Quando o projecto informativo Observador foi anunciado, em Janeiro do corrente, dei conta do assunto e mostrei o outro Observador que saiu em Fevereiro de 1971.
O texto introdutório de agora era parco em informação que permitisse observar o conteúdo futuro. Hoje já é possível uma melhor observação.
Do que li, o que hei-de dizer? Nada de especial, por enquanto. Dou um benefício da dúvida que merece ter. Para já, não me entusiasmou por aí além...
Sobre a lista dos opinativos devo dizer que não aquece nem arrefece. Ou seja, talvez fosse preferível menos opinião e mais crónica de costumes em tonalidade crítica como faz Vasco Pulido Valente. As crónicas devem servir para divertir, também. Por isso as de Ferreira Fernandes são sempre interessantes.
O Observador de agora é grátis e de suporte virtual. Graficamente é nada de especial e está longe deste modelo, o Mediapart. Porém, não será pelo aspecto gráfico que conquistará leitores.
Talvez o consiga se publicar informação interessante e que não possa ser lida noutro lugar. E repita as doses regularmente para viciar o leitor em sentido positivo. Veremos se tal acontece.
Em Fevereiro de 1971 tinha 14 anos e comprei o primeiro número da novel revista Observador, como já dei aqui conta. Número que ainda guardo, tal como os restantes 157 que saíram a seguir e com o último datado de 15 de Fevereiro de 1974. A revista acabou, evidentemente, porque não se vendia. Tal como o Expresso, com uma diferença: o seu proprietário anda por aí a dizer, agora, que o 25 de Abril salvou o jornal porque com a Censura teria acabado. Parece-me uma falsidade. O jornal não vendia porque não prestava o suficente para as pessoas o comprarem. Tal como o Observador, aliás e que não era objecto de censura como o Expresso, porque apoiava o regime de Caetano.
Não obstante, como já por aqui escrevi, essa revista parece-me um espelho perfeito de um regime que tinha Marcello Caetano como chefe de Governo. Não era revista de oposição e também não era da situação, sem mais. E era muito melhor que o Expresso.
Porém, quando a comprei, fi-lo pela novidade de ver algo diferente do que existia no género e que na época se ficava pela Vida Mundial, uma revista mais pesadona no estilo e nos textos.
O Observador de antanho foi uma lufada de ar fresco nesse panorama e os temas do primeiro número nem eram assim muito apelativos para um rapazola de 14 anos. Mas tinha um que o era: a reportagem sobre o Festival da Canção, a cores. Foi isso que me levou a comprar. E os números seguintes, pelas capas de aspecto lustroso e a curiosidade do que vinha lá dentro.
Nesse primeiro número o tema principal era um pequeno estudo sobre o petróleo que na época se prenunciava já como o factor de crise económica que viria dali a alguns anos, com as crises sucessivas.
O modo como a revista explicava o assunto era diverso do modo como hoje se apresentam os assuntos. Sartre, em 1975 dizia que a imprensa portuguesa era má porque não explicava as coisas.
Em 1971 essa crítica não seria justa...
diálogo + ou - conforme me foi transmitido:
ResponderEliminar'-o meu marido
-sua galdéria o marido é meu'
como diria o romancista 'a oeste nada de novo'
semana de tourada como touros que marram muito contra as tábuas
mostram cartões amarelos e vermelhos
e eua pensar que era no sábado na Luz
e a europa lá tão longe!
cada dia mais longe
e os pedintes de porta convencidos que são ricos sem a troica
temos uma esquerda 'succuba', ou seja a que mente na cama
sobrevivo no meu exilio voluntário e interno
não é relegatio
porque tudo os ladrões levaram
Por quem lá tem dentro, o benefício da dúvida é muito boa vontade.
ResponderEliminarNem li grande coisa mas dei com um histérico que em cada 3 palavras tem de largar pontos de exclamação.
Mas boa pelo Observador de arquivo.
ResponderEliminareheheheh
Agora o que é impensável é hoje em dia algum miúdo com 14 anos lembrar-se de comprar uma revista como o Observador.
ResponderEliminarMas era apenas por causa da capa lustrosa...e das cores bem combinadas. As capas do Observador, tirando a primeira que foi a mais feia, eram todas para se comprar.
ResponderEliminarE era mesmo a modernidade daquele tempo.
Nem o Século Ilustrado ou a Flama eram tão apelativos.
A reportagem do Festival da Canção de 1971
é uma pequena maravilha gráfica, aos meus olhos de então.
E numa das páginas que mostro aparece a publicidade aos "livros da RTP" ( em parceria com a Verbo), no caso do Edgar Allan Poe.
ResponderEliminarAcho que me lembro de tais livros serem publicitados no rádio e na tv, salvo o erro com a voz de João David Nunes.
Outra novidade desse tempo e que não conjugava nada com o "fassismo" que querem assimilar à época.
Pois era, os livros RTP
ResponderEliminarAquilo, pelos nomes, não entusiasma ninguém… é a outra face da moeda… mas também são filhos de Deus e sempre a mesma face já cansa…
ResponderEliminarNo entanto parecem ter (ainda) dois méritos importantes: Não estão a soldo dos angolanos e não vivem de subsídios. -- JRF
"Os livros da RTP" ainda há dias os encontrei num alfarrabista, um importante e valioso contributo para a leitura/literacia feita no tempo do "faxismo", agora é ver as leituras de um Miguel Real e outros idiotas úteis do actual panorama intelectual nacional. Estamos num rumo de decadência.
ResponderEliminarúnico momento triste do dia
ResponderEliminarfaleceu Pe Eurico do meu tempo de Coimbra
era 8 anos mais velho do que eu
não morre nenhum fdp
Muito extensos os artigos de opinião do Observador. A considerar o Rui Ramos, Fátima Bonifácio, Helena Matos ...
ResponderEliminarJá não encontro o da Fátima Bonifácio.
ResponderEliminarEla tem a mania das dicotomias "Esquerda/Direita" desde a pré-História.
http://observador.pt/opiniao/compromisso-politico-uma-antiga-incapacidade-portuguesa/
ResponderEliminarPois é, já encontrei.
ResponderEliminarRepete a mesma lenga-lenga de sempre. Esquece o Estado Novo e inventa uma treta de luta entre esquerda/direita e centro/direita nas revoluções liberais.
Uma anormalidade pegada mas os neotontos gostam destas etiquetas.
Há uma grande falta de densidade nas opiniões que se vão publicando a pataco, ou seja, pagas para tal.
ResponderEliminarNão vejo ninguém particularmente interessante com quem se possa aprender alguma coisa de jeito, tirando o Jorge Calado que escreve no Expresso e por isso não leio.
Para divertir temos o VPV e o Ferreira Fernandes. E não vejo mais ninguém.
Peço desculpa por não ter a ver directamente com este post... mas diga-me, por favor, que raio é isto?!
ResponderEliminarPropaganda eleitoral descarada, sem qualquer tipo de pudor... apela ao voto num determinado partido... é isto o jornalismo?!
http://expresso.sapo.pt/cdu-a-crescer=f871292
ahahahaha
ResponderEliminarVergonha. O raio da comuna já se faz passar por jornalista para fazer publicidade ao PCP
E pelos comentários... apenas houve um indignado com este apelo ao voto descarado... Este pessoal acha isto normal!!! Estou parva... Agora o Expresso virou PCP?! Não me digam que mudou de nome... Avante Expresso!!
ResponderEliminarInacreditável... a minha alma está parva....
No mesmo jornal.. outro artigo com o mesmo descaramento... ena pá!... O apelo à ditadura do proletariado é mesmo real... Tenho que me beliscar...
ResponderEliminarhttp://expresso.sapo.pt/a-nova-forca-do-pcp=f871154
Pois, só que como não há proletariado (quando havia era igual), terão que ser os iluminados da vanguarda proletária - desses há cada vez mais - a ditar.
ResponderEliminarO Público não é um soviete? A ver se o capitalista Belmiro fecha aquilo... Porque é que o capitalista fascista Balsemão há-de fechar o dele?
E ainda há quem acredite que os comunas são anti-capitalistas ahahaha! Ou aliás, que os capitalistas são anti-comunistas...
Depois digam que eu é que tenho ideologia, eheheh
Eu sempre fui um pouco lenta de raciocínio... é verdade ;-).. confesso... por isso demorei tempo a perceber qual a ideologia politica partidária por detrás dos vários jornais que temos... Ora, se demorei algum tempo a perceber (pois durante muito tempo não liguei nenhuma nem a partidos nem à política em geral) não foi somente devido a esta minha limitação intelectual... foi também pelo facto de durante bastante tempo terem feito (os jornais) um esforço por demonstrar serem imparciais... ora nestes dois artigos não há imparcialidade nenhuma... (nem nestes dois, nem em nenhum, a bem dizer).. e em vésperas de eleições apela-se ao voto num partido... assim... sem tirar nem pôr...os jornais, pelos vistos, também fazem campanha eleitoral directa e abertamente...
ResponderEliminarA Mariah Carey deve ser um clone da Tonicha...
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