Estes três últimos dias, em Paris, foram de alguma apreensão geral, sentida realmente pela população e em resultado do ataque terrorista ao jornal Charlie Hebdo, de esquerda libertário-anarquista, animado por alguns desenhadores fantásticos, de ascendência judaica. Este pedigree foi fatal para o ataque ad hominem contral o jornal, como aliás o foi para o ataque ao supermercado nas redondezas da cidade. Os judeus estão no centro deste ataque e os que o perpetraram são indivíduos de ascendência árabe, fanáticos do Islão e que foram dizimados sem grande cerimónia pelos crs franceses, para alívios dos autóctones.
Ontem, Sábado, o momunento da L´Étoile, nos Champs Elysées estava encimado por uma faixa a dizer que era "Charlie". O mesmo sucedia com alguns locais específicos, como o Palais Tokyo, junto ao Sena e mesmo pegadinho ao edifício da Av. Président Wilson, particularmente ao nº 15, onde um certo recluso 44, teve esperança de um dia vir a ocupar. Sítio de luxo...
Hoje, Domingo de tarde, desenrolou-se uma gigantesca manifestação internacional que reuniu mais de um milhão de pessoas em prol da "Liberdade" e contra o terrorismo deste tipo. Dificilmente alguém encontraria motivo para não se integrar numa manifestação deste tipo, mas o assunto vai mais fundo e mais longe do que simplesmente a ideia de "liberdade de expressão".
Alguns jornais e revistas franceses, nestes últimos três dias, escreveram coisas notáveis, de análise do fenómeno e como habitualmente, a qualidade e pluralidade informativa, muito mais ampla do que por cá acontece, torna-se um regalo e uma pequena maravilha.
Em primeiro um artigo no Le Point saído no dia dos acontecimentos.
E um artigo no jornal "liberal" L´Opinion:
E ainda outro na Marianne ( esquerda moderada) de Sexta-Feira, dia 9.
Para perceber o que era o jornal Charlie Hebdo e este espírito francês de um humor único é preciso recuar aos anos sessenta, como já tentei mostrar em postal anterior.
Mas parece que é preciso também entender que o Charlie e a Hara-Kiri ou a Actuel, ou mesmo uma série de revistas que apareceram durante os anos setenta, o foram na sequência do sucesso da banda desenhada franco-belga, do Tintin, Astérix e Lucky Luke. No fundo todo começou nesse caldo de cultura condimentado pela revista Pilote, nos anos sessenta e continuado por uma série de outras, aparecidas na sequência da modificação cultural pós Maio 68.
O esquerdismo comunista, maoista e trotskista tem aqui um campo de batalha específico em boa parte perdido para a tendência marxista de feição groucho.
É este aspecto artístico e cultural que se torna relevante e que contextualiza o aparecimento daquelas revistas de desenhadores humorísticos.
Senão, vejamos como a revista Actuel ( dirigida pelo esquerdista Bizot) , no seu número de adeus, da primeira fase, em Outubro de 1975, descrevia esse fenómeno que os nossos esquerdistas maoistas e trotskistas de antanho conhecem de ginjeira.
É sintomático que uma boa parte dos desenhadores da Charlie fosse já sexagenária e para cima disso. É um mundo cultural que tende a desaparecer mas que me parece importante conhecer para se entender o contexto destes factos e a tristeza que tal desaparecimento pode suscitar em que se habituou, como eu, a conviver com estas pessoas e desenhadores que aprecio e cujos continuadores não são suficientes para lhes ultrapassar o talento, como eles ultrapassaram os seus antecessores.
Nesse número de despedida ( temporário, porque regressaram cerca de dez anos depois, mais modernaços e exótico-eróticos) o artigo sobre as divergências entre a esquerda clássica e comunista e os "anarcas" é bem patente e notável porque o argumentário era exactamente o que então se produzia. Este é um documento único por isso mesmo. O Pacheco que escreve em jornais é que devia falar disto...
E para entender melhor este tipo de humor, dois números da Charlie-Hebdo de 1979 e 1980.
No primeiro de 23 de Março de 1979, o "pai" da União Europeia era assim tratado:
E no número de 6 de Fevereiro de 1980, o então secretário-geral do PSF, Marchais, um estalinista como Cunhal apanhava esta que em portugal seria impensável na época ( e agora também), o que comprova muito do que é o espírito "Charlie" de um Público e quejandos quase todos.
Por outro lado, assunto do conflito "árabe-israelita" e a "crise do petrólio" eram vistos de uma outra perspectiva pelo desenhador Reiser, da mesmíssima escola, no número daquele jornal, de 23 de Março de 1979. Ainda não havia fanatismo religioso como ameaça e o problema era circunscrito ao aspecto militar que o "Ocidente" poderia resolver facilmente...
Curiosamente é um problema que é abordado pelo escritor Alaa El Aswany, mais abaixo...
Torna-se notável como nestes últimos 40 anos as coisas mudaram e assumiram a feição que hoje conduziu à manifestação gigantesca de Paris.
Talvez a explicação se possa encontrar nos desenhos de Reiser e ainda nesta entrevista com um intelectual árabe, publicado na mesma Le Point.
E mais este da mesma revista:
Julgo que está aí o essencial para se entender o que se passou. E continuo a dizer que não me sinto Charlie algum. Por estas e por outras...
E como bónus para se ver como era o humor em desenhos na década de setenta, fica aqui a contra-capa da revista Ah Nana, uma publicação gémea da revista Métal Hurlant, mítica, dessa altura.
Este exemplo é suficientemente eloquente para se perceber como o mundo mudou, entretanto e a Liberdade para se ser Charlie, afinal, é um mito hipócrita.
E aqui fica mais um Reiser contra a corrente, da edição do Charlie Hebdo de 6.2 1980. Antes de Chernobil e em plena guerra fria, com ameaça de bombismo nuclear. Israel já tinha a sua bombita, desde o ano anterior, salvo o erro. Obtida misteriosamente sem mistério algum: foram os americanos judeus que a financiaram, montaram e prepararam. Para assegurar a paz na região...
Ah! E outra coisa que já me esquecia e que ninguém agora quer lembrar: um certo Dieudonné, preto, foi caricaturado no jornal de Cabu, Charb e Wolinski, em 2011. Assim, neste modo particular de usar a liberdade de expressão, para combater a mesma ideia que afinal só é digna se for usado deste modo:
Qual o problema de Dieudonné a quem a "liberdade de expressão" foi censurada em sátiras e ataques variados nos média que agora são "tous Charlie"?
Pois...atacou os judeus. Foi só isso...e teve isto como resposta:
Bofetada de luva branca: o dito Dieudonné apoiou a manifestação de ontem, pela "liberdade de expressão"...
Ah que maravilha. O José é o maior jornalista sem o ser!
ResponderEliminarO Reiser diz tudo. Há coisas espantosas.
Não imagina o que eu já procurei esta BD do Reiser.
ResponderEliminarLembro-me de a ter visto e perdi-lhe completamente o rasto.
Nunca saiu em albo, ou saiu?
Ele era genial.
E ia jurar que na mesma altura o Wolinski fez uma blague parecida onde os árabes se ficavam a ir porque tinham mais sol, para as ecológicas e o petróleo para as sujas.
Foram tempos únicos de BD. Depois veio o porno-chic e descambou tudo.
Estes dois números comprei-os ontem nos Puces da Porte de Clignancourt.
ResponderEliminar5 euros cada um. Havia mais e até Hara-Kiri, mas só comprei estes.
E comprei o primeiro número da Ah Nana!, uma revista feita por mulheres para mulheres.
E por falar nisso vou publicar uma dos desenhos da contra-capa que é tudo o que hoje não pode publicar-se.
Vai já ver porquê...
Ah pois é.
ResponderEliminarEra impensável essa contra-capa hoje em dia.
Isto é serviço público mas a poucos deve servir.
Nem francês sabem.
Ça fait rien...
ResponderEliminar'muito óptimo', gralha em Marchais pcf
ResponderEliminarconfesso que quanto mais leio mais confuso fico sobre as razões do terrorismo islâmico
faltam dados objectivos que os politicos ocidentais escondem
os jornalistas estão 'engagé' na ignorância e estupidez
nada a fazer
O artigo do Paatrick Besson esta´muitíssmo bem escrito. Mas tem piada compará-lo com o que diz o L'Opinion.
ResponderEliminarAfinal de contas até eram recebidos pelo presidente para conseguirem finaciamento..
Cá pelo jornalismo caseiro, além de nem sequer tentarem perceber, copiam impressões...
ResponderEliminarEstes jornalistas nacionais é sempre a mesma coisa.
Não tenho palavras para elogiar a cultura e a forma de escrever do José. Aliás, até me sinto mal tratar este Senhor simplesmente por José.
ResponderEliminarBem haja. Continue que eu, aliás nós, vamos lendo e aprendendo.
“Os franceses são Charlie?”
ResponderEliminarSe tivermos em conta que “um milhão” esteve na manifestação, temos de considerar que sim, mas se considerarmos que o “Carlinhos Semanal” vendia apenas 30 mil exemplares (num país de 66 milhões de pessoas) constatamos que não serão muitos os franceses que se identificam com desenhos tão debochados.
Porquê que o primeiro ministro de Israel e o presidente francês foram "sòmente" a uma Sinagoga prestar homenagem (e bem, mas os outros assassinados também mereciam) aos jornalistas judeus abatidos e não foram de igual modo a uma Igreja Católica e a uma Mesquita prestar o mesmo tributo aos cidadãos das outras duas crenças religiosas também assassinados?...
ResponderEliminarÉ que, segundo as notícias, no meio dos abatidos havia cidadãos cristãos e musulmanos. Ou não? Porquê que nestas coisas só os judeus têm direito a homenagens e a manifestações de desagravo? Quem pratica outra religião não os merece igualmente? O que é que os judeus assassinados têm a mais relativamente aos outros cidadãos não judeus também abatidos pelos terroristas?
E se em vez de judeus fosse assassinado o mesmo número de jornalistas cristãos ou musulmanos, promover-se-ia uma manisfestação de milhão e meio de pessoas solidárias a descer as avenidas de Paris? Quer-me parece haver nestas manifestações repentinas hipocrisia a mais.
E uma pergunta inofensiva: se oitenta e cinco ou oitenta e oito mil polícias(!!!) foram destacados para capturar apenas "dois terroristas" (vá lá, três, contando com o da mercearia judaica, descoberto um dia depois ou coisa que o valha) e sendo tropa d'elite do melhor que há em França, porque motivo os não apanharam vivos para os interrogarem? Para oitenta e cinco mil polícias do mais profissional que existe por lá, tal tarefa teria sido do mais fácil, rápido e bem sucedido alguma vez realizado em capturas deste calibre... Por mais terroristas que os ditos terroristas fossem ou tivessem sido.
José,
ResponderEliminarComo está mais a par de BD que eu:
Acha que hoje em dia passava aquele tipo de humor politicamente incorrecto do Reiser, como quando diz que isso de uma religião que só recruta árabes e pretos... e que um homem normal não é muçulmano, e nem os belgas são muçulmanos ehehehehe.
Isto é que é humor politicamente incorrecto. Não é a brutalidade da caricatura ofensiva e sem piada.
Mas não sei se isto ainda se pode dizer.
"Mas não sei se isto ainda se pode dizer."
ResponderEliminarNão se pode dizer porque o jacobinismo capou tudo.
O Público e as pessoas que o dirigem é o melhor exemplo dessa "racaille".
Por outro lado, os judeus levam sempre a água ao seu moinho.
Até conseguiram que o Holando ( como lhe chama a minha mãe) fosse à sinagoga, com o sionista-mor...
O Caherlie estava em falência...era uma questão de tempo.
ResponderEliminarTal como outras que também acabaram, como a Actuel ou a L´
echo des Savannes, que afinal renasceram dali a alguns anos e voltaram a acabar.
conheci em 71 alguns dos maiginais de 68 que nunca perdoaram a De Gaule não terem recebido a coroa do martírio
ResponderEliminarharakiri
Dans son no 94, daté du lundi 16 novembre 1970, la couverture de l'hebdomadaire titre : « Bal tragique à Colombey : 1 mort »
suite au décès du général de Gaulle dans sa propriété de La Boisserie à Colombey-les-Deux-Églises, le 9 novembre 1970.
nunca visitei as pulgas de Saint-Ouen
preferia o vizinho Montmartre
penso ainda que o principal factor do
fanatismo islâmico começou quando a cia lançou o movimento Talibâ contra a urss
Até conseguiram que o Holando ( como lhe chama a minha mãe) fosse à sinagoga, com o sionista-mor...
ResponderEliminarAté conseguiram?
Onde diabos pensais vós que ele andou nos últimos anos?
A quem diabos pensais vós que Valls discursou e chamou avant-guarde de la République poucas semanas antes de passar a primeiro-ministro?
E isto para nem falar dos gringos...
Falais como se fosse um detalhe curioso: pois bem, dir-vos-ei que ninguém, ninguém, é eleito sem aprovação.
Nem a FN o será. Aliás, o que está a acontecer é, parece-me, o seguinte: a FN é certamente o partido mais popular de França.
Para chegar ao poder, o poder verdadeiro tem uma negociata a propor-lhes: fazer o sale boulot aos muçulmanos, que teimam em não se submeter culturalmente ao exterco que passa por "cultura ocidental", paneleiragem, teorias do genro, feminismo, etc - em troca de poderem obter o poder e de deixarem de ser "fachos".
A FN cresceu muito à conta do voto muçulmano que é uma grande parte da classe trabalhadora. A posição anti-muçulmana alterou-se ultimamente, e isso vê-se em relação à Palestina. Ou na diferença entre Marine e Jean-Marie (que aquela teve de descartar para ter hipótese de aprovação).
Ou a FN faz a guerra ao muçulmano, ou far-lhe-ão a guerra a ela.
De forma geral, ao francês, a proposta é: podes ter novamente direito ao teu país (dentro do razoável, claro), e a ser patriota sem ser chamado facho, posto que tu casses la gueule au arabe.
De resto, como diz o Dragão:
ResponderEliminarEntão pode-se espalhar a democracia à bomba, mas não se pode promover o islamismo a tiro?
A arrogância desta gente...
Ok.
ResponderEliminarObrigada, José.
Era este detalhe que queria saber.
É mentira que o Charlie Ebdo fosse hoje em dia iconoclasta. E é mentira que aquela trampa de país jacobino tenha alguma preocupação com Liberdade
Vou citar este post no Cocanha.
ResponderEliminarPosso usar o Reiser?
Mil vezes obrigada. Em mais lugar algum houve quem fizesse este trabalho.
Os pachôcos escrevem besteira mas vendem-na.
Aqui há saber e excelente pesquisa e á borla.
Usar o Reiser?
ResponderEliminarMais...bien sûr. Il n´est pas a moi.
Além disso tenho outra página sobre "les porc nucléairea".
Vai já para lá.
Boa!
ResponderEliminarO mundo certamente enlouqueceu de vez.
ResponderEliminarAs massas democráticas acreditam mesmo que se combate o extremismo com lápis, canetas, e cartazes.
O Afonso Henriques, expulsou os árabes com lápis na mão? Ou foi de espada na mão?
Hummmm!!!
Mas a maior preocupação que ouvimos dos ladradores que aparecem na TV é com o crescimento da FN e não com os atentados propriamente ditos.
Falam, falam, escrevem, falam, falam, escrevem, que é para ficar tudo na mesmo. E todos dizem as mesmos coisas mudando apenas o léxico.
Convém de vez enquanto ir lembrando isto:
http://crushzion.k0nsl.org/wp-content/uploads/2013/12/Richard-Nikolaus-von-Coudenhove-Kalergi-jew-finance-European-Union-mixed.jpg
Este Kalergi é hoje o nome de um prémio que a UE atribui a gente que se destaca por iniciativas racistas contra os nativos Europeus.
http://37.media.tumblr.com/965c422504bd542a4c4068728941601a/tumblr_n3xlo7mDDj1tvtm49o1_1280.jpg
Convém ir lembrando ....
http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQYef8LfPmYR8lO23n9VdwU-s6EbzrH505Ld_QQYoj-4YzOciuF
Ironicamente, os israelitas obtiveram a bomba e respectiva tecnologia, segundo sei, dos franceses e sul-africanos.
ResponderEliminarAre you sure?
ResponderEliminarSure ninguém está, porque eles nem confirmam nem desmentem que a têm sequer e o tipo que fez a denúncia está preso por lá.
ResponderEliminarMas foi isso que li já não sei onde. Posso tentar descobrir. Em qualquer caso vai dar no mesmo.
Os soviéticos obtiveram-na dos americanos, como se demonstra no livro The Diaries of Major Jordan, de que recomendo muito a leitura.
O Major Jordan foi liason officer entre a URSS e os EUA e oficial responsável pela expedição aérea de material sob o Lend-Lease Act de assistência material de guerra dos EUA aos soviéticos.
http://en.wikipedia.org/wiki/George_Racey_Jordan
Curiosamente, as suas ordens da Força Aérea mandavam-no apresentar-se no UNITED NATIONS DEPOT NO. 8, LEND-LEASE DIVISION, NEWARK AIRPORT, NEWARK, NEW JERSEY, INTERNATIONAL SECTION, AIR SERVICE COMMAND, AIR CORPS, U.S. ARMY.
Em 1942...
ahahahaha
ResponderEliminarQue maravilha!
Liberdades de expressão que o Charlie Hebdo nunca caricaturou....
ResponderEliminarL'humoriste Dieudonné était présent au tribunal de Paris ce 28 novembre 2013 pour prendre connaissance de la décision de la 17ème chambre correctionnelle qui le poursuivait pour "incitation à la haine raciale".
Dieudonné était aussi là pour soutenir Robert Faurisson jugé également ce jour.
Quelques incidents à l'intérieur et l'extérieur du palais de justice se sont produits entre les partisans de Dieudonné et des membres de la LDJ (Ligue de Défense Juive).
https://www.youtube.com/watch?v=TWRVXIAzvMA
Ao mesmo tempo, uma lição de patriotismo e nacionalismo à FN.
E o "criminoso" em acção, a propos:
https://www.youtube.com/watch?v=eID_Sf23w-c
C'est du lourd!
Caro José,
ResponderEliminaré um imenso prazer ler informação tão explícita, estruturada e devidamente suportada, opinião clara e inteligente, uma raridade que tive a felicidade de encontrar e da qual sou adepto fervoroso. Parabéns, continue com este verdadeiro serviço público.
Cumprimentos. Camilo Espírito Santo
Caro Camilo:
ResponderEliminarSou apenas um diletante que gosta de música e bd e não estou a ser falso modesto, porque é assim mesmo.
E publico agora um comentário de um homónimo, outro "josé" que mo enviou em mensagem electrónica por não poder comentar aqui ( desconheço a razão):
"Dificuldades que existem na integração de emigrados cá em França e particularmente em zonas sub-urbanas deve ser um assunto demasiado complexo para que a visão dum intelectual não residente em França e num momento de tanta emoção, seja analizada com a objectividade que o assunto merece.
O começo do "problema do islão" se é que há um, começa talvez assim como diz El-Aswany fora de França. Em França o problema começa certamente com a guerra da Argélia e sobretudo o seu impacto posterior (acesso ao emprego, problemas de integração, prática de religião, confrontos identitários colectivos, etc.)
O que diz El-Aswany "que des jeunes Français d'origine arabe qui vivent en banlieue, frustrés parce qu'ils n'ont pas d'emploi-comme d'autres, là n'est pas la cause" é puramente aberrante.
Existe infelizmente uma maior variedade de futuros entre jovens magrebinos do que entre jovens franceses. Ela começa na escola. Há pais musulmanos que colocam filhos em escolas católicas.
Infelizmente ainda, existe uma grande prudência por quem recruta nas empresas.
Quem foi criado em Grigny ou vem do lado da Place de Staligrad ou seja da Ed Dawa da rue de Tanger não é considerado pelo recrutante como quem foi criado pelos lados da Av. du Président Wilson.
A complexidade do problema é imensa para escrever mais aqui.
Queria dizer só ao José, o outro José que escreve aqui e o Floribundus que podem eventualmente encontrar revistas como Charlie ou outras no parc Georges Brassens, rue de Brancion, sábado dia 17 ou no mesmo dia ao lado Porta de Vanves.
Há quem esteja a vender números antigos no "BomCanto" em Paris 75020. O preço é esse, 5 euros.
Há quem tenha muito mais em Condé-Sainte-Libiaire 77450 e envia por correio.
Isso não é um tipo de artigo que se encontra geralmente por cá em brocante ou vide-greniers.
A de Sevran no próximo domingo é grande mas não deve haver disso.
Uma destas revistas que já desapareceu foi o L’Idiot international. Durou desde 1969 até 1994.
Foi fundador Jean-Edern Hallier que morreu em condições obscuras. O filho dele Frédéric, tentou relançar a revista em 2014.
Para a chegada às Puces de Saint-Ouen, tanto faz pela Porte Montmartre ou pela Porte de Clignancourt, só que esta última tem metro e a outra não. Os biffins de la porte montmartre tocam praticamente com os marchés de Saint-Ouen.
Bonne chine !"