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domingo, dezembro 07, 2014
Cada um tem os heróis que merece e os mitos que afeiçoa...
O Público tem este herói que perfazendo 90 anos tem assim direito a uma capa inteira. É o herói do Público e o panegírico de página diz tudo sobre o assunto:
"Foi o pensamento intelectual, ainda hoje patente numa curiosidade quase juvenil, que o levou ao partido. E este foi, apenas, um mero instrumento das suas ideias"
Mas...que ideias? Estas:
"Poucas ideias, o essencial, três ou quatro". "lutou contra o fascismo, celebrou a derrota do nazismo, viu o apogeu e queda do comunismo, regozijou com a afirmação da social-democracia".
O mito Soares começou logo em 1974, no dia da sua chegada a Portugal, com uma recepção apoteótica três dias depois do golpe de Estado. O desconhecimento da população em geral sobre a figura e significado do resistente ao "fascismo" foi o rastilho para o acolhimento como se fora um dos salvadores do país com uma multidão de curiosos na estação de Santa Apolónia, desejosa de novos mitos para substituir o regime deposto.
Logo em Junho desse ano, uma revista de propaganda política de figuras gradas ao novo regime- A Revista do Povo, dirigida por Vitoriano Rosa e Manuel dos Santos Cabanas-, deu largas à hagiografia do antifascista e novo herói popular.
Mário Soares, por si e tal se prova com o artigo do Público, vale pouco intelectualmente. Não tem grandes ideias e repetiu sempre as mesmas, ajustando-as às conjunturas políticas e sociais para alcançaro o único objectivo que lhe interessa: o poder. Conseguiu, de facto, mas devido a quê? Ao seu valor, carisma ou qualquer outra característica distintiva? Tudo junto não vale o que vale o partido socialista, um partido que concitou desde logo, nas primeiras eleições legislativas o voto dos moderados de uma esquerda não comunista. Esse é o único segredo desse mito. E o indivíduo sabe muito bem que assim é e construiu toda uma carreira baseada nessa ideia: defender os pobres, sempre, mostrando que o partido é o melhor colocado para isso. Na defesa dos pobre, porém e paradoxalmente, criou mais pobres e mais desigualdades. Pessoalmente, a vida de pobre nunca lhe interessou porque viveu sempre como um rico. Uma contradição? Nem por isso. Os mitos não ligam a essas coisas e o Público de hoje, na homenagem que lhe presta, algo obscena, acima de tudo presta uma homenagem ao partidos Socialista e esquerda democrática em geral.
É apenas por isso que Mário Soares continua a ser capa de jornais..,
Em Junho de 1974, essa esquerda desvalida do comunismo e que não tinha para onde se virar porque a social-democracia foi logo associada à "direita" tinha um programa que em nada se distinguia da esquerda radical dos dias de hoje, para onde o PS parece inclinar-se embora equivocamente.
Na mesma revista aparecia a declaração de princípios do PS e o seu programa económico, "documentos publicados pela primeira vez em 1973"...
Basta ler esta frase para se perceber o PS de Mário Soares em 1974: "Consciente que o fascismo e o colonialismo são as formas mais opressivas que reveste o capitalismo, o Partido Socialista considera que, no momento actual da vida portuguesa, o combate antifascista e anti-colonialista é condição da destruição da sociedade capitalista e da construção do socialismo."
Estes conceitos que o PS abandonou em parte algum tempo depois, "metendo o socialismo na gaveta", ficaram no subconsciente dos seus dirigentes, incluindo Mário Soares e permitiram que em 1975 fossem nacionalizadas as indústrias nacionais e escorraçados os mais importantes capitalistas que tínhamos.
O resultado foi a bancarrota de 1976 que Mário Soares evidentemente apadrinhou. Nesse ano, uma nova Constituição, filha legítima daquele ideário esquerdista foi aprovada e passados quase quarenta anos ainda perdura como ideia programática de longo prazo. O PS não quer mexer nisso porque continua a dar a ideia de "esquerda" que lhe convém agitar para ganhar votos.
A homenagem do Público não é propriamente ao penduricalho da memória esquecida e que faz agora 90 anos. È mais a estas ideias.
Belmiro de Azevedo, dono do Público, financiador do projecto falhado, mecenas de esquerdistas frustrados e que aproveitam estas ocasiões para celebrar o culto, também não se rala muito.
Afinal, nessa altura, pensava como eles...o que mostra bem o país em que nos tornamos.
Por muito que Mário Soares seja endeusado e mitificado neste género de panegíricos obscenos, nunca chegará sequer aos calcanhares desta figura ímpar da nossa História. Nunca porque a categoria desse penduricalho da memória já está devidamente retratada pelos hagiógrafos: nunca gostou de ler dossiers...
Quanto às figuras de proa que servem o panegírico do Público de hoje, são os apaniguados do regime, os que ganharam a vida com esta figura parda da nossa História recente e que irá ser relegada para o caixote de lixo da memória histórica, um ausente das pessoas "valerosas que da lei da morte se libertaram".
Ao contrário de Salazar que figurará para sempre no panteão da memória dos vindouros porque a sua obra não tem comparação com o que este hedonista pindérico andou a fazer e que esta gente naturalmente se recusa a reconhcer.
Salazar está sepultado em campa rasa na sua aldeia natal. Ninguém o quer lembrar agora, mas devia. Quando morreu deixou um pecúlio que nem dava para mandar cantar um cego. A governanta que teve durante a vida oficial testemunho em seu favor sobre a honestidade e probidade ímpares.
Este paga milhares de euros a uma enfermeira para lhe tratar dos achaques e toda a gente acha naturalíssimo porque dinheiro, para este indivíduo, "houve sempre", particularmente de todos nós. E ainda lhe prestam homenagens destas...
Dá que pensar até onde teríamos ido enquanto nação e país se não tivéssemos trocado estadistas por oportunistas de meia tigela. Graças a 40 anos de desvarios, Portugal é hoje tão respeitado no estrangeiro, como Soares pela generalidade do portugueses.
ResponderEliminarHá uma diferença de fundo entre políticos grandes estadistas e políticos oportunistas, dos primeiros podem enxovalhar e denegrir a imagem ao máximo, mas já será impossível ocultar das gerações actuais e vindouras a grandeza do ser humano e da obra que deixa. Dos segundos, podem tentar endeusá-los ao máximo e esconder os podres, mas já será impossível ocultar a herança pesada que deixam aos portugueses.
É a diferença entre governar e governar-se.
Soare, com 90 anos devia gozar a imensa fortuna e deixar-nos em paz. Ao invés disso, continua a aparecer e a proporcionar que se fale dele, e cada vez pior. A vaidade sempre foi um seu defeito.
O "púbico" da sãozinha está ao nível aos folhetos promocionais das mercearias do Belmiro...
ResponderEliminar"dos"
ResponderEliminarMea culpa
Todo o actual stress do Só ares é para poder morrer sem ver a sua obra morta e enterrada como erva daninha em campo cultivado
ResponderEliminarTanta propaganda para um gajo do tudo e do seu contrário desde que as massas entrem e os súbditos, guiados por uma propaganda estilo Coreia do Norte,lhe continuem a beijar os pés...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarUm dia, este "ramsés" dixit: que ficaria na história como mera "nota de rodapé".
ResponderEliminarQuanta filáucia prosapial...
Fica, sim: na estória como " cagadela de mosca, em rodapé"!
Junto-me ao José nesta merecida homenagem ao paizinho da pátria que temos. Depois de tantos e tão bons préstimos, já merecia descansar em paz… -- JRF
ResponderEliminarHoje, MOMENTO DA VERDADE, saiu-se com mais esta:
ResponderEliminarÀ entrada para o almoço de celebração dos seus 90 anos, Mário Soares disse aos jornalistas não estar à espera de tal homenagem, por entender que não merece, já que é um “cidadão comum”.
A carcaça de pai da mentira, é-lhe compulsiva...
o inventor do socialismo gruyère.
ResponderEliminarsó buracos incluindo o do cu.
nunca suportei a chicana deste rábula
deviam mete-lo ... ao lado do socialismo
Consta, que Marcelo Caetano, teria dito, que este só ares, seria, quando muito, um mediano advogado de provincia, quer dizer, já na altura, não valia muito, é um completo embuste.
ResponderEliminarCriou ou ajudou a criar, nestes quarenta anos, um estado corrupto, baseado num sistema fiscal de quase extorsão, para alimentar uma oligarquia de politicos incapazes, ignorantes e traidores.
Esta Brochura da Declaração de Princípios e Programa do PS de 1973 foi impressa em Itália. E será de alguma forma revelador da índole da criatura ler-se o que lá está escrito sobre a Educação! Convido o José a ir ver o que a criatura tinha na altura como prioritário.
ResponderEliminarO documento que mostro vem todo ele publicado na Revista do Povo. O capítulo sobre Educação não consta.
ResponderEliminarUm oportunista maligno, o pior que este Regime pariu.
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