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domingo, junho 15, 2014

Salazar, a Direita néon e a Esquerda lusco-fusca

Segundo a Direita néon que nos é apresentada pela Esquerda lusco-fusca, Salazar era a Direita e a Direita era Salazar que não deixava que houvesse Direita.

Salazar morreu em 1970 e as imagens, neste caso do Século Ilustrado de 1 de Agosto de 1970, valem mais que mil palavras.


Sete anos depois destes acontecimentos, Portugal vivia em pós-PREC. A Direita tinha desaparecido com Salazar e apenas um jornal, considerado "fascista" lembrava Salazar como o mesmo devia ser lembrado. A Rua, de 28 de Julho de 1977 atrevia-se a publicar o que mais ninguém fazia, nem mesmo a Direita néon que como sabemos detesta Salazar porque era "fascista".  Ao nome e aos costumes, respondia sempre: Salazar? Não conheço. Judas fez o mesmo com Jesus Cristo...


 Por causa destas veleidades o jornal iria ser castigado pela Esquerda comunista e jacobina, perante o silêncio cúmplice da Direita néon, em Setembro de 1976, conforme relato o órgão informativo, oficioso,  do Conselho da Revolução, O Jornal de 17 de Setembro de 1976. Crime? "apologia do fascismo". Corpo de delito? "Apelo à violência contra a ordem e a legalidade democrática". Olha, o mesmo que o Mário Soares anda agora a fazer...


Nessa mesma altura, conforme entrevista ao mesmo O Jornal de 18 de Março de 1977, O PSD era...a Direita! O PS? A socia-democracia, ora essa!

Quase 40 anos depois disto, o PCP continua a pensar exactamente do mesmo modo. Direita? Do PPD ( alguns Domingos Abrantes ainda dizem assim) para a direita é tudo Direita...e não há ninguém que lhes atire um pano encharcado em fasssismo para lhes ensinar democracia.


15 comentários:

  1. O farol mor da terra lusa, decretou, que direita, é o ppd e o cds. A partir daqui, o comité de vigilância da revolução, os palacianos, não autorizam. É inconstitucional, dá direito a prisão e tudo, claro, que se for de esquerda, está tudo bem. Dúvidas, não existem, a censura, dos comités das redações, não deixam passar nada.
    Não sei porquê, lembrei-me do Dr. Manuel Monteiro, estranho.....

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  2. nunca Salazar pensou que estava a criar esta república corporativa ou soviética

    a luta corporativa abandonou a luta de classes

    PCP é a droga que em meados de 60 substituiu o LSD

    na rua é conhecida por 'pó de anjo' ou 'tranquilizante de elefante'

    actua sobre certos receptores cerebrais e possui vida média de 18 h

    o pcp também é uma droga

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  3. O artigo d'a Rua está interessante.

    Apesar disso, não sei se concordo com a ideia de que o Estado era Salazar. Não creio que fosse nem creio que fosse isso que ele queria.

    Penso que ele tentou o que se pode chamar a Reconciliação Nacional. Se o dito escol do país foi cego na sua mesquinhez, ganância ou simplesmente estupidez para o reconhecer, não o foi o comum português, parece-me.

    Era urgente reformar o Estado e dotar o país e as populações de meios e condições que suportassem e permitissem o seu desenvolvimento e prosperidade. Era urgentíssimo reformar e sanear as contas e o Tesouro, condição sine qua non para que seja possível fazer alguma coisa de duradouro.

    Foi o que ele fez e nada seria possível sem um país reconciliado, pelo menos temporariamente. Poderia realmente, como Franco, ter lá posto um Rei.
    as haveria, realmente, condições para isso? Valia a pena correr o risco de uma desintegração do consenso nacional que poria em causa todo o trabalho feito e tudo quanto se planeava fazer?


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  4. "O Estado era um gigante apoiado noutro gigante."

    Há algum Estado moderno que não seja gigante?

    E dependeria assim tanto o Estado do génio de Salazar? Não funcionou razoavelmente com Caetano?

    Não funciona, ainda, razoavelmente?

    Funciona. Não fosse a disfunção lá injectada pela ladroagem e funcionaria muito melhor. Houvesse ao tempo a facilidade e potencial de desburocratizar sem perda de eficiência que permite hoje a informática e decerto funcionaria muito melhor ainda.

    Talvez devesse ter havido maior preocupação em tornar a Reconciliação Nacional mais duradoura mas, por um lado, havia a necessidade premente dos problemas de ordem práctica e material que era preciso resolver e, por outro, talvez a esperança que a solução desses problemas e a realização das aspirações mais básicas e urgentes das populações inspirassem naturalmente a essa reconciliação e apaziguamento das diferenças mais profundas e violentas.

    Não creio que tenha falhado. O país estava unido e os 13 anos de guerra do Ultramar provam-no.

    Pôr as culpas em Salazar é fácil. Muito fácil. Desde logo porque ele seria o primeiro a assumi-las e suportá-las se fosse vivo. O país era responsabilidade sua e dela se ocupou exclusiva e dedicadamente. Hoje faria exactamente o mesmo. E exactamente da mesma forma procuraria Reconciliar o país para que se pudessem pôr em práctica as ideias mais válidas dos melhores entre nós.

    Este tipo de críticas é como as da tal hesitação de Caetano. Na práctica, vê-se é que quem deveria ter-se mantido firme e formado bloco e discernido onde é que estava o futuro do país, preferiu dar prioridade às suas próprias quezílias e ressentimentos mesquinhos, minando, retalhando e separando por essa acção o que deveria ser uno e indivisível. Hoje clamam que Caetano era hesitante porque não deu preferência a cada uma das suas mesquinhices.

    Assim não há milagres. E mais aposto que pretensiosos como o dos "conservadores" em lata do postal anterior, e outros Raposos já à data eram o principal mal. Foram eles quem abriu a porta à subversão esquerdista, aliando-se a ela, tergiversando e cumpliciando. Não perceberam ou não queriam perceber o que estavam a fazer. Provavelmente as duas coisas. Pouco interessa.

    Salazar não falhou. O que falhou foi o que dele não dependia nem poderia depender.

    Os ingleses dizem: you can lead a horse to water, but you can't make him drink.

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  5. depois de curta visita o 'aquecimento global' despede-se amanhâ

    'todos ao aeroporto |'

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  6. há um silêncio fúnebre no meu bairro.
    até me deixei dormir.

    'que se lixe o mundial !'

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  7. Esta selecção está amorfa.

    Estou a ver pela internet e é um jogo para esquecer.

    Provavelmente vão ser todos assim...

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  8. Um pénalti logo a abir. Uma expulsão. Duas fífias do Patrício e um Ronaldo sem chama dá uam derrota humilhante.

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  9. Quando o FCP ficar sem o Pinto da Costa a culpa também será do próprio? E as grandes empresas que passam de pais para filhos e que depois degeneram... As transições nunca são fáceis principalmente quanto não se percebe o funcionamento orgânico do passado.

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  10. Que me lembre é a primeira vez que o amigo José aqui põe imagens do saudoso jornal A Rua. Julgava que não tinha disso lá na Loja...

    E bem no merece... "o único jornal de direita que não é do centro"! Foi ele, depois do efémro Bandarra, em 74, o único antídoto pós-abrilino ao enxurro da imprensa esquerdista. (Ressalvando alguma imprensa regional, a revista Resistência, que aliás já vinha de antes, e a não menos saudosa folhinha Consciência Nacional, do monárquico Mário Saraiva, de circulação restrita.)

    A Rua foi um jornal que manteve viva uma certa cultura da genuína direita, aproveitando ao CDS
    (e sob os auspícios deste), que se queria talhar um lugar "respeitável" e bem demarcado ao "centro". Tinha uma qualidade literária notável e um grafismo original e distinto. E esse anarco-salazarista do Manuel Maria Múrias era de facto um director e editorialista extraordinário.

    Venham mais lembranças dela, para os leitores desta Loja não pensarem que ao tempo, à direita, só o prof. Marcello caetano é que escrevia.

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  11. Mil por cento d'acordo com o que Mujahedin escreveu nos dois comentários. Por falta de tempo ainda só li os artigos sobre o funeral de Salazar, mas tenho a certeza absoluta de que não ficarei surpreendida com o que irei ler nos restantes. Já sei de cor e salteado do que a casa gasta.

    Mais uma vez o José está de parabéns pela excelente e farta documentação relativa a este tema específico, que vem publicando.

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    Já que estou a comentar, aproveito o facto para deixar aqui uma pequena nota relativa a uma personagem que vem citada em vários artigos e comentários do José, em postal anterior, que me parece ser o rapaz de cujos pais eu ouvi falar lá em casa mais do que uma vez - João Martins Pereira. Era muito novinha na altura, mas recordo-me deste apelido e por qualquer motivo (talvez pelas vezes que os meus pais se referiam a esta família) não mais o esqueci.
    Este rapaz (se é que se trata da mesma pessoa, pode ser que não, mas de uma coisa estou certa o apelido era este e duvido que existisse duas pessoas distintas com o mesmíssimo apelido) enquanto estudante pertencia à Casa dos Estudantes do Império. Sabe-se que os estudantes desta Casa eram pràticamente todos comunistas (Agostino Neto e muitos mais) ou simpatizantes porque, dizia-se à boca pequena, todos eram doutrinados pela/na cartilha marxista. Lembremo-nos das várias personalidades que vieram a tornar-se muito conhecidas na política sobretudo Ultramarina, que, enquanto estudantes daquela Casa, eram já então dissimuladamente colaborantes e apoiantes dos 'movimentos de libertação' (mais apropriadamente designados como movimentos de escravidão dos povos) os mesmos que após o 25/4 foram elevados aos mais altos cargos políticos e não só, desde presidentes a ministros, de comissários a assessores, etc., dos territórios 'libertados'.

    Se estou certa de que se trata da mesma pessoa e eu penso que sim, então só é natural o trilho esquerdista percorrido por este Martins Pereira. Pelos idos de 50, 60 e porventura 70 ele esteve ligado à Casa dos Estudantes do Império. Sendo assim nada a estranhar. Está tudo dito sobre o percurso político e pessoal da personagem em questão.

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  12. Leia-se "... existissem (e não existisse) duas pessoas...", naturalmente.

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  13. O artigo do "Rua" é uma pedrada de compreensão que deveria ser objecto de estudo e rastilho de pensamento para matéria interdisciplinar.

    Um assombro!

    Desmonstroar e ir pelo caminho de semear o poder e a iniciativa individual, a partir das escolas.

    Mas como... se é o colectivismo que abunda na postura mental dos professores e a directriz mental é a da cobardia, do socialismo que triunfa sobre o mérito individual, do reforço do Estado nas cabeças?

    À espera do 19º do Professor Serrão!

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  14. Estou, agora, a ler as memórias de Marcello Caetano e estou bastante agradado com algumas delas.

    É surpreendente a visão dele sobre Salazar, visão que me parece (e só me parece, conhecimento directo não tenho) desasombrada.
    Admira-o por muitas razões e recrimina-o por outras tantas. Em suma, nem o Anjo Salvador e Imaculado que uns idiotas o pintam nem exactamente o seu contrário, como o pintam outros.

    O mito Sebastianista e respectiva neblina continuam bem vivos entre nós, ora vestido de CR7 ora de uma figura paterna e autoritária que em tempos nos guiou.

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  15. Ah, devo dizer, contudo, que ainda no que tange às memórias, é de realçar que os Comunistas eram muito piores em tese do que Salazar e apenas digo "em tese" porque, como também Caetano escreveu, Portugal não foi na cantiga em momento nenhum.

    Mais um que tinha os seus defeitos, evidentemente, mas pelo menos não é uma abelha maia nem um calimero.

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