Quando Salazar morreu, o luto nacional oficializou-se com alguma indiferença da população, segundo julgo lembrar-me.
Não obstante, os media da época, jornais, rádio e tv, deram evidentemente o devido destaque e importância ao acontecimento.
O Século Ilustrado de 1 de Agosto de 1970, dirigido então por Francisco Mata e que lá tinha como redactores, por exemplo, Maria Antónia Palla ( o "fascismo" não proibia as mulheres de esquerda, cripto-comunistas, de serem jornalistas...) e Daniel Ricardo ou Cáceres Monteiro, outros esquerdistas notórios que vieram a fazer parte do projecto de O Jornal, cinco anos depois.
A extensa reportagem que ocupou as páginas 19 a 54 ( com uma quádrupla página de publicidade da Pepsodent, a meio) não vem assinada, pelo que é da responsabilidade da "redacção" em que preponderavam aqueles elementos.
Uma boa parte dessas páginas pretende sintetizar o que foi o regime de Salazar, numa espécie de balanço do sistema que tem uma vantagem: não foi escrita por qualquer Rosas ou Pereira e tem o "ar do tempo" que permite situar os factos no contexto Histórico mais rigoroso da dimensão meio apologética, meio objectiva, meio obituária e já vincadamente marcelista. Enfim, melhor que agora. Apesar de ter mão da censura, eventualmente.
as personalidades socialistas actuais escondem a sua verdadeira face de ditadores e esquartejam os contribuintes com a sua faca de talhantes, magarefes ou açougueiros
ResponderEliminardepois da doença só dois Amigos o visitavam disse D. Maria de Jesus a minha falecida 1ª mulher quando a ajudou a atravessar a rua sem saber quem era.
um deles era Bissaia Barreto
quiseram comprar as memórias de D. Maria, mas ela recusou
> Uma rectificação:
ResponderEliminar"Século Ilustrado" de 1970 e não 1979.
> Duas citações:
- Prof. António José Saraiva, 1989:
"Conseguiu-se também, pela primeira vez desde Pombal, pôr fim à tutela inglesa, que fora confirmada com sangue, na 1ª Guerra Mundial. E hoje vemos, com uma dura clareza, como o período da nossa história a que cabe o nome de Salazarismo foi o último em que merecemos o nome de Nação independente. Agora, em plena “democracia” e sendo o Povo “soberano”, resta-nos ser uma reserva de eucaliptos para uso de uma obscura entidade económica que tem o pseudónimo de CEE."
- Prof. Francisco Leite Pinto, 1989, referindo-se aos credores estrangeiros:
Refere-se "à voracidade dos credores estrangeiros. Só Salazar acabou com eles. Só Salazar - o único homem de Estado que tivemos desde a
independência do Brasil - conseguiu que fôssemos credores de antigos credores."
Caro José
ResponderEliminarAtenção ao lapsus calami, na datação do «Século Ilustrado»: 1-8-1970 e não 1979 !
AM
"Só Salazar conseguiu que fôssemos credores de antigos credores"
ResponderEliminarAh! Valentes nharros!
Obrigado, já está corrigido.
ResponderEliminarCom tanta propaganda e depois o povo vota no Salazar na 1ª oportunidade...
ResponderEliminarXico Mata, do concelho de Abrantes,
ResponderEliminarescrevia o roteiro do programa de
João Vilaret na RTP
a CCFL (com coroas fazemos libras)
e os TLP
passaram para mãos portuguesas
sem necessidade de greves ou prejuízos colossais para os contribuintes
Aqui, pelo blogue, volta e não volta, surge a magna questão que mais ou menos é esta:
ResponderEliminarComo é que o País 'foi' para o 25 de Abril se o povo mostrava satisfação pelo antigo regime, patente nas manifestações oficiais, e de 'um momento para o outro' surge um clima de "hostilidade radical" ?
Um mui digno comentarista há-de sustentar:
"para mim a esquerda ganhou porque a inveja e o ódio estão presente nos portugueses dos 'brandos costumes'"
Ao que José retorquiu na altura:
"É bem possível que a melhor explicação seja mesmo esta."
Agora não é o tema da satisfação/insatisfação, mas o do interesse /indiferença, que aflora no início deste post, em que o assunto é a morte de Salazar.
«Quando Salazar morreu, o luto nacional oficializou-se com alguma indiferença da população(...)»
Penso que não vale a pena idealizar o antigo regime como alguns ainda hoje o fazem, buscando sempre as razões melhores e ignorando as piores,andando aos círculos pelas terras da "Vitória Traída".
O regime teve partes boas e partes más, e o tempo não volta para trás.
É que se "a inveja e o ódio" constituem melhor explicação para o sucesso abrilista, então é porque estes sentimentos existiam antes de forma camuflada faltando algo para serem manifestos.
Voltar atras é que ainda agora se tenta fazer com todas as crises da economia.
ResponderEliminarNão sei se alguma vez deram por isso.
E voltar atrás até tem sido fazer cópia mal-feita do ensino técnico que também foi para o caixote do lixo.
O problema é que os mitos perduram e depois acham bué de giro inventarem a pólvora ou importarem tretas neotontas como se isto fosse a "escola de chicago contra a escola austríaca" ou vice versa, ou toda a palhaçada de pseudo invenções dos pseudo-teóricos a quem v.s não chamam "saudosistas".
Porque a v. estupidez é nem perceberem que saudosistas são os jacobinos e mandam.
Ninguém aqui é saudosista. Quer-se compreender a História que se viveu.
V.s preferem ter mais confiança lendo o Militante.
O Militante não é saudosista porque a saudade da URSS não tem esse estigma de cheiro a mofo.
ResponderEliminarO comentarista o que disse foi que a explicação para o que se passou logo a seguir ao 25 de Abril foi essa.
ResponderEliminarNão foi o que levou ao 25 de Abril.
Leia lá com mais atenção e não estropie tudo.
Comentarista?
ResponderEliminarEu também escrevi comentarista?
PÔôoo ":O+
> " ( ... ) e o tempo não volta para trás."
ResponderEliminarQuando não se aprende com a História, definitivamente o tempo volta para trás e com maiores e graves consequências, pois que o tempo existe e penaliza sempre os que o desprezam; pode-se brincar e gozar com o tempo, como com a vida, mas a última instância é pertença deles - nunca dos gozadores. É muito apelativo e incha o ego, gozar com o tempo e com a vida - mas no final é o tempo e a vida que gozam com os gozadores...
Naturalmente nada disto é considerado pelas Elites portuguesas sempre predominantes, que ainda se ufanam de transformarem um País neste Sítio / Protectorado da Europa.
Nada de surpreendente: o Escol português nunca estimou a História - ele atinge o extâse na masturbação de Estórias que adoram contar aos incautos e inocentes úteis. São uns apaixonados pela Sofística masturbatória - término da limitada cloaca mental inchada do vazio perene que os caracteriza nas suas doutas asserções.
De facto sempre detestaram a Sofia - para assim poderem alimentarem a Sofística. E esta expulsa a História, para poder vomitar Estórias.
É a ideia do progresso em linha recta ascendente.
ResponderEliminarÉ isto que têm. Incluindo o Hajapachorra.
Por isso é que depois se convencem que o mais recente é sempre melhor.
O ensino era misto, deixou de o ser, voltou a começara ser, passou a ser.
Nestas variantes eles só conseguem ler a baliza histórica entre o "não era"- "é".
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPorque é que será que há pessoas que procuram regra geral o conflito com os outros e não dão também tréguas a si próprias?
ResponderEliminarProvavelmente porque houve uma altura no Passado que não souberam ou puderam perdoar a quem um dia sentiram que lhes fez mal.
Agora vem apalpanço de alminha por via virtual.
ResponderEliminarPrefiro a bola de cristal
":OP
Se eu vestir a bata primeiro que v. sou capaz de lhe diagnosticar algo idêntico.
ResponderEliminar":OP
Uma das vantagens das cenas psico é que se massificaram e ficaram ao alcance de qualquer um.
ResponderEliminarSó não é psico quem não quiser. Mais difícil é ser bruxo.
Assino por baixo o comentário de majoMo às 12.08. Muitos parabéns.
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