Rosas & Pereira, historiadores revisionistas do nosso passado recente, entendem que no tempo do Estado Novo ( que estendem até 1974) havia uma "Política do Espírito" e " a propaganda pensada em termos muito modernos (...) utilizando também teatro de massas para analfabetos", conforme o sócio Pereira escreveu na recensão crítica do livro do sócio Rosas e que o Público deu à estampa recentemente.
O tal "teatro de massas para analfabetos" deve ser o teatro de revista, tão criticado pela intelectualidade dos Rosas & Pereira como o futebol, verdadeiro ópio de um povo adormecido pelo fado e encantado por Fátima.
O problema de Rosas & Pereira, porém, é sempre o mesmo: a Realidade. A maldita realidade existiu e apesar de os mesmos a tentarem reinventar segundo memórias adulteradas pela perseguição do "fassismo", foi diversa daquela que contam. E porque não contam a Realidade, inventam historietas para papalvo ler.
Ora aqui ficam então jornais da época com os cartazes dos espectáculos disponíveis em diversas épocas, para mostrar a Rosas & Pereira como era, já que manifestamente não se lembram e inventam recordações.
Começamos em 1970 com a edição do Diário Popular de 2 de Outubro desse ano, uma Sexta-Feira. A par de uma revista com "Pimenta na língua", o indígena tinha ao dispor, no mesmo dia, A Relíquia, de Eça de Queirós ( para adultos) e até O Processo de Kafka ( para homens livres, segundo o anúncio). Resta dizer que a tal Pimenta na Língua era protagonizada, entre outros por José Viana, um comunista. Precisava de ganhar a vida, já se vê...e a revistinha era certo e contado.
No ano seguinte, em 19 de Outubro de 1971, o espectáculo de revista era sofisticado...com um "vison voador", no "3º ano de susexo" e protagonizado por reaccionários tipo Raul Solnado ou Io Apollini ou mesmo Artur Semedo. E também a par desse espectáculo havia "O aniversário da tartaruga" tipicamente um espectáculo para os ignaros e pobres de espírito, enfim, "um teatro de massas para analfabetos", mas protagonizado por outros fassistas reaccionários como Pedro Osório, ou um Rui de Carvalho, na altura assinando ainda com i e não se queixando ainda das pensões...
Em 4 de Janeiro de 1972, o Diário Popular mostrava um importante "pogresso" na educação das massas ignaras e analfabetas do tempo da "obscuridão" e repressão: havia um Shaekespeare para ver...mas era lá fora. Por cá, a par de um Ó Zé aperta o cinto", em que já aparecia outro "fassista", Nicolau Breyner e ainda outra, Ivone Silva, e um Vítor Mendes, pai de um fustigado ( pelo Pacheco que não perde ocasião para o aviltar profissionalmente) animador de um concurso televisivo, havia uma alternativa para os Rosas & Pereiras verem, se quisessem trocar o certo pelo duvidoso: " Quem tem medo de Virgínia Wolf", protagonizado por Jacinto Ramos ( outro comunista) e Glória de Matos.
Nesse mesmo dia, o cartaz do cinema mostrava uma ampla possibilidade de escolha que agora nem há. É que o obscurantismo "fassista" era tão terrível e cinzento que as pessoas preferiam meter-se nas salas escuras a ver cinema...
Em26 de Junho de 1973 outro salto qualitativo em direcção à "coltura": podia-se ir à Comuna e ao TEC para ver Fuenteovejuna, muito apreciado pelos Rosas & Pereira. E na Gulbenkian ainda havia bailado...hoje já não há. Maldito "fassismo"!
E em 20 de Novembro de 1973, no mesmo Diário Popular, um lapso da censura: deixou passar o nome "Brecht". Olhá distracção, ó Rosas & Pereira! Brecht! Em Espanha, claro.
Por cá, havia "Tudo a nu", com alguns protagonistas que depois do 25 de Abril se tornaram "revolucionários" da esquerda antifassista...porque nessa altura se arrependeram de andarem a contribuir para o analfabetismo popular. Vira-casacas? Nã...a esquerda nã tem disso, camarada.
E em 1 de Janeiro de 1974 o Século, órgão oficioso do regime ( como hoje) publicava uma página inteira sobre os espectáculos disponíveis. Tudo para a "alienação"; tudo contribuições do regime para o analfabetismo atávico do povo português. Até vinha o anúncio ao "Lágrimas e Suspiros do Bergman, filme para analfabetos produzidos no marxismo. Sim, porque isto era em Lisboa. Na chamada "província", por exemplo, na saloia Marmeleira, a cultura jorrava em fontes límpidas e no Porto, aparecia debaixo de capuzes e em panfletos a proclamar a revolução popular em pó chinês ou albanês e a vituperar o maldito "fassismo" que não deixava as massas acederem à verdadeira cultura popular: a chinesa e albanesa, de preferência, para o Rosas & Pereira.
Pobres Rosas & Pereira. Sempre que se lembrassem de publicar estas ideias novilinguisticas sobre a semântica salazarista, deviam pensar em poder levar com um balde de estrume pela tola abaixo, para ver se se lhes adubariam as meninges. Como os tais analfabetos faziam nas aldeias...ou então, para evitar ofensas radicalizadas a almas sensíveis, mesmo marxistas, adubar os escritos com o mesmo húmus, em vez das tolas.
E sem subsídios...
ResponderEliminarAgora com tanta "oficina" e "investigação" a kultura africanizou como oresto aliás...
ResponderEliminarAi, os sócios Rosas& Pereira está o máximo
ResponderEliminar":O))))
Maravilha de desmontagem, mais uma vez.
É pena é eles não lerem este blogue.
ResponderEliminarPubliquei:
ResponderEliminarhttp://portadaloja.blogspot.pt/2013/06/o-teatro-de-massas-para-analfbetos.html
no final da guerra a companhia Brasileira de Maria della Costa
ResponderEliminar1948 no Café Latino da rua Ferreira Borges o empresário José Miguel do futuro ABC do Parque Mayer proporcionava canções, fados e guitarradas, por onde passou o Luís, pai Teresa Guilherme
em 1958 'os jograis de São Paulo' diziam poesia a 4 vozes. um deles fazia o papel de Nacib na 1ª Gabriela. comprei o disco por estar em Roma
nesse ano no Trindade representava-se Diário de Ann Franck com Ribeirinho. comprei a peça por estar fora.
Solnado passou pelo Parque, assim como Io, futura mulher do seminarista reis.
Madalena Perdigão, de que vaga ideia de Coimbra, construiu o que outros destruiram
a corja dos aldrabões esqueceu a incomparável Eunice Muñoz, assim como a família Rey Colaço
li Torga, Redol, Soeiro, Aquilino (genro de B. Machado)
boxexas manteve o colégio
diversos artistas e locutores pagaram a factura por não serem comunas, como Laura Alves ...
A primeira vez que fui ao teatro, foi em 1972/73, ver uma peça do Teatro da Cornucópia, onde era actor o meu Professor de Português do Liceu Camões.
ResponderEliminarQuase de certeza que isto está documentado jornalisticamente.
E eu se encontrasse os meus cadernos da época, encontraria a composição que tive de fazer.
A peça era de Moliére, se não me falha a memória.
.
Não sei de tinham subsidios, mas eu não me lembro de pagar nada (também não tinha como).
ResponderEliminarMas todos sabíamos que era uma companhia de teatro de pessoal de esquerda.
Se lá estava a PIDE/DGS, também não dei por nada.
ferocidade da 'sem-sura' salazarenta
ResponderEliminar«O velho abutre
O velho abutre é sábio e alisa as suas penas
A podridão lhe agrada e seus discursos
Têm o dom de tornar as almas mais pequenas
Sophia de Mello Breyner Andresen»
70, 71, 72, 73... Mas o "Estado Novo" só durou 4 anos? Complete o post com o que se fazia nos anos 30, 40, 50 e 60, por favor. É um hábito seu, neste blogue, só falar dos anos 70.
ResponderEliminarpor ter comentado no pc de uma amiga não percebi que ela tinha o email aberto e ficou o comentário com o nome dela (koisaskádecasa)e não o meu , peço que apague sff e de seguida farei com o meu sem enganos , obr
ResponderEliminarInteressante a noticia (primeira foto ),que dá conta da homenagem pelo circo de Moscovo a Amália Rodrigues no coliseu , isto depois de terem estado em sua casa, e a própria Amália Rodrigues ter estado na Rússia , ela que assim que se deu o golpe traidor, foi chamada de fascista , se calhar a comunagem só lia o avante !
ResponderEliminara:
ResponderEliminarfalo e escrevo do que sei e vivi. Por isso rebato os factos que são apresentados indiscriminadamente como sendo do Estado Novo que para Rosas & Pereira vai de 1926 a 1974.
Não são eles quem distingue, logo para mim, aldrabam, porque não se preocupam minimamente em situar no tempo os factos históricos. Para eles tudo é Estado Novo, seja nos anos 40, 50, 60 ou 70.
Portanto, que quer que lhe faça?
Que vá procurar nos livros dos anos 40, 50 e 60 os factos que não vivi, mas que me asseguram mesmo assim que aquela pretensa História continua a ser a historieta deles?
Nos anos 40 houve o boom do cinema português como nunca mais houve. Houve o fado de Marceneiro e o Bento de Jesus Caraça publicou na Biblioteca Cosmos, os Conceitos fundamentais da Matemática.
Foi inaugurada Feira Popular, aparece em força a telefonia, etc etc.
Nos anos 50 o teatro de revista não era inferior ao dos anos 60 e 70 e certamente não era para analfabetos.Aparece a televisão.
Assim, quem quser contar a História, deve começar em primeiro lugar por se situar no tempo. Os anos 40 não são os anos 60. Depois deve olhar em estereoscopia e ouvir em estereofonia os fenómenos sociais.
Olhar tudo pelo prisma neo-realista não é bom método, mas é o que essa gente usa.
Para quê? Para continua a denegrir um regime que não lhes foi simpático.
Só isso.
Curiosamente, para falsificarem ainda mais, nunca se pronunciam sobre Marcello Caetano e os anos setenta, a não ser para amalgamarem tudo no tal Estado Novo.
ResponderEliminarIsso é uma falsificação e uma aldrabice intolerável.
Por isso mesmo é que lhes chamo fósseis: cristalizaram nos anos 30 e 40...e a doutrina já vem da Rússia dos anos vinte e do marxismo-leninismo da época. Os chavões de linguagem são os mesmos, o método de raciocínio é o mesmíssimo, a visão do Estado e da sociedade a mesma.
ResponderEliminarPortanto, fósseis é o que são.
José eu sei que voce sabe que "Rosas&Pereira são duas metades do mesmo zero.
ResponderEliminarpor se tratar aqui de assuntos de lixo humano
ResponderEliminargostei de ler parte da homilia do Papa sobre esta civilização em que os seres humanos deixaram de comandar o mundo.
o dinheiro transformou-os em elementos descartáveis atirados para o caixote das imundices
"Portanto, fósseis é o que são."
ResponderEliminarCaro José
Talvez a designação “técnica” mais correcta fosse a de “múmias”.
É que fósseis, até constituem por vezes, testemunhos científicos importantes, da história e da ciência.
E só alguns tipos de fósseis é que passam por processos de cristalização.
Por isso, “múmias” é capaz de ser mais adequado.
Dizem que fedem e que até podem provocar doenças a quem com eles convive.
Eu seguindo a sugestão do nosso caro Floribundus, e mais dentro dos meus conhecimentos técnicos, até os considero mais “entulho de betão”.
São restos sem utilidade, dum material artificial e que ainda libertam radão, que como gás radioactivo que é, ainda é perigoso para a saúde humana, quando não devidamente ventilado.
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Nas próximas décadas, à medida que os Rosas abandonarem o palco, a posição das massas sobre o Estado Novo mudará radicalmente. Mas para já o cenário é agreste, com os Loffs na Academia e os programas de História adulterados.
ResponderEliminarEra uma coisa.
ResponderEliminarGosto mais do Loja de esquina. Sempre e menos estupido.
ResponderEliminarA questão é essa. O hajpachorra também acredita que basta aparecerem bons historiadores para estas tretas acabarem e os media passarem a citar outras referências.
ResponderEliminarEu sou mais céptica. Porque o que vejo é a facilidade com que os media também ajudam à reprodução dos fósseis.
Eles não diminuem, aumentam, na proporção do aumento de tendência de voto no PCP.
Alguém aí atrás, ou noutros post, disse que o problema da dependência que o socialismo cria é tremenda.
É capaz de ser isso- ainda que não se tenha socialismo algum, os dependentes dos subsídios e função pública são mato.
E isso tira toda e qualquer hipótese de criatividade. Porque eles só se lhes interessa manter esse tipo de vida a que se habituaram e depois os "empreendedores" já ganharam estigma facista.
balde de cal:
ResponderEliminara estupidez não tem dono...agrega-se a quem menos se espera. Mesmo os que apreciam lojas de esquina.
A minha intenção com estas memórias de antanho não é apenas passar a minha opinião que aliás se forma à medida que consulto estas coisas.
ResponderEliminarÉ mais para recordar uma parte da Realidade que tivemos, aquela que resulta da imprensa.
E que é apenas um espelho que me ajuda a lembrar a Realidade vivida que era outra e mais completa.
Quem não entender isto está a agregar estupidez...
Nem há palavras para descrever a importância deste trabalho, completamente à borla, do José.
ResponderEliminarPortanto, se os porcos não gostam de comer pérolas, azar o deles.
Começo é a concordar com quem diz que o blogue devia ser passado a livro.
Acho que bastava até transformar-se estas recordações em crónicas com maior divulgação que a net para os portugueses mudarem, e muito, para melhor.
ResponderEliminarNão é exagero. É um trabalho factual. Estão aqui os factos, as memórias, como o José diz, que foram apagadas.
Para se inventarem outras no seu lugar.
ResponderEliminarE as inventadas mandam. Mandam e têm um poder gigantesco.
Há uns anos nem me dava conta disso. Foi ao ler o José que me apercebi que o diagnóstico dele é o correcto.
E simples, como tudo o que conta.
Há os que agregam estupidez. E há os que a segregam...
ResponderEliminarEsta é para o balde de cal, para ver se reflecte um pouco mais e argumenta sem agregados.
Amanã, se tiver tempo vou colocar aqui a prova que obtive hoje, embora já a tivesse há meses entrevisto, do processo concreto e preciso porque nos desviamos durante o Verão de 1974 do rumo certo que tínhamos e que o tempo veio demonstrar estar certo.
ResponderEliminarÉ sobre o investimento de que agora se fala e o papel da Esquerda.
Enquanto se der ouvido a bestas quadradas do BLoco estamos perdidos.
Quanto ao livro: é inútil. Ninguém vai mudar de opinião por causa de um livro deste género, ainda por cima caro, como ficaria.
ResponderEliminarO mais que se pode esperar é que os que agregam estupidez abram um pouco mais os olhos.
Estas memórias e uma pequena frase do hajpachorra têm servido para arrumar muitas ideias.
ResponderEliminarA frase do hajapchorra também foi simples e clara- há um som de um tempo e esse som vem de cima- dos académicos- e depois é copiado em baixo.
E isso explica como depois tudo se torna demasiado igual em termos geracionais.
E é. Todos os dias o constato e entendo até melhor os meus desencontros teóricos com os da minha área.
Se fosse em formato online, como lhe indicaram, não era caro.
ResponderEliminarEu penso que era muitíssimo importante.
Quanto aos estúpidos, enfim, também não seria a pensar neles.
A mim preocupa-me muito mais os inteligentes a quem esconderam tudo.
Amanhã vou ter conversa com uma moça que me pediu opinião para um trabalho artístico-académico que está a fazer nos EUA.
Para meu espanto, ou nem tanto assim, os objectos artísticos em que quer pegar são interessantíssimos.
Mas depois, quer lê-los à luz de alguma treta que lhe venderam e que é, nem mais nem menos, marxismo fossilizado.
E a mensagem é a da moda- utopia por causa dos tempos que se vivem.
Nem sei como lhe dizer que a bota não bate com a perdigota.
Não vou dizer mas apenas perguntar por onde começou o projecto- pelos objectos artísitcos ou pela ideologia.
Porque, mesmo partindo da liberdade de engajamento político- a leitura deturpa em absoluto os exemplos artísticos que quer meter dentro dela.
Nunca imaginei. E isto é que me preocupa porque ela é um exemplo de topo. Alguém lhe andou a vender banha da cobra ideológica que ela tomou por filosofia.
Esse som não veio dos académicos no princípio. Vem agora por réplica.
ResponderEliminarOriginalmente esse som, essa música de fundo, apareceu com o PS e o PCP e a extrema-esquerda que já o tinham quando estavam na clandestinidade.
É esse o som que se espalhou em 1974 e por isso coloco tanta ênfase nessa época porque é a charneira entre a nossa Realidade e a actual Virtualidade em que nos meteram.
O som foi difundido na semana a seguir ao 25 de Abril de 1974, entre esta data e o 1º de Maio.
Isso é claríssimo nos comunicados da CDE e do MFA do dia 25 e 26 de Abril.
Logo a seguir apareceu a novilíngua que Cunhal dominava.
E chegou num instante ás redacções que estavam à espera dessa novilíngua como de pão para a boca.
De repente, o regime anterior ao 25 de Abril deixou de ser autoritário e passou a ser simplesmente fascista.
As províncias ultramarinas que foram colónias nos anos 50 passaram novamente pelo crivo fóssil que só conheciam esse nome.
Burguesia, reaccionário, imperialismo, luta de classes, etc etc etc, e principalmente os conceitos subjacentes tomaram a força do discuros oficial.
Ficou plasmado na Constituição de 1976 e essa é que foi a verdadeira Revolução da Esquerda que ainda perdura.
E é estranho como mesmo com bolsas, mesmo com todas as facilidades económicas e talento, saem daqui mas depois interpretam o mundo pela cartilha que lhes enfiaram na cabeça desde a escola.
ResponderEliminarE nem é a família. Neste caso, ia jurar que bem pelo contrário.
Não sei quem os forma. Não sei quem anda a vender teóricos do socialismo- desde Saint-Simon e Fourier a artistas.
Não entendo como é com estas coisas velhas e de resultados catastróficos que se pensa estar a apontar ideias novas.
Estão a sujar a cabeça artística. Mais nada. A meter entulho lá dentro.
Eu também penso como o José e foi isso que disse ao hajpachorra.
ResponderEliminarMas ele tem bons argumentos e vai mais longe no som- apanha o som académico de décadas.
E isso é verdade. Não é verdade para as meras questões políticas e ideológicas, mas é verdade para aquilo a que se pode chamar "cultura".
As páginas culturais do Diário Popular- e tenho várias com artigos de comunistas como Urbano Tavares Rodrigues e nem tanto como Agustina Bessa Luís ou o queirosenao que agora me escapa o nome- denotam outra coisa: a cultura de então não era a mesma de agora. Era mais interessante.
ResponderEliminarMas ela vai pegar em coisas bem interessantes- projectos de uma vida- o bigger than life- nas arquitecturas vernáculas.
ResponderEliminarSó que nem se deu conta que aquilo nada tem a ver com utopias sociais. É o inverso- é o projecto da sua casa feito mundo, em desafio ao tempo e aos recursos.
Sim, é verdade. Mas, a dada altura, aparecem os estruturalistas, os desconstrutivistas, os internacionais situacionsistas e por aí fora. Há um pensamento da esquerda francesa que começa a dominar.
ResponderEliminarE em Hiistória, por cá, são os jacobinos, desde há muito.
Curioso foi o hajapachorra, entre os exemplos certeiros que deu, ter dito que o principal deles- o que fez a cabeça a toda uma geração, foi o Roland Barthes.
Nunca o acharia. Muito mais Deleuzes, Guattaris e Foucaults, ou Adornos e Blochs
E até abro uma excepção par o Foucault porque ele tem boa investigação.
ResponderEliminarAgora o que não entendo é andar-se a ler o Saint-Simon, o Owen, o Ernst Bloch ou a Simone Weil para entender um Ferdinand Cheval ou Simon Rodia
O Roland Barthes era um autor de quem comprei um livro nessa época: o Mithologies.
ResponderEliminarMas havia outro que me lembro ter um livro por cá antes do 25 de Abril e que se intitulava As palavras e as coisas. Michel Foulcault
O Gilles Deleuze é talvez mais importante nessa mitologia esquerdista.
ResponderEliminarPode crer. O Deleuze é mil vezes mais perigoso, porque até é inteligente e conseguia adulterar tudo.
ResponderEliminarAté o Nietzsche ele deturpou.
O Barthes era um retórico e nem vejo como possa ter peso ideológico de maior.
O Foucault sim mas mais na intervenção social que nos estudos. E o estudo dele da loucura e das prisões ainda hoje tem muita coisa válida.
Mas os internacionais situacionistas é que são o fim... passaram a dominar tudo no campo das artes.
ResponderEliminarE o Adorno, embora ninguém consiga ler aquilo, também marcou muita parvoeira de boca cheia.
ResponderEliminarÉ por estas e por outras que tenho de andar de nick
ResponderEliminarEstava tramada se me ouvissem dizer estas coisas
ahahahahahaha
A mim preocupa-me muito mais os inteligentes a quem esconderam tudo.
ResponderEliminarIsto é verdade e é o principal.
Há muito boa gente que não conhece nada do aqui se põe.
É curioso. No postal abaixo o José fala em Rosas e Cia. como os feitores de história revisionista e que merece caixote do lixo.
Sobre o lixo nada obsto. Mas não sei se o José se apercebe que é o que aqui põe que, neste momento, conta como história revisionista (posto não seja propriamente história, como resultado do trabalho de um historiador), porque a história a que lhe chama revisionista é, para todos os efeitos, a única que vai havendo.
É importantíssimo este trabalho, porque não deixa argumentos possíveis. E isso vê-se pelos baldes de cal, letras singelas e outros mirzas que vêm deixar aleivosia, mas não conseguem mais que isso. São coisas que os incomodam. É a teimosa realidade a intrometer-se nos seus paraísos virtuais, de facto.
E melhor é quando se desmente claramente e inequivocamente o que dizem os historiadores do regime, como naquele post sobre a Visão e este do teatro. Quando se torna claro que mentem e mentem conscientemente.
Porque se há coisa que toda esta gente parida desta revolucinha trágica é, é ser mentirosa. Foi uma revolucinha de aldrabões.
Uma revolucinha de aldrabõezitos, pode crer, para ficar tudo mais inho.
ResponderEliminarAs saudades que eu tenho do Dragão.
O dragão faz falta mesmo!
ResponderEliminarTinha um assombro de lucidez imbátivel.
Um assunto paralelo mas que afinal se entrecruza com o tema em debate. Os artistas - cantores, actores, actrizes - que eram 'faxistas' e ostracizados logo após o 25/4 pelos revolucionários, foram os mesmos (só alguns) que viraram democratas da mais pura água da noite para o dia. Alguns desses eram apreciados e acarinhados pelos portugueses e nada incomodados pelo regime anterior e eis que, como bons oportunistas e anti-patriotas, de repente (com honrosíssimas excepções, é bom lembrar) com um estalae de dedos tornaram-se adeptos incondicionais do novo regime, auto-intitulando-se d'imediato 'democratas' desde sempre...
ResponderEliminarIsto, porque na página de espectáculos de teatro, dos jornais acima, vê-se um anúncio de uma Revista em que entrava Nicolau Breyner ainda muito novo e já a trabalhar em grande no Estado Novo..., portanto um apoiante a cem por cento do regime 'faxista'... E o que vemos hoje? O mesmíssimo Nicolau, vindo da tenebrosa noite, a actuar agora já não no Teatro de Revista que era 'faxista' que se fartava, mas aparecendo em todos os espectáculos de televisão, cinema rádio, a dar entrevistas a toda a hora, a protagonizar montes de filmes, a participar nos mais variados "reality shows", ora como participante ora como jurado... Ou seja, sempre na crista da onda como um bom anti-fascista. Porém, o que é extremamente curioso, para dizer o mínimo, é que este actor nem sequer renegou a sua militância num partido de direita(?), partido esse que desde o 25/4 vem sendo apelidado sistemàticamente de 'extrema direita' e os seus dirigentes, militantes e simpatizantes difamados consecutivamente desde então até hoje. Paradoxal? Talvez não. O que era interessante era saber qual a razão para tamanha discrepância.
E não é só ele que se mantém à tona d'água e é apaparicado há quatro décadas pelo novel regime, sem nunca lhe ter faltado trabalho, até o tem em demasia porque já não tem graça nenhuma e já se vomita. Porque é que ele não pára de aparecer em todas as televisões e em milhentos programas todos iguais aos seus precedentes? Será por ser filho d'algum socialista todo poderoso ou d'algum mundialista? Isto é exactamente o que acontece com outro farsante, Herman José, que nos aparece em todos os canais (saltita de uns para os outros, como o Nicolau) há tanto tempo quanto este e também já enjoa, o homem já perdeu toda a graça que tinha. Mas há para aí mais uns tantos actores, comediantes e humoristas que beneficiaram e de que maneira do 'faxismo' e continuam a usufruir de todas as mordomias (até o hipócrita do Soares lhes presta tributo!, imagine-se as costas quentes que eles não têm...), não tarda nada receberão uma Ordem honorífica qualquer num próximo 10 de Junho, é só aguardar. Nesta farsa de regime nenhum 'anti-faxista' lhes toca sequer com uma pena. Afinal quem os protege e porquê???
Conclusão. É à grande e à francesa que os revolucionários 'anti-faxistas' vivem em pleno nas democracias e só nestas, consequentemente andam sempre à cata delas. Nunca uma expressão caída em desuso se tornou tão actual, podendo aplicar-se que nem uma luva aos enxames de "anti-faxistas" que desde há quatro décadas enxameiam (inçando de veneno) Portugal.