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quarta-feira, julho 09, 2014

O Salazarismo em balanço do sistema

Quando Salazar morreu, o luto nacional oficializou-se com alguma indiferença da população, segundo julgo lembrar-me.

Não obstante, os media da época, jornais, rádio e tv, deram evidentemente o devido destaque e importância ao acontecimento.

O Século Ilustrado de 1 de Agosto de 1970, dirigido então por Francisco Mata e que lá tinha como redactores, por exemplo, Maria Antónia Palla ( o "fascismo" não proibia as mulheres de esquerda, cripto-comunistas, de serem jornalistas...) e Daniel Ricardo ou Cáceres Monteiro, outros esquerdistas notórios que vieram a fazer parte do projecto de O Jornal, cinco anos depois.
A extensa reportagem que ocupou as páginas 19 a 54 ( com uma quádrupla página de publicidade da Pepsodent, a meio) não vem assinada, pelo que é da responsabilidade da "redacção" em que preponderavam aqueles elementos.

Uma boa parte dessas páginas pretende sintetizar o que foi o regime de Salazar, numa espécie de balanço do sistema que tem uma vantagem: não foi escrita por qualquer Rosas ou Pereira e tem o "ar do tempo" que permite situar os factos no contexto Histórico mais rigoroso da dimensão meio apologética, meio objectiva, meio obituária e já vincadamente marcelista. Enfim, melhor que agora. Apesar de ter mão da censura, eventualmente.

20 comentários:

  1. as personalidades socialistas actuais escondem a sua verdadeira face de ditadores e esquartejam os contribuintes com a sua faca de talhantes, magarefes ou açougueiros

    depois da doença só dois Amigos o visitavam disse D. Maria de Jesus a minha falecida 1ª mulher quando a ajudou a atravessar a rua sem saber quem era.
    um deles era Bissaia Barreto

    quiseram comprar as memórias de D. Maria, mas ela recusou

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  2. > Uma rectificação:
    "Século Ilustrado" de 1970 e não 1979.

    > Duas citações:
    - Prof. António José Saraiva, 1989:
    "Conseguiu-se também, pela primeira vez desde Pombal, pôr fim à tutela inglesa, que fora confirmada com sangue, na 1ª Guerra Mundial. E hoje vemos, com uma dura clareza, como o período da nossa história a que cabe o nome de Salazarismo foi o último em que merecemos o nome de Nação independente. Agora, em plena “democracia” e sendo o Povo “soberano”, resta-nos ser uma reserva de eucaliptos para uso de uma obscura entidade económica que tem o pseudónimo de CEE."
    - Prof. Francisco Leite Pinto, 1989, referindo-se aos credores estrangeiros:
    Refere-se "à voracidade dos credores estrangeiros. Só Salazar acabou com eles. Só Salazar - o único homem de Estado que tivemos desde a
    independência do Brasil - conseguiu que fôssemos credores de antigos credores."

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  3. Caro José
    Atenção ao lapsus calami, na datação do «Século Ilustrado»: 1-8-1970 e não 1979 !
    AM

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  4. "Só Salazar conseguiu que fôssemos credores de antigos credores"

    Ah! Valentes nharros!

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  5. Obrigado, já está corrigido.

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  6. Com tanta propaganda e depois o povo vota no Salazar na 1ª oportunidade...

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  7. Xico Mata, do concelho de Abrantes,
    escrevia o roteiro do programa de
    João Vilaret na RTP

    a CCFL (com coroas fazemos libras)
    e os TLP
    passaram para mãos portuguesas

    sem necessidade de greves ou prejuízos colossais para os contribuintes

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  8. Aqui, pelo blogue, volta e não volta, surge a magna questão que mais ou menos é esta:

    Como é que o País 'foi' para o 25 de Abril se o povo mostrava satisfação pelo antigo regime, patente nas manifestações oficiais, e de 'um momento para o outro' surge um clima de "hostilidade radical" ?

    Um mui digno comentarista há-de sustentar:

    "para mim a esquerda ganhou porque a inveja e o ódio estão presente nos portugueses dos 'brandos costumes'"

    Ao que José retorquiu na altura:

    "É bem possível que a melhor explicação seja mesmo esta."

    Agora não é o tema da satisfação/insatisfação, mas o do interesse /indiferença, que aflora no início deste post, em que o assunto é a morte de Salazar.

    «Quando Salazar morreu, o luto nacional oficializou-se com alguma indiferença da população(...)»

    Penso que não vale a pena idealizar o antigo regime como alguns ainda hoje o fazem, buscando sempre as razões melhores e ignorando as piores,andando aos círculos pelas terras da "Vitória Traída".

    O regime teve partes boas e partes más, e o tempo não volta para trás.

    É que se "a inveja e o ódio" constituem melhor explicação para o sucesso abrilista, então é porque estes sentimentos existiam antes de forma camuflada faltando algo para serem manifestos.

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  9. Voltar atras é que ainda agora se tenta fazer com todas as crises da economia.

    Não sei se alguma vez deram por isso.

    E voltar atrás até tem sido fazer cópia mal-feita do ensino técnico que também foi para o caixote do lixo.

    O problema é que os mitos perduram e depois acham bué de giro inventarem a pólvora ou importarem tretas neotontas como se isto fosse a "escola de chicago contra a escola austríaca" ou vice versa, ou toda a palhaçada de pseudo invenções dos pseudo-teóricos a quem v.s não chamam "saudosistas".

    Porque a v. estupidez é nem perceberem que saudosistas são os jacobinos e mandam.

    Ninguém aqui é saudosista. Quer-se compreender a História que se viveu.

    V.s preferem ter mais confiança lendo o Militante.

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  10. O Militante não é saudosista porque a saudade da URSS não tem esse estigma de cheiro a mofo.

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  11. O comentarista o que disse foi que a explicação para o que se passou logo a seguir ao 25 de Abril foi essa.

    Não foi o que levou ao 25 de Abril.

    Leia lá com mais atenção e não estropie tudo.

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  12. Comentarista?

    Eu também escrevi comentarista?

    PÔôoo ":O+

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  13. > " ( ... ) e o tempo não volta para trás."

    Quando não se aprende com a História, definitivamente o tempo volta para trás e com maiores e graves consequências, pois que o tempo existe e penaliza sempre os que o desprezam; pode-se brincar e gozar com o tempo, como com a vida, mas a última instância é pertença deles - nunca dos gozadores. É muito apelativo e incha o ego, gozar com o tempo e com a vida - mas no final é o tempo e a vida que gozam com os gozadores...

    Naturalmente nada disto é considerado pelas Elites portuguesas sempre predominantes, que ainda se ufanam de transformarem um País neste Sítio / Protectorado da Europa.

    Nada de surpreendente: o Escol português nunca estimou a História - ele atinge o extâse na masturbação de Estórias que adoram contar aos incautos e inocentes úteis. São uns apaixonados pela Sofística masturbatória - término da limitada cloaca mental inchada do vazio perene que os caracteriza nas suas doutas asserções.

    De facto sempre detestaram a Sofia - para assim poderem alimentarem a Sofística. E esta expulsa a História, para poder vomitar Estórias.

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  14. É a ideia do progresso em linha recta ascendente.

    É isto que têm. Incluindo o Hajapachorra.

    Por isso é que depois se convencem que o mais recente é sempre melhor.

    O ensino era misto, deixou de o ser, voltou a começara ser, passou a ser.

    Nestas variantes eles só conseguem ler a baliza histórica entre o "não era"- "é".

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  15. Este comentário foi removido pelo autor.

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  16. Porque é que será que há pessoas que procuram regra geral o conflito com os outros e não dão também tréguas a si próprias?

    Provavelmente porque houve uma altura no Passado que não souberam ou puderam perdoar a quem um dia sentiram que lhes fez mal.

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  17. Agora vem apalpanço de alminha por via virtual.

    Prefiro a bola de cristal

    ":OP

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  18. Se eu vestir a bata primeiro que v. sou capaz de lhe diagnosticar algo idêntico.

    ":OP

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  19. Uma das vantagens das cenas psico é que se massificaram e ficaram ao alcance de qualquer um.

    Só não é psico quem não quiser. Mais difícil é ser bruxo.

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  20. Assino por baixo o comentário de majoMo às 12.08. Muitos parabéns.

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