Rui Machete, o ministro que nunca o deveria ter sido arranjou um sarilho diplomático, institucional e patético.
O Diário de Notícias de hoje mostrava num título de primeira página que Machete tinha pedido desculpa aos angolanos por causa do... Ministério Público português. Não era assim que aparecia na notícias mas vai dar ao mesmo.
Na realidade a notícia de Carlos Rodrigues Lima
dizia isto:
Rui Machete pediu desculpa a Angola pelas investigações judiciais. MP português está a investigar altas figuras do regime
angolano. Porém, o ministro Rui Machete garantiu que tudo não passa de
burocracias e formulários
O Governo português pediu “desculpas diplomáticas” ao Estado angolano
pelas investigações judiciais que atingem altas figuras deste regime. A
revelação foi feita por Rui Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros
português, numa entrevista à Rádio Nacional de Angola (RNA). Rui Machete
adiantou ainda saber que nos inquéritos em curso em Portugal, os quais,
na sua maioria, envolvem suspeitas à volta de avultadas transferências
de dinheiro, “não há nada substancialmente digno de relevo e que permita
entender que alguma coisa estaria mal, para além do preenchimento dos
formulários e de coisas burocráticas”.
Ouvindo o próprio, naquela voz entaramelada por muitos cargos em assembleias gerais, percebe-se melhor, porque não há dúvidas sobre o modo como este ministro improvável meteu a pata na poça...
A
PGR já desmentiu as palavras do ministro improvável, pelo modo adequado:
A Procuradoria faz questão neste comunicado de lembrar que em Portugal
"vigora o princípio da separação entre os poderes legislativo, executivo
e judicial, estando constitucionalmente consagrada a independência dos
tribunais e a autonomia do Ministério Público, designadamente no que
respeita ao exercício da acção penal"
Perante esta bordoada que deveria bastar para Machete se afastar pela esquerda baixa, o mesmo já deu o dito por não dito, como aliás aconteceu como o famigerado caso BPN e SLN e presidências de Assembleias gerais com presenças pagas com senhas manhosas ( com dinheiro de offshores e destinadas a apólices de seguro). Agora, para explicar as explicações que teriam sido dadas pela PGR, cita um comunicado do DCIAP, de Novembro de 2012...
O
Expresso escreve: "A minha resposta resulta da interpretação que fiz do comunicado do
DCIAP de 13 de novembro de 2012 sobre a investigação em causa, não tendo
naturalmente qualquer intenção de interferir com as competências do
Ministério Público".
E que comunicado é esse do DCIAP?
É este, muito sucinto e que não suporta qualquer aldrabice:
Na sequência de notícias vindas a público sobre a existência de um
processo-crime contra altos dirigentes angolanos, o DCIAP esclarece,
nos termos do n.º 13, do artigo 86.º do Código de Processo Penal, que
corre uma investigação com o NUIPC 142/12.0TELSB sem que, contudo, nela
estejam constituídos quaisquer arguidos.
O processo encontra-se em segredo de justiça, pelo que não é
possível, neste momento, prestar quaisquer outros esclarecimentos.
Portanto, mais valeria a Machete estar calado e sair pela tal esquerda baixa, porque o comunicado não diz o que Machete diz que diz.
De resto o assunto de fundo explica-se rapidamente porque já foi
abordado por aqui:
" Há uns largos meses, no final de 2010, o Estado angolano apresentou uma queixa criminal por burla, uma fraude gigantesca de cerca de 100 milhões de dólares que se evaporaram do Banco Nacional de Angola e vieram aqui parar...dinheiro sujo, portanto e cujas transferências integram a prática de eventual crime de branqueamento de capitais, para além do mais. Crime que se consuma aqui, em Portugal e incomoda agora o Estado angolano.
Como se contava aqui, "Álvaro Sobrinho,é suspeito no âmbito da investigação portuguesa aos 48 milhões de euros ilegalmente transferidos do Banco Nacional de Angola (BNA) para os principais bancos nacionais através do BES. Três empresários portugueses estão também a ser investigados pela Polícia Judiciária (PJ).
Nas buscas que o Departamento de Burlas da PJ realizou nos arredores de Lisboa, foram apreendidos a Álvaro Sobrinho um automóvel e uma moto, no valor de cerca de 200 mil euros. A investigação detectou também dez milhões de euros transferidos ilegalmente para contas de vários bancos portugueses.
O esquema fraudulento começou por ser investigado em Luanda em 2010 e no rasto de mais de 90 milhões de euros desviados do BNA, através do BES de Londres, chegou-se a várias contas em Portugal. Álvaro Sobrinho e os empresários portugueses que estão sob suspeita serão alguns dos beneficiários das transferências realizadas. O dinheiro era depois desviado para várias contas de empresas e sociedades offshore.""
Este esquema de branqueamento de capitais, denunciado pelas próprias autoridades angolanas, foi posteriormente alterado com uma intervenção directa do próprio PGR de Angola que escreveu uma carta ao DCIAP na qual defendia o antes acusado, o tal Álvaro Sobrinho. Se calhar arrrependeram-se da queixa por nem nem conhecerem devidamente o crime de branqueamento de capitais com esta dimensão e contorno e as chatices que lhes poderia acarretar..."
Para além disto, os desenvolvimentos posteriores deram origem a complicações para o próprio PGR de Angola, João Maria de Sousa e que
o Expresso vilipendiou por causa do seu jornalismo tipo para quem é, bacalhau basta.
Depois disto tudo e do demais que ainda não é possivel saber, Machete vai a Angola e pede "desculpas diplomáticas" aos angolanos por causa da actuação do MºPº português e relativamente ao qual não se inibe de questionar quanto ao modo de actuação.
Machete diz mesmo que pretende "
perceber o que é que aconteceu do lado do nosso Ministério Público"...
Machete devia perceber melhor o que a PGR lhe disse hoje, para entender o que aconteceu "do lado do nosso MºPº"...
Se tinha informações particulares, guardava-as e assim já não metia a pata na poça.
dum faduncho
ResponderEliminar'cabelo branco é saudade
da mocidade perdida;
às vezes não é da idade
são efeitos da ....'
'la solita cagata'
Já é azar demais.
ResponderEliminarVolta Relvas, pelo menos servia de buffer para o resto da matilha!
O Machete anda é bem informado pela rapaziada do Estado Paralelo...
ResponderEliminarparece que hoje se passa qualquer coisa sobre algo que não sei se é:
ResponderEliminar'real república do rás-te-parta'
'palácio da loucura'
'prá-kistão'
País de azeiteiros.
ResponderEliminarPara quando a mudança de regime para afastarmos estes bastardos.
ResponderEliminarUm estrebaria...
Venha um novo Salazar limpar o país desta gente. Este governo fede.
ResponderEliminarQuando uma pessoa viu o Relvas dar na soleta pensou que o pior já lá ia.
ResponderEliminarEnganou-se, evidentemente.
Há uns quantos posts alguém dizia que não entendia como poderia alguém ter tantos cargos como o Machete e eu respondi que a consultadoria à Machete não roubava muito tempo. Era uma questão de uns telefonemas e uns jantares... e ao que parece continua a consultar porque, segundos as notícias, parte dos angolanos em questão são clientes da consultada PLMJ.
É uma absoluta falta de vergonha a que se acrescenta isto: http://expresso.sapo.pt/jornal-de-angola-defende-machete=f834275
...e vi agora que o Marcelo (Rebelo de Sousa) entende que o amigo Machete é um alvo fácil para a oposição. Como se a culpa fosse da oposição.
ResponderEliminarÉ uma bestialidade no sentido bíblico da coisa em que querem que as bestas sejamos nós.
Pois Kaizer, essa alcoviteira da TVI também não é muito diferente do outro
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