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terça-feira, dezembro 30, 2014

A defesa do recluso 44

Hoje no Correio da Manhã conta-se mais alguma coisa sobre a defesa que o arguido, agora recluso 44 aduziu perante os factos apresentados no interrogatório.


Essencialmente será isto: um grande amigo de infância emprestou-me dinheiro durantes estes últimos anos. Não sei quanto foi porque um amigo é assim mesmo, não precisa de contabilizar milhões que empresta a outro, a troco de amizade. Uma generosidade sem limites conhecidos, confirmada pelo amigo de sempre, provavelmente ímpar na história da humanidade tal como a conhecemos.

Este amigo único e a sua história de empréstimos a fundo perdido é a defesa do actual recluso 44, perante os factos que lhe apresentaram. E não são todos os factos, como agora se sabe.

As coincidências? Os empréstimos escondidos de toda a gente? O modo formigueiro como aconteciam e com intermediários para as entregas? Os cuidados tidos com esse modo de entrega secreto e discreto? Tudo efabulações dos "pistoleiros do costume". Um amigo é um amigo é um amigo. E se o mesmo diz que é, assim é.
É esta a justificação para o dinheiro que o recluso 44 recebeu do mesmo amigo ao longo dos últimos anos.
O que importa neste caso é apresentar uma justificação minimamente plausível e que convença os que se querem convencer e com isso se bastam.

Se tal justificação atenta contra o senso comum é coisa de somenos. Se atenta mesmo contra a lógica das coisas mais simples que todos compreendem, tal lógica muda-se para que o arguido seja inocente.

Há pelo meio delitos menores como fuga ao fisco e à segurança social ( ordenado pago ao Perna por baixo da mesa e sem declaração para efeitos de segurança social, por exemplo) mas isso tudo se perdoa a quem deu tanto a ganhar a tantos e tantos. Como por exemplo ao amigo de sempre que enriqueceu dezenas de milhões quando o amigo era primeiro-ministro.  Mais uma coincidência? Claro. Mário Soares assim o afirmará em julgamento ou fora dele.

E a opinião pública como reagirá a estas coincidências e a esta amizade sem limites que ninguém conhece igual? É fazer uma songagem a sério. Não daquelas que foram pagas para mostrar quem era melhor para liderar o partido...

E há outro argumento de peso: se chegar a julgamento que peça um júri...

E que lhe seja perguntado por exemplo isto: se tinha o apoio incondicional e ilimitado de um amigo com pelo menos 23 milhões de euros na Suíça e ao dispor, porque é que fez os empréstimos à CGD em condições que se desconhecem? Sim, por uns míseros cem mil euros a pagar em dois anos, não era preferível pedir emprestado ao amigo, como aliás já pedia?

É nos pormenores que o diabo se esconde...


17 comentários:

  1. O mundo é cheio de surpresas e estes casos revelam que um gajo ainda pode ter esperança em algumas coisas.

    Estava a ver o Eixo do Mal, coisa que tendo a desistir, e a voz da razão vem dos meus antípodas...Daniel Oliveira!!!
    a) disse à Ferreira Alves (oh quanto me irrita) que para achar que o Carlos Alexandre não era equidistante tinha de presumir que ele tem que ver com as fugas de informação...o que não faz;
    b) nos dias que correm, a sua maior referência internacional é o Papa...ele que é ateu, facto secundário para apreciar o trabalho de quem quer que seja.

    Já o Sousa Tavares - tb ando para desistir - diz, entre outras coisas, que não deixaram o 44 ser entrevistado porque não o querem deixar defender-se...o 44 que nem pia, coitado!

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  2. «provavelmente ímpar na história da humanidade tal como a conhecemos.»

    Há qualquer coisa de palhaçada nas justificações que ele dá.

    Parece que sabe que está a falar para os atrasados mentais que ainda o apoiam.

    E estará. Porque há quem acredite e defenda a possibilidade de tudo isto ser uma inocência.

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  3. Como eu costumo dizer ele é tuga no seu pior. E o pior dos tugas é mesmoa a poltranice.

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  4. Estamos fartos de ouvir (zurrar) o senhor advogado do 44, mais o senhor advogado do senhor Perna, mas ainda ninguém ouviu a senhora advogada do senhor Silva amigo ( e grande pelos vistos)de nome Paula, muito amiga do 44 e por coincidência (só pode) também advogada dos inocentados Manuel Pedro e Charles Smith do Freeport.
    S

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  5. José Sócrates e o seu advogado não fazem ideia do quão ridicula é a sua defesa?

    Admitamos, por absurdo, que José Sócrates recebia, de facto, do amigo, por empréstimo ou mera generosidade, os milhões que gastava no seu dia-a-dia.

    A ser assim, que raio de pessoa é José Sócrates que, sem dinheiro, faz vida de estrela de cinema, à custa de empréstimos bancários ou de ofertas de amigos?

    Que homem tão digno é este, comentador de TV, ex-governante, ex-lider do PS, adorado e defendido por tantos, cujo modo de vida é gastar à fartazana em luxos obscenos, com dinheiro que pede a um amigo e que este empresta sem pestanejar?

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  6. E esse Silva - pródigo que é - pagará impostos do que declara ser seu ?

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  7. "E esse Silva - pródigo que é - pagará impostos do que declara ser seu ?"

    Dos 23 milhoes que amealhou e colocou lá fora em evidente fraude fiscal, conseguiu pagar...5%.

    Como? Aproveitando uma lei que foi aprovada por quem? Por José Sócrates, prime minister of Portugal.
    O famigerado RERT que também serviu depois a Ricardo Salgado e famelga para trazer para cá o que tinham lá fora, escondido.

    Só à conta do Salgado eram 8,5 milhões dos 14 que um tal José Guilherme, amigo do referido José Sócrates lhe ofereceu de presente, ao dito Salgado segundo conta, mas eu não acredito.

    Esse dinheiro foi para outrém. Alguém saberá dizer quem?

    Eu suspeito...

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  8. Mas alguém com um mínimo de senso não percebe como é que isto foi?

    Será que não entendem?!

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  9. Como o Salgado se esqueceu do restante, mais de 4 milhões, foi preso em Julho por fraude fiscal.

    Devia ter ficado preso e disse-o na altura.

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  10. Não me parece que a fragilidade da defesa seja os limites (ou a ausência deles) da generosidade.
    Nenhuma pena cabe a alguém por emprestar dinheiro a um amigo.
    Ou ao amigo por aceitar.
    Mesmo que os dinheiros sejam milhões.
    Há amizades muito estranhas. Há todo o tipo de relações pessoais. Há oligofrenias. Não compete ao direito penal avaliar essas relações e os seus limites, mas actos contrários à lei penal.

    A questão é só uma: de quem é o dinheiro?

    E à resposta pode chegar-se por prova indirecta.

    O dinheiro era do senhor Silva, diz a defesa.

    Então em quanto é que beneficiou dele, nos últimos dois anos?
    Quanto é que levantou para si? Quanto é que gastou consigo? Que contas pagou de suas?

    Ah, e tal, as minhas despesas pago-as a partir de outra(s) conta(s).

    Então o senhor tem a conta A e a conta B.
    A conta A tem 20 milhões mas o senhor não lhe toca, é o seu amigo que dispõe exclusivamente dela.
    A conta B, que tem uma pequena fracção disso, é a sua conta pessoal e é desses valores que vive.

    O amigo vive no luxo de Paris, com um Mercedes S e faz-se pagar por aqueles dinheiros.

    O senhor mora num T3 em Telheiras ou Alvalade e anda de Ford ou de Volvo.

    Mas aqueles milhões são seus.

    O diabo está, efectivamente, nos detalhes.


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  11. no meu ex-libris encontra-se a frase
    'a Luz vem do Oriente'

    os aventais e outros que tais andam
    muito DES-ORIENTADOS

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  12. "Que gente é esta, mário soares?"

    ...São os rosas, senhor!...

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  13. Não esquecer, que o injinheireiro, para não onerar a despesa do estado, desvinculou-se da câmara da Covilhã, prescindindo de qualquer remuneração a que tivesse direito!...

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  14. E o Bochechas, quando é que vai dentro? Ai coitadinho, esse não, que é velhinho, é doentinho do encéfalo, embora se gabe de ter uma próstata do caraças e tal...
    ai é? então internem o gajo e que leve a enfermeira ( se é que Maria não a despediu já...) que lhe faz imensa falta para emendar o artiguinho pró Notícias e as cartinhas pró 44 que consta serem batidas pelo Ramalho, aquele rapaz com ar de merceeiro promovido a mordomo da casa soares. Bom, onde é que eu ia? Ah já sei, quando é que arrecadam o sacana do velhinho, que há uma data de anos está à espera na longa fila dos presumidos inocentes inúteis deste chavascal?

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  15. Mais um oportuno escrito com artigos de jornal imperdíveis, com que o José mais uma vez nos presenteia.

    O Soares, com a ajuda da troupe que o rodeia, fez de conta que não queria cá os capitalistas nem os grandes empresários porque, segundo ele, tinham roubado os portugueses durante décadas em seu próprio proveito.
    Os democratas difamaram durante décadas o regime do Estado Novo e principalmente Salazar e Caetano. Diziam que o povo passava fome (mas curiosamente não havia então como agora há a sopa dos pobres...); diziam que que se vivia uma paz podre e que o povo era triste (pois, mas agora não temos nem paz podre nem viçosa, só temos violência, corrupção, fraudes, crimes, droga, uma juventude destroçada, milhões de mortos mandados assassinar pelos grandes democratas e um povo imensamente infeliz, desorientado e agora verdadeiramente triste).

    O Soares e companhia expulsaram do país a família Salgado e outros banqueiros e empresários por serem fascistas e contra-revolucionários. Mas hoje sabe-se que foi tudo muito bem engendrado e gizado com anterioridade e com o acordo das partes, portanto uma farsa pegada. Iam exilar-se para mais tarde voltarem ao país com o suposto beneplácito dos altruistas e generosos democratas (para português ver), mas com brutas contrapartidas daqueles a estes.

    É assim que se destroiem famílias de banqueiros (ou outras) importantes e empresas prósperas e se colocam países até aí sem dívidas a Estados terceiros, passando de auto-suficientes a países gravemente devedores e perigosamente à beira da insolvência.

    Estes pulhas democratas que tanto mal disseram do Estado Novo e dos dois Presidentes do Conselho, mas cujos regimes não têm comparação possível, bem podiam pedir de joelhos perdão aos portugueses pelo tremendo mal que lhes fizeram. Na verdade o que esta canalha merecia - e que Deus me perdoe - era que lhes fizessem o mesmo que D. Pedro mandou fazer aos assassinos da sua amada Inês. E seria pouco.

    Obs.: Perdi inadvertidamente dois comentários esta tarde, estavam mais detalhados e porventura mais concludentes. Porém o seu conteúdo não perde actualidade. Ficará para a próxima.

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  16. Obrigada Portuga pelas suas palavras.

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