Após o 25 de Abril de 1974, as pessoas que não se identificaram com a Revolução instaurada após o golpe de Estado, não viam o regime anterior como "fascista" e se aperceberam do caminho perigosíssimo em que Portugal entrara, com uma Constituição a jurar tal caminho como sendo o do socialismo rumo à sociedade sem classes, ficaram em orfandade político-ideológica.
Algumas, poucas, centenas de milhar de pessoas compravam então jornais que denunciavam tal caminho como a senda da desgraça nacional. Porém, tal era encarado pelos media do "mainstream", ou seja, o então Expresso, O Jornal e a maior parte dos diários, como jornais "reaccionários" e de extrema-direita ou pelo menos de uma direita anti-democrática, segundo os novos cânones do conceito.
Um desses jornais era o Tempo, semanário fundado em 29 de Maio de 1975 e dirigido por um cosmopolita chamado Nuno Rocha que vendia em 1976 mais de cem mil exemplares anunciados.
Nesse jornal, algumas vozes daquelas inconformadas escreviam e davam conta das preocupações de então, perante o rumo que Portugal levava, durante o PREC e logo após tal aventura efémera e de resultados catastróficos para o país.
Um dos cronistas do jornal assinava com o pseudónimo Manuel de Portugal e em 1976 editou um livro através da Ulisseia, de recolha das crónias já publicadas no jornal.
Uma delas intitulava-se "porque escrevo", escrita em 16 de Janeiro de 1976 e relata todos os tópicos que hoje em dia se evitam discutir publicamente sob pena de as pessoas que o fazem serem afastados do "gotha" intelectual vigente e do ambiente democrático estabelecido.
Nenhum dos media tradicionais "pega" neste temas que continuam a ser tabu na sociedade portuguesa.
Quanto ao jornal Tempo, dez anos depois mudara de casaca. Assim:
Não é fácil remar contra esta maré. A esquerdice, abocanhou, o bocado e não o larga, na esperança que aconteça qualquer coisa. Ainda não perceberam que o tempo deles, já passou.
ResponderEliminarMas não é impossível........
por essa altura vi Nuno Rocha a almoçar com o Prof Freitas no Grémio Literário
ResponderEliminar'bons tempos ou tempo perdido'
aqui foi publicado o artigo
'D. Lourençote de melena e pá',
um dos patres patriae abrileira
Pedro da Silveira (natural das Flores) publicou uma crónica sobre a presença de Melo Antunes. concluia que não passava dum cagarro barulhento
havia também o Diabo dirigido por Vera Lagoa (Maria Armanda Falcão).
não era fascista nem anti apesar do pai ter estado preso por razões políticas
descascava forte e feio nos comunas e organizou um impressionante desfile na Av da Liberdade onde me levaram para a 2ª fila eu que fico sempre na última
caro José
ResponderEliminarObrigado por nos informar destas edições e panfletos. Li com algumas lágrimas nos olhos o texto de Manuel de Portugal. O quanto se poderia dizer...