que esse. Seguindo o trilho de migalhas, verifica-se que estão mais perto um do outro do que à partida se possa pensar...
O Vivendi adiantou-se-me. :)
ResponderEliminarNo Iraque, hoje em dia, são os americanos?
ResponderEliminarNa Líbia, hoje em dia, são os franceses?
Os gajos são anormais. Depois da Guerra Fria, foi o nacionalismo que inventaram
ResponderEliminarTransformaram a religião numa ideologia perfeitamente abjecta.
Pois José, hoje em dia, não sei.
ResponderEliminarMas também é lá entre eles. Nada nos garante que depois do se lá passou, não aconteceria o mesmo se não fossem muçulmanos. Se calhar não.
Todavia, é lícito pensar que esses que refere o José, continuem a meter a sua colherada nos trinta e uns que ajudaram a cozinhar, mas talvez de forma mais discreta (para os que vêem daqui), o que nem é difícil.
Mas aqui mais perto de nós, essas colheradas não ajudam nada. E o que é certo é que eles já aqui estão pelo que é necessário conviver com eles de alguma forma.
Onde eu quero chegar é que acho que é mais fácil do que dizem esses progressistas feitos nacionalistas de ocasião a soldo de ninguém sabe bem o quê...
Há muitos valores que existem em comum, valores que até estão em falta na cristandade e, particularmente, no mundo católico. Poderia ser uma convivência produtiva para ambos se lidada com inteligência, parece-me.
E acho que é por isso mesmo que são alvo da jacobinisse agit-prop que, pelo contrário, faz acirrar mais os chanfrados, em vez dos moderados.
Agora os muçulmanos não queimam bíblias?! Pois não, preferem queimar cristãos, queimar, rebentar, chacinar, à bomba, com fogo posto, a tiro à catanada. Quantos foram mortos nos últimos dois anos na Nigéria, no Sudão, no Paquistão, no Egipto, no Iraque, na Síria, etc.....? Quantos milhares? Essas visões idílicas do islão são pura propaganda. A questão é simples: o islão onde tiver poder não admite a existência pública de qualquer outra religião. Sempre assim foi. Porque na verdade o islamismo não é bem uma religião, é muito mais do que isso e é muito mais isso do que religião. Como o judaísmo.
ResponderEliminarEpá ó hajapachorra, mas que propaganda diga lá?
ResponderEliminarPropaganda de quem e para quem?
Diz V. que o Islão, onde tiver poder, não admite outras religiões. Então há-de explicar como é que ainda há cristãos e judeus sefarditas no médio oriente?
Dê-me um exemplo concreto que se tenha visto de um muçulmano a queimar uma Bíblia.
Dos cristãos tem aqueles malucos da Wesboro Baptist Church que anunciaram que iam queimar o Corão e queimaram-no. Sem serem incomodados por crimes de incitamento ao ódio ou fosse o que fosse. Imagine-se se era a Torah em vez disso...
Não se trata aqui de branquear nada. Agora, colar determinados comportamentos ao Islão é que é propaganda. Em Marrocos chacinam alguém? Queimam alguém? Na Turquia? Por outro lado, não são-nos Sérvios tão propícios à chacina como os Bósnios ou Croatas? Não há bordoada da grossa na Geórgia?
Uma coisa é falar-se de um choque cultural entre muçulmanos e cristãos (cada vez menos) na Europa. E tem lógica que se fale. Porque ele é real e existe - curiosamente, acho que parte mais da falta de religiosidade do lado dos cristãos do que de conflito religioso em si mesmo: há coisas que para os muçulmanos ainda são chocantes e revoltantes que para os cristãos jacobinizados são 'liberdade'.
Agora, botar generalização de que o Islão mata, chacina e por aí fora, só porque é Islão é tanga e é jacobinismo disfarçado.
Porque é a mesma coisa que dizer que o Vaticano lava dinheiro, que a Igreja é corrupta, lava o cérebro às pessoas e está cheia de pedófilos (nos EUA o estereótipo do padre católico é o pedófilo, como o do muçulmano é o terrorista).
Para esse peditório não dou.
Entre um árabe islamista e um judeu ortodoxo tendo mais a acreditar no islamista do que no judeu por causa dos valores.
ResponderEliminarNo entanto, o judeu não me porá uma bomba à porta de casa para ajudar a convencer a população de que tem razão e o islamista fá-lo.
Como sair disto?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar"Como sair disto?"
ResponderEliminarManter ambos à distância
":O)))))
o judeu não me porá uma bomba à porta de casa para ajudar a convencer a população de que tem razão
ResponderEliminarNão?
http://en.wikipedia.org/wiki/King_David_Hotel_bombing
http://en.wikipedia.org/wiki/JDL
É como diz a Zazie. O problema é que agora já é tarde...
Curioso esse episódio de 1946 que apenas comprova que Jacob e Isaac eram...irmãos.Genuínos.
ResponderEliminarA nossa desgraça é que descendemos mais de Jacob do que de Isaac.
Não quisemos os descendentes de Isaac por cá, no séc. XII e no séc. XVI expulsamos os descendentes de Jacob.
Mas afinal quem somos nós, senão descendentes de todos eles e de mais alguns?
E porque é que os irmão desavindos não se entendem mais as suas tribos?
Entre os dois irmãos sinto-me mais próximo, geneticamente, de Jacob. Não há nada a fazer porque foram os que nos legaram a cultura mais enraizada do judaico-cristianismo.
ResponderEliminarMas Isaac merece atenção porque foram um povo formidável que parou na Idade Média. Ainda hoje, não sairam da época. Isso é que é fossilização!
O teocentrismo das tribos de Isaac continua a orientar a vida colectiva. O teocentrismo das tribos de Jacob, idem.
ResponderEliminarQuem estará mais perto do teocentrismo medieval cristão?
Isaac, sem dúvida. Daí o meu respeito.
Jacob e Isaú os gémeos- o civilizado e o selvagem peludo.
ResponderEliminarO selvagem acaba sempre na corte- tal como o nosso Ferrabrás.
Jacob e Isaú, obrigado pela correcção.
ResponderEliminarIsaac, o pai.
Os irmãos desavindos em tempos reconciliaram-se, mas a culpa da separação reside na atitude de Jacob.
Está tudo na Bíblia, de facto.
ResponderEliminarA Bíblia foi o primeiro livro que me capturou a atenção viciada na leitura.
No Seminário onde andei havia uma Bíblia ilustrada e resumida. Tenho muita pena em ter perdido esse livro que nunca mais vi.
Foi o meu primeiro romance, a sério. Lia aquilo como lia os livrinhos de cóbois.
O meu pai, aliás, costumava dizer-me ( e tinha andado no mesmo sítio, vinte cinco anos antes) que os padres, quando um aluno não sabia a lição na "chamada", costumava perguntar: "E Biblia, sabes?"
Geralmente a resposta era positiva porque a leitura da Bíblia era então como um romance.
Essas histórias do Antigo Testamento são lendárias e mereciam melhor atenção da nossa cultura actual.
Afinal de contas é essa a nossa raiz da identidade cultural e daria para percebermos melhor o mundo em que vivemos.
Não serão bem gémeos porque um aceita os outros, o outro não.
ResponderEliminarSe eu quiser tornar-me muçulmano é questão de ir à mesquita e lá me acolherão. Tal como no cristianismo.
Se eu quiser tornar-me judeu, bom, aí depende. Practicar o judaísmo enquanto religião, sim. Mas ser judeu, isso são outros quinhentos paus...
Mas pronto, uns são medievais e decapitam pessoas à catanada. Os outros são mui civilizados e comandam gigantes a espalhar morte e destruição sobre os outros. De forma velada.
Iguais? Nah, também não dou para esse peditório.
Mas pronto, uns são medievais e decapitam pessoas à catanada.
ResponderEliminarNão é por isso. É por outras coisas como o modo como encaram as mulheres, por exemplo. Ou certos costumes.
Ó José, mas nesse aspecto, são tão medievais un como os outros!
ResponderEliminarÉ preciso é comparar alhos a alhos: veja como as tratam os judeus ortodoxos e ultra-ortodoxos.
A diferença é que esses costumes da parte de uns têm projecção nos media aos quatro ventos e mais alguns. Da parte de outros, nem vê-los.
Mas pronto, onde eu queria chegar é que a convivência com os muçulmanos - que não nego ser desafiante - é sabotada tanto à esquerda como à direita (da esquerda) com vista a aumentar as tensões sociais e fazer rebentar um barril de pólvora que inegavelmente existe.
E quem armou o barril é quem o pretende agora fazer detonar...
Boa discussão.
ResponderEliminarGostaria de dar uma achega na questão financeira vincando as diferenças entre os islamistas e judeus.
No Islamismo é proibido a aplicação de juros enquanto os judeus propagam esse cancro no mundo ocidental.
Jesus expulsou os cambistas do templo e nunca a igreja foi capaz de tirar dilações deste episódio.
No outro dia assisti a um filme de propaganda nazi a decompor os judeus e já naquele tempo falavam dos Rotschilds...
O Eterno Judeu / Der Ewige Jude - The Eternal Jew
https://www.youtube.com/watch?v=YE7_lBP6mKM
Uma visita ao gueto Lodz, na Polônia ocupada, documentada por cinegrafistas alemães, enquanto ingênuos figurantes da comunidade judaica, aparentemente deixavam-se filmar, sem perceber a finalidade da matéria. O documentário também possui raras imagens de clips internacionais extraídos de cinejornais e outras que procuram mostrar os judeus como trapaceiros e parasitas.
É um documentário muito polêmico e sua venda e distribuição é proibida em países como Alemanha, França, Itália e Áustria. É bom lembrar que foi idealizado pelos nazistas, com a intenção de "fazer a cabeça" do povo alemão, para que acreditassem que os judeus eram responsáveis pelas desgraças do mundo, inclusive da Alemanha, e que esta ameaça precisava ser eliminada.
É uma história muito engraçada porque trata do eterno mito da geminalidade. O gémeo bom e o gémeo mau.
ResponderEliminarNeste caso, ainda tem um detalhe mais curioso que acrescenta significado ao Abel e Caim.
O primogénito era peludo e deu em caçador. Jacob lutou com ele no ventro materno, é o segundo, mas é preferido da mãe.
O peludo - Esaú- torna-se caçador- ligado à natureza. O segundo tem trabalho mais técnico e citadino.
Depois o selvagem aliena o direito e o segundo engana o pai, que lhe reconhece a voz mas ao tocar na luva peludo que ele usou, ficou baralhado e acreditou ser o "selvagem primogénito". E abençoa-o.
A linha degenerada perdeu a ligação com a Natureza- passa a ser o fundador de cidades- tal como Caim.
O Ghiberti aludiu a isto, nas portas do baptistério de Florença, de uma maneira deliciosa.
ResponderEliminarEsculpiu os cães de cada um e fez um felpudo e o outro de pele lisa:
http://www.friendsofart.net/static/images/art1/lorenzo-ghiberti-jacob-and-esau-detail.jpg
Mas nem era linha degenerada. O sentido mítico é muitíssimo mais profano.
ResponderEliminarÉ a noção de duplo- um transforma-se no outro e o outro aliena-se no que lhe deseja o lugar.
Temos sempre as duas naturezas que nunca são nem Bem absoluto nem Mal absoluto- transmutam-se e competem.
queria dizer. mais profundo
ResponderEliminarehehehe
Eu adoro ler a Bíblia, está lá tudo, é um facto, mas nunca consegui lê-la- em particular o Antigo Testamento, sem fazer paralelo com todos os mitos primordiais.
Porque as grandes questões da humanidade não variam assim tanto.
Foram enunciadas desde sempre. Desde que existe o ser humano.
Mas, mais estranha ainda é a passagem em que Jacob passa uma noite a lutar com um homem/anjo que lhe aparece para esse combate.
ResponderEliminarE depois o anjo deixa-lhe a marca na anca.
Jacb e Esaú têm também a ver com isto:
ResponderEliminarhttp://cocanha.blogspot.pt/2006/02/progressos-civilizacionais-2-os.html?zx=7cb66b3ffadcc6b9#comments
http://www.cocanha.com/a-judenga-selvagem/
Eu adoro ler a Bíblia, está lá tudo, é um facto
ResponderEliminarCuriosamente, foi o que me disse o primeiro muçulmano que conheci, quando lhe indagava como lidava ele (eles) com as coisas que a ciência descobria e dava como certas, e de que não havia referência no livro (no caso, o Corão).
Dizia ele que se era verdade, então estava lá de alguma ou outra maneira.
Essas histórias são muito interessantes, Zazie. Um dia tenho que percorrer o Cocanha do início ao cabo. Ás vezes vagueio por lá, só que tenho a sensação que me falta a bagagem para compreender tudo, o que é pena.
Vivendi,
ResponderEliminarnão é preciso recorrer a isso. A reputação dessa gente já vem de longe, e para ser perceber a dimensão da coisa o melhor até é ver o deles diziam, não os anti-semitas, mas os mais liberais.
Há um documento dos fins do século XIX, acerca de desacatos na Rússia com judeus, elaborado por um representante qualquer da coroa britânica lá - um consul acho, de reputação mui liberal, que elucida bem o que pensavam as pessoas e o porquê. A ver se dou com ele para lho mostrar.
O cocanha está bloqueado...pela Google. Dizem que está em avaliação...ahahah!
ResponderEliminarMujahedin,
ResponderEliminarEu achei bem pertinente.
A reputação deles essa é intemporal.
O que achei mais curioso na metragem é a analogia que se pode fazer entre a Alemanha e os EUA, em que os alemães rejeitaram a cultura judaica e muitos dos judeus europeus partiram para os EUA e lá acabaram por impor a sua aculturação.
E muitos americanos consideram que hoje a América já não representa o idealizado pelos seus fundadores.
Está a representar o quê e quem?Quando se limita a proteger com unhas e dentes esta troika: Wall Street, o complexo militar industrial e as grandes corporações...
ehehehe
ResponderEliminarForam os profs ranhosos da educação do umbigo do outro que denunciaram ao Google, dizendo que tem malware
ahahahaha
Cambada.
Se foi isso merecem o mesmo tratamento...
ResponderEliminarFoi pois.
ResponderEliminarSó me apercebi algum tempo depois, quando voltei a uma conversa no PC e, no mesmo dia a uns comentários lá na educação umbiguista do outro.
E é denúncia por causa do código e foi um desses profs ranhosos que teve a ideia que pegar pelo código podia dar bloqueio.
Claro que é impossível verificar post a post todos os códigos até de ficheirs mp3 que estavam guardados em sites que ficaram desactivados.
Já pedi várias vezes para reapreciado e não desbloqueiam.
Mas salvei tudo e agora está em servidor próprio.
Mas também não tenho tempo para escrever essas brincadeiras. Andei a vendê-las ao vivo que sempre entra algum e assim há respeitinho
":O))))))
Vivendi,
ResponderEliminardo que tenho eu lido, a questão não é se rejeitam a cultura judaica ou não. Por uma razão simples: eles não saíam a espalhar a cultura deles. O caso era outro.
A descrição mais comum é algo nestas linhas: uns judeus chegam a uma terriola. Não trabalham na terra nem têm ofício manual que se lhes veja. Passado algum tempo, uma data de gente está na miséria arruinada, ao passo que eles se passeiam opulentos. As pessoas correm com eles ou pior.
Esta descrição atravessa os séculos e as nações. Desde a França do sec. XII, à Rússia do sec. XIX. O mesmo modus operandi sempre.
Donde se conclui, como o faz o tipo que mencionei, que não é caso de intolerância religiosa ou cultural. É tão simplesmente que as pessoas os viam como alguém de quem se devia desconfiar porque quem com eles se envolvia, acabava arruinado. Alie-se a isso o facto de não trabalharem e se passearem opulentos (e correspondente atitude) e está feita a cama para se deitarem.
E isto é corroborado pela invariável medida que sempre se tomava, à parte a expulsão: distingui-los. Obrigá-los a portarem marca distintiva. Ora se o caso fosse de rejeição cultural não havia necessidade disso obviamente, porque a própria cultura os denunciaria; também não é racismo pela mesma razão: o aspecto os denunciaria. Portanto, a questão é comportamental. Não era por serem judeus, era por fazerem judiarias. Judiarias essas que não praticavam, diga-se, entre si.
Tudo isto revela nada mais que tribalismo. Consideram-se mais, ou diferentes, dos outros. O que vale para eles, não vale para os outros. Ainda assim é, hoje em dia. E esse é o problema. Essa é a questão judaica, sem tirar nem pôr.
Achei.
ResponderEliminarNão era consul nenhum afinal, era um tipo chamado Goldwin Smith, bastante conhecido pelos vistos. Aqui está o ensaio chamado "The Jewish Question" do livro "Essays on Questions of the Day" de 1894.
http://www.ihr.org/jhr/v17/v17n1p16_Smith.html
mujahedin:
ResponderEliminarTambém já cheguei à mesma conclusão: a questão judaica é por causa das "judiarias". Mas o método de resolução, a forno crematório é demasiado radical para o Humanismo.
É preciso fazer como dantes: cave canem.
A Igreja Católica lidou bem com os judeus...
ResponderEliminarE não falo da Inquisição, claro.
ResponderEliminar;)vou ler.
ResponderEliminarSim. O Mujahedin apontou de forma mais correta o termo. A aculturação que me referiria era justamente essa, a prática da judiaria, até Jesus se passou com tais prtáticas!!
O filme mostra que os judeus estavam progressivamente a tomar conta do poder na Alemanha mas hoje controlam o poder nos EUA.
Veja o filme e dê a sua opinião depois.
José,
ResponderEliminarMas sabe que a inquisição até incidia mais nos falsos convertidos que nos próprios judeus? Curioso esse fato. Agora o povo é que não tolerava mesmo as judiarias e acabam por fazer eles mesmo uma inquisição.
O Gil Vicente é que nos dá a imagem dos judeus no séc XVI...
ResponderEliminarA Igreja seguiu sempre à risca o ditado romano "cave canem".
ResponderEliminarTodo o cuidado é pouco. A prova está em Greenspan e agora nos vários Dimons e Bernankes. Tomaram conta daquilo e os americanos nem se deram conta...
O judeu Cimmerman, da SIC conseguiu uma entrevista ao José Eduardo dos Santos...estou a ouvir.
ResponderEliminarNão foi só a Igreja José. O cave canem é a marca que lhes é imposta volta não volta.
ResponderEliminarEm 40 era a estrela que eles tanto gostam, mas em França na Idade Média era um circulo metade branco metade vermelho, por exemplo.
Eu penso que esta história da marca é fulcral para se compreender o problema e para lhes desarmar a tanga de que são vítimas de racismo ou discriminação. A discriminação é a posteriori naturalmente, senão não havia necessidade de marca para que acontecesse a priori, que é o objectivo.
Os fornos... Ainda estou para perceber por que carga d'água haviam de fazer fornos individuais para queimar tanta gente. Uns tipos que sintetizavam borracha a partir do carvão e faziam foguetões. Mas pronto, devo ser eu que sou burro sendo eles tão espertos...
Todavia, se ler o texto do tal Smith a solução que ele preconiza é muito interessante. Interrogo-me se hoje se classificaria como 'holocausto cultural' ou coisa do género... ahah. No meu entender era o que se devia fazer com os ciganos. Assimilação cultural completa. Em duas ou três gerações deixavam de existir como ciganos, seriam apenas pessoas como as outras.
Mas nunca aceitariam fazê-lo de livre vontade, nem uns nem outros. A victimização tem os seus benefícios na sociedade hodierna.