Raquel Varela tem 36 anos, um curso de História e escreve livros sobre fenómenos sociais, como o pedântico "História do povo na revolução portuguesa".
Em entrevista à revista Tabu do Sol desta semana, desenvolve algumas ideias que mostram bem uma confusão mental sobre conceitos mal amanhados.
Nesta primeira parte da entrevista explica que saiu de Direito e foi para História para "estudar as classes trabalhadoras, o movimento operário e por que é que as sociedades mudam e não mudam".
Há quantos séculos anda gente a estudar isto e ainda não descobriram a chave da sabedoria?
RV pretende assim explicar que já descobriu " as estratégias políticas que estão por trás...", ao contrário dos demais que não compreendem porque a tv não explica.
Esteve no PS como militante e depois passou para o BE. Saiu em 2005 quando tinha 25 anos, porque já nessa altura sentia necessidade de aprofundar o conhecimento e não via modo de o fazer dentro dessas partidos, porque são "dogmáticos" . Além disso, "não rompi com a ideia de uma crítica radical à sociedade".
Vejamos então que ideia é essa...e logo nesta primeira parte temos uma luminosa: "temos um modelo subdesenvolvimentista(sic), de trabalhar cada vez mais horas, com cada vez mais tarefas, com pior qualidade. É óbvio que se um jornalista, por exemplo tiver mais 15 dias para investigar uma peça, para ler um trabalho, para ir aos locais, vai preparar uma peça diferente do que se tiver meia hora para fazer alguns telefonemas numa redacção..."
Este exemplo serve para mostrar a "ideia" de RV: no caso do artigo de meia dúzia de páginas sobre a nossa identidade nacional, no Público de há uns dias, nem dois meses chegariam para um trabalho mais em conta com a realidade. E o problema, de RV e doutros, é esse mesmo: um divócio de uma realidade com a qual, aliás, nunca casaram.É sempre o sonho que os comanda, a tal visão de "crítica radical à sociedade" que não os abandona e nos fustigam depois com essas luzes apagadas.
A realidade não se pode ver através de uns óculos ideologicamente escurecidos, apenas. Se tal suceder, como é o caso, temos um fenómeno pop, tipo lucy in the sky with diamonds, um panorama surrealista induzido pelas drogas das ideias-feitas.
A seguir aparece o exemplo da Alemanha que estraga de algum modo o ambiente, apesar de RV assegurar que "o modelo alemão não é muito diferente do nosso". Só esta afirmação deita por terra toda a argumentação que segue. Segundo RV a Alemanha tem "bolsas de produtividade em alguns sectores" e paga seis mil euros por mês, nesses sectores, a operários especializados. RV acha que nós falhámos, nesse caso, porque não temos professores à altura dos alemães...o que denota bem a ausência de conhecimento de uma realidade exasperante do nosso ensino técnico-profissional, muito baseado na ideologia que RV acapara. Não basta ter professores de categoria e que aliás não temos porque se aniquilou essa qualidade no PREC e anos que se seguiram, com muita responsabilidade daqueles "dogmáticos" do PS e do BE e por causa da visão radical da sociedade, matriz ideológica da mesma RV.
Logo depois aparece a explicação da social-democracia: "a essência desse pacto [ inominada, entre patrões e trabalhadores, através dos sindicatos] era a de os patrões abdicarem de uma parte dos lucros, para que esse mecanismo de acumulação fosse compensado com salários bons, incluindo subsídios de férias, o 13º mês, a protecção à maternidade e um amplíssimo estado social".
Falta explicar uma coisa apenas: esse estado social só é possível se um país for desenvolvido economicamente e para tal, teremos sempre o mesmo problema por resolver: quem desenvolve melhor um país, o Estado ou a sociedade civil, sem grandes entraves burocráticos? É o modelo defendido pelo PS e pelo BE mai-la visão radical da sociedade?
Mais ainda: desse modo " os trabalhadores abdicam da clássica luta de poder pelo Estado".
A social-democracia, modelo inominado mas evidente na análise, seria por isso mesmo um rebuçado para os trabalhadores enquanto os patrões ficariam com os bolos todos. Ou seja, tudo na mesma e a visão radical da sociedade sempre presente.
E, assegura a RV, "esse modelo manteve-se até aos anos 70. A partir do final da década de 70 temos a situação inversa. Os ricos estão mais ricos e os pobres estão mais pobres."
Então o que explica que tivesse sido precisamente na década 60-70 que os movimentos de esquerda radical terrorista, na Europa e até nos EUA, fossem mais activos e tentassem efectivamente a conquista do poder político, como em Portugal chegou também a suceder com a aventura PRP-FP25?
Em Portugal explica-se facilmente pela alteração das circunstâncias revolucionárias depois de 25 de Novembro de 1975 e a verificação que o "poder popular" jamais seria poder, a não ser pela força utópica e estúpida. Lá fora, a ideologia comunista explica o resto, porque havia dois blocos políticos no Ocidente.
Onassis era um rico dessa época. Hoje é Bill Gates. A América e a Inglaterra, a partir de final dos anos setenta tornaram-se liberais. E cresceram economicamente. Há mais ricos? Talvez, mas há seguramente menos pobres. Todos ganharam, menos nós em Portugal, muito por causa das ideias radicais de esquerda, do PS e do BE, para além do PCP.
A evidência mostra que estas forças políticas são verdadeiramente reaccionárias, na acepção do termo que costumam usar e que foram as causadoras directas de três bancarrotas, em Portugal. Sobre isto, RV , népia. Não vem nos livros de História e Salazar era fascista. Caetano também. Protegiam os ricos e defendiam os poderosos. E por isso veio o 25 de Abril para nos libertar dessas amarras e mostrarem a luz depois de quase 50 anos de obscurantismo e pobreza. E fica tudo explicado sobre o nosso modelo político-económico.
A explicação que RV dá do capitalismo parece-me anedótica. Por uma razão: o Estado, se for capitalista como em Portugal tentou ser, não funciona melhor que a sociedade civil e a prova tivemo-la nós, exuberante e evidente. Só não vê quem não quiser. O modo de produção de bens e serviços para os cidadãos não pode apenas ser explicado como de contraposição entre uma forma de organização ou outra, supostamente mais simpática para os trabalhadores, mas seguramente mais totalitária, numa utopia sem medo de amanhãs a cantar, pela simples razão que não há alternativas. A China comprova-o. A Rússia actual comprova-o e a História comprova-o.
A explicação que RV dá para a crise do Lehman Bros é hilariante. Diz que "antes de a Lehman Brothers cair eu sabia exactamente quando iria acontecer a próxima crise".
É pena que não tenha ido aos escritórios do banco, em Times Square e pedir para falar ao presidente Richard Fuld, para lhe explicar as razões das suas previsões catastróficas e a tempo de as evitar...e até podia fazer melhor: candidatar-se a conferencista perante o grupo de judeus que controlavam o banco e explicar-lhes o que eles aparentemente não entendiam, apesar de peritos e raposas velhas, com décadas de experiência e afinal era tão fácil e a RV sabia de ginjeira.
Como aliás sabe e conhece todo o processo capitalista que originou a crise, tal como sabe o resultado prático da emissão de moeda a rodos que inundou os mercados americanos. RV afiança que " a verdade é que a economia mundial deveria ter colapsado em Agosto ou Outubro de 2008". Gosto particularmente da precisão "em Agosto ou Outubro" que revela um conhecimento, uma profundidade analítica e uma sabedoria que me impede de continuar a comentar esta triste entrevista.
Só um comentário final: porque é que não se publicam estas entrevistas com um caveat sobre o cuidado a ter com as asneiras que estas pessoas produzem e vendem? E outra: porque é que estas pessoas não se enxergam?
Resposta em aditamento: porque já não podem...pois a dita já alcançou o posto de guru universitário e são virtualmente dezenas os estudiosos desejosos de a ter como "orientadora" de doutoramentos, mestrados etc etc. Até já ganha prémios da banca ( Santander) o que não deixa de ser irónico e revelador do que esta banca significa.
Precisamente no DN de hoje há uma entrevista com Vieira Monteiro, responsável pelo Santander em Portugal, " o único dos grandes bancos que deu sempre lucro durante estes anos", mesmo com os "swaps" impingidos ao Estado. O dito Vieira Monteiro CEO, diz uma coisa singular, na entrevista: "acho que ainda há uma enorme interferência do Estado na vida das pessoas e na vida económica e esta mudança era, para mim, fundamental". Esta afirmação do CEO do Santander, prenhe de consequências, convive alegremente com o prémio atribuído àquela Raquel, em tandem com outra académica, pela "internacionalização da produção científica". Científica? É, parece que é mesmo assim.
Enfim, a "geração mais bem preparada do país" será esta. Pobre país e pobre geração.
não escrevo um palavrão para não prejudicar o turismo da União Ibérica
ResponderEliminarmas tiro uma conclusão:
amanhã VOU VOTAR NO PSD
Floribundus: V. acaba de fazer propaganda política numa caixa de comentários!
ResponderEliminarEntão e as recomendações da CNE?
Olhe, vá por mim que também vou.
A rapariga nem é nada má, tivesse eu menos uns anitos ainda era capaz de votar BE a ver se a catraia vinha a mim mas como já estou um pouco pesado vou como os outros, no PSD
ResponderEliminarJosé, desculpe-me não perder tempo com a intelectualidade desta lambisgóia. Não merece! Como diria o Marocas 'Tout court!'
ResponderEliminarJá sobre os seus outros atributos, desde que mantenha a boca calada, tenho uma opnião divergente!
Parabens pelo seu blog que tenho como uma das paginas iniciais do meu navegador.
Uma parte da "dívida" é transformada em "maná" que cai em cima de mais de 50% da população fora os que de fora nos vieram enriquecer e ajudar a fazer o homem novo e mulato como nos lembram os "colectivos do direito à habitação e cidade" que essa coisa de 24 horas e 20 kg cá é coisa de PIDES...
ResponderEliminarDepois até os queridos esquerdistas votavam na construção de TGV´s e se fosse preciso de novas pirâmides do Egipto...
Não vou votar porque não vale a pena.Fiquei farto de andar a ser "interpretado" e de me mandarem "ir tomar no cu" o que com mais uns anos vai dar em mais um no bairro social multicultural pois claro...
Não consigo, é mais forte do que a minha veia de boa pessoa, detesto essa "historiadora". E nem vale a pena justificar. Detesto-a por tudo e mais um par de botas. Uma intrujona, esquerdalha no seu pior, que soube estender as mãos para receber o premiozinho dos seus inimigos mortais, os porcos capitalistas do santander. Corja!
ResponderEliminarSe é só amanhã, ainda lá vou.
ResponderEliminarNão gosto nada destas coisas mas, às vezes, tem que ser.
":OP
Como ainda não existe ainda um Partido que assuma a herança de Salazar/Caetano, o único voto no domingo é na ALIANÇA POR PORTUGAL.
ResponderEliminarÉ o único voto que trava os Abrileiros e os deixa maldispostos na 2ªfeira.
Quanta a essa Raquel anda sedenta de fama já se vê, e para além de feia como um bode, é uma atrasada em ideias.
O que me irrita na Raquel Varela não são apenas as ideias, mas a sua arrogância insuportável...
ResponderEliminarA historiografia em Portugal está hoje infelizmente reduzida a esta miséria...
Publiquei:
http://historiamaximus.blogspot.pt/2014/05/raquel-varela-teorica-do-capitalismo-e.html
Creio que o João acertou na mosca!!
ResponderEliminarA estupidez costuma sempre ser arrogante e o que penso da tal Raquel é que é mesmo estúpida. Sofisticada na estupidez.
ResponderEliminarA estupidez é uma característica psicológica de quem fica um grau abaixo da mediania de pensamento. Frequentemente associada à falta de senso.
ResponderEliminarE perguntará quem bem entender: então porque dar importância a tal figura?
ResponderEliminarÉ ver o currículo académico para perceber que há muita gente a dar. E por isso é preciso equilibrar porque o mundo é feito de equilíbrios.
Quando ela afirma que no séc. XIX a "segurança social" eram os filhos o meu cérebro perguntou ao coração se não seria melhor parar de ler pois a bestialidade pode levar a arritmias nefastas.
ResponderEliminarMas que notoriedade académica?
ResponderEliminarTudo aquilo a que ela pertence é mentira. É tão fraude quanto ela.
Ora veja-se a imbecilidade:
Membership of Professional and Scientific Associations
2011 (…) President of the International Association Strikes and Social Conflicts
2013 (…) Vice-coordenadora da Rede Portuguesa de Estudos do Trabalho, do Movimento Operário e dos Movimentos Sociais.
2011 (…) Honorary Fellow International Institute for Social History (Amsterdam)
2011 (…) Membro do Board of Trustees da Conferência Internacional de Historiadores do Movimento Operário (ITH, Áustria)
2011 (…) Membro do Grupo de Trabalho Mundos do Trabalho
2010 (…) Membro do Grupo de Estudos do Trabalho e dos Conflitos Sociais IHC- FCSH-UNL
2009 (…) Membro do Comité Preparatório da Conferência Internacional de Historiadores do Movimento Operário (ITH)
2008 (…) Membro do Instituto de História Contemporânea/FCSH_UNL
2009 (…) Membro da Asociacíon Historiadores del Presente (Spain)
2007 (…) Member of the Study Group on the Russian Revolution (UK)
2006-2008 Member of the Mediterranean Studies Association (USA)
Essa notoriedade é uma fraude académica, é o que podemos concluir.
ResponderEliminarEu acho mais impressionante a existência destas tretas no mundo que ela própria.
ResponderEliminarEla, por cá, é um mero produto dos media.
Agora até já o outro filósofo inventado, o da licenciatura por passagens administrativas, faz recensões à "obra" dela.
Mas o Santander ainda lhe deu mais notoriedade- para essa idiota publicar livros contra o sistema bancário... ahahah.
ResponderEliminarfilósofo inventado? Quem?
ResponderEliminarComo é que se explica que até na Áustria existam cenas de "historiadores do Movimento Operário"?
ResponderEliminarPor favor. O mundo académico há muito que foi tomado pela escardalhada e pelos lobbies fracturantes.
Member of the Study Group on the Russian Revolution (UK)
ResponderEliminarE a América também está cheia desta trampa
A palermice do Santander é que me espanta porque se há coisa mais capitalista e dos "mercados" é mesmo o Santander.
ResponderEliminarE dá o prémio a quem o destruiria se pudesse...
No séc, XIX quem estudava o povo era o Charles Dickens e assimilados escritores.
ResponderEliminarAgora é esta gente cujo talento literário fica pelas "teses".
O Miguel Real
ResponderEliminarahahahahah
O Luís Martins que eu até conheço e que me disse que nunca teve sequer vocação para filosofia.
Foi o pai que insistiu para que lá tirasse o curso.
Depois deu em escrever romances e ganhou prémios e agora vende-se como "pensador e filósofo".
Estou a pensar em fazer o mesmo.
Aproveito o meu currículo de trabalho e apresento-me com o que deixei para trás antes disso- por exemplo- posso dar uma "filósofa do bilas" era boa a jogar berlinde
":OP
Mas este nem tese tem.
ResponderEliminarEscreve romances e agora descobriu que dá mais pinta palrar enquanto "filósofo".
E o truque para tudo isto é sempre o mesmo- encostar-se ao Estado, à cena do Ministério e da Cultura, com teatrinhos acerca de coisas nacionais e da "instituição saramago".
Para isso há sempre dinheiro.
José, o balanço que eu faço de tudo isto é que fui parva.
ResponderEliminarPorque não conheço uma única pessoa da minha geração que não tenha arranjado tacho na vida.
Todos. Dos mais espertos aos mais tolinhos.
Foi a geração que tomou conta de Portugal.
ResponderEliminarOs mais novos só agora aparecem na ribalta porque entretanto os tais "filhos do zip zip passaram à frente.
Esses agora estão a reformar-se ou a quinar e os mais próximo e mais desconhecidos, aproveitam o que ainda falta para a reforma.
Por isso é que essa gente abomina os mercados e o estado liberal e coisas assim.
ResponderEliminarO que abominam mesmo é perderem os privilégios que nunca, jamais em tempo algum deveriam ter alcançado.
São esses os verdadeiros donos de Portugal, efectivamente. Porque chulam o país.
ResponderEliminarOutra coisa: então lembrou-se de estilizar o ícone identificativo?
ResponderEliminarAhahaha.
Uma pessoa mais que vulgar, que nunca viveu sequer nada de nada; que nem memórias históricas tem, passado 40 anos apresenta-se como "pensador de Portugal e filósofo".
ResponderEliminarPor favor... as pessoas devem ser parvas ou apenas gostam de ouvir as mesmas banalidades que conseguem proferir.
É o sentido igualitário- o tal "para quem é bacalhau basta".
Não se arrisca a perder o anonimato relativo?
ResponderEliminarahahahahaha
ResponderEliminarCartoonizei-me.
ahahahah
Por causa das coisas. Se meterem processo apareço em formato cartoon
":O))))))
Acha que sou reconhecível?
ResponderEliminareehhehe
Vou mudar.
ahahahahahaha
Huummm...desde que não ponhas as "doc´s" não a devem reconhecer....ahahah.
ResponderEliminareheheheheh
ResponderEliminarJá mudei
Acho que reconhecem porque até basta colocar um emoticon para me reconhecerem ao vivo
":O)))))))
Esquerdismo no seu melhor.
ResponderEliminar«Por isso é que essa gente abomina os mercados e o estado liberal e coisas assim.
ResponderEliminarO que abominam mesmo é perderem os privilégios que nunca, jamais em tempo algum deveriam ter alcançado.»
Lá está. Uma chatice ter de trabalhar, produzir quem nem um capitalista, para justificar o ordenado do final do mês. Essa chusma que mama não quer mudança, nunca quererá.
O blog Malomil já fez algum serviço publico em relação à fraude que é esta Raquel. Se ainda não leu, devia ler, é hilariante.
ResponderEliminarE dá o prémio a quem o destruiria se pudesse...
ResponderEliminarParadoxos dos tempos modernos...
A esquerda anda sempre - sempre - bem financiada...
Além de arrogante esta Raquel Varela é dogmática, mas é habitual os dogmáticos costumam assumir arrogãncia nas suas opiniões e ideias.
ResponderEliminarMuito primarismo e infantilidade no pensamento desta "académica", houve uma regressão brutal com o triunfo do materialismo histórico nas ciências sociais. Pouca profundidade de pensamento e um baixo nível cognitivo no raciocínio lógica desta senhora. Associações infantis e primárias: capitalismo = mau para os trabalhadores e para a humanidade; comunismo = bom para a humanidade.
A erudição e a sabedoria que caracterizavam um letrado acabaram em Portugal com o triunfo da Esquerda na Universidade. Muito mau, péssimo mesmo, para o futuro do País ter docentes deste baixo nível cognitivo a educar as gerações futuras. Grande parte, a maioria, dos futuros docentes de História, Filosofia estão a ser formatados de acordo com esta ideologia nas academias. Com os Althusser, os Habermas, os Pierre Bourdons, e outros mentacaptos do comunismo.
Quais Althussers ou Habermas, qual carapuça.
ResponderEliminarEstes nem o boletim meteorológico lêem. São de História Contemporânea, lêem o Público
ehehehehehe
Agora um pouco mais a sério, por estranho que pareça nem é de França que agora vêm as modas jacobinas- é de Inglaterra.
E até nisto houve regressão- voltaram ao positivismo cientóino. Lêem o Dawkins e o Peter Singer.
Mas estes de História Contemporânea nem disso precisam.
Até o "Miguel Real" recomenda ateísmo para a felicidade.
ResponderEliminarahahahahah É um fenómeno macaco. Esta gente não precisa de estudar- apanham o som da época e depois os media fazem o resto.
Há uns anos vinha um bom artigo na Economist onde se previa precisamente o que já se observa- esta treta da massificação do universitário, com a treta de Bolonha e os mestrados e doutoramentos a granel, só podia fazer regredir a qualidade académica.
ResponderEliminarPensam assim:
ResponderEliminarhttp://gyazo.com/bda3bf1b3bbe497025843ec8fce41862
Funciona tudo assim.
Até me sinto mal de ir lá aquela treta do facebook.
Acho que de toda a gente que conheço de trabalho, só um não faz coro com estas anormalidades.
(mais valia que nem soubesse)
Não conheço esta Bebiano que deve ser da família dos bebianos anti-facistas, mas foi encaminhada por mais anti-facistas.
ResponderEliminarÉ um fenómeno do caraças, como anda tudo para trás.
São os sexagenários de iate que votam BE
ResponderEliminarAHAHAHAHAHAHAHAHAH
Simpatiquíssimos, claro. Inimputáveis simpatiquíssimos, como diria o outro
ResponderEliminarAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
Aliás, engraçada, engraçada está agora a França.
ResponderEliminarTalvez seja bom porque anda sempre tudo a reboque dos "faróis do Ocidente".
Sim, tem razão Zazie, durante a década de 90 e até hà uma década atrás esta esquerda tinha as suas influências em França, agora parece ter virado para o lado anglo-saxónico, mas em alguns casos tem de vir traduzido em francês,porque não sabem inglês. Pode parecer estranho, mas é verdade ainda há umas semanas atrás li um artigo de um destes "impostores" intelectuais das actuais ciências sociais (Sociologia penso) e citava uma obra de um autor inglês, mas pela versão francesa, quando mais facilmente teria aceso ao original, só depois chegou à conclusão que ele não sabia inglês, e não conseguia ler uma obra académica no original.
ResponderEliminarAgora só os maiores de 60 anos é que sabem francês.
ResponderEliminarÉ ao contrário.
Esta Varela nunca na vida seria capaz de entender 2 linhas do Habermas.
ResponderEliminarisso já era. As ditas ciências sociais bateram no fundo.
E não só- eu, lá das américas pouco sei, mas já tive estranho feedback até na área do cinema.
A escardalhada das utopias tem por lá coutadas.
Os actuais cursos de Letras/ciências Sociais é só propaganda, pudera quando os docentes são do calibre desta Raquel Varela, mas também um Manuel Loff, e outros da escola do Rosas.
ResponderEliminarNão conseguem conceber uma academia isolada da política, da propaganda. É uma visão totalitária da sociedade, da humanidade, tudo tem de estar ao serviço da visão global -e da filosofia subjacente - que eles possuem. O estudo desinteressado, o saber pelo saber não existe para uma mentalidade destes esquerdistas, o Saber, a Academia tem de estar ao serviço de uma ideologia, de um Partido (Comunista). Panorama sombrio para as Letras e para o pensamento em Portugal.
São aquilo que Orwell designava a polícia do pensamento.
Mas é um facto que há uma geração abrilista, a que anda aí pelos 50 anos que não sabe nem francês nem inglês.
ResponderEliminarConheço várias profs assim.
Importava fazer um levantamento do que se passa no resto do mundo. Na Europa e na América.
ResponderEliminarNão sei, não...
A Itália tende a escapar porque tem uma boa tradição que dá para aguentar.
Mesmo na Alemanha, aparecem umas tretas que dão best sellers e são uma caca que nem a Filosofia chega.
ResponderEliminarPor exemplo, o Peter Sloterdijk. Aquilo é engraçado e tal e coisa, mas descamba em merdas gay e espreme-se e não tem nada de nada.
Não é filosofia e passa por ser o grande filósofo alemão da actualidade.
O Zizek é melhor nem falar... portanto, não sei não.
Merdas gay nem é isso- é imbecilidade de achar que o "erguer os braços" agora pode ter como motor a cena homossexual.
ResponderEliminarIsto é de tal modo ridículo que eu acho que até o Foucault era capaz de tentar arrancar os cabelos que nem tinha
":O))))))))
Sim Zazie, também tem razão quando refere que só os de faixa etária mais elevada sabem francês.
ResponderEliminarA Raquel Varela não entende Habermas, nem qualquer outro genuíno pensador, seja ele o Kant, Hegel ou o Aristóteles, muito bem que ela seja de História e não de Filosofia, mas suspeito que nem os Historiadores mais profundos ou complexos, com obras de valor académico, como Michelet, Guizot, Lord Acton, Edward Gibbon, Tácito, Plutarco ou os modernos/contemporâneos, esta Raquel Varela saiba entender. É só ignorância. Daí a pegunta: como foi possível esta "historiadora" ter triunfado na Academia? Só se explica porque houve um golpe de estado na Universidade pelo PC e pela Esquerda. O Vasco Pulido Valente aqui há um tempo atrás, penso que ainda nos anos 80, falava que na academia portuguesa funcionava como uma máfia, que se protegiam uns aos outros, e se seleccionava para lugares fulcrais os fiéis de ideologia que garantiam a perpetuação do esquerdismo no pensamento.
V. tem a menor ideia do que seja a dita investigação em História Contemporânea?
ResponderEliminarPergunte como é na Nova e vai entender.
São umas coutadas de uns retardados mentais, qual deles o mais retardado, com uns grumetes que andam aos biscoitos.
Não sabem nada; nunca precisaram de saber nada. Em 3 anos têm a treta da pseudo-licenciatura, cada vez mais básica e depois vão servir os retardados mentais das coutadas jacobinas.
ResponderEliminarE andam aos papéis. Lêm jornais e até isso lêem mal, como o José o comprova aqui.
eehhehehe
Muito sinceramente, sempre achei que Contemporânea em História ou História de Arte era treta para vernissages
ResponderEliminarE vai tudo para isso porque lá sabem que é o melhor para marinhar e conseguir um empregozito.
Para os que são completamente deficientes mentais, ainda existem as Ciências da Educação.
ResponderEliminarJá tive oportunidade, e tempo, para ler esse Peter Sloterdijk, ou o Zizek, mas não tenho suficiente paciência para ler essas "vigarices". Classifico-as assim, apesar de as não ter lido, mas porque me parecem semelhantes ao que diziam o Lacan, o Giles Deleuze e que levaram à polémica obra do Alan Sokal "Imposturas Intelectuais". Por cá tívemos a controvérsia entre o António Manuel Baptista e guru do Boaventura SS.
ResponderEliminarPrefiro reler o Arthur Conan Doley, algo que eleva o meu espírito.
Não confunda. O Lacan fez psicanálise e não tem comparação com estes. O Deleuze é um cretino mas era manhoso e esperto até dizer chega.
ResponderEliminarNão tem nada a ver com cenas à Sokal- eles não são apenas palavras vazias.
O Deleuze fez uma gigantesca cretinice- pendurou-se no Nietzsche, pirateou-o para fazer passar umas cenas dele.
Mas estes de agora nem a isso se aproximam.
O que é estranho é isso. Até o desconstrutivismo ou outros ismos são coisa demasiado cara para estes vendilhões mediáticos.
Há para aí Filosofia que agora é Jornalismo. E o jornalismo é coisa de jornaleiros porque até um taxista consegue ter mais senso comum.
Não sei in loco como é a actual investigação em História Contemporânea, mas imagino. Frequentei História, mas não na Nova, e sei bem como eram os docentes em Contemporânea, e só se ensinava História segundo a versão do materialismo histórico e não existia largueza de vistas ou inteligência nessa academia.
ResponderEliminarDe facto os mais mentecaptos eram de Ciências de Educação, Cadeira que foi "obrigado" a frequentar, e era do mais baixo nível cognitivo, mas muito arrogência e presunção, consideravam-se muito inteligentes.
Mas onde é que se dá Michelet ou Plutarco, ou Taine, ou Toynbee num curso de História em Portugal?
ResponderEliminarEu leio esta Varela e só me lembro de outra coisa- da faculdade no PREC mailos "historiadores e filósofos" da América latina que vieram cá parar. A sério- um chileno em 74-75 podia ser prof dela.
ResponderEliminarA faculdade do PREC actualizou-se nesta geração.
E isso é que é assustador porque, para aí nos anos 80-90 eu não imaginaria tal coisa.
A sério. Isto não consegui prever.
Nunca. Pensei que era anedota que ficava morta e enterrada com a queda do Muro de Berlim.
Acerca das Ciências de Educação um dia publico as minhas memórias.
ResponderEliminarA sério. Ainda hoje eu própria me rio com a experiência pythoniana que tive.
Foi a coisa mais louca que tive de fazer e a maior vigarice que também fiz.
ResponderEliminarAinda hoje, entre amigos, temos ataques de riso a recordar.
Tenho a treta numa antiga disquete e a ver se recupero isso e um dia publico online.
Não se dá no sentido de se lerem ou leccionarem obras desses pensadores, mas um aluno de História deve saber obrigatoriamente quem são eles. Já no meu tempo - anos 80 e 90 - talvez 10% a 5% soubessem, agora duvido que tal. Aliás suspeito que alguns docentes, tipo Manuel Loff, Raquel Varela não sabem quem são eles.
ResponderEliminarTenho observado coisas giras. Há gente muito mais nova, sem estudos universitários que, apenas por eles próprios, sabem mil vezes mais que esta maltosa toda.
ResponderEliminarConheço um que há-de andar pelos vinte e até lê Alfred Jarry.
Por ele próprio. Até me contou que nunca conheceu um único prof que soubesse quem era.
E há-de ter razão.
E há mais, felizmente. Podem ter ar grunge e tal e coisa mas, escapando à escola, sempre podem descobrir outras coisas.
Esse lê tudo e até ia para Ciências.
ResponderEliminarÉ inteligente, não precisou de fugir às matemáticas e é talentoso.
Corre todas as bibliotecas de Lisboa para levar livros emprestados. E procura coisas que só os que agora são mesmo velhos é que ainda sabem
":O))))))))
A experiência mais engraçada que tive enquanto aluno, a esse respeito, foi no antigo 5º ano, hoje 9º.
ResponderEliminarUm dia a professora de francês perguntou se alguém conhecia um guerreiro na Ásia que tivesse sido imperador.
E eu na minha sabedoria de almanaque adiantei: Gengis Khan. A professora perguntou:quem?!, dando logo ar de quem não tinha a mínima noção do nome ou de quem se tratava.
E eu: Gengis Khan. O imbecil que estava atrás de mim, a rir e a bater com a mão da carteira, repetia: gengis khan! Gengis khan!, sem ter a mínima ideia de quem era e só para gozar comigo, coitado.
Calei-me logo.
Isto foi em 1971...
ResponderEliminaraahahhahaha
ResponderEliminarEm miúda tive uma grande pancada pelo Gengis Khan, por causa do filmer.
Era ele o Bruce Lee
":O)))))))))
Mas é grande ignorância não se saber, pois até foi ele que trouxe a pólvora chinesa para Europa, passando a ser usada nas armas.
Era uma maravilha de filme. Do Henry Levin. Com um elenco de primeira.
ResponderEliminarO Omar Sharif fazia de Gengis Khan mas lembro-me do grande James Mason como imperador chinês.
Vi com o meu pai numa sessão da noite. Íamos os dois, todas as sextas, às sessões da noite ver estas coisas.
Foi em 65. Passou cá nesse ano.
ResponderEliminarNessa altura é que era mesmo uma zazie dans le metro.
ehehehehe
"Só se explica porque houve um golpe de estado na Universidade pelo PC e pela Esquerda. O Vasco Pulido Valente aqui há um tempo atrás, penso que ainda nos anos 80, falava que na academia portuguesa funcionava como uma máfia, que se protegiam uns aos outros, e se seleccionava para lugares fulcrais os fiéis de ideologia que garantiam a perpetuação do esquerdismo no pensamento."
ResponderEliminarTudo Verdade!
Posso confirmar que é assim por experiência própria...
Claro que também paguei o preço por não querer engolir a cacete da esquerda e as consequências foram o facto de eu ter sido roubado em algumas avaliações por uns certos senhores e senhoras muito "democráticos" e de esquerda...
"Muito sinceramente, sempre achei que Contemporânea em História ou História de Arte era treta para vernissages."
ResponderEliminarZazie, calma!
Não somos todos iguais.
Veja aqui este artigo onde eu malho forte e feio precisamente em cima dessa gente:
http://www.historiamaximus.blogspot.pt/2014/04/o-25-de-abril-os-historiadores-do.html
Aqui tem outro onde eu ataco uma das "inteligências avançadas" da esquerda:
http://historiamaximus.blogspot.pt/2014/04/danny-le-rouge-ou-quando-ser-pedofilo-e.html
Não tem a ver com política. Tem a ver com saber.
ResponderEliminarÉ como um curso de "comunicação social" que é isso comparado com estudos clássicos, por exemplo?
ResponderEliminarHá coisas que qualquer um faz e a há outras que ainda requerem dificuldade, muito estudo, muito saber.
ResponderEliminarE isso aplica-se em tudo.
Qualquer um pode ser autodidacta em Contemporânea mas não o seria em Antiguidade ou em Medieval.
E muito menos isso tem comparação com estudos de grego e latim antigos.
Por exemplo- toda a gente que eu conheci de Contemporânea detestava ir à Biblioteca Nacional. Na do Tombo nunca puseram sequer os pés.
ResponderEliminarMas detestavam mesmo. Só por obrigação para qualquer trabalho é que lá iam forçados. Chamavam até "ratos-de-biblioteca" aos que lá passavam dias.
Coisa que nunca na vida conseguiram entender. Acham que isso é perversão.
ehehehehe
Essa malta queria apenas "tirar o curso". Saber? Tanto fazia. O que interessava mesmo era o curso...
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ResponderEliminarAcredito que tivesse de explicar isso a uma prof de medieval.
ResponderEliminarPorque, aquilo que eu penso, de forma genérica, da universidade, é muito mau.
Nem investigadores são mas, de um modo geral, são pessoas muito ignorantes e incultas.
Mas aquilo a que me referia era outra coisa.
Há assuntos que requerem uma preparação a milhas de outros. Isto, comprando quem nem é uma vigarice.
Não estava a comparar os péssimos. E estava apenas a referir-me à dita área de "letras".
Mas é verdade que conheci muita gente, incluindo no mestrado (á moda antiga, 4 anos, 15 hs de aulas por semana, 4 cadeiras por semestre) que detestava bibliotecas.
ResponderEliminarSempre achei isso esquisito. Faziam a tese por causa do canudo. Nem pouco mais ou menos por gosto.
Diziam até que era deprimente estar na Biblioteca, quando é um dos lugares que mais gosto em toda a parte.
Não consigo entender isso. Porque é idêntico a dizer-se que nem se gosta de ler mas chegou-se a doutor.
E há casas de "doutores" sem um único livro. Essa é que é essa.
Agora v. fez demagogia- não é por ter conhecido uma ignorante com especialidade em medieval que História Medieval requer capacidades e conhecimentos muito mais complexos que saber ler jornais.
ResponderEliminarPara se ser medievalista, para além de paleografia, até se devia saber latim.
Para se ser historiador de contemporânea o que é que de complicado é preciso?
Nada. Aliás, o curso de História nem requer dificuldades. Não implica sequer ter grande QI.
"à moda antiga"
ResponderEliminarUm bom especialista em Antiguidade tem mesmo de saber ler latim.
ResponderEliminarPor isso é que não é qualquer um que escolhe especialização nessa área.
Latim, no mínimo. Até deve saber mais, se quiser "internacionalizar-se".
ResponderEliminarMas isso de cvonhecer gente de Antiguidade que não percebe a ponta de um corno de Contemporânea é mais que natural.
ResponderEliminarAliás, eu, quando andei em investigação, estive completamente out do mundo.
Nem sabia sequer coisas básicas do mundo, nem via ou lia noticiários.
Vivi na Idade Média.
Investigar é isto- por isso é que pode ser uma coisa um tanto ET.
Merece a pena quando se pode mesmo fazer investigação séria e livre.
Por menos mais vale ser-se uma pessoa vulgar.
E isto acontece em todas as áreas de investigação mais prfunda.
V. nem deve imaginar o que é a vida de um físico teórico, por exemplo.
Não sabem nada de nada da realidade.
Vivem noutro mundo. Só falam das especializações e nem entre eles se entendem muito, de tal modo as coisas são específicas.
Casam entre eles, vivem nos gabinetes e produzem papers.
É assim. Aquilo que muitas vezes trás mais valias para o mundo não nasceu em beberetes.
E eu admiro essas pessoas.
ResponderEliminarSempre as admirei. É um tipo de reclusão e dedicação parecida com a religiosa mas que dá uma pica que não se partilha.
Claro que esta pascácia da Varela desconhece totalmente esse mundo.
E as pessoas também. Porque esses verdadeiros investigadores não passam na tv.
Não são figuras públicas.
Mas... é possível estudar a Antiguidade Clássica sem saber latim e grego?!
ResponderEliminarIdem para Medieval...
Enfim, quando digo estudar digo investigar. Se não compreendem as línguas que se falavam e em que se escrevia na altura, que diabo investigam afinal? A investigação que os outros investigaram? ehehehe!
Acho lastimoso não se aprender o básico do latim na escola. Toda a gente. Pessoalmente, acho que fui defraudado por não mo ensinarem sem ter que ir para "Humanidades". E grego também não fazia mal nenhum. Sorte a minha que não passei a escola a dormir e aprendi francês, o que me permite "pescar" o resto das latinas...
Com a quantidade absurda de horas que se passam na escola, dava para isso e muito mais...
O problema, Mujah, é que não há "o básico" no latim nem no grego antigos.
ResponderEliminarO básico é em dois anos de estudo, como os que eu tive, ficar-se apenas com uma noção dos étimos das palavras.
Ninguém lê latim ou grego (antigo) estudando apenas dois anos, mesmo que de modo intensivo.
Só conheci uma pessoa que traduzia grego como quem traduz inglês ou francês- a Leonor Buescu.
É dificílimo. Por isso é que são áreas onde há pouca gente e os melhores andaram, pelo menos, no seminário.
Escrevi trás, em vez de traz, de trazer.
ResponderEliminarAndo tontinha de todo.
É de ler estrangeiro
ahahahahaha
No seminário, nos anos setenta, estudava-se o latim desde o primeiro ano e com várias aulas por semana.
ResponderEliminarComeçava-se logo a declinar o hora, horae. "Cá fora" era o "rosa, rosae" e é evidente que o hora era por ser neutro...ahahaha.
Depois era um estudo intensivo e constante, com chamadas orais e exigência alta.
Só não aprendia quem não tinha capacidade.
E nas outras disciplinas era igual. O modelo de ensino dos seminários é exemplar do que deveríamos ter ainda agora.
Quem diz setenta, diz sessenta, cinquenta, quarenta.
ResponderEliminarBasta dizer que estudei pela Selecta que o meu pai usara. A gramática era a mesma e os dicionários de latim ainda são os que tenho. Com mais de 60 anos e do F. Torrinha.
A Selecta talvez não fosse a mesma, agora me lembro. Mas na segunda metade dos sessenta, quando lá andei, o ambiente ainda lembrava o que se passara vinte anos antes, nos quarenta, em plena época da guerra. A sala onde estudei no primeiro anos era aquela onde o meu pai tinha estudado cerca de vinte e cinco anos antes. As carteiras as mesmas e pelo que me dizia o cheiro o mesmo.
ResponderEliminarEra um cheiro a velho e ao mesmo tempo a clássico. Incrível como ainda hoje me lembro com saudade de algo que não mais será possível de recuperar porque foi tudo mudado entretanto.
Claro, José. O latim até é mais fácil que o grego mas obriga a muitos anos de estudo para que se traduza facilmente alguma coisa.
ResponderEliminarCom dois anos, como eu tive, de grego e latim, dá apenas para se entender etimologias.
Ficou isso e pouco mais.
Por isso é que os melhores professores dessas áreas ou eram padres ou tinham estudado para padre.
Todos. De outro modo é mentira.
Que engraçado. O José lembra-se desse cheiro.
ResponderEliminarA sua memória é um fenómeno.
E, ao contrário de muito boa gente, saiu e não ficou traumatizado nem deu em ateu, como tantos outros.
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ResponderEliminarLembro-me do cheiro e não só:
ResponderEliminarDa comida também. À quarta-feira havia feijão frade que chamo feijão miúdo porque era assim que o conhecia. Acompanhavam a primeira travessa com atum de conserva ( latas grandes com certeza porque éramos 400 no refeitório) mas preparado de tal forma e com um tempero de azeite e vinagre e cebola que só de me lembrar já me traz água à boca. Nunca mais comi feijão miúdo assim.
Eram as freiras quem cozinhava e eram fantásticas na preparação das ementas que eram sempre as mesmas de segunda a domingo. Neste dia a comida era melhorada. Mas na segunda, terça e por aí fora já sabíamos o que iríamos comer. Isto durante quatro anos...
E não é que tenho saudades destas coisas?
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ResponderEliminarAcho que há um amigo meu que vem aqui ver estas coisas que escrevo e que sabe que era assim, porque éramos da mesma mesa ( seis ou sete, um à cabeceira e um servia os demais).
ResponderEliminarEsse meu grande amigo nessa altura tinha disputas nas aulas comigo em Latim. No início ganhava eu. Depois começou ele a ganhar e eu ficava fulo.
Mas devo reconhecer que era melhor que eu. Era mais rápido a acertar e quando eu ia dizer, já ele tinha dito.
Um dia comecei a chorar na aula por causa disso.
Zazie disse "Aliás, o curso de História nem requer dificuldades. Não implica sequer ter grande QI."
ResponderEliminarDe um ponto de vista está correcta esta afirmação, se se encarar um historiador como um mero narrador, ou cronista do passado, que investiga (Paleografia) os textos antigos e os "traduz mecanicamente" sem capacidade de análise ou exegese, limitando a copiar o que foi escrito por outros noutros tempos.
Quando tive cadeiras de História na Universidade, reparei que alguns docentes eram muito menos inteligentes do que os de Filosofia, cheguei à conclusão que eram meros "investigadores" que liam documentos antigos e procediam a uma narração factual e cronológica sem análise, problematização ou sem relacionarem o estudo feito com uma análise geral sobre a humanidade e sobre sociedade ao longo dos tempos. Os docentes mais inteligentes de História eram aqueles que tiveram formação filosófica, no antigo curso de Ciências Histórico-Filosóficas.
Agora se entendermos a História num sentido mais extenso, como um trabalho mental de análise, problematização da Humanidade, de questionarmos a nossa evolução e as nossas capacidades, aqui sim é necessário muita inteligência, capacidade de raciocínio lógico, um elevado QI e sabedoria. Infelizmente em Portugal ainda se encara o historiador como um mero cronista, um narrador que lê e interpreta textos antigos, conforme a correcta caracterização que a Zazie fez deles, por exemplo um medievalista.
Nos EUA a CIA, FBI e até as instituições bancárias/financeiras valorizam e possuem nos seus quadros os melhores crâneos das áreas das Humanidades (Filosofia e História) que pressupõe um elevado poder de raciocínio lógico, e uma elevada dose daquilo que geralmente denominamos cultural geral. Idem para a Inglaterra.
ResponderEliminarNaqueles lados os licenciados em Gestão de Empresas são vistos como "contabilistas aperfeiçoados". De salientar que o guru (Peter Drucker) daquilo que se chama a "ciência" da Gestão (Management) era academicamente formado em História e Filosofia e não num qualquer curso de Gestão de Empresas.
400?
ResponderEliminarPhónix! nunca imaginei.
Sim, Miguel Dias.
ResponderEliminarEu estive para acrescentar isso mas depois achei que não valia a pena e que se entendia o que eu queria dizer.
O que eu referi foi apenas a dificuldade intrínseca ao curso- não tem nem requer grandes aptidões.
Claro que depois o que se faz com ele é outra e não se é historiador por se ter tirado o curso de história.
Do mesmo modo que não se é filósofo por se ter licenciatura ou doutoramento em filosofia.
Mas isso é outra conversa.
Agora é que há a mania de chamar filósofo, arquitecto ou historiador a qualquer licenciado no ramo.
A Cia até teve os maiores entendidos em Arte.
ResponderEliminarEra elite americana, quando se formou.
Daí terem patrocinado todas aquelas vanguardas.
Mas isso é outra coisa- não há historiadores nem filósofos na City ou em Wall Street.
Tal como praticamente não existem economistas que é uma coisa que não tem a menor utilidade e que serve apenas para os que são fracos em matemática.
Têm os melhores nas áreas de matemática e física teórica.
Na Faculdade também tive "padres" como docentes, e estes - talvez por terem uma base teológica e filosófica - eram mais eruditos e inteligentes do que os docentes que eram exclusivamente numa área de investigação em História, pois estes limitavam-se a "despejar" alguma "Sebenta", por exemplo uma espécie de Síntese de História Romana ou Antiguidade Clássica. Escusado dizer que os exames era apenas decorar e despojar a matéria pois os próprios docentes/investigaores não possuíam, e não encorajavam, capacidade para mais análise. Tive um colega de curso que em Filosofia reprovou nas cadeiras com 4,5,6 ou 7 valores e depois nas cadeiras de História, que só exigiam decorar e despejar a matérias nos exames, tirava 14,15 e 16 valores. Era aquilo que se pode designar por um "cábula", tinha grande capacidade de armazenar dados na memória/cabeça mas quanto a raciocinar logicamente era muito fraco, o que acaba por ser um fiel retrato de alguns investigadores em História.
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