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domingo, janeiro 25, 2015

As margens da violência entre casais

Este artigo de Carlos Anjos na revista do CM de hoje mostra um problema cujo entendimento correcto não me parece ser fácil: a morte de mulheres às mãos de maridos, namorados e companheiros e quase sempre com a mesma causa: desamor. 





Segundo Carlos Anjos, estatisticamente, na última década estas mortes foram constantes, cerca de 40 por ano em média.
Nos últimos oito dias ocorreram quatro destas mortes, em Portugal e hoje as notícias são assim:


Carlos Anjos aponta que " Temos que concluir que apesar das alterações legais que ocorreram nesta última década, da maior especialização e formação de todos os actores, nomeadamente das ONG, associações de apoio à vítima, forças de segurança, tribunais, entidades oficiais, da maior visibilidade do fenómenom das diversas campanhas de informação, de todas as campanhas de prevenção, dos diversos planos de combate à violência doméstica- não fomos ainda capazes de diminuir nem o elevado número de participações ou queixas do crime de violência doméstica, nem sequer o número de mortes."

Pois bem, o diagnóstico está feito: não se sabe como é que isto sucede porque as medidas que se tomaram para que não sucedesse não estão a resultar.

Para não fazer figura de imbecil tipo Ana Gomes que parece ter atribuído os atentados terroristas em Paris à austeridade na zona euro, resta-me perguntar em modo retórico:

Para além do lado subjectivo e de personalidade que leva alguém a matar em circunstâncias destas, que outras razões objectivas poderemos descortinar neste fenómeno?

Será correcto pensar ou afirmar que todas estas medidas enunciadas, se não existissem teriam pouca relevância neste fenómeno, ou, pelo contrário, são, paradoxalmente, criminógenas? Explico: quem mata não esta a pensar na pena de cadeia que vai apanhar e se estiver ser-lhe-á indiferente ficar preso 5, 10 ou mesmo 20 anos. Em temos de prevenção geral, estamos conversados, parece-me.
Por outro lado, quem mata fá-lo num estado de espírito desesperado, mesmo actuando a frio e com premeditação. Porquê? O que terá conduzido alguém a uma situação tão extrema e radical?
Encontro uma pista para uma resposta: impotência em reverter a situação aparente. O homicida caseiro não consegue lidar com a situação que vive. Porquê, se sempre houve casos de desentendimento conjugal, traições, afastamentos, separações, divórcios e partilhas de bens?  E porquê ainda se algumas causas actuais- alcoolismo, droga, perturbações mentais- são as de sempre também?

Julgo que será necessário indagar em modo de ficção policial porque a realidade ainda é mais estranha. Será preciso um detective particularmente empenhado e talentoso para entender o contorno essencial da causa principal que conduz um homem a matar uma mulher, no seio de um casal desavindo. E as aparências podem mesmo ser enganadoras, suspeitando que são essas aparências que conduziram à panóplia legislativa e jacobina a que temos assistido ao longo dos últimos anos.

Será que é isso mesmo, ou seja, essa força intangível da sociedade organizada em burocracia  que cerca em modo irredutível o potencial homicida, forçando-o de algum modo a passar da intenção ao acto? Será que é essa violência marginal da sociedade organizada sobre o indivíduo encurralado que o conduz à resposta sobre o elo mais fraco, ou seja, a mulher?
As medidas de protecção à vítima são agora mais visíveis, mais eficazes até certo ponto, mas não ao ponto de evitar a violência maior que é o homicidio. E porquê? Porque o homicida sabe disso e perante a frustração de se ver isolado e remetido a um gueto social em que tudo se conjuga, com apoio institucional oficial e de Estado,  para o abater e separar  desse convívio em que apesar de tudo permanece, passando a agressor institucional, perde as estribeiras mais facilmente.
Será isso, ou este raciocínio mais uma imbecilidade como outras que tenho lido?

A violência doméstica terá várias causas e a principal é o desamor, transformado em ódio travestido,  entre o casal. 
A violência homicida é um acto de desespero maior e que carece de melhor compreensão. Talvez os psicólogos desempoeirados, se falarem com os homicidas, apanhem um padrão de motivações e comportament. Talvez, não sei e duvido que alguém saiba, apesar das Anas Gomes e Isabéis Moreira.

Porém, pensando melhor, talvez fosse boa ideia perguntar aos padres com mais de 50 anos e que paroquiaram aldeias, o que pensam disto. A sério. Os padres também estudaram psicologia. E confessaram muita gente...

Talvez seja de pensar nisso...mas não perguntem ao frade Bento Domingues, porque a resposta dele já a sabemos de há mais de 40 anos a esta parte: é a sociedade capitalista, a culpada.

46 comentários:

  1. esta republiqueta social-fascista sempre foi
    'um país de brando costumes'
    onde
    'quanto mais me bates mais gosto de ti'

    do pai duma gaja que anda por aí
    dizia a amante
    'come, bebe, dorme comigo e não paga nada'

    fiquei com a convicção que o mamífero começou a gostar de 'massajar' durante o 'espectáculo' e por isso foi à vida

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  2. Está a pensar o mesmo que eu já tinha pensado.

    Se sabem que vão ficar encurralados, que serve à mulher apresentar queixa e voltar para casa?

    De nada.

    É suicídio.


    Quanto a mim falta é um retrato sociológico da questão.

    De onde vem o aumento- inclui imigração; quais as idades e independência de cada um deles.

    Não sei.

    Sei apenas de um caso relatado por uma amiga que também dizia que a outra amiga dela estava a ser vítima de violência doméstica.

    na prática saía depois de jantar, deixava o marido e as filhas em casa e ia para os bares do Cais do Sodré.

    Diz ela que um dia ele a ameçaçou de regar com gasolina quando iam todos em viagem.

    E caracterizou logo o acto com maior gravidade, pelo facto de se chamar "violência doméstica".

    Eu ainda idsse que era ao ar livre mas enfim. Também acrescentei que seria de esperar que ela encontrasse no Cais do Sodré melhor do que o que tinha em casa.

    Que nada; eu é que estava a difamar e sei lá que mais.

    Daí a uns tempos a dita vítima de ameaça de violência doméstica apareceu em casa dessa minha amiga com um amante.

    Agora, pelo que me conta. estão todos bem e felizes.

    Como eu lhe disse_ ainda bem que nenhuma de v.s se lembrou de apresentar queixa à polícia, lá se ia o bom do idílio.

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  3. Mas o José diz tudo ao lembrar os conselhos dos padres.

    Falta isso. Completamente. Ninguém substitui essa autoridade que não é a ameaça de prisão que não serve para nada.

    Eu penso que só deiva ser considerado crime público em relação a crianças.

    Os adultos autónomos não precisam de se sujeitar a isso.

    Ou bem que sabem dar-se ao respeito, ou bem que não sabem.

    O resto é ao lado.

    Nenhum homem começa a namorar nenhuma mulher à porrada.

    Portanto, se a agressão se dá é porque o respeito se perdeu.

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  4. O caso relatado da mulher de 52 anos que foge para a esquadra, apresenta queixa e a polícia vai com ela até casa e "avalia a situação" foi "fatal". Literalmente.

    Não entra na cabeça de ninguém acreditar que vão ser uns polícias que vão fazer uma avaliação do perigo e a deixam de novo em casa depois da denúncia.

    Não dá. É imbecilidade da grande.

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  5. Numa escola dos subúrbios de Lisboa cera de 80% dos alunos têm famílias de geometria variável.É swing em massa, multicultural, sem problemas de facas e alguidares.É o novo nirvana que as antigas classes médias ainda não digeriram...

    ps

    Os rebentos esses nunca irão longe por mais igualdades e combates às diferenças houver.Herdaram o gene da idiotice para além de outras maleitas criadas na permanente festa...

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  6. Fora da questão.

    De onde vem o uso dos cravos vermelhos agora na Grécia?

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  7. "Porquê? O que terá conduzido alguém a uma situação tão extrema e radical?"

    "Será preciso um detective particularmente empenhado e talentoso para entender o contorno essencial da causa principal que conduz um homem a matar uma mulher".

    Não querendo ser demasiado simplista, por vezes convém olhar para fenómenos complexos com uma certa simplicidade.

    A causa principal do homicídio passional é a mesma que motivava a legislação do estado do Texas, até meados dos anos 90, a admitir o homicídio da cônjuge se apanhada em flagrante delito de adultério no leito conjugal: a cripto-ovulação das fêmeas da espécie humana.

    Ao contrário de muitas espécies, o macho humano não tem como se assegurar nem do período fértil da companheira, nem da sua paternidade. Este é o principal facto que promove a explosiva diferença entre os ciúmes masculino e feminino.
    Como tal, está o macho permanentemente no risco de se encontrar a investir na prole de outrem como se fosse a sua, e a ficar, inclusive, sem descendência.

    Ora, os dois instintos mais intensos em qualquer espécie animal são o da sobrevivência e o da reprodução.
    E este assume a prevalência num sem-número de situações. A psicologia da relação homem-mulher está estruturada em torno deste estado de coisas, e ele é o pilar da relação mesmo entre septuagenários há muito desprovidos de qualquer capacidade ou vontade reprodutora.

    O que eu quero dizer é que há uma parte disto que não tem cura.

    Depois há o resto.

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  8. Entre "o resto" há variações culturais extraordinárias, que é preciso identificar e compreender antes de sobre elas procurar influir.

    Recordo-me (nunca mais me esqueci) de há alguns anos, num documentário da BBC sobre a África do Sul, entrevistarem a mulher de um determinado indivíduo e colocarem-lhe questões sobre a sua vida em comum.

    Quando lhe perguntaram como tinha conhecido o marido, a mulher (de 50 ou 60 anos), com um ar tranquilíssimo, respondeu que era moçoila e estava sozinha no campo, a meio do dia, a mondar, quando ele a viu, dirigiu-se a ela e violou-a.

    Depois apareceu outras vezes e começaram a andar.

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  9. Tudo bem, ou melhor tudo mal. A última frase do texto é infeliz. Afirmar que o frei Bento reduz a explicação da pancadaria conjugal ao capitalismo, fere a qualidade a que este blogue me habituou. Atrevo-me a sugerir a leitura do livro "A ressureição de Jesus" do mesmo frei Bento, que reúne os escritos no Público ao Domingo. Depois disso percebe-se bem a infelicidade da frase. Foi um momento charlie o que acontece a todos...

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  10. E há o caso de célebre filósofo e cantor célebre - caseirinhos - que recentemente se viram celebradoso como "o duo olho negro".

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  11. EF: admito o remoque. O frade enerva-me, de facto. Mas posso estar a ser injusto.

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  12. Para além desta violência que dá manchetes há a violência psicológica, imnsidiosa, que não deixa marcas. E que por vezes se traduz ... no assassinato. Mas ... e isso as manchetes "esquecem", há mulheres que assassinam os homens. E numa sociedade ainda machista, apesar de as mulhedres serem co-responsáveis na (des)educação dos homens (filhos/as, companheiros, netos/as), não poucos homens não falam da violência que sobre eles as companheiras (também) exercem.

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  13. Pois existe essa violência psicológica, mas raramente se traduz em assassínio brutal com arma, seja faca ou pistola.

    As mulheres, estatisticamente matam menos os parceiros e é isso que se deve indagar: porque é que a violência masculina é mais frequente e brutal?

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  14. Ou seja: porque é que os homens se exasperam mais se afinal são eles quem inflige maus tratos às mulheres em grau mais significativo e visível?

    Quem se queixa, geralmente, são as mulheres e o Estado tem actualmente uma panóplia de meios susceptíveis de reduzir o agressor a uma insignificância, se for preso.

    Será por isso, por essa violência que encurrala o macho?

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  15. Explico melhor: a violência psicológica no casal pode ser tão ou mais grave que a física e geralmente é praticada pelas mulheres que têm essa arma que o Estado agora lhes assegura com maior eficácia, uma vez que as reconhece logo como vítimas, mas da violência física, esquecendo a psicológica que pode ser tanto ou mais grave.

    Será por essa discrepância que os homens se exasperam?

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  16. Ou seja ainda e indo um pouco mais longe:

    As mulheres infligem uma violência tão ou mais séria que a física que os homens, por serem geralmente mais fortes, exercem sobre elas.

    Porém, o uso da violência física fica sempre atrás da psicológica e quem acaba por ser mais castigado social e oficialmente é o homem por causa da visibilidade das ofensas, uma vez que tudo se conjuga para tal.

    Não será o homicídio uma reacção terminal a esse estado de coisas?

    Estarei a ser imbecil como a Ana Gomes?
    Não sei.

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  17. por 55 uma mulher do Porto capou o marido durante o sono com a navalha de barbear

    o jornalista titulava
    'cortou o mal pela raíz'

    inquérito feito no meio universitário revelou que os namorados batiam nas namoradas

    quando frequentava as bibliotecas do Campo Grande conheci histórias apavorantes

    pensei escrever sobre a violência exercida sobre as mulheres nas várias sociedades desde a antiga Grécia

    ainda sem praça da Constituição mais conhecida pela alcunha de Syntagma

    desisti por várias razões de que talvez venha a mencionar

    esta sociedade não leva a lado nenhum

    o frade é um neflibata ou pobre diabo

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  18. nefelibata

    anda nas bocas do mundo um casal que se separou ao tornar-se conhecido por
    'duo olho negro'

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  19. «porque é que a violência masculina é mais frequente e brutal?»


    Porque os homens são de menos palavras

    ":OP

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  20. Homens sexagenários que matam mulheres há-de ser por as terem na mão há demasiado tempo.

    De resto, os homens têm mais força e tendem mesmo a ser mais violentos.

    Reagem de forma diferente nas questões de ciúme e creio que é por isso.

    Não estou a ver mulheres a matarem por ciúme. Nem existe sequer o termo "pôr os cornos" se a armação for4 feminina.

    As mulheres têm outras manhas e outras perfídias.

    Mas isto creio eu, são casos de dominação e dominado, onde se perdeu em absoluto o respeito.

    Sempre disse que é mentira que pelo facto de se ser mulher seja fácil um homem desrespeitar.

    É que nem pouco mais ou menos. Muito menos quando dizem que é por amor que aturam a falta de respeito.

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  21. Directamente nunca conheci nenhum caso em que houvesse agrassão.

    Mas tortura psiscológica durante anos (de parte a parte) e até com ameaça de arma, sim.

    Ela não sai e dizia que não saía "de mãos a abanar".

    Desgraçada da filha que ficou virada do avesso.

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  22. O erro reside em não se equiparar a violência verbal e psicológica, ,mais insidiosa, com a física e que deixa marcas visíveis.

    Não que fosse resolver o problema, mas deixava uma válvula de escape para os homens que se sentem encurralados e matam por isso.

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  23. Neste caso da "gaolina" como me contou pessoa amiga, quem tinha e tem na mão o marido é ela.

    Ela sabe que ele a adora e que não conseguia viver sem ela.

    Ele tem doença tramada, daquela em que vão cortando intestino e ela deu-lhe para experimentar vida de solteira aos 50 anos.

    Claro que a coisa ia dar chatice.

    Eu nem sou minimamente moralista mas comentei que não achava nada normal uma senhora saír de casa depois do jantar para ir soxinha para os bares do Cais do Sodré, deixando o marido e as filhas em casa.

    E não acho. E não estou a ver os meus pimpolhos a acharem isso normal.

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  24. Se as violências de todo o tipo fossem devidamente consideradas sempre que apresentadas como factos a averiguar talvez a igualdade de tratamento fizesse diminuir a taxa de homicídios.

    Não sei. Parece-me apenas.

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  25. Mas depois há as amigas sem marido que não gostam de ser sozinhas e lhes metem patranha modernaças na cabeça.

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  26. Tinha de haver família alargada, coisa que tende a desaparecer.

    Estas pessoas ficam como inimigas fechadas na mesma casa.

    No caso que conheci mais de perto, eram literalmente inimigos.

    Uma coisa visceral de repulsa.

    Atura-se isto por dinheiro. Para não "sair de mãos de abanar".

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  27. Agora no caso de malta nova, não sei.

    E nem sei se a imigração não acrescenta muito.

    Em relação a crianças acrescenta, pois.

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  28. Se hoje em dia as mulheres até trabalham mais que os homens e não existem homens a sustentar mulheres, que raio de dependência pode existir para alguém deixar que lhe percam o respeito e agridam.

    Não entendo. Nunca entendi e, para ser franca, nem tenho grande pena.

    Das crianças, sim. De adultos acho que é coisa kinky e grosseira.

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  29. Pois há uma liberdade que as mulheres agora têm e dantes não tinham tão garantida.
    Isso é bom, mas traz mais chatices entre os casais que não estão habituados às modernices...

    No outro dia li algures que a actiz Alexandra Lencastre vai a Angola filmar não sei o quê e disse que alguém queria arranjar-lhe um namorado lá. Disse logo que estava preparada para um namorado africano...

    Pois bem:no caso espero que lhe faça muito bom proveito, se de tal precisa. Mas esta liberdade é relativamente nova.

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  30. Mas as pessoas vivem de palavras e são muito influenciáveis pelos chavões da moda.

    No caso da ida para os bares do Cais do Sodré, a minha amiga disse logo que era mais que natural.

    Que não tinha mal nenhum e que a ela apenas lhe apetecia divertir um pouco.

    Isto durante a semana.

    Eu disse-lhe que só entendia se fosse para engate e era local bera para isso.

    Que nada. Que eu estava a ser "conservadora" e mais não sei quantos de igualdades e emancipações e direitos e o raio que o parta.

    E que não havia mouro na costa nem sequer pensamento pecaminoso.

    eehehhehe

    Daí a uns tempos apareceu-lhe com um amante velho em casa e aí quem ficou chocada foi a outra.

    Acho que se iam chateando e tudo.

    Ora era mais que óbvio que este era o curso natural das saída noctturnas.

    Eu fiquei a pensar como é que hoje em dia há mulheres de 50 anos que deixaram de entender o óbvio.

    Como se o mundo tivesse mudado nestas questões que são eternas e sempre as mesmas.

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  31. José:

    Vai sustentar preto

    eehehhe

    Há uma data de mulheres cinquentonas a sustentarem inúteis mais novos.

    Nem sei bem para quê, muito sinceramente.

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  32. Mas é um facto que há rapazes com uma tipo de "cultura" violenta que não me recordo de ver na idade deles.

    Não sei.

    É a musculação, é a brutalidade com que guiam os automóveis, é aquela tara de andarem com cães de ataque, como armas.

    São modas novas. Gente brutalizada em extremo.

    Sem nada dentro da cabeça

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  33. "Será correcto pensar ou afirmar que todas estas medidas enunciadas, se não existissem teriam pouca relevância neste fenómeno, ou, pelo contrário, são, paradoxalmente, criminógenas? Explico: quem mata não esta a pensar na pena de cadeia que vai apanhar e se estiver ser-lhe-á indiferente ficar preso 5, 10 ou mesmo 20 anos. Em temos de prevenção geral, estamos conversados, parece-me.
    Por outro lado, quem mata fá-lo num estado de espírito desesperado, mesmo actuando a frio e com premeditação. Porquê? O que terá conduzido alguém a uma situação tão extrema e radical?"

    Palavras sábias e certeiras do José.

    Pobres mulheres assassinadas que, depois de se queixarem à Polícia, a seu conselho(!) voltaram para as mãos assassinas dos maridos. Quando eles ameaçam uma vez que as irão matar (e pior um pouco, se o fazem várias vezes) é quase certo que o farão mais cedo ou mais tarde. Aí, pelas notícias que vão aparecendo nos jornais dia sim dia não, está a prova provada desta tragédia humana que na maioria dos casos era perfeitamente evitável mas que o não foi por pura negligência dos serviços responsáveis a juntar a uma burocracia monumental existente que é razoável suspeitar-se ter sido implementada justamente para serem atingidos estes fins.

    Peço desculpa à Bárbara e aos seus familiares, mas uma vez que é figura pública e os seus problemas conjugais têm aparecido em todos os jornais e revistas, precisamente por este facto e ùnicamente por ele, é lícito para quem a aprecia como pessoa boa que é e lhe dá toda a razão nas atitudes judiciais tomadas quanto ao seu ex-marido - problemas conjugais esses gravíssimos só agora chegados na sua totalidade ao conhecimento público - que emita a esse respeito uma opinião livre e descomprometida.

    Tudo o que é relatado quanto ao procedimento extremamente gravoso do ex-marido relativamente
    à sua pessoa e mãe dos seus filhos, é de tal modo inexplicável se vindo de uma pessoa mentalmente sã e instruída, só é passível de ser mìnimamente compreendido por se estar perante alguém sèriamente perturbado psicològicamente como se depreende pelos actos praticados e pelas palavras de muito baixo nível proferidas ao longo dos anos em que esteve casado com Bárbara, todos eles altamente condenáveis. É por demais evidente que a Bárbara não só viveu durante anos num ambiente tenebroso e temível, como presentemente e já depois de estar divorciada, continua em sério risco de vida.

    (cont.)

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  34. Por favor... viveu em ambiente tenebroso porque dependia dele para viver, só pode.

    Ele há cada coisa. Agora até a Bárbara Guimarães é uma pobrezinha a viver às custas do marido e a ter de aguentar e levar porrada porque não tinha meios de subsistência.

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  35. Há-de correr é risco em auto-stop para soprar balão

    ":OP

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  36. São situações de subjugação que correram mal.

    No que se fala de politicamente correcto é que os homens são fortes e violentos, mas... tudo tem um motivo, mas não se pode falar sobre isso, parece mal. Claro que há violência do nada e repetida, mas isso tem mais a ver com abuso de álcool e afins. Estas mortes assim de repente, é mais complexo do que parece.

    Pelo contrário, os homens que fazem estas coisas... são fracos, não fortes como dizem... e, na maior parte das vezes foram dominados sem terem sequer dado conta. Depois vem o pagamento... de tanto isolamento e tanta coisa, depois elas querem brinquedo novo e pronto... é assim.

    Muitos homens dao-se mal quando ficam sem as mulheres, pq gostavam mto delas e foram subjugados e afins, porque ficaram fechados no seu canto e depois tem dificuldade.As mulheres passados 3 ou 4 dias arranjam logo outro companheiro assim de repente.E o tipo de "amor" que tem os homens é diferente das mulheres. As mulheres procuram coisas que a maior parte dos homens não sabem bem o que são... Os homens procuram sempre o mesmo e é relativamente básico.

    Tem a ver com tudo e mais alguma coisa, menos com o que se fala geralmente.

    As mulheres são fracas é no sentido de a maioria não conseguir acartar um saco de cimento como os homens, é só nisso, de resto nao sao nenhuns anjinhos como se quer fazer parecer.

    O erro de muitos homens mais fracos é pensarem assim, que são umas anjinhas, depois acontecem-lhes várias coisas desagradáveis, que... muitas vezes corre mal para elas também, em momentos de desespero.

    Como muitos homens também não são nenhuns anjos e são mesmo dominadores e violentos e chatos, mas.. isso é o preço a pagar pela escolha de um homem mais "forte".

    Divagei um bocado. Tenho varias ideias sobre o assunto.

    Claro que tem homens violentos e doidos que bebem. Conheci um da zona , era pai de uns amigos de infância... metia medo, e bebia bastante. Uma vez destruiu-nos os carrinhos todos de brincar de caçadeira kkkk pq o filho tava atrasado para jantar...

    E num certo dia tb mandou tiro na mulher ...

    Mas eram coissa mais de alcool essas.

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  37. De álcool é mais fácil perceber os motivos. Muitas vezes nem existem motivos e é paranóia pelo consumo excessivo de álcool. Conheci vários casos.

    Quando é assim, e tudo aparenta estar normal e tal, é que... tem vários motivos e, muitas vezes, os motivos que se possam pensar nao tem quase nada a ver.

    Como pode nao ter muito a ver o que disse supra.

    O que é errado é a ideia que as mulheres são muito fraquinhas, não fazem nada, estão quietas em casa, ética impecável, tudo impecável, e os homens são todos uns brutos que lembram-se e chegam a casa e mandam-lhes um tiro, só porque lhes apetece, só porque são mais fortes...

    Isso é o que se ouve todos os dias e se fala e irrita-me.

    Claro que não se pode generalizar ao contrário e se andar a dizer que as mulheres são todas cruéis psicologicamente com os homens mais fracos~

    Cada caso é um caso e isto devia ser estudado a sério... não nos ficarmos por estas generalizações... ou só mesmo com a generalização de que as mulheres so por serem mulheres são logo potenciais vitimas e no processo são-no sempre e que podem fazer tudo que entendam ( mesmo não ilicico, mas pouco ou nada ético) que tenham sempre o Estado de braços abertos para proteger e "destruir" o homem pela via do processo penal.

    Tb existe ao contrário, mas os homens tem vergonha de se expor nestes assuntos... por isso a estatística tb não estará correcta.

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  38. o pior para um nordestino
    boi doente
    cerveja quente
    mulé da gente

    o melhor para o dito
    boi na boiada
    cerveja gelada
    mulé pêlada

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  39. Um homem que fez e continua a fazer ameaças de morte à que foi sua mulher e aos filhos e diz que depois se suicida, que tem vindo a lançar pela lama - quando ainda casado e, agora, depois de divorciado - o bom nome e a honestidade dessa mesma pessoa e da sua família, a quem, nem que fosse por uma questão de civilidade e de educação e que é naturalmente suposto possuí-las uma vez que não estamos perante um estivador das docas ou de um cavador analfabeto, é absolutamente correcto acreditar que estamos perante um homem que é seguramente capaz de levar até ao fim os actos horrendos que jurou ir praticar.

    Como alguém que a aprecia como pessoa e que tem muita pena do pesadelo por que tem passado, modestamente só tenho um conselho a dar-lhe: que se proteja (e aos filhos) e bem do ex-marido e não confie totalmente na protecção das autoridades visto que já tem a prova de que estas não são capazes de o fazer convenientemente. Ela que tenha bem presente que um homem capaz de praticar as agressões e ameaças sucessivas e muito graves feitas por Carrilho durante anos (as primeiras cessaram(?), as últimas permanecem), um dia pode muito bem acontecer que esse mesmo homem - de certeza meio tresloucado e extremamente inseguro (pela amostra parece sê-lo em todos os aspectos, acrescente-se) - levado por um ciúme desmedido e por um ódio levado ao extremo pelo simples facto de ter perdido uma mulher linda, meiga, de bom coração e bons princípios, mulher essa que ele jamais pensou algum dia poder vir a pertencer-lhe por sentir-se incapaz de conquistá-la e menos ainda de merecê-la, foi demasiado para um espírito altamente perturbado a que se junta um carácter retorcido ao máximo (não é necessário conhecê-lo, nota-se claramente nas expressões faciais), não aguentou e o resultado está à vista de todos.

    Este homem precisa de ser urgentemente internado para tratamento psiquiátrico ou equivalente, isto antes que seja tarde demais. Nem que seja à força.

    Nota breve. Um dia, talvez há uns quatro anos, estava eu a almoçar no self-service da Gulbenkian e reparei na Bárbara que também estava a almoçar com algumas amigas, talvez colegas da televisão. Estava sem qualquer maquilhagem e bonita na mesma, como ela é. Reparei por mero acaso que estava com um ar, pelo menos pareceu-me, um pouco triste e como que tivesse acabado de chorar. Não dei importância ao caso, pensei ser impressão minha. Não era. Longe estava eu de imaginar que já e então aquela tristeza traduzia o drama interior que lhe corroía a alma.

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  40. No despacho de pronúncia, de 23 de Dezembro último, explicou que há indícios de “maus-tratos psicológicos, emocionais e sociais” na forma como o ex-ministro socialista foi afastado de casa e dos filhos.

    Chamada ética e tal.

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  41. Como não sou padre de paróquia rural não sei a resposta, mas tenho uma teoria, que parte de dados estatísticos que é proibido revelar. Dois terços, para mais, dos crimes de violência doméstica na verdade pouco têm de doméstico: dois terços são cometidos por companheiros, namorados ou recasados. É insignificante o número de uxoricídios. Repito, é pena que haja uxoricídios, mas pouca violência 'doméstica' é da responsabilidade de maridos, de maridos do sexo oposto, bem entendido. Entre 'namorados', 'juntos', 'companheiros', 'recasados' a violência parece muito natural e compreensível.

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  42. Com as crianças deve passar-se o mesmo.

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  43. "Dois terços, para mais, dos crimes de violência doméstica na verdade pouco têm de doméstico: dois terços são cometidos por companheiros, namorados ou recasados. É insignificante o número de uxoricídios."

    Ainda mais interessante, indagar.

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  44. Também não sei alvitrar nada melhor do que aqui se já disse.

    Mas das vezes (poucas, se calhar não mais que uma) que soube de situações do género era com namorados e não se romperam relações... O que sempre achei bizarro.

    Portanto, o que diz o hajapachorra há-de ser verdade.

    Porém, e na mesma onda de estatísticas proibidas, vi algures que uma grande maioria dos violadores, mais de metade, terão sido abusados enquanto crianças por mulheres. Ou pelo menos assim o seria na gringolândia.

    Se calhar há por aí também questão reprimida em muitos desses casos.

    E o progressivo desaparecimento das famílias há-de ter influência, pois.

    Rezava outro estudo que por aí vi que o crime entre os pretos - e com certeza entre os brancos também - na grigolândia disparou em flecha desde a revolução sexual, e é correlacionado com o desaparecimento das famílias tradicionais.

    Portanto também há-de ser círculo vicioso: cada vez as pessoas sabem menos viver em família, pois cada vez mais as têm mais raquíticas. Miúdos poucochinhos que saem caros, e é se os não abortarem; velhos arredados que também saem caros, e pais separados ou ausentes.

    Não é com leis que isto se resolve. Como, aliás, a maior parte dos problemas que nos afligem.

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  45. Sim. Estatísticas e assuntos proibidos mesmo.

    Neste assunto tem muita coisa que não se pode falar (quase tudo).

    E isso que o José referiu é essencial, "essa liberdade que é relativamente nova".

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