Em 14 de Novembro de 1981 o semanário Expresso, dirigido então por Augusto de Carvalho e Vicente Jorge Silva, onde já estava o actual director do Sol como " colaborador permanente", dedicou várias páginas ao mesmo Marcelo Rebelo de Sousa e aos seus factos políticos amestrados. Assim:
Como dantes se dizia, quem sabe faz; quem não sabe, ensina. No caso, factos políticos amestrados.
SAR sem papas na língua
ResponderEliminarDescolonização:
"em nome da restauração da democracia, nós destruímos a vida, a economia, a paz de milhões de pessoas. Foi preciso esperar trinta anos para finalmente terem novamente uma vida normal em Angola, Moçambique, Guiné etc. – embora na Guiné ainda não tenham essa normalidade. E em Timor, enfim, sofreram tanto. Todos esses mortos, toda esta destruição foi provocada por irresponsabilidade e por uma conspiração internacional entre os EUA por um lado e a União Soviética por outro. E é altura de deixar de sermos enganados, de mentirmos pela história, e de assumirmos o que realmente se passou: não podia ter sido pior".
In: Diário do Minho, 23 de Janeiro de 2014
Vivendi, quem é SAR? Não é de certeza Sua Alteza Real, pois não?...
ResponderEliminarQue magnífico statement. As verdades nele insertas ferem que nem punhais e assim é que devem ser. Aliás, na minha modesta opinião, para o tremendo mal feito aos portugueses do Continente e do Ultramar por um bando de traidores, assassinos, corruptos e ladrões, esse SAR foi demasiado brando nas acusações.
De um modo ou de outro, muitos parabéns a ele.
Para mim factos comentados deixam de ser factos e passam a ser comentários.
ResponderEliminarConsidero as pessoas são amestradas.
A condição humana permite que os vendedores de ideias façam o seu marketing com sucesso
Por esse motivo lembrei ontem o provérbio alentejano
'todo o burro come palha'
Quando não me preocupava com o colesterol preferia a de Abrantes, feita com fios de ovos
Cara Maria,
ResponderEliminarO rei acordou para a realidade.
ResponderEliminarO Martelo é pantomineiro da pior espécie.
Um ser bizzarro, falador, parece que funciona a pilhas.
É um cochicheiro, um garoto da politica.
Exímio em politiquice e etiqueta.
Para o martelo, a questão não é o governo subir o IRS para 98% e o IVA para 99%.
É a forma como comunica tais medidas.
O governo até pode decretar o fim da nação, mas se for bem coordenada com a presidência da Republica e a oposição e correctamente transmitida, tudo bem, tem a aprovação do martelo pneumático.
O rei? Qual rei?
ResponderEliminarO candidato a rei, quer V. dizer quanto muito, Vivendi.
Onde é que V. leu isso?
Deixe lá, já reparei que está indicado.
ResponderEliminarDiz umas coisas interessantes nessa entrevista, o candidato a rei.
ResponderEliminarO contexto da citação do Vivendi é de se ler:
Falando agora um pouco da sua história, em Angola chegou a liderar em 1972 um movimento de oposição ao Estado Novo, organizando uma lista multiétnica e independente à Assembleia Nacional. Tal atitude valeu-lhe a expulsão de Angola por decisão de Marcelo Caetano. Pode contar-nos um pouco sobre este acontecimento?
Eu organizei a lista, não a cheguei a integrar: era uma lista formada inteiramente por angolanos, a maioria negros, alguns europeus, e tinha como objectivo dar uma alternativa à política angolana dizendo que queriam mais democracia, mais participação, mais justiça, mais representatividade das populações angolanas, mas defendendo que a separação dos vários territórios portugueses era um erro enorme e que Angola tinha todo o direito de ser portuguesa como o próprio território português. O Marcelo Caetano – que tinha já preparada uma espécie de conspiração para “despachar” o ultramar - ficou muito aborrecido e muito incomodado e expulsou-me de Angola.
Porque ele tinha feito uma combinação com americanos para a independência de Angola – provavelmente menos dramática da que aconteceu em 1974, mas não sendo também a solução ideal. O ideal era reformar, resolver os problemas que incomodavam grande parte dos africanos – como a justiça, a igualdade, a democracia - e depois, mais tarde, fazer um referendo e saber se o povo queria continuar português ou não. É o que o Marcelo Caetano não aproveitou, o que poderia ter feito – caminhou no caminho errado e conduziu o país ao desastre, que foi de facto o que aconteceu em 1974: em nome da restauração da democracia, nós destruímos a vida, a economia, a paz de milhões de pessoas. Foi preciso esperar trinta anos para finalmente terem novamente uma vida normal em Angola, Moçambique, Guiné etc. – embora na Guiné ainda não tenham essa normalidade. E em Timor, enfim, sofreram tanto. Todos esses mortos, toda esta destruição foi provocada por irresponsabilidade e por uma conspiração internacional entre os EUA por um lado e a União Soviética por outro. E é altura de deixar de sermos enganados, de mentirmos pela história, e de assumirmos o que realmente se passou: não podia ter sido pior. Dito isso, acho que é de todo o nosso interesse ter a melhor colaboração possível com os governos dos países da CPLP, e tentar reformar uma fraternidade e, quem sabe, no meu entender uma união lusófona, uma união dos países de língua portuguesa que poderiam um dia vir a ter uma política económica comum, uma política de defesa, uma moeda comum. É um caminho que poderíamos seguir e que não seria totalmente incompatível com a União Europeia.
http://ppmbraga.blogspot.co.uk/2014/01/grande-entrevista-de-sar-dom-duarte-de_24.html
Já não é a primeira vez que vejo avançar esta ideia de que Caetano fazia parte de uma conspiração qualquer.
ResponderEliminarEra bom que alguém perguntasse a quem o diz, incluindo Duarte Pio, que razões de ordem concreta e que indícios, e provas, possui para fundamentar a acusação que faz.
Porque se for verdade, estamos perante traição à Pátria, do mais alto nível. A do parvalhão alegre nem lhe chega aos calcanhares, sendo assim.
Por outro lado, este candidato a rei deveria medir as palavras. Não se sabe o que fez ele, que se possa comparar ao que fez Marcello Caetano pelo seu país. Não se sabe - eu não sei - onde esteve nas horas mais sombrias do pós 25A, com o país a ir pelo cano abaixo. De facto, pouco se sabe sobre onde esteja agora.
Nem os agentes superiores da DGS, que estiveram no Carmo para extrair Caetano, avançam tal hipótese. Põem-lhe as culpas, decerto, por ter quebrado o protocolo e, sobretudo, por ter sido condescendente em relação à subversão e às informações sobre as conspirações que se preparavam e de que foi avisado. Os generais do Estado-Maior e ex-Governadores também lhe assacam responsabilidades em termos de ter transigido com a orientação política da guerra.
Mas nenhum ousa, se bem me lembro, acusar o Presidente do Conselho de estar metido em conspirações.
Era bom que se esclarecesse isto de uma vez por todas.
E o candidato a rei também escusa de por o foco na multi-etnicidade da sua lista de oposição em Angola.
ResponderEliminarSe havia entidade que constantemente promovia a multi-racialidade era o Governo-Geral. Estou fartinho de ler discursos e documentos delineando essa mesma estratégia, e não há um - um único - em que se não reforce a ideia da multi-racialidade e de quanto ela era o maior trunfo que Portugal possuia contra os seus inimigos. Silvino Silvério Marques, então, nos anos de Governo-Geral de Angola, não falha uma oportunidade.
Tal conceito era a pedra basilar da estratégia portuguesa, juntamente com a integração económica de todas as populações.
Não foi por isso, de certo, que foi afastado. Deveria ser franco e dizer as reais razões.
SAR putativa se lhe deixassem fazer o que agora diz que queria fazer, tinha deixado lá o coiro, em Angola.
ResponderEliminarSAR putativa nunca se deu ao incómodo de explicar algumas ideias sobre a Pátria, mas acredito que as tenha. Só que escondidas.
De algumas entrevistas que fui lendo ao longo dos anos, muito poucas, só sobra o episódio social do seu casamento e das prendas reais então oferecidas.
Pouco, mas muito pouco mais.
Esta(s) história(s) do Marcello Caetano está muito mal contada...
ResponderEliminarJá era tempo de alguém pôr isto em pratos limpos.
É uma tema delicado e o contributo deixado aqui pelo Mujahedin é sem dúvida muito pertinente.
ResponderEliminarFoi objectivo e concreto Mujahedin, será que tem razão? Custa-me a crer.
ResponderEliminarMaria
Maria, eu não posso ter razão senão na medida em que são razoáveis as perguntas que formulei.
ResponderEliminarEu não sei se Marcello Caetano estava ou não metido em alguma conspiração. Tempos houve em que me inclinei mais para essa hipótese, e até expus o problema ao José aqui. E veio precisamente de ler certas opiniões dos agentes da DGS.
Mas o máximo que diziam era que Marcello sabia que o 25 de Abril iria acontecer. Mas tal não é surpreendente tendo em conta o golpe das Caldas.
E o 25 de Abril acontecer, não significava o mesmo que acontecer o que, de facto, aconteceu.
E negligência não é o mesmo que dolo.
Hoje, custa-me a crer que alguém como Caetano tomasse parte em trapalhadas como o 25 de Abril e se envolvesse, mais do que o estritamente necessário aos deveres governativos, com trapalhões como Spínola, de quem me parece que não teria grande impressão.
Quanto a conspirações com americanos, bom, o que sabemos - bem sabido - é que um tal Frank Carlucci, personagem sinistra, era amigalhaço não de Caetano, mas Mário Soares. Em tempos mais recentes, também sabemos que os Bush são íntimos de... Cavaco Silva.
Custa-me, igualmente, a crer que Caetano se envolvesse em conspirações cá com americanos. Tenho a certeza que sabia bem que nunca viria nada de bom de semelhante coisa.
Mas enfim, a verdade é que eu não sei nada.
O que sei, é que Duarte Pio, em vez de falar em candidaturas multi-étnicas devia era comentar isto:
http://ultramar.github.io/situacao-global-em-1973-1974.html#titulo
Que é uma apreciação da situação do país em 73-74 no que respeita à guerra, e foi onde o Gen. Silvino Marques se baseou para o artigo do Semanário de Abril de 84. E que começa assim:
Ainda que, no aspecto formal, imperfeitamente definida e sujeita a controversas hesitações no modo de aplicação (o que, até certo ponto, resultaria do ambiente existente, de profundas perturbações externas e internas) e certamente sofrendo desvios e erros na prática diária, o essencial da ideologia nacional baseava-se nos conceitos de nação multi-racial (e multi-cultural) e de país pluricontinental. Tratava-se de ideias, essas sim originais e exemplares (revolucionárias mesmo, a ponto de escandalizarem muitos) de conteúdo suficientemente profundo, humano e cristão, e, do ponto de vista histórico suficientemente enraizadas para mobilizar, até ao sacrifício, a devoção da generalidade dos portugueses. Assim aconteceu, uma vez mais, de forma praticamente modelar, até ao 25 de Abril, em todos os Teatros de Operações, em todas as províncias e para todas as etnias, durante os anos de guerra.
(Aqui, em 77, o Gen. não identifica a personagem que lhe disse que "o 25 de Abril teria tido lugar na pior altura possível ". Fá-lo sete anos depois no artigo, ficando nós a saber que se tratava de Pinheiro de Azevedo. Também lá está uma referência à opinião de Medina Carreira.)
O candidato a rei e chefe da casa de Brangança, devia comentar isto e esclarecer-nos, exactamente, que ideia de Pátria tem ele, agora que se desfez a pátria pluricontinental, e nos impõem a multi-racialidade, já não a bem da Nação, mas a bem dos direitos humanos e do politicamente correcto.
O ideal era reformar, resolver os problemas que incomodavam grande parte dos africanos – como a justiça, a igualdade, a democracia - e depois, mais tarde, fazer um referendo e saber se o povo queria continuar português ou não
ResponderEliminarOs problemas que incomodavam grande parte dos africanos não eram de justiça nem democracia, e pouco de igualdade - coisas abstractas e vagas, como convém ao discurso democrático...
Eram antes de ordem práctica: saneamento, comércio, trabalho, habitação, escolas, postos de saúde, estradas, etc.
Duarte Pio faz demagogia para parecer bem na fotografia. Pois parece mal, daqui de onde o vejo.
Tenho comigo um livro do Gen. Silvino Silvério Marques chamado Estratégia Estrutural Portuguesa. Tem lá bem descritos os problemas de que sofria Angola - e o restante Ultramar -, o que tinha feito o seu Governo-Geral, o que fazia o Governo-Geral que lhe sucedeu para os enfrentar e não se poupando em críticas ao Governo central - a à Metrópole - quando achava que se desviava do caminho certo, mas apontando também quando este resolveu problemas detectados. Sem histerismo, sem demagogia. Vou publicá-lo também, em breve.
Mujahedin, tudo quanto escreveu tem razão de ser porque baseado em documentos da autoritoria daqueles que lá viveram e cuja integridade e patriotismo estão fora de questão.
ResponderEliminarConheço muito mal o Sr. D. Duarte, por quem tenho a consideração devida à pessoa que é e que representa para Portugal. A última vez que o vi, mas não sei se foi palestrante porque tive de me vir embora antes da reunião terminar, foi quando Rainer Daehnhardt convidou patriotas e amigos para a apresentação na sua Quinta em Sintra do Émulo de D.Sabastião, por ele adquirido.
Quanto ao que refere sobre Carlucci e Soares, dois patifes da pior espécie, há muita coisa ainda obscura sobre a "amizade" entre os dois e a sua contribuição para a destruição de Portugal, que necessita ser esclarecida, particularmente a influência de Carlucci, decisiva, no derrube do anterior regime. Aquele (que estava cá na altura do golpe d'Abril, creio que ainda como embaixador, vindo cá várias vezes depois disso) sabe-se que esteve por dentro da conspiração que levou/ajudou a que o golpe obtivesse sucesso, embora cínico e pulha como é, o negue se lho perguntarem. Dois maçons do pior.
Quanto ao Cavaco, claro que reuniu com Bush-pai várias vezes e também o fez com Bush-filho, o que é no mínimo suspeito sabendo nós do que a casa gasta. Mas estes não são os únicos a participar em reuniões secretas ou semi-secretas, nas casas particulares ou em Hotéis de luxo, em locais isolados e lugares ermos, como convém, a convite da maçonaria mundial, para em conjunto tomarem conhecimento, sob juramento de total silêncio, em mais umas tantas tragédias que irão ser congeminadas e despoletadas durante o ano a decorrer, até à próxima reunião no ano seguinte para o mesmo efeito. Nesta troupe indigna que nos inferniza a vida dia após dia, há quarenta anos, quase todos os políticos que exerceram ou exercem funções, mas também jornalistas, actores, empresários, administradores d'empresas, etc., lá foram de passeio... Com a excepção de Passos Coelho no passado ano, que embora convidado não compareceu supostamente por motivos de agenda (honra lhe seja), nelas têm estado presentes, ano após ano, desde Balsemão, este logo a seuir ao assassinato de Sá Carneiro... e sempre a partir d'então até hoje, além de muitíssimos outros conhecidos e desconhecidos. Quase todos os secretários de Estado e seus vices, ministros e respectivos vices, Barroso, Costa, Sampaio, Soares-filho (o pai participa em França, a cuja maçonaria local diz pertencer e na qual participa) Santana, Sócrates, Basílio, Ferro, Gama, Montenegro, Magalhães, o Nuno mas se calhar outro também, o 'desaparecido' Gonelha e muitos outros antes e depois destes, todos lá estiveram e vão continuar a estar. E os mais que virão e que obrigatòriamente nas mesmas irão participar.
Depois do que se sabe sobre estes infamantes políticos, se a pseudo-democracia que eles representam não é o mais diabólico e criminoso regime que para mal dos nossos pecados nos podia ter caído em cima, então não sei o que será.
Leia-se: "... autoria...",
ResponderEliminar"... a seguir..."
"... mas se calhar o outro também,...".
Leia-se "... Elmo..." e não émulo, naturalmente.
ResponderEliminarEm relação a Cavaco, pelo que sei, a coisa não é nada secreta. As famílias são íntimas, ao que parece...
ResponderEliminarContra Duarte Pio não tenho nada, a não ser me parecer que quer ser rei, "democraticamente". Ora isso não tem sentido nenhum.
Se acha que dá para rei, tem que estar acima dessas tangas. E tem que falar, alto e em bom som. E se falasse haveria decerto quem o ouvisse.
Agora, falar como fala a ladroagem, para ganhar votos? Há-de ser rei quando as galinhas tiverem dentes. Que é o que, incidentalmente, lhe falta - em sentido figurado, evidentemente.