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segunda-feira, março 30, 2015

Marcello Caetano, o renegado

Entre os criticos da actuação de Marcello Caetano que escreveram sobre o golpe de 25 de Abril de 74 e a sua génese avulta o nome de Eduardo Freitas da Costa, um assumido salazarista que em 1975 escreveu "Acuso Marcelo Caetano" ( tirou-lhe sempre o l da dupla conforme) e no livrito de quase 130 páginas enunciou o requisitório contra o último presidente do Conselho antes do golpe militar.

A tese é simples de expôr: o consulado de Marcello Caetano foi de "traição, negação e silêncio" das políticas vigentes no tempo do Estado Novo de Salazar ( imagine-se!) e portanto, Marcello um dos fautores mais proeminentes dessa desgraça que sobreveio nesse dia de Abril de 1974.

A teoria de que Marcello estava feito com Spínola nesse dia e que peregrina aqui, no temível Dragão, provavelmente teve a sua origem em opiniões expressas, entre outros por E. Freitas da Costa, tal como o mesmo explica nestas passagens.





24 comentários:

  1. a pg 114-5 está ao contrário

    cerca de um mês depois ouvi o relato dum oficial da GNR presente no quartel

    MC nunca deveria estar ali
    havia forças leais desactivadas: uma delas Lanceiros 2
    é inexplicável o episódio da rua do Arsenal

    concordo em bastantes aspectos com o autor deste livro, que desconhecia .

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  2. O Temível Dragão tem a dizer-te que não tem essa teoria, porque uma hipótese não constitui uma teoria. Não descarta essa hipótese, é diferente. Estamos a innvestigar uma coisa, temos que manter o espírito aberto, atento e não partir de preconceitos, conviccinhas ou petições de princípio. Ou deixarmo-nos toldar por simpatias ou antipatias pessoais.
    Quanto ao Freitas da Costa, não sabia destas suas opiniões, mas folgo muito em conhecê-las e anotá-las.
    Em matéria de tratamento para essa erupção súbita de "espírito samurai", eventualmente, será caso para consultório.

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  3. Um dos sinónimos de teoria é conjectura. Um dos sinónimos de hipótese é...conjectura.

    Um dos sinónimos de teoria é...hipótese.

    A falácia não conta porque a essência está lá à vista.
    Não tenho estudos para mais elaboração, mas no outro dia estive num sítio bem alto e relacionado directamente com estes factos que agora conto, onde se falou de John P. Mcann.

    E ao meu lado esteve alguém que foi interlocutor directo do recluso no Carmo no dia fatídico que também tem a mesma opinião. Ou hipótese. Ou conjectura.

    Claro que discordei polidamente...

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  4. A coincidência é que li depois o nome do Mcann no teu sítio, ó Temível.

    E não conhecia a teoria Mcann porque nem sabia que existia. E assim se fica a conhecer e se adquirem estudos.

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  5. Ora por outro lado, folgo em saber que a "peregrinação interior" acerca dessa hipótese estará em vias de se juntar à de outros salteadores do graal da explicação dessa Verdade Histórica que afinal ainda não conhecemos total e definitivamente.

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  6. Por último: eu não largo presas que se afiguram difíceis quando estrebucham para fugir a uma hipótese que pode ser a Verdade em nome de outra que pode ser uma Mentira.

    Não largo é um modo de expressão porque costumo dizer que não se deve dar pontapés em cães mortos, ou seja que não tenham interesse algum em agarrar para debater ideias.

    Percebeste, ó Temível?

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  7. E já me esquecia:
    Na presença dessa lenda viva e como uma "flecha" disse que havia um blog chamado "dragoscópio" que todos deviam conhecer porque apresentava igualmente essa "hipótese".

    Portanto, se aparecerem por lá visitantes inusitados, já sabes de onde vem a peregrinação.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Não só uma hipótese não constitui teoria, como esse detalhe (da conivência ou não) do infeliz governante não constitui explicação. Quer dizer, agravaria com conivência a inércia. Mas não alteraria em nada o resultado da inércia (que seria o mesmo, com ou sem conivência; como, de resto, foi). Em termos prebostenses, para facilitar a compreensão, seria a estrita diferença entre o crime por dolo ou negligência.

    Portanto, é um debate à volta duma palha. Ou, no menos mau dos casos, uma transferência da investigação das causas do descalabro nacional para uma avaliação do carácter do Marcello Caetano.

    O segundo, eventualmente, poderá interessar-te. A mim, nem por isso. Tenho sempre bem presentes aquelas palavras sábias: "não julgues, para não seres julgado".

    Fui claro, ó temerário?

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  10. Em termos prebostenses

    ":O)))))

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  11. Pronto, já temos uma pequena evolução hipotética.
    A d. Inércia agora, é a culpada, seja a título de dolo, seja mesmo negligência.
    E o assunto é palha que não merece fogueira porque a meda da d. Inércia permaneceria intacta.

    O carácter de Marcello conta para nada mas pelos vistos é o assunto da palha que se dá a comer...

    A clareza meridiana, porém, assenta noutros pressupostos:

    Marcello fez o que lhe competia e a d. Inércia tem outro nome: militares.

    Ou seja, uma estirpe de cidadãos que deviam fazer o que deviam saber e para tal tinham estudos. Não fizeram e agora quem apanha por tabela é o Marcello. Pois.

    Passa-culpas é o que foi...

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  12. A tua tese tem portanto um nome, ó temerário:

    Calimerização do Marcello. Ou como diria a minha avó: c'um catano, um Marcello Calimero!...

    Qual é a base da tua fé: as declarações do próprio Marcello em causa própria.
    Imagina agora que aplicas esse belo método de apuramento da verdade ao recluso 44...

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  13. Calimerização por calimerização prefiro a do Marcello do que a daqueles que se atiram aos executores testamentários de Salazar e esquecem os "ventos da História".

    Porque estes é que se calimerizam a eito, vituperando a degenerescência de costumes e tradições e imputando a culpa, entre outros ao Marcello.

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  14. E não me fio apenas das declarações de Marcello a não ser nesse ponto essencial e nevrálgico do amanhecer do dia 25 de Abril de 1974.

    Quanto a isso, as declarações do dito podem ser rebatidas.

    Haja quem o faça!

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  15. Quanto a misturar 44 com Marcello estás a ser terrivelmente injusto: o 44 é inocente presumido, por método processual. diga o que disser.
    O Marcello nunca teve essa vantagem, porque foi sempre culpado de qualquer coisa, dizendo o que disse.
    E continua a ser, pelos vistos.

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  16. vejam no Blasfémias

    o tempo de antenas do ps
    'sócrates nosso, que estais no céu ...'

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  17. O Apache fez uma data de comentários no de baixo que bem mereciam ser abordados por alguém que possa e saiba. Eu não sei.

    Porém, continuo na minha: vejo sempre menos importância dada a Costa Gomes do que aquela que me parece ter. Dizem que manobrava, que era esperto, etc; mas se era tudo isso porque falam sempre de Spínola?





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  18. Porque Spínola escreveu Portugal e o Futuro e era mais evidente que o outro.

    Está explicado nas passagens abaixo dos livros que publiquei.

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  19. Porque Spínola escreveu Portugal e o Futuro e era mais evidente que o outro

    Era mais evidente de facto.

    Mas o outro, para além de lhe ser superior (hierárquico e em tudo o mais, pelos vistos), é que teve a faca e o queijo na mão na altura crítica. O poder real teve-o ele do princípio ao fim.

    É ele que se deve investigar.

    Estranho que ninguém se tenha apercebido disto que para mim começa a ser tão óbvio que até dói na vista...

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  20. Este comentário foi removido pelo autor.

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