O presidente da Mota-Engil, António Mota, um dos maiores construtores civis do país e arredores, deu na passada Sexta-Feira uma entrevista ao Diário Económico, na qual tentou explicar o que sucedeu ao país nas últimas décadas.
Se há alguém qualificado para falar de PPP´s rodoviárias, rendas que o Estado paga a concessionárias de estradas e negócios de privados com o Estado, é António Mota. Se houve corrupção nesses negócios, António Mota sabe quem, como quando onde e porquê. Se sabe não diz nada sobre o assunto, até porque o entrevistador ( António Esteves que deve conhecer um outro jornalista, José Gomes Ferreira) nada lhe pergunta sobre isso. E depois o Expresso vem explicar que a Censura era no tempo do "fassismo"...sem se dar conta que a censura da consciência do entrevistador e o medo de fazer perguntas incómodas é pior que qualquer censura prévia.
Enfim, António Mota, explica que as PPP´s rodoviárias foram equilibradas e que não houve exagero algum na partilha de risco e rentabilidade. Normal, diz Mota. E quanto aos assessores do Estado para tais negociações Mota diz uma coisa interessante e...falsa. Diz que "o Estado sempre se assessorou com o mercado". Para saber que tal é rotunda mentira, basta perguntgar ao actual director do DCIAP, Amadeu Guerra que era assessor do Estado ( Ministério das Obras Públicas no tempo de João Cravinho, salvo o erro) e que o Estado depois dispensou, optando pela tal assessoria "com o mercado" ( leia-se com as firmas de advogados de sempre e com as firmas de assessoria financeira de sempre). Senhor Mota: dantes havia auditores jurídicos nos ministérios, geralmente procuradores do Ministério Público que eram uns chatos para quem queria as coisas sem espinhas de maior e dinheiro em caixa logo a correr. E por isso correram com eles, mais ou menos no tempo em que o senhor Mota tomou conta da Mota&Companhia. Depois disso apareceu a parecerística das grandes firmas de advocacia e a entrada em cena das consultoras financeiras Delloittes e KPMG e outras que a Mota-Engil também conhece mas a quem não paga um décimo do que o Estado está habituado...
O entrevistador como não sabe disto, deixa passar eo jornalismo tipo para quem é bacalhau basta é servido ao leitor numa bandeja.
Depois aparece a obscenidade maior. Mota diz que Jorge Coelho foi escolhido pela sua...competência. Não diz em quê, mas é fácil de perceber...e portanto, os verdadeiros motivos ficam por conta da tal "competência", com uma barrigada de riso contido. Os que tal coisa lerem que "hádem" fazer senão fazer de conta que assim é?
E mais: Não há problema algum em convidar ex-políticos e com futuro assegurado na política, se no entremez fizerem uma perninha em empresas tipo Mota-Engil. É para isso que lá estão tais políticos e tais empresas à espera deles, por vezes literalmente como de pão para a boca. E quando isto acontece, senhor Mota, o caso é puro e simples: corrupção. "Os políticos que estiveram no Estado não têm direito a trabalhar a seguir ou têm de deixar de trabalhar?"
Senhor Mota: direito têm. Mas há trabalho e trabalho...e o de ir assessorar empresas só porque estiveram num Governo em que detiveram pastas sensíveis na área dessas empresas e eventualmente as ajudaram nos negócios com o Estado, isso já é outro assunto que os estrangeiros levam um pouco mais a sério, senhor Mota que tem semblante de bom português.
Enfim, é a explicação que o engº Mota dá para o que aconteceu a Portugal nas últimas décadas ( é presidente da Mota-Engil e antes da Mota&Companhia, desde 2000). O PS esteve lá no poder e Jorge Coelho ao leme do partido e de ministérios sensíveis, praticamente desde a mesma altura... daí a sua competência, pelos vistos. Uma competência que reparte com o seu amigo Dias Loureiro, outro modelo desta competência que até o levou para o conselho de Estado e também para uma tal SLN. Ai, senhor Mota, senhor Mota que nos quer tomar a todos por um bando de parvos.
Senhor Mota: o senhor é que daria um bom historiador da corrupção de alto coturno em Portugal, penso eu de que, como diria outro finório. E que favor nos faria, ao povo português em geral, se se dignasse contar o que sabe e que soube durante os almoços, jogatinas, encontros casuais, eventos, telefonemas não gravados pela polícia. Por mim, só lhe perguntaria uma coisa simples: quem andou a tomar conta dos números de carros que passavam nas estradas nacionais antes das PPP´s? Onde foram parar esses números? Era só isso que era preciso saber para se perceber o que são as PPP´s...
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ResponderEliminarcoelhones saiu da cartola mota. com a mudança de partido do governo terá perdido a sua competência?
ResponderEliminarexiste corrupção, mas não há corruptos
o expresso trouxe uma belíssima entrevista com Nóvoa
parecia a continuação da concedida há um ano por artur baptista da silva
artur batista da silva ? o tal q "embarretou" o NiCuLasso, jornalista comentarista dos óculos com lentes rosa.
ResponderEliminarUma raposa velha disfarçada de carneiro com todo o rebanho por sua conta...
ResponderEliminarE com dezenas de milhar de políticos eleitos, outras dezenas de milhar de inteligentíssimos assessores,gestores públicos ninguém se deu conta do caminho para o desastre.
A cereja em cima do bolo foi reservada aos salvadores do planeta e especialistas nas "migrações" que numa de tudo e do seu contrário desataram furiosamente a colonizar-nos, mas com direitos providenciados pela ditosa constituição que tudo previu...como o "ir tomar no cu",o "casamento" e adopção por gays e acima de tudo o "a cada um segundo as suas necessidades" cobrindo claro todo o planeta.
Mas prontos basta propalar que quem o tem ou teve viveu acima das suas possibilidades, que havia e há direitos adquiridos fassistas que somos todos iguais, todos diferentes e que deve tudo ser nivelado por baixo e com África para se resolver agora um pequeno problema desta luminosa democracia:arranjar 6500 toneladas de ouro para pagar os empréstimos com que decretaram as conquistas de abril...
Pagar 6500 toneladas de ouro para as 5 quadrilhas organizadas em partidos políticos não vai ser fácil.Por mais pretos que nacionalizem e que dizem que nos vêem enriquecer o que se vê é o défice apesar dos aumentos de impostos, dos despedimentos, da emigração do indigenato a não descer.E a dívida a aumentar...
ResponderEliminarÉ uma questão de tempo estes gajos todos serem varridos para debaixo do tapete da história para recuperação em primeiro lugar a nossa identidade e depois a honestidade de métodos de governação em nome do bem comum dos Portugueses
Há uns dias (talvez semanas) saiu uma notícia que a JP Morgan estaria a ser investigada por dar emprego a filhos de notáveis chineses supondo-se troca de favores.
ResponderEliminarNão sei em que pé a coisa está ou sequer se está em algum pé mas o conceito em si é muito interessante.
Interessante e, para um português, estranho e apto a fazer com que os olhos saiam das órbitas.
"artur batista da silva, o tal q embarretou o NiCuLasso, jornalista comentarista dos óculos com lentes de cor rosa"
ResponderEliminarEmbarretou? Embarretou? Ou o jornaleiro em questão estava a colaborar com o seu aparente correligionário batista da silva?
"embarretado" foi a palavra utilizada pelo niklau. Na realidade deu-lhe jeito para "malhar" no governo. Esse cagalhao de laço faz um comentário económico/político na antena 1 antes das 09h00 que é uma lástima. Ainda por cima, pago com os nossos impostos.
ResponderEliminarEsse Mota em Itália não estaria preso?
ResponderEliminarMas é que nem tenho dúvidas.
ResponderEliminarmais um que fala de barriga "bem" cheia de corrupção e negocios facilitados pelas grande "merdas" das consultoras internacionais, este individuo nem entrevistas devia dar ele nem sabe o que é gerir um negócio a sério onde existe concorrencia e uma luta constante todos os dias, aposto que teve a papinha todos os dias feita.. URSO
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