No entanto, como aí se pode ler, as nacionalizações que ocorreram em Março de 1975 não estavam inscritas como objectivo programático aquando da realização do VII Congresso do PCP em Outubro de 1974. O PCP explicava que nessa altura "não podia nem queria adiantar-se na sua reclamação como tarefa imediata sem que estivessem amadurecidas as condições objectivas e subjectivas, como é próprio de uma força de vanguarda"...
Porém, em finais de 1974 e logo a seguir à golpada de 28 de Setembro, a esquerda comunista não escondia mais o verdadeiro objectivo da luta política: tomar o poder económico.
No Expresso de 16 de Novembro de 1974 o socialista João Cravinho, ainda imbuído de marxismo até aos óculos, defendia uma ordem diferente para o nosso sistema económico.
Em 17 de Outubro de 1974 a revista Vida Mundial,um dos balurtes dessa esquerda misturada de comunismo, perguntava na capa isto:
E no interior uma entrevista com João Martins Pereira, o guru dessa esquerda desalinhada e comunista que originouu os syrizas que por cá se concentram em bloco. Não oferece dúvidas o que pretendiam:
É por isso despiciendo julgar que o PCP não queria logo as nacionalizações. Andou a reboque dessa esquerda e em 11 de Março de 1975 , tal como no 25 de Abril de 1974, foi surpreendido pelos acontecimentos.
A esquerda comunista dominante, nesses meses, talvez nem fosse o PCP. Ora repare-se nesta notícia do Diário de Lisboa de 20 de Fevereiro de 1975
Esta aceleração do PREC encetado em 28 de Setembro de 1974 conduziria aos acontecimentos que amanhã perfazem 40 anos.
Veremos como foram.
Na entrega do Ultramar sem condições e à "Lenine" todas as potências estrangeiras participaram na festa claro com os seus criados cá dentro a fazerem de paus mandados.
ResponderEliminarA Helena Matos desvaloriza esse papel do "nem mais um soldado para as colónias" mas é um fato que a não ida de uma companhia deve ter desestabilizado todo o pessoal em comissão.
Mais tarde foi preciso ir dinamitar os emissores para os calarem.
O 25 de Novembro de 1975 deu-se porque já tinha sido tudo entregue.Mesmo assim no tempo do Sócrates lá reabilitaram e pagaram a todos os derrotados...
Os esquerdistas no fundo só querem ultrapassar os comunistas para assegurarem a "vanguarda" com a sua superior e alegada massa cinzenta
Agora é mais colonização onde todos concorrem para tomar mais medidas afundadoras e descaracterizadoras da Nação colocada num estado vegetativo de escravatura para salvar o planeta num grau que nem os alemães que são ricos fazem...
Quando faltam os abanões a tempo é um desvario...
'o que nasce torto,
ResponderEliminarnunca se endireita'
do que pude observar (tinha 43 mal vividos) o pc era a única força organizada mas
preferiu deixar avançar o esquerdismo extremista: mrpp, mes, etc
para fazerem o trabalho sujo de que aproveitariam
todos morreram excepto o mes que se refugiou no largo dos ratos
vim a Lisboa por Sacavém e Moscavide
fui impedido de passar em frente do Ralis porque tinham há minutos matado um rapaz
estavam lá os de braço a puxar o autoclismo
o slogan 'nem mais um soldado' era parvoíce inventada por quem ignorava a deserção nas ex-colónias
diz-se que o ps vai impor a 'putanização' do regime
"sem que estivessem amadurecidas as condições objectivas e subjectivas, como é próprio de uma força de vanguarda"
ResponderEliminarNão passa de vocabulário retirado da filosofia de Karl Marx, que defendia que a passagem de um estádio de desenvolvimento social a outro exigia determinadas pré-condições, não se podia passar do capitalismo ao socialismo e posteriormente ao comunismo, sem que as circunstâncias específicas - sociais e económicas - se tivessem concretizado, não havia "saltos no vácuo". Obviamente que os comunistas imitam, nesciamente e como papagaios, este vocabulário e este pensamento sem refletirem sobre o verdadeiro significado filosófico. O PCP continua a divulgar acriticamente e inconscientemente vocabulário marxista, filtrado pelo leninismo, sem pensar naquilo que está a divulgar, e sem um exame critico. Filosofia zero, propaganda tudo.
Razão tinha Willy Brandt, "aos 30 anos quem ainda continua a acreditar filosoficamente no marxismo é porque não possui cabeça (entenda-se inteligência). Isto aplica-se aos comunistas portugueses.
Graças ao PREC - e às nacionalizações - a economia portuguesa foi arruinada, e hoje estamos a viver as consequências dessa utopia social.
ResponderEliminarDesculpem lá, mas alguém vê as capas dos jornais online a negro e vermelho?
ResponderEliminarAssim:
http://gyazo.com/cc29153c4546cbac0258a191de9dbb82
Eu sim… deve vir aí mais uma campanha publicitária genial, viral e sei lá que mais! :) -- JRF
ResponderEliminarOu então, os nazis ganharam… -- JRF
ResponderEliminar"Graças ao PREC - e às nacionalizações - a economia portuguesa foi arruinada, e hoje estamos a viver as consequências dessa utopia social."
ResponderEliminarMiguel Dias,
Desculpe lá, mas: os roubos e a gestão danosa dos bandalhos que vão sendo desmascarados - a nata da nossa elite empresarial e bancária e política - são produtos do PREC?
Claro que se cometeram, e muitos, erros no PREC. Mas, querer continuar a culpar aquele período pela situação actual, só por cegueira, ideologia ou pura ignorância, se pode continuar nesta onda.
Bem sei que, enquanto o país se confronta com vários escândalos, cuja responsabilidade está bem à vista, o autor deste blogue, prefere contar "histórias da carochinha", para os "velhinhos" adormecerem. Enfim, cada um descarrega as suas frustrações como pode.
É da Vodafone. Mais pinta-sites a imitarem os pinta-paredes...
ResponderEliminarEnfim. Copiam-se uns aos outros
Concordo com Carlos... refira-se que a situação actual é fruto da gestão de Guterres em diante, os nossos indicadores económicos e financeiros em 1995 não eram nada maus. A partir daí, com a abundância do crédito barato, foi a desgraça.
ResponderEliminarAs histórias da carochinha são contos morais, na maior parte dos casos com forte dose de ensinamento da vida e experiência comum acumulada durante séculos.
ResponderEliminarQuem as despreza enquanto tal, olha para os dedos que apontam a floresta...
No caso do PREC quem não entende que a destruição completa de um tecido produtivo que demorou décadas a organizar-se pode regenerar-se em meia dúzia de anos, a partir dos anos noventa e quanto os dados já estavam viciados, faz essa figura e ainda por cima olha de cima para os outros...
Quem não entende o PREC e acha que o problema é apenas de se gastar à tripa forra, e que em alguns anos, poucos, seria possível voltarmos ao nível de desenvolvimento económico que tínhamos, faz essa figura, era o que queria dizer
ResponderEliminarO primeiro escrito que me ajudou a entender o presente foi o livro proibido do Rui Mateus.
ResponderEliminar"No caso do PREC quem não entende que a destruição completa de um tecido produtivo..."
ResponderEliminarNão concordo que assim tenha sido. Não foi no PREC que a nossa estrutura industrial, pescas (deve saber bem)agricultura, etc., foi destruído. Tal, aconteceu de facto, nos finais de 80 e início de 90 na governação da tribo da coelha/BPN.
Insistir sistematicamente, na responsabilidade do PREC que durou cerca de 12 meses, por tudo o que nos está a acontecer, é tão redutor e errado, como responsabilizar o anterior regime de ditadura. Ou seja, para uma determinada esquerda, toda a responsabilidade vem de uma direita conotada com os métodos do anterior regime. E para uma certa direita, toda a responsabilidade é de uma esquerda que foi dominante em 12 anos e há 40 anos passados. Entretanto, os bandalhos têm nome, são conhecidas as suas trafulhices e nesta corja, não consigo identificar ninguém com relevância no PREC.
" dominante em 12 anos" ops!... queria escrever: 12 meses.
ResponderEliminarCarlos:
ResponderEliminarNão vale a pena discutir isto consigo.
Não vale a pena porque os argumentos não se explicam em duas ou três frases.
ResponderEliminarCarlos,
ResponderEliminar"os roubos e a gestão danosa dos bandalhos que vão sendo desmascarados - a nata da nossa elite empresarial e bancária e política - são produtos do PREC?"
São produto - mesmo que indirecto e não intencional - da mentalidade que o PREC e a esquerda comunista instalou na sociedade portuguesa. Quando se considera, conforme o pensamento de Karl Marx, o Estado como um mero instrumento de opressão de uma classe sobre a outra, o Estado - e o Poder - passa a ser considerado algo de pessoal e que deve ser usado para satisfazer as nossas aspirações e desejos, a corrupção acaba por ser uma consequência dessa concepção do Poder. O nepotismo, o laxismo pela "cousa pública" a visão do Estado como algo a ser usado para defender os desejos da nossa classe ou do nosso partido são resultado do PREC, que por sua vez é resultado da mundivisão comunista de conquistar o Poder/Estado para impor a sua vontade. O Estado deixou de estar ao serviço da Nação ou da comunidade como um todo e ficou refém de interesses partidários.
A elite partidário que actualmente possuímos também ele é resultado - mesmo que indirecto - do PREC e da tentativa de domínio do Estado pelo PC e pela Esquerda. Quando não existe, porque tolhida/bloqueada pelo poder político, é natural que os empresários para sobreviver e conseguir que as suas empresas prosperem tenham de usar de subterfúgios menos lícitos ou tenham de se "encostar" ao Estado procurando benesses ou prerrogativas. É este regime político perverso e nefasto que cria a inexistência de uma economia independente do Estado contribuindo ainda para mais corrupção. Por muitos preconceitos que existam na Esquerda socialista/comunista e na direita "corporativista" a economia de mercado, e o liberalismo económico, é aquela que cria mais riqueza na sociedade e promove a ascensão social. Por economia de mercado não entendo a economia sem regras, sem valores, de competição sem freios que alguns "neo-liberais" (ou novos ricos) dos yupies defendem.
ResponderEliminarNo cometário anterior queria escrever
ResponderEliminar"Quando não existe, porque tolhida/bloqueada pelo poder político, uma economia independente e um tecido produtivo sustentado por privados é natural que os empresários para sobreviver...."
O Portugal de hoje é também resultado da tentativa de instaurar uma sociedade sem classes. Essa quimera ou absurdo social baseava-se também no pensamento de Karl Marx que defendia na "Crítica do Programa de Gotha" que na futura sociedade comunista seria possível num dia de manhã ser-se pescador, da parte da tarde dedicar-se à caça, no dia seguinte à agricultura, e no dia posterior a qualquer outra actividade económica sem implicar uma especialização profissional, como se fosse possível ser-se de médico de manhã, à tarde engenheiro, e amanhã biólogo ou outra actividade profissional. Uma sociedade industrial desenvolvida implica e exige uma especialização profissional, obviamente que umas serão melhores remuneradas que outras. O mérito da social-democracia, ao contrário dos comunistas, foi reconhecer essa necessidade e basear essa diferença salarial em critérios conformes com a utilidade da profissão para a comunidade, ao mesmo tempo que estabelecia que o acesso a profissões mais remuneradas não seria bloqueado por origens familiares/sociais. Basta ver a União Soviética, e o Bloco de Leste, onde não existia ascensão social e a nomenklatura partidária reservava para si a posição privilegiante social e os cargos de maior prestígio, ao mesmo tempo que vivia desafogada de problemas/preocupações porque era sustentada pelo trabalho do resto da população.
ResponderEliminarA situação económico e social de Portugal nos dias de hoje não promove a ascensão social á comunidade a não ser por nepotismo, carreirismo partidário ou encostado às benesses do Poder Político.
"Não vale a pena porque os argumentos não se explicam em duas ou três frases."
ResponderEliminarPois não, já aqui o escrevi, muitas vezes!
Mas os factos, também não se alteram por "histórias da carochinha".
"São produto - mesmo que indirecto e não intencional - da mentalidade que o PREC e a esquerda comunista instalou na sociedade portuguesa."
ResponderEliminarMiguel Dias,
Pela mesma regra de pensamento - "mesmo que indirecto e não intencional" - o resultado do PREC é consequência da ditadura, não? que por sua vez e em última análise, é da responsabilidade do D. Afonso Henriques, será assim?
"O Portugal de hoje é também resultado da tentativa de instaurar uma sociedade sem classes."
ResponderEliminarMiguel Dias,
Estamos em 2015. O que dirá Passos Coelho e o reformado de Belém, a este pensamento?
Sobre Karl Marx e a sua teoria económica: qual o erro teórico que encontra na sua fundamentação?
O problema, quanto a mim, não está na explicação fundamentada da sua visão sobre o capitalismo que se alimenta, sem limites, na obtenção e exploração de mais valias, mas sim, no grau ou subversão da sua apropriação/utilização, como aconteceu nos regimes ditos comunistas, ou em regimes de capitalismo terrorista.
"tecido produtivo sustentado por privados é natural que os empresários para sobreviver...."
ResponderEliminarMiguel dias,
Está a falar de que privados? Do Oliveira e Costa? Do Ricardo Salgado? Do Dias Loureiro? De todas as empresas ditas privadas, mas que só vivem penduradas no estado? Da EDP privada de um Estado? Das virtualidades das parcerias público/privadas?
Enfim! conhece algum empresário em Portugal - de dimensão - que funcione na base dos seus capitais?
"Enfim! conhece algum empresário em Portugal - de dimensão - que funcione na base dos seus capitais?"
ResponderEliminarEu conhecia...até ao PREC. Depois, deixei de conhecer.
E era sobre isto que precisava de escrever mais que duas ou três frases.
Aliás já tenho escrito por aqui, ao longo dos anos e é o que explica que o PREC tenha sido a causa do Estado a que chegamos...
José:
ResponderEliminarMande substituir o motor de arranque, porque a empurrão já lá não vai. E, estar estacionado ainda em 1975, é obra. A EMEL que esteja atenta!
Pois há quem não tenha saído do séc. XIX e parece-me ser o seu caso.
ResponderEliminarCarlos,
ResponderEliminar"Sobre Karl Marx e a sua teoria económica: qual o erro teórico que encontra na sua fundamentação?"
Muitos pensadores (distinguir de «intelectuais») encontraram muitos erros e insufici~encias na teoria de Karl Marx. Como a generalidade dos filosófos do século XVIII/XIX não é possível dissociar a teoria económica de Marx da totalidade da sua filosofia, é um todo abrangente.
Lacunas: no meu comentário anterior falei que Marx defendia que a sociedade comunista possibilitaria o exercício de diversas profissões em simultâneo, e o fim da divisão do trabalho que existia no sociedade industrial nascente, é isto exequível para a sobrevivência de uma sociedade com um elevado grau de desenvolvimento tecnológico? Não li a sua contra-argumentação.
Sobre as insuficiências da teoria económica de Marx havia muito a dizer, muitos pensadores já dissecaram bem essa teoria, aqui nos comentários só dá para aflorar superficialmente alguns aspectos.
ResponderEliminarLacunas: Marx defendia que "infra-estrutura" - vulgo economia - de uma sociedade influenciava de forma determinante a "superestrutura" (a mentalidade, e as ideias dos indíviduos), o denominado materialismo histórico. A ser verdade os humanos eram meras marionetas de forças independentes da vontade humana, portanto o Homem não possui qualquer capacidade para alterar o desenrolar da História, é um mero espectador. Não é um Deus imaterial que decide a História e o destino do Homem, mas sim forças económicas - "forças produtivas, relações de produção", termos do próprio Marx - existentes no mundo material que decidem o desenvolvimento humano. Concluindo: não foi o génio, a capacidade inventiva/criativa dos humanos que nos trouxeram aqui, mas sim o "modo de produção" económico de uma sociedade. Alguém com inteligência e capacidade lógica acredita nesta tese.
A teoria económica de Marx tem muitas coisas acertadas, mas sublinhe-se que uma parte substancial dessa teoria nem é oriunda dele, mas sim copiada da teoria de David Ricardo, sobretudo a "tese das mais-valias" e do rendimento decrescente dos lucros económicos - eficácia marginal do capital - da economia existente, que o fututo veio a provar estar errada em grande parte.
ResponderEliminarOutra parte da teoria económica de Marx é fortemente influenciada por Jean-Baptiste Say. Razão tinha Keynes quando comentou "Acabo de tentar ler velho Marx... sem encontrar nele mais do que chicanas ultrapassadas.
Karl Marx tinha genuínos e nobres sentimentos que despertaram no seu íntimo ao observar as graves condições humanas e sociais que o industrialismo estava a causar, mas a receita que ele propôs para acabar com esse injusto mundo estava errada.
Os 3 comentários anteriores em nome de um "Daniel Gonçalves", são de minha autoria, mas como estava num computador público, de acesso a diversas pessoas num local de trabalho, nem reparei que estava a escrever com outro perfil que não o meu.
ResponderEliminarCarlos,
ResponderEliminar"o resultado do PREC é consequência da ditadura, não?"
Não, o resultado do PREC é consequência da ideologia comunista que queria transformar a economia, e a sociedade, portuguesa e colocá-la rumo a uma sociedade socialista. E esta vontade utópica é independente do o regime anterior ser o Estado Novo, uma Monarquia, um regime demo-liberal, uma aristocracia ou qualquer outro regime. Pela sua lógica, se não tivesse existido o Estado Novo, esta vontade de rumar ao comunismo futuro (PREC) não existiria em Portugal. Falso, esta vontade continua a existir nos comunistas e diversos utópicos e não vivemos num regime semelhante ao Estado Novo.
Carlos,
ResponderEliminar"Enfim! conhece algum empresário em Portugal - de dimensão - que funcione na base dos seus capitais?" Américo Amorim, Salvador Caetano, o Alfredo da CUF eram bons exemplos, e alguns outros nomes menos sonantes, sendo que muitos já não estão vivos, e vinham de "outros tempos".
O que eu defendo, e defendia no meu comentário anterior, é que um regime político perverso - procurando dirigir e controlar totalmente o rumo da economia - como aquele que temos actualmente e que a Esquerda sustenta origina empresários corruptos e encostados às benesses do Estado. Cessando os efeitos e causas nefastas desse regime político a possibilidade de existência de empresários "chulos" acaba em grande parte, mas para isso é preciso existir um sistema económico independente da vontade estatal.
Carlos, desculpar-me-á mas dou toda a razão ao que José vem defendendo quanto ao assunto em debate.
ResponderEliminarEu vivi no anterior regime já com idade adulta o tempo suficiente para conseguir separar as águas. Ou seja, sei o que de mau existia no dito regime e o que de bom ele possuía. E se posso ser sincera, este em que nos encontramos é em grande parte muito pior, repito, muito pior relativamente ao anterior. Perguntar-me-á em quê, exactamente? Pois eu digo-lhe: excluindo a economia que ficou totalmente destruída com o PREC, o que de per si tratou-se de um crime de lesa-pátria indesculpável seja qual for o ângulo pelo qual possa ser observado, temos as seguintes virtualidades para sempre indissociáveis do Regime do Estado Novo que mais não fora o colocam a anos-luz deste:
- não havia mega-corrupção a nível do Estado;
- não havia violência nem crime organizado, este financiado e incentivado pelo poder instituído;
- não havia redes de pedofilia, nem de droga, nem tráfico de mulheres e crianças e de orgãos, nem redes criminosas treinadas e exclusivamente direccionadas para o assalto diário a Bancos, ourivesarias, casas particulares, roubos/puxões a transeuntes, roubos d'automóveis aos milhares anualmente, assaltos a casas particulares diàriamente, etc., cujas brutas 'receitas' vão direitinhas para fora do País parar às mãos de receptadores que por sua vez estão conluiados com criminosos estreitamente ligados a políticos no activo de todas as democracias do mundo. Tudo engendrado secretamente pelas seitas mundiais conhecidas com a colaboração de agentes no terreno ligados à política e sàbiamente executado por profissionais experientes e à medida, está claríssimo.
(Se dúvidas houver atente-se nos roubos e assaltos monumentais que estão sempre a acontecer nas democracias mais antigas e então nas 'democracias' mais recentes ne é bom falar..., estas (como de resto as outras) introduzidas nos países à lei da bomba e da imediata e prioritária execução dos respectivos dirigentes, acto este essencial para facilitar os saques de muitos milhares de antiguidades sem preço (Iraque, Afganistão, Egipto, etc.) e de obras d'arte insubstituíveis).
O golpe de Estado/25 de Abril teve como fim específico levar 'altruìsticamente' a democracia aos povos 'oprimidos' dos nossos Territórios Ultramarinos, libertando-os em simultâneo do 'tenebroso jugo fascista' e foi no que deu.
As revoluções democráticas fictícias que vão surgindo aqui e ali, causando milhões de mortos no Oriente próximo e médio e no Norte d'África as celebérrimas primaveras árabes provocando outros tantos mortos e a destruição completa de cidades inteiras em todos eles, senão mesmo os países por completo, começam evidentemente por eliminar os respectivos dirigentes para ter capo livre e poder manobrar à vontade. A finalidade primeira e última das revoluções pré-fabricadas é de todos conhecida.
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José, sobre estes assuntos e outros correlacionados, é opinião unânime de que o golpe d'Abril - imediata e criminosamente aproveitado pelos comunistas e extremistas de todos os matizes - foi o motivo principal para a entrega do Ultramar Português à União Soviética (com o acordo tácito òbviamente do governo norte-americano, que não curiosamente, com ou sem revoluções ou guerras civis, nunca abandonou o Enclave de Cabinda e muito menos a exploração do respectivo petróleo...) por interpostos grupos comunistas colocados a esmo no terreno.
Esta é a minha opinião, mas também e sensìvelmente a mesma de D. Francisco Van Uden que estava em Moçambique aquando do 25/4 e portanto sabe da poda. Vale a pena ler a belíssima e esclarecedora entrevista que deu a Maria Menezes já vão já alguns anos e cuja ligação foi aqui deixada há dias (e muito bem) por um ilustre comentador desta Casa, creio que Miguel Dias a quem felicito pela ideia oportuna.
"Eu conhecia...até ao PREC. Depois, deixei de conhecer."
ResponderEliminarEnfim...é, e será sempre o seu PREConceito!
Em forma de guião para BD, ao estilo José:
48 anos de bons rapazes, cheios de boas intenções, mas que não tiveram tempo de serem compreendidos pela sociedade e por isso caíram de podre(ditadura).
Depois, uma revolução com pouco sangue, e onde um conjunto de heróis/resistentes que por aqui espumam ao teclado, estiveram acantonados nos "alfaites" borraditos de medo por poderem vir a ser comidos ao pequeno almoço.
A seguir, o PREC - 8 meses (Março/Novembro 1975), e de onde nunca mais saímos. Entretanto, andamos a ensaiar a saída do dito PREC e o país tem sido saqueado por um bando de dinâmicos empresários e sua elite politica de serviço. O resto, é conversa!
(continua)
"Américo Amorim, Salvador Caetano, o Alfredo da CUF"
ResponderEliminarMiguel Dias:
Deixe-me cantar Jorge Palma: "deixe-me rir..."
O Senhor não é de cá, pois não?permita-me com reserva, separar O Alfredo.
Quanto a Karl Marx:
Reconheço-lhe vontade/conhecimento e honestidade, pela forma como coloca as suas questões. Mas, como diria o homem do PREConceito, não é possível em duas frases debater tão profundo e interessante tema. Julgo no entanto, e que no essencial das vias em confronto (teorias económicas), estamos no mesmo ponto e conclusões - parece-me!?
Oh srª Maria,
Deixe o defunto em repouso. E, à justiça divina o que é da justiça divina. Não queira transformar um caso de justiça "divina" em meros casos sentimentais bolorentos.
Carlos, (por favor trate-me por Maria - srª. Maria era como tratávamos lá em casa a nossa mulher a dias:)
ResponderEliminarNão posso ir contra as suas convicções políticas, tem todo o direito a elas..., ademais não propangandeiam os democratas à exaustão que foi também com essa finalidade que se fez a revolução?
Para que o Carlos não fique com uma ideia errada relativamente ao meu pensamento político e as razões pelas quais defendo o anterior regime com todas as letras (claramente expostas no meu comentário acima), digo-lhe que fui educada em ambiente republicano por parte do Pai e monárquico pelo lado da nossa Mãe. Pai que não gostava mesmo nada do Estado Novo nem do Presidente do Conselho e de Mãe monárquica e de toda a sua família, que, não se pronunciando embora sobre o regime, sei que apreciava o Estadista e sei também que os meus Avós, seus Pais, o apoiavam incondicionalmente.
Pelo que vê, tenho influências políticas fortes de ambas as ideologias. Não me posso subtrair a elas. Isto para dizer que, por influência paterna, podia perfeitamente defender à outrance o regime democrático (o que aliás, frise-se, fiz desde o 25/4 até Novembro de 2002, altura em que por fim cheguei à conclusão - e à tremenda desilusão - e sem margem para qualquer dúvida do que a casa gastava), mas tornou-se-me impossível fazê-lo a partir d'então em virtude dos crimes políticos e outros crimes graves tendo como origem a classe política ao mais alto nível.
Como é que uma pessoa pode confiar e apoiar um regime que produz políticos do mais baixo nível pessoal e político, autores confessos dos mais graves crimes contra a Pátria e de outros igualmente gravíssimos, sobretudo se essa pessoa é possuidora de uma educação e de uma formação moral que a faz abominar e repelir por completo qualquer tipo de traição à Pátria a par de uma total desonestidade política? É-lhe simplesmente impossível. É o meu caso.
Escusado será dizer que o Carlos tem todo o direito a defender a sua tese. Mas também deve aceitar de bom grado quem possa ter opinião diversa consequência de uma razão lògicamente oposta.
Eu, por acaso, acho que o Carlos até toca num ponto que tem lógica.
ResponderEliminarEu diria que o que observamos não é consequência do PREC tanto quanto é consequência daquilo que também permitiu que houvesse o PREC.
Ou seja, uns tantos bandalhos decidiram sacrificar tudo quanto havia para levar a sua avante. A bandidagem oportunista disputou os restos. Durante uns tempos ganharam uns, depois impuseram-se os outros. Ou, de outra perspectiva, conseguiram todos encontrar uma relação simbiótica, engolindo uns sapos aqui e ali.
Quanto a Marx, tem uma falha essencial (propositada, na minha opinião), que é a de não distinguir entre o capitalista industrial e o capitalista especulador.
ResponderEliminarO capitalista industrial tem um interesse comum com o trabalhador. O especulador, do qual ambos dependem, não.
O único a que verdadeiramente se aplica a teoria marxista é ao segundo.