António Barreto deu uma entrevista ao Público que ontem a publicou. Em quatro páginas tenta explicar o que nos aconteceu nas últimas décadas e nesta página fala da política económica dos governos que a definiram.
A voz de António Barrete geralmente respira bom senso, senso comum. Mas é muito pacata e conformada. Em pleno PREC comunista, António Barreto, pelo PS, tentou remediar alguma loucura que foi a reforma agrária e foi vilipendiado por isso nos muros e paredes deste país, por causa da "lei Barreto".
Depois foi escrevendo em jornais e revistas ( Expresso, Grande Reportagem, etc), sempre com o tal módico de senso comum que reconforta o leitor. Mas não é suficiente.
Há situações na vida colectiva que carecem de intervenção mais enérgica do que simples artigos ou crónicas em jornal, ou pelo menos, com ideias bem explícitas e claras, contundentes e consequentes. Até disso António Barreto tem sido capaz e foi-o no tempo mais próximo dos governos no Inenarrável que mandou no país, por conta do PS.
Que adiantou? É uma voz demasiado isolada, não sendo seguida ou ouvida como deveria ser. Ainda assim, pelo menos, há uma.
Deve haver por ali algum sentimento de culpa...
ResponderEliminarAntónio Barreto é um centralista...
ResponderEliminarE como centralista que é não se pode esperar demais...
Os génios só nascem de tempos a tempos e ao longo da história de Portugal conta-se pelos dedos da mão aqueles que tiveram um papel diferenciador no comando central da nação.
A Pordata tb só emite dados centrais... deviam começar a descentralizar os dados.
ResponderEliminar(Mas, mas, mas....quantas vezes já criticou António Barreto, o Sociólogo?)
ResponderEliminarAlgumas e sempre pelo mesmo motivo: moleza a mais e concretizações a menos.
ResponderEliminarEu gosto do António Barreto.
ResponderEliminarTem várias qualidades que aprecio e uma delas é não fingir ser perfeito e todo iluminado.
Gostei, particularmente, por inesperado, vê-lo numa das Universidades de Verão (julgo do PSD mas sem certeza) dizer que por muito repugnante que a Máfia seja ela teve e tem um papel importante em Itália. Lembrou-me um estudo que diz que se a economia paralela acabasse acabaria o mundo (estou a parafrasear).
Gosto de gente que não confunde realidade com ficção.
Pois são esse tipo de coisas que depois levam a uma relativização quando o indivíduo se distrai.
ResponderEliminarQuer dizer, tem uns valores um tanto ou quanto amolecidos.
Pois é...
ResponderEliminarA relativização, em geral e com poucas excepções, é uma característica salutar e inevitável de quem pensa o que o rodeia e o que o rodeou.
ResponderEliminarPara se ser absoluto é preciso ou criar uma persona ou ser néscio.
Isso é uma falácia. Em modo filosófico todos podemos ser relativistas. Em modo prático e concreto, não. E no caso de Barreto trata-se de assuntos práticos aqueles a que se refere: governação deste ou daquele; medidas políticas deste ou daquele. E aí não deve haver relativismos. Não é necessário.
ResponderEliminarAliás, com o Inenarrável, Barreto não era relativista, a partir de certa altura. Disse claramente o que havia a dizer.
ResponderEliminarO pior é que são poucas essas excepções ao relativismo estéril.
ResponderEliminarNo momento da decisão não deve ser demonstrado relativismo, ainda que naturalmente ele exista.
ResponderEliminarFoi o que quis dizer com "persona". As dúvidas do decisor devem ser internas mas, ainda assim, deverão existir na maioria deles.
A cena do passaporte dourado, por exemplo, pode ser relativizada (embora o Barreto, aqui, não o faça).
Pode ser moralmente reprovável mas na realidade parece uma medida necessária (ou útil, pelo menos).
Pois, quanto ao Sócrates parece imposível relativizar. Parece uma espécie de culto.
ResponderEliminarBarreto relativiza o fenómeno da corrupção, mas não é coerente porque depois atribui-lhe um efeito nefasto que não se coaduna com aquela atitude.
ResponderEliminarHá ali um problema psicológico que me custa a aceitar.
A questão da corrupção é daquelas que não se pode relativizar em público.
ResponderEliminarA realidade, contudo, é muito mais complicada.
O narco-tráfico mexicano, por exemplo, não pode ser encarado como responsável por grande parte da liquidez do país. Não se pode dizer que muitos negócios absolutamente legítimos são financiados, por via bancária, em virtude da necessidade dos barões colocarem o seu dinheiro.
Um tipo com responsabilidades tem de pensar o que resultará do aniquilamento do tráfico de droga mas jamais poderá dizer em público isso mesmo.
Outro exemplo:
ResponderEliminarpoderia Obama dizer que não iria atacar a Síria porque isso seria o mesmo que apoiar o extremismo islâmico? Como aconteceu no Iraque e Afganistão e afins?
Não, não poderia.
Há uma diferença entre um comentador e um político.
ResponderEliminarUm comentador não precisa de relativizar nada desse género.
Ele é ransmontano- eu gosto dos transmontanos- não costumam ter papas na língua.
E penso que é diferente ser-se utópico e apontar sempre para o imposíviel (este palerma do Seguro é um desses) ou ser-se pragmático e falar do que é possível fazer-se.
Mas, na análise das questões, a moleza é má conselheira.
Quanto ao Ob ama não sei.
ResponderEliminarO que acho completamente disparatado é o socialista francês dizer logo que vai, mesmo que vá sozinho.
ehehehe
Como sou a dar para o xenófoba, tudo o que fica no cu de judas não me interessa muito.
Portanto, por poltranice europeísta, costumo estar de acordo com a escardalhada anti-americana.
Não tenho a menor das menores ideias acerca da bondade ou necessidade de uma guerra pela paz.
ResponderEliminarMas pronto, quem tem é que devia ser consequente.
Democracia calibre 7,62
ResponderEliminarSe não gostas és um porco.
Bem, nete caso parece que quem e enganou na terminologia (ou na estação do ano) foram os próprios.
ResponderEliminarÉ uma coisa complicada. O ser humano lá há-de ser universal, mas a História dele é que não é.
ehehehe
Mas, uma coisa é verdade- quem está a ser para lá dizimado são os cristãos.
ResponderEliminarE eles até tinham uma lindíssima tradição de mistura religiosa. Havia uma igreja onde se fazia missa católica a par de cerimónia islâmica.
Tive conhecimento muito próximo disso por quem lá esteve e até foi recebido por eles.
Disseram-me, aliás, o melhor possível dos sírios- gente do povo. O melhor acolhimento que se pode imaginar.
Duvido é que a vizinhança das arábias e a pencuda esteja muito preocupada com católicos a serem exterminados.
ResponderEliminarPorque, para aquelas bandas, sempre que europeu vai, cá para mim, é porque pencuda manda.
ResponderEliminar":OP
Quem diz europeu, está e pensar em americano, claro.
ResponderEliminarNáaaa Zazie, V. está enganada... é para libertar o pessoal...
ResponderEliminarAfinal, de início não se tratava de ajudar uns pobres manifestantes à míngua de democracia que estavam a ser reprimidos e oprimidos pelo "regime" (governos só existem em democracia, como toda a gente sabe) do brutal ditador Assad?
É assustador. Não passaram dez anos desde a última... Ninguém no mundo está a salvo da bandidagem da democracia tomahawk.
Quem usou o gás foram os rebeldes democráticos (que era o que lhes chamavam no início, até começarem a cortar cabeças). Foi a própria ONU que o disse quando surgiram as primeiras notícias de que teria sido usado gás.
E que o não tivesse dito, não é preciso ser um génio para entender que não é de uma posição de superioridade (como é a do governo sírio) que se recorre a meios desses. Era no auge da ofensiva democrática, quando tudo parecia perdido, que teria lógica usá-los.
democrata = bandido: cada dia que passa confirma(-me) mais esta equação simples.
Agora vou ali roer umas bolotas...
"no auge da ofensiva democrática"
ResponderEliminarAHAHAHAHHAHA
Esta frase é o máximo.
Aquilo é selvajaria e pronto. Mas que também tem cenas religosas, há-de ter e os católicos é que estão a ir à vida.
http://actualidad.rt.com/actualidad/view/104671-hacker-ataque-quimico-siria-pentagono
ResponderEliminarhttp://pastebin.com/zeXpsRnh
É por uma boa causa, é o que vale...
http://expresso.sapo.pt/o-visto-dourado-e-repugnante-e-imoral=f828825
ResponderEliminarÀ boleia do moralismo, como é habitual a este tipo.
Mas o que ele diz é verdade. E os traficantes já cá estão, à conta do mesmo.
ResponderEliminarChama-se a isto realismo e nem me interessa se é dito por um totó.
É a realidade.
Não é isso a que me refiro, Zazie.
ResponderEliminarNão disse que ele está enganado, apenas que é fácil apanhar o comboio do moralismo.
É-lhe impossível, por exemplo, saber se não são os traficantes que lhe financiam o jornal. E parece-me que se forem ele seria menos moralista quanto ao facto.
eheheheh grande boca
ResponderEliminarAhaha!
ResponderEliminarDa minha pocilga, ocorre-me o seguinte, entre duas bolotas:
- o poblema do cronista zorro (e não só, pelos vistos) é que distribuir passaporte à malta endinheirada constitui "desvio democrático". Não se pronuncia acerca da que vem com uma mão à frente e outra atrás. Para esses já não é desvio, presumivelmente.
Para os roedores de bolotas como eu, para quem a "democracia" é coisa que havia de servir a nação e não vice-versa, o que me faz espécie é que esses estrangeiros - sejam lá eles quem forem, pobres ou ricos - apareçam aos olhos do mundo em pé de igualdade comigo. Que a minha nacionalidade valha tão pouco, que se possa obter quer em cabaz do banco alimentar como em prateleira gourmet de supermercado, por qualquer ave que aqui venha pousar.