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sábado, janeiro 31, 2015

António Barreto, leitor de um jornal sem letras à luz de um candeeiro apagado.

António Barreto é uma espécie de iluminista da nossa contemporaneidade. Como sociólogo encartado lá fora, nos anos sessenta, já foi ministro da Agricultura de um governo de Mário Soares, no final dos anos setenta do século que passou e encarregado de desfazer uma boa parte da "reforma agrária" comunista. Com isso conquistou a aversão da extrema-esquerda que lhe fez mediaticamente a vida negra em todo o lugar visível nos últimos anos dessa década perdida. Para além dos jornais, os muros e paredes do país falavam por eles, com a palavra de ordem "Barreto para a rua".

Hoje no i "concede" mais uma entrevista para falar do mesmo de sempre: de Portugal e o seu futuro. Desta vez esqueceu-se de lembrar que "Portugar pode desaparecer", como disse há tempos mas entra sempre no mesmo caminho tortuoso das conjecturas sobre o porvir.

Sobre o caso do momento, ou seja, a corrupção de José Sócrates é previsivelmente cauteloso, contrariamente às ideias concretas sobre a corrupção em geral. Neste aspecto não poupa nas palavras: "Evidentemente que gostaria de acrescentar que gostaria de ver algumas pessoas presas". Quando lhe perguntam, logicamente, quais, foge com o rabo à seringa: "não digo nomes, mas são alguns banqueiros, empresários, administradores de empresas, ex-ministros, ex-secretários de Estado, ex- directores-gerais...gostaria de os ver presos".

Assim, tal e qual. Se nos pusermos a imaginar os nomes destas rosas, facilmente encontraríamos Salgado, Bava, Granadeiro, Pinho&Lino, Campos& Cª, etc., mas Barreto não tem a coragem de o dizer.
Porém, nem é essa coragem que lhe falta, o mais grave.

Vejamos, lendo:


Quando o jornal lhe pergunta- "como vê a prisão do ex-primeiro-ministro?" , Barreto responde com a diplomacia bacoca dos que não se querem inscrever: " Estou à espera do julgamento para me pronunciar sobre isso".

Está à espera de quê?! Do julgamento? É juiz de tribunal, porventura? Então o que já se sabe de concreto e definido não chega para se pronunciar sobre aquilo que é do senso comum? Os milhões de que José Sócrates dispôs, supostamente emprestados por um amigo, não lhe suscita o mais leve comentário? A vida que levou depois de sair do governo também não? O pretenso curso por correspondência com o sistema da Sciences Po também não lhe suscita qualquer comentário?  O modo como recebia o dinheiro avulso do amigo que supostamente lho emprestava também não? O facto de enquanto governante ter sido responsável pela atribuição de inúmeras empreitadas de obras públicas ao beneficiário que é seu amigo também nada lhe diz?

Se isto nada lhe diz, esperando pelo julgamento e avisando já que " não tenho confiança absolutamente nenhuma em qualquer dos protagonoistas neste assunto" como é que se atreve a dizer que gostaria de ver presos aquelas personagens da mesmíssima farsa que se desenrola perante os olhos de todos?

Como é que relativamente àqueles não tem dúvidas e quanto a este, com a quantidade de pormenores incríveis que já se conhecem, prefere chutar para o canto das dúvidas?

António Barreto é absolutamente inacreditável e perante o que se expõe, uma conclusão se impõe em modo de pergunta: deve alguma coisa ao recluso 44? Não deve? Então não se faça de ingénuo, acenda a luz e comece a ler as letras dos jornais que contam a história desse recluso.

E outra coisa ainda, mais grave: como é que pode gostar da prisão daqueloutros, sem que ao menos indique quais os crimes por que devem ser presos? Vêm no Código Penal? É que tenho imensas dúvidas sobre isso e pedir prisão "a olho" só mesmo para quem não sabe o que está a dizer e fala ao nível do taxista que o transporta.

10 comentários:

  1. Poltranice. A mesma poltranice de sempre.

    Encanita-me quando se armam em moralistas e enchem a boca com a "denúncia da corrpução" mas depois não sabem dar o nome aos bois e escudam-se na "espera pelo resultado do julgamento"

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  2. O pior é que estão fartinhos de saber como é que tudo acontece. E por isso reclamam prisões...mas em abstracto.

    Quando se apresenta o caso concretoe que percebem muutíssimo bem o que sucedeu, escudam-se no "sistema".
    Não se coibiu de citar alguns casos do ano passado que ainda nem transitaram em julgado. Se houver absolvições é como se nada tivesse acontecido e a culpa é do sistema judicial...

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  3. este sobrinho do galifão Bissaia
    pertence à 'legião estrangeira'
    dos boxexas

    conhecem os assuntos por dentro porque estiveram no poder no tempos das vacas engordadas durante o fascismo

    conhecem melhor que eu a relação salgado-44 e outras
    'deselegantemente', para desviar a atenção, a culpa é do PR

    espero que a merda espalhada pela ventoinha dos ratos não chegue para as
    necessidades

    tenho ratazanas à solta na garagem e a administração faz de conta que não sabe

    tal como costa da cml,
    quando sorriem estão a rir-se de nós

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  4. Conheço muita gente que tem o António Barreto em boa conta… eu próprio, vou considerando que é dos menos maus. Mas a cada passo se comprova que não há um que se aproveite… um único. Não haverá melhor oportunidade que esta para o António Barreto demonstrar alguma da verticalidade que apregoa há anos… onde está? Zero. Está à espera de julgamento… enquanto não andar a traficar influências como os seus bons camaradas do PS, já não é mau.
    Clareza como a do José não se lê em lado nenhum, deve haver muito salário dependente da falta dela… PS: Olá Zazie! -- JRF

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  5. Zazie, fui ao PC esta semana e li para lá umas coisas na diagonal e pareceu-me entender que aquela elite acha que a prisão de Sócrates é um atentado ao estado de direito, às liberdades e a não sei que mais… O Joaquim nunca me enganou, mas podia dedicar-se à população prisional dos EUA… mas o Arroja, também não percebo… deve andar na guerra com os juízes e tudo é válido para provar mais uma das suas teses. -- JRF

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  6. É um desencantado profissional.
    De tudo.
    E de todos.

    Um corroído.

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  7. Olá Doutor-Engenheiro Campónio

    So long!

    Pois é. esquça- andam com as barbas de molho.

    Onde já se viu meter de cana um presidente. Se lhe tomam o gosto vai ser uma chatice para as cooperações estatais e tal e coisa.

    respeitinho é muito bonito

    ":OP

    E depois, corrupção para um neotonto é o mercado a funcionar. Qual crime, qual carapuça.

    Uma falta de humanismo uma preventiva a gente importante por causa de uma treta dessas.

    Só se fosse assalto a banco é que se admite morte a tiro de sniper.

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  8. Assalto rasca, por uns tostões, claro.

    Grande e de colarinho é o mercado; é a política, é coisa de macho-alfa, para o Birgolino

    ":O)))))

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  9. Quer ver algumas pessoas presas mas não comenta sobre quem já foi dentro.

    Ai Portugal, Portugal onde vais tu com estes intelectuais.

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  10. António Barreto é do menos mau que tem acesso a escrever na "intoxicação social" do regime.
    Precisamos de facto de julgar uma centena de porcos, apenas para dar um sinal.
    Talvez ele queira encabeçar esse
    "chiçariza" nacional.
    Eu entro já com algum, mesmo sem recibo...

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