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domingo, julho 14, 2013

O SNS é nosso?

Sol:

A Fundação para a Saúde quer devolver aos cidadãos a sensação de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) lhes pertence, como um seguro público, para que possam exercer a sua influência: protegê-lo e pedir prestação de contas.

O documento que serve de base à discussão do futuro congresso "SNS: Património de Todos", a que a Lusa teve acesso, considera que é essencial para a sobrevivência do Serviço Nacional de Saúde desenvolver o sentimento de pertença nos portugueses.

"Só fazendo o SNS efectivamente nosso poderemos assegurar a sua sobrevivência", refere o documento, lembrando que a falta de crescimento económico e o aumento da dívida pública colocaram em risco o futuro do serviço.

Para o presidente do conselho de administração da Fundação para a Saúde, Constantino Sakellarides, o cidadão português sabe pouco sobre o SNS, muito devido à transição das caixas de previdência para o actual sistema.

"Passámos de um modelo explícito de seguro público para um modelo implícito. As pessoas perderam o sentido de pertença. É necessário desconstruir a noção de que isto é do Estado e reconstruir a noção de que isto é consequência de um seguro público que é nosso", afirmou à Lusa.


O SNS é nosso e é uma espécie de seguro de saúde para o qual pagamos e descontamos ( os que o podem fazer)?
Então se assim é, pela minha parte sugiro o seguinte:
Não quero um SNS cujos profissionais que aí exercem não tenham exactamente essa noção e não se comportem em conformidade.
Não quero um SNS em que os profissionais que aí exercem- médicos, enfermeiros e pessoal administrativo- julguem que é um serviço para "sacar" o mais possível ao Estado, negligenciando a boa prática de gestão de recursos, exigindo do sistema algo que os mesmos nunca dariam pessoalmente se lhes saísse dos bolsos e desligando-se do resultado das contas e custo do mesmo.
Não quero um sistema em que os médico e enfermeiro se comportem como se fossem eles os donos do mesmo e não os seus servidores.
Não quero um sistema em que por causa disso, os abusos de posição dominante exercida pelos mesmos- médicos e enfermeiros- permitam regalias, privilégios e benefícios pessoais e de classe que são incomportáveis em termos de custo razoável e que não encontram paralelo noutras profissões semelhantes em que o Estado intervenha como detentor do poder de administração. Não quero que o SNS aos mesmos profissionais fique sujeito sempre que lhes dá na gana em aumentar os rendimentos, seja através de horas extraordinárias estapafúrdias e com esquemas manhosos de rotação em horário nocturno,  para benefício geral dos mesmos e com prejuízo acrescido para os "utentes", senhores verdadeiros do SNS, seja em tabelas salariais que permitem acumulações reais de rendimentos variáveis que se tornam permanentes por via de direitos adquiridos.

Não quero um sistema que dê uma sub-utilização aos recursos públicos disponíveis, comprados a peso de ouro pelo Estado e abandonados sem uso,  por causa dos esquemas de acumulação de funções e esvazie os quadros técnicos que permitem funcionar as unidades públicas de saúde e ao mesmo tempo desvie sistematicamente os "utentes" para a medicina em hospitais privados que vivem essencialmente do erário público do SNS, através de comparticipações exageradas e incomportáveis.

Não quero um sistema que redunde sistematicamente nesse desvio de competências em certos sectores mais rentáveis e as retenha nos casos mais custosos sempre em prejuízo do erário público do SNS e por responsabilidade dos médicos e enfermeiros que assim procedem ou estimulam com as suas práticas.

Não quero um sistema em que as unidades privadas de saíde admitam "utentes" e cobrem ao SNS importâncias exageradíssimas derivadas de exames de diagnóstico em triplicado, na maior parte dos casos injustificável mas sempre justificada por parecer médico desonesto e  medicamentos prescritos em sobredoses mortais para o SNS.

Não quero um SNS que se torne na galinha dos ovos de ouro dos hospitais privados e sempre em prejuízo do erário público, de Norte a Sul do país sem que tal estado de coisas seja denunciado e esclarecido criminalmente como burla gigantesca que é.

Não quero um sistema que tenha em cada hospital público três administradores nomeados pela tutela política quando existem administradores de carreira com tabelas salariais de carreira e muito abaixo daqueles. Não quero um SNS em que os administradores tenham direito a carro pago pelo erário público. Não quero um SNS cujos administradores nomeiem por sua vez e como lhes apetece, assessores disto e daquilo sem necessidade real alguma e só para dar "tacho" a amigos, familiares e apaniguados. 

Quero um sistema que seja honesto e cujos profissionais saibam o exacto significado desse termos e das suas consequências. 


66 comentários:

  1. As classes médias pagam o SNS com os impostos. Mas quando precisam de uma consulta de especialidade recorrem ao privado.

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  2. E pagam ao privado uma parte do custo que é repercutido no SNS por valores astronómicos e que as taxas moderadoras poderiam atenuar.

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  3. quando vejo uma constantina(o) qualquer sentada a uma secretária
    pergunto-me se será:
    um estaline, um hitler, um mussolini, um mao, um pinochet

    o sns é tão bom que os funcionários públicos não o querem

    com a nojeira dos sindicatos entregues a avoilas
    na 'disfunção púbica' o mérito continua a ser a antiguidade

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  4. E o privado vai buscar ao SNS o custo que o beneficiário do SNS não paga directamente mas acaba por pagar desse modo.

    Por outro lado, o custo envolve por vezes meios de diagnóstico que são debitados ao SNS a preços que sobrelevam em muito o que custaria no público. E por vezes em doses maciças, porque basta o médico prescrever e juistificar minimamente que não há inspecção de saúde que resista, nem por amostragem apesar de o escândalo ser conhecido.

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  5. Há uns anos Portugal era de longe o país da Europa onde se recorria mais a exames complementares de diagnóstico. Era um abuso e isto era falado nas aulas da Faculdade de Medicina. Também abusamos e muito na prescrição de antibióticos.

    Mesmo a suposta qualidade da Medicina privada levanta muitas questões. Tive uma doença crónica de pele que se resolvia de forma «simples» mas só a curei no terceiro ano de curso depois de fazer a cadeira de Farmacologia. Entre os 11 e os 21 anos estive em 6 especialistas diferentes. O primeiro era Professor Doutor na Faculdade de Medicina de Lisboa e receitou-me antibióticos que não estavam indicados para uma criança de 11 anos, o resultado foi efeitos secundários na dentição. Um dos dermatologistas tinha consultório na rua da Sofia em Coimbra, disse-me para apanhar sol, quando se sabe que o sol não iria resolver mas sim agravar ainda mais. Pagava por consultava, na maior parte dos consultórios e clínicas onde andei, em média, 75 euros. Soube que em Madrid a consulta nas melhores clínicas ficava por 60 euros e os tratamentos por metade do preços praticados por cá.

    Histórias tenho muitas pois sou médico interno. Não assino com nome próprio por isso estou à vontade para dizer o que sei e o que vejo. E digo que uma parte preocupante de quem vem para Medicina é com o objectivo de enriquecer. Poderia estar aqui a contar casos que dizem muito sobre a craveira moral de colegas que farão parte das elites futuras. Não sou santo nem pretendo ser contudo há limites.

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  6. E contra a classe tendo a defender a exclusividade no SNS. E também o fim da Ordem. O acesso ao curso deverá ser feito apenas com exames específicos, aos quais poderão concorrer todos os alunos com o 12.º ano concluído com aproveitamento, para pôr termo ao escândalo das notas inflaccionadas em certos colégios privados como o Externato R...

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  7. Em Lisboa e no Porto os alunos de Medicina Dentária deverão voltar a fazer os 3 primeiros anos de curso nas faculdade de Medicina. A separação serve apenas para dar «tacho» a professores nas faculdades de Medicina Dentária. Creio que Coimbra isso ainda não sucedeu.

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  8. Os ciclos Básico de Medicina em Ponta Delgada e na Madeira devem ser imediatamente extintos. A comunicação social não diz mas ainda há anos havia professores dos HUC a viajar todas as semanas para os Açores, com assistentes, para dar aulas nos ciclos básicos. Quem paga as viagens? Os contribuintes, claro. Não sei se o regabofe ainda continua mas de qualquer das formas é uma estupidez e um desperdício de dinheiro colocar os alunos a fazer 2 ano de formação nos Açores e na Madeira e o resto em Lisboa e Coimbra.

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  9. O curso de Medicina no Algarve é uma banha de cobra político-partidária. Nunca deveria ter sido autorizado e deve ser encerrado. Como é possível formar médicos em 4 anos sem cadeiras básicas? Não sei mas Sócrates, o Reitor da Universidade do Algarve ou a JSD acharam que sim.

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  10. Tive um professor que é uma das individulidades de referência da Ciência nacional. Aparece com frequência na TV.

    Quando Maria de Lurdes Rodrigues estava no Ministério, nas aulas, criticava a ministra e dizia que o facilitismo estava a destruir a educação. Um dia apareceu na TV na apresentação de um livro da Maria de Lurdes Rodrigues. Disse aos jornalistas que era um dos melhores livros que já lera em toda a sua vida.

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  11. Um dos meus colegas era filho de uma professora da faculdade, médica, de uma das principais famílias tradicionais do Alto Minho, com brasão, quintas, solares, etc. Um dia num exame a assistente entregou ao dito aluno (à frente de toda a gente) um envelope e disse que não aceitava prendas da sua mãe para passar alunos. Esse mesmo aluno teve outros casos do género.

    Com elites assim, vamos a algum lado?

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  12. Exactamente, José. Assino por baixo todos os pontos.

    É esta a verdade incómoda.

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  13. Há 15, memso há 10 anos teria razão. Hoje não tem. Há abusos, mas nada que se compare com o passado. Médicos hospitalares em exclusividade trabalham 42 horas e ganham uma boa trampa. Não entremos por aí, pela crítica ao SNS porque é o único em que podemos confiar. Quando tiver um enfarte, lagarto, lagarto, José, vá para um hospital público. Quando tiver um neto, diga aos seus filhos para nem pensarem em clínicas privadas. As pessoas nem imaginam os riscos que correm nos hospitais e clínicas privados. O nosso SNS é dos melhores que há. Nunca tenham um avc em Inglaterra, porque depois não terão fisioterapia mas um singelo papel com exercícios para fazer em casa. Tenho ido ultimamente ao outro lado do charco várias vezes em trabalho e só peço a Deus que quando me der alguma que seja do lado de cá.

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  14. Ninguém criticou o SNS mas sim das mordomias de quem se aproveita dele, ao ponto de o podermos perder.

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  15. E Inglaterra teve um excelente serviço nacional de saúde e não o tem agora, entre outras razões pelos motivos que o José aponta ao oportunismo de quem devia trabalhar para os utentes e não sacar à conta deles.

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  16. Dos 6 pontos enunciados pelo José, qual é que é mentira.

    Tente responder a isto, hajapachorra e não tresleia.

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  17. Vejo nove e nao seis e praticamente todos eles hoje, repito, hoje nao correspondem à realidade. Os médicos perderam 40% no pagamento de horas extraordinárias, trabalho ao sábado nao conta nessa categoria, os médicos em exclusividade, mesmo depois dos 50anos fazem pelo menos um banco de 24 horas por semana, NAO ha equipamentos empacotados, houve nos nãos 80 e 90, nao ha limites nas marcações de consultas como já houve, ha sim falta de técnicos, de equipamento, de médicos e de enfermeiros, havendo médicos e enfermeiros à tarefa, aos milhares. Tivessem os tribunais mudado como mudaram os hospitais... Está claro que ha muita besta que nao devia ser medico, mas esse é outro problema. Está claro que ha um abuso dos recursos de saúde por parte... da populacao, mas esse é outro probema. Está claro que ha hospitais, maternidades que deviam ser encerrados, mas ese é outro problema. O José sabe quanto ganha um medico especialista, no topo da carreira, com a categoria de consultor ou de director de serviço em exclusividade? Sim, a maioria dos médicos da carreira hospitalar está em exclusividade e trabalha 42 horas ou mais. Sabe? Metade do que ganha um juiz da relação... Nao me lixem.

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  18. Oxalá nunca precisem de recorrer ao SNS. Mas, se necessário, vão perceber o bem que temos à nossa disposição.
    Quanto ao resto, é óbvio que há muito a corrigir e, gente desonesta...

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  19. 1- Profissionais estatais que não se comportam como servidores dos utentes
    2- Médicos e enfermeiros que sacam à conta
    3- Médicos e enfermeiros donos do SNS
    4- Acumulação de funções e desvio para privados
    5- Mais caros com prioridade
    6- Privados pagos pelo Estado por pareceres de médicos comprometidos com eles.
    7- Privados burlam SNS
    8- Administradores a granel com ordenados de prima-dona

    Onde está a mentira?

    E quem é que aqui escreveu que era contra a existência do SNS ou que ele é mau?

    Ou para ser bom tem de se justificar o saque e oportunismo?

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  20. Se há grupo corporativo que usa e abusa do Estado é este- o dos médicos e enfermeiros.

    Mas é claro que nestas coisas é como falar em economistas: há sempre um que tem mãe ou pai... ":OP

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  21. É ver como o Birgolino se esmifra a vender o DAR...

    Eles destroem o SNS.

    Foi assim em Inglaterra. Tinham um excelente serviço público de saúde e espatifaram-no por saque.

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  22. Por outro lado, não sabia que os médicos também eram um órgão de soberania.

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  23. Hoje estive a conversar com um amigo meu que é comunista e cujo pai esteve preso no Tarrafal muitos anos.

    Estivemos a falar sobre a Censura, tal como tenho mostrado por aqui, neste caso do Expresso, e sobre o que se passou durante o PREC. Um outro amigo presente contou que foi preso durante o PREC por nada. Exactamente, por nada. Andava de carro numa rua de Lisboa, em Outubro de 1975 e de repente aparecem-lhe dois ou três jipes da PM ou do COPCON e mandam-no parar, apontando-lhe uma metralhadora. Obrigam-no a dirigir-se ao quartel, com o indivíduo que lhe apontou a arma no banco do passageiro da frente e de arma.
    Quando perguntou algo, disseram-lhe para estar calado. Quando chegou ao local, cerca das 4 da manhã, estavam vários tropas e uma fulana civil, a "fumar". No interior do quartel perguntaram-lhe quem era, e nada disseram. Quando disse que andava a estudar Direito disseram-lhe "então queres ser doutor...". Depois de lhe fazerem a revista ao carro e apanhando-lhe cartas para a namorada, leram-nas e gozaram com o mesmo a propósito disso.

    Depois mandaram-no embora, sem mais.

    Outro caso que falei foi o de César Moreira Baptista, preso sem culpa formada durante meses.

    Explicação do meu amigo comunista: era um período revolucionário.
    E eu a retorquir: mas durante o Salazarismo quem ia preso era por violação da lei vigente e não se passava o que se passou em 75, embora existissem abusos.

    Resposta: era um período revolucionário . E não saiu dali.

    Conclusão: é muito difícil que alguém sindicado a uma ideologia consiga ser suficientemente neutro para ajuizar sobre o anterior regime em comparação com o posterior.

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  24. Há sempre uma justificação qualquer para um desmando da "democracia" e nunca há qualquer esforço de entendimento para compreender a lógica do Estado Novo.

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  25. bem.... desta vez é quase sem comentários! Fala muito dos fossilizados, mas ao que parece não tem acompanhado nada a evolução do SNS.
    Tenha um AVC e peça uma via verde aos privados; tenha um cancro e trate-se nos privados; nasça com problemas e faça-o nos privados :); caia na rua e peça aos privados para o levar a um privado...; faça o curso de medicina e faça o internato nos privados...
    A assistência pré e intra-hospitalar melhorou significativamente na última década.
    A gestão de recursos e equipamentos também.
    Existem dinossauros, sim, cheios de vícios.
    A quem os mesmos estão a ser cerceados e que abandonarão o Sistema (não apenas o SNS) em breve.
    Ah: e os utentes - pois, os utentes - por mais informação de que disponham, abusam sempre (nem todos, claro, nem todos - alguns há que nunca usufruíram do sistema ou do SNS).
    E sim, o SNS é nosso. Se a CRP serve para alguma coisa, é para legitimar a Lei de Bases da Saúde.

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  26. nãoseiquenome:

    Será que leu o que escrevi?

    Alguma vez ponho em causa do SNS como deve ser?

    Só ponho em causa o SNS que temos por causa dos desmandos dos de sempre.

    Não são desmandos dos "utentes"...

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  27. A tal "evolução" do SNS não pode ser uma evolução da roubalheira. Não pode ser uma evolução do saque dos privados ao erário público e não pode ser uma evolução de uma continuidade na desonestidade.

    É só isso porque a evolução do SNS pode ser melhor do que é.

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  28. Quais desmandos? Qual saque? Dos privados? Que é que os privados têm a ver com o público? Cada vez menos e por razões óbvias. Ah, e os órgãos de soberania têm direito a saque? Porque senão tornam-se corruptos? Maravilhoso. Hoje começaram as férias judiciais, que vão durar dois meses!!!, quando há dois milhões, repito, 2.000.000 de pendências. Deve ser por ganharem o dobro de um médico e o triplo de um professor universitário. Eu quero é um SNS que não seja privatizado na gestão que não no financiamento. Por exemplo, é uma vergonha o que se passa com o serviço do Prof. Manuel Antunes, mas isso não interessa nada. Eu quero é um SNS que não seja destruído por falta de financiamento, afastamento dos melhores médicos, pagamento de serviços básicos para benefício dos do costume, o BES, pois claro.

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  29. O José não sabe que o SNS mudou muito na última década e que a roubalheira agora não está dentro, no público, está fora, na política/ banca/ hospitais privados.

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  30. Claro que interessa "hajapachorra". Aí há "selecção adversa", só por isso apresentam os indicadores que apresentam!

    José:
    O SNS hoje é de todos, tem melhores serviços que o privado e, os vícios, estão a acabar!

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  31. Mas o que é que eu disse há pouquinho? O SNS tem subsidiado o privado porque a roubalheira continua.

    O SNS tem permitido a roubalheira dos privados, porque não sindica o que os privados fazem em termos de diagnósticos que cobram ao mesmo SNS.

    O SNS mudou um bocadinho, apenas. O desperdício continua.

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  32. O José não sabe que a 'justiça' não mudou nada e que a bagunça está dentro, nos políticos/ legisladores/ administradores do sistema/ aventalícios dos conselhos superiores e suas adjacências. Dessa bosta toda não cura e sem a sua remoção nenhuma das outras poias, na saúde, na educação, no raio que os parta, nenhuma desaparecerá. O cancro nacional não é a política, stricto sensu, mas a 'justiça' que não mete a política na ordem. Às vezes tenho inveja da Itália.

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  33. Se eu estivesse no SNS a controlar a despesa e visse sistematicamente que um hospital privado fazia três meios de diagnóstico ao doente, por exemplo uma radiografia, um tac e uma ressonância para diagnosticar o mesmo problema e isso sistematicamente enviava lá uma inspecção.

    Se eu fosse o SNS e detectasse coisas que as pessoas sabem que acontecem nos privados, sempre para o SNS pagar, enviava lá uma inspecção.

    O SNS funciona em relação aos hospitais privados na lógica das PPP´s, com uma agravante: é mais caro.

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  34. A justiça não tem nada a ver com isto. Ou se tem a responsabilidade prévia é administrativa do governo.

    A justiça actua sempre que se detectam burlas claras. Para tal é preciso que os inspectores investiguem. Não são os pobres magistrados que nada sabem de SNS que vão descobrir seja o que for.

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  35. Se for claro para todos que os hospitais privados chulam o SNS a investigação far-se-á. Porque nem é difícil de fazer.

    Mas não tem havido vontade política porque mexe num sector "sagrado"...

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  36. Para mim, em termos abductivos, o problema mais grave do SNS e défice que tem é responsabilidade dos privados que o chulam.

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  37. Vai aí uma grande confusão, começou por falar em equipamentos empacotados, em desvio para os privados. Era assim. Sei bem do que falo. Não se marcavam mais de x consultas para que os MESMOS médicos tivessem clientela no consultório. Não se desempacotava o material de diagnóstico para que os doentes tivessem de ir às clínicas dos MESMOS médicos que empacavam os desempacotamentos. ERA assim, em larga escala. Nos centros de saúde, sobretudo no Norte, as pessoas humildes eram roubadas indecentemente. Sei de cabrões que obrigavam os doentes a irem aos consultórios privados para obterem um impresso essencial para a pensão ou subsídio. ERA assim. Isso acabou e bem. Pode haver um caso ou outro de abuso, mas o abuso em larga escala acabou. O abuso nos tribunais não acabou nem vai acabar, porque a crise mais acentuou a vergonhosa justiça de ricos e de pleiteantes e litigantes profissionais que infestam os ditos. Os juízes e restantes magistrados só vão lá com um bordoada dura, pesada, que chegue também ao legislador.

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  38. Claro que é um sector sagrado, carago! Pois de quem são 90% dos hospitais privados? dos mesmos que financiam os partidos do arco da velha, dos mesmos que mandam nos governos, dos mellos e espíritos. Todos.

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  39. "O abuso nos tribunais não acabou nem vai acabar"

    Os abusos que vi recentemente foram o caso Taguspark e o dos CTT de Coimbra.

    É desses que fala? Se é, estou de acordo.

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  40. Os Hospitais privados são umas autênticas PPP e têm a mesmíssima lógica.

    Alguma vez um Marcello Caetano sem falar num Salazar permitia uma coisa destas?

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  41. É preciso discutir isto publicamente deste ponto de vista.

    Mas o Expresso e a SIC nunca o farão por motivos óbvios: a censura é interna e pior que no tempo de Caetano.

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  42. Desculpe, mas não diga disparates. Como lhe disse, as convenções não são objecto de (outros) acordo(s)/convenções desde 1989. Os abusos que existem vêm desde essa altura, agora controlados.
    As PPP são puramente políticas, deixando o utente para último lugar. Estão no meio, entre o SNS e o Sistema de Saúde.
    Todos os MCDT possíveis estão a ser centralizados no SNS, com queixas quase verborreicas dos privados por tal facto.

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  43. Os abusos são os que se praticam diariamente sem controlo algum. Se um médico do privado manda fazer três exames em vez de um, cobrando por isso ao SNS, o problema é esse se tal for propositado para chular o SNS.

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  44. As convenções estabelecem os parâmetros gerais, apenas.

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  45. NO fundo, o problema é o mesmo das PPP e por isso fiz o paralelo: como se factura num privado? Quem paga o quê, num privado? Como paga?

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  46. Não.
    Já existe um serviço de controle da facturação. Está no início. Deixe-o trabalhar em convergência com todos os outros serviços. Depois falamos.

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  47. "Está no início."

    Ah! Então veremos. Mas desconfio já de uma coisa: não são os contabilistas quem vão sindicar os actos médicos supérfluos para sacar dinheiro ao SNS.

    E portanto nada vamos ver por aí.

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  48. POis não. Eu disse " em convergência com todos os outros serviços".

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  49. Então veremos. Mas já é tarde porque do que falo já aconteceu e muitos milhões foram à vida e para os bolsos de pessoas que deveriam estar presas.

    E nunca estarão, não sendo tal culpa dos tribunais. O caso da farmácia do Santa Maria é o último exemplo, mas quantos não haverá mais de outro género mas sempre com a mesma matriz: sacar massa ao sns?

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  50. ...E quanto à convergência, mais não posso dizer.
    Mas posso dizer que os CA e a sua composição é também, estritamente política!!! Bem como todas as regalias subjacentes.
    E, posso ainda dizer que, os AH actuais, vieram quase todos dos anos 80/90, de formações tão variadas como filosofia, história, sociologia... enfim. Foram, à época, admitidos sem qualquer vocação para a "área de negócio" a que se destinavam. Lembra-se destes tempos?

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  51. Meu caro: a Farmácia (atípica ) do Stª Maria, tem 4 anos.

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  52. Os administradores hospitalares de carreira vinham de Direito também. Sei porque ponderei em 1981 concorrer a tal e conheço um AH que é do meu tempo e idade.

    E durante vários anos o vencimento era idêntico ao dos magistrados. Não sei se continua a ser mas o dos administradores políticos que vieram no tempo do Guterres foram uma desgraça. Uma tragédia financeira e que permitiram estes desmandos.
    Oa AH de carreira foram afastados e ficaram eles, em troika que é para render mais, a mandar.

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  53. E o caso de Braga, uma PPP?

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  54. "vieram, também de direito". Também. E sem nenhuma vocação para a saúde para além da remuneração.

    Braga???? Pura política, com o utente/doente, no fim, basta ler os respectivos objectivos :)
    Está sob tutela. O contrato pode não ser renovado. Pergunte à ARSN, IP, cujos membros são de nomeação política.

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  55. Pois é o que dizia: recta intenção, não se descobre em lado algum. É tudo a sacar. Sem vergonha porque o espírito do tempo foi esse e continua a ser.

    Isto terá emenda?

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  56. Por exemplo em VIana do Castelo como foi possível contratar como advogado, o João Pedroso que tem escritório em Aveiro? E quem o fez?

    A troika de administradores mas não só. O cacique do PS local teve papel influente porque senão nunca seria advogado do Hospital.

    O anterior era um advogado local que tinha uma avença simbólica quase. Era pessoa séria e até foi presidente de Càmara,o dr. Henrique da Mata.

    Foi afastado e ficou o Pedroso...

    Isto admite-se? E já foi vários anos. Gostaria de saber quanto já custou ao erário público...

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  57. Nisso, assiste-lhe toda a razão.
    Mas isso, sublinho, é política!
    Em termos de dedicação à causa pública, ao serviço público, o SNS, hoje, é do melhor que temos no País.

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  58. Ou seja: profissionais e política - o contacto, embora contaminante, é mínimo. E os profissionais, são do melhor! (acredite, ou não!:) )

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  59. Ahhh: em Braga, o doente/utente, está no fim, de acordo com os objectivos definidos e publicitados. Mas... com tanto pedido de racionalização de recursos, talvez isso lhe agrade :)

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  60. (Já agora e acabo: qual era e é a vocação da maioria de vós para ir para a magistratura - quer judicial, quer do MP?)
    pois...

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  61. Eu, pessoalmente não tenho queixa do sistema SNS. Só acho que quem ganha melhor poderia pagar mais um pouco para o funcionamento.

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  62. Isso da vocação tem muito que se lhe diga...noutra altura conversamos.

    Inté

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  63. É... os Enfermeiros têm beneficiado à grande...

    Entre subcontratações a 2.5 euros à hora (vide ARS LVT)e um salário base de 1020 euros... Isso é que é aproveitar-se à grande :)

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  64. E os professores? Ganham mais?

    Os enfermeiros agora têm uma vantagem, apenas: emprego.

    Dantes tinham horas extraordinárias em barda. E as chefias, agora, estão piores?

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  65. Emprego? Sabe qual é a percentagem de Enfermeiros formados todos os anos que emigram?

    Horas extraordinárias? Trabalho há 10 anos e não sei o que é isso.

    As chefias não exercem Enfermagem mas funções de gestão... não é comparável.

    Mas pode comparar salários base das várias "várias carreiras" no Estado... E depois diga-me qual é o ponto de partida mais baixo.

    No entanto estou de acordo com o tom geral do post: não nos centrarmos na estrutura mas sim no foco da actividade: as pessoas/utentes/doentes.

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