No dia 25 de Abril de 1974 durante a manhã, o Diário de Notícias nada sabia de concreto a não ser que havia uma movimentação de tropas que já se fazia anunciar no Rádio Clube Português como um Movimento das Forças Armadas. E pelos vistos era mesmo. De todas...e com todos os comandos associados e já em festa. Como já escrevi, durante essa manhã, a tropa portuguesa decidiu fazer um levantamento de rancho e fez coro com os primeiros a bater nos pratos com os talheres. O ruído ouviu-se em Portugal inteiro mas nunca se afirmou tal coisa publicamente. É segredo...
Nessa altura ainda se temia o golpe "dos ultras", ou seja, de um hipotético Kaúlza de Arriaga, guerreiro ímpar em Moçambique e patriota de gema.
Kaúlza tem sido uma espécie de desejado póstumo para alguns líricos das epopeias em fraldas de camisa. Ele e o então presidente da República poderiam ter sido os salvadores da Pátria e não foram porque, hélas!, não lhes deixaram ser o que o futuro lhes tinha reservado.
Infelizmente a fantasia de alguns é a frustração do Desejado e por isso o melhor seria descerem à realidade que o próprio Kaúlza contou em tempos no livro que publicou em 1987- "Guerra e Política, em nome da verdade os anos decisivos".
Kaúlza nesse dia fatídico nem saiu de casa. Aliás esteve sempre em casa a partir daí e até ao 28 de Setembro, altura em que o comunismo militar do COPCON o foi buscar porque era "fascista".
Ele que assegura que após o pedido de demissão de Marcello Caetano, na sequência de publicação do livro de Spínola, poderia ter sido presidente do Conselho e talvez tivesse evitado o golpe, não o chegou a ser porque o presidente Tomás "hesitou" e não o nomeou.
Sobre o presidente Tomás não vale a pena gastar muitos caracteres. Nesse dia esteve em casa e à espera que o fossem buscar para o exílio. E lá foi. Sem um ai.
Dali a meses os jornais progressistas publicavam alguns excertos das suas obras magnas. Honra que muito poucos mais tiveram...
E assim se perdeu a oportunidade de salvação do país. Marcello, esse renegado, estragou tudo com a d. inércia à ilharga e faltou-nos essa experiência fantástica de termos um presidente de Conselho como Kaúlza a tentar edificar as novas bases do Estado, salvíficas e redentoras.
Ele o escreveu: " E talvez tivesse também realmente conseguido mudanças que, mantendo a estrutura nacional, conduzissem a uma liberalização fecunda, a um mais autêntico Estado de Direito, a mais verdadeira justiça social, a mais eficaz sistema económico, e, fundamentalmentem ao sucesso das lutas em África".
Talvez. de facto. Estes desideratos asssim expostos lembram os dos programas de qualquer partido, o que prova á saciedade que seria um magnífico político, mesmo nos dias de hoje. O pior, no entanto, é o uso que faz das vírgulas.
Por mim, acho mesmo que foi esse o principal problema de Kaúlza: não sabia usar as vírgulas...
Quanto aos líricos que apostam postumamente na sua canonização como putativo salvador da Pátria, reconheço ao menos essa qualidade: sabem usar as vírgulas. Os argumentos, nem tanto...
muitos militares pretendiam o primo do Zeca Carnide para PM
ResponderEliminarinfelizmente morreu com Alzheimer
vi-o pela última vez em 77 na Pr de Londres com o Meu Amigo Repas, do MIRN
mas 0 'cabeça de vaca' não o nomeou
'xico rolha' e o 'gajo do caco' faziam o seu jogo (deles unicamente)
o mal está feito
nunca se saberá o que se passou
muito menos o que teria sido melhor
"Não sabia usar as vírgulas"
ResponderEliminarAHAHAHAHAHAH
Continuem que estas catilinárias são deliciosas.
Impressionante- o Kaulza escrevia e pensava com os pés
ResponderEliminar":O))))))
José,
ResponderEliminarNem Marcello, nem Thomaz, nem Kaúlza, nem ninguém, tiveram responsabilidades maiores no que sucedeu a Portugal no pós-salazarismo e na Revolução. Quem as teve foi mesmo o Salazar, o único - como Franco fez - que poderia ter encontrado uma solução para a evolução do regime que ele criou e geriu durante quarenta anos. Nenhum sucessor duma coisa destas teria capacidade para fazer melhor num quadro de continuidade do regime, sem uma ruptura radical, como veio a acontecer. O regime estava politicamente fora do mundo ocidental, a guerra em África desgastava a moral do exército que não via ninguém a tentar solucioná-la por outra via que não a militar, que por si demonstrara-se incapaz de uma solução cabal, os herdeiros de Salazar divididos em incontáveis tribos rivais, o Thomaz a ameaçar o Caetano, etc.. Não era possível, como o não foi em país algum com um poder autocrático tão prolongado no tempo. Só Salazar poderia ter imposto uma solução, mas o seu vício do poder não permitiu que o tenha feito. Foi pena, mas foi assim.
"Impressionante- o Kaulza escrevia e pensava com os pés"
ResponderEliminarPor isso mesmo o Tomás "hesitou". Tomás não era tão mentecapto como o pintam.
Era apenas mais um português casado com a d. Gertrudes.
Agora temos um Aníbal casado com a d.Maria e que manda nele como os antigos carreteiros no bois que guiavam.
ResponderEliminarNenhum deles era mentecapto, e o Thomaz foi, de resto, um excelente ministro da marinha. Todavia, a tarefa não era para homens comuns, nem de excepção (espécie que cada vez mais me convenço não existir verdadeiramente), porque não era exequível a partir do momento em que Salazar sai do jogo.
ResponderEliminarLá vem a mesma cantiga.
ResponderEliminarQual era a solução? O senhor sabe? Se sabe, faça o favor de dizer. Sabe dizer, concretamente, qual era essa solução que toda a gente critica o não se ter encontrado? É que quem ouvir pensa que é óbvia...
Huumnmm...acho que pode ter alguma parte de verdade, tal hipótese teórica, mas ainda assim seria preciso analisar o que foi o tempo de Salazar e os verdadeiros valores que se veiculavam na sociedade.
ResponderEliminarE não eram apenas valores do próprio Salazarismo mas de outras entidades, como a Igreja Católica.
A mutação de tais valores é que provocou a queda do regime, no meu entender.
E para se modificarem houve concurso de certos e determinados percursores.
É sobre isso que vou tentar escrever para perceber melhor.
Em primeiro lugar elencar a essência do pensamento de Salazar sobre o nosso país nos anos 50 e 60. E depois como é que as coisas se modificaram e Salazar ficou a ver navios.
Acabei de ler o livro de Nuno Vasco ( PS) e Óscar Cardoso ( antigo inspector da PIDE/DGS) chamado A bem da Nação e publicado em 1998.
ResponderEliminarO que Óscar Cardoso escreve ajuda a perceber a mutação.
E quanto ao vício de poder de Salazar e à solução que devia ter imposto, bom, quer dizer: critica-se o homem por ser ditador, e depois critica-se por o não ter sido que chegasse...
ResponderEliminarSalazar não tinha que impor coisíssima nenhuma. Fazê-lo seria o descrédito total de quanto se esforçou para erguer e de quanto trabalho realizou.
A Constituição - sufragada, note-se bem - previa perfeitamente a circunstância. Tanto previa que a coisa correu tranquilamente.
Já vos não incomoda que o ditador o seja quando se trata de impor o que vos convém ou agrada...
É democracia e liberalismo de geometria variável...
Salazar conseguiu ser autoritário enquanto tal foi possível.
ResponderEliminarA França teve o mesmo problema com De Gaulle que também era um autoritário. A partir de meados dos anos sessenta as coisas mudaram na Europa e na América.
De Gaulle foi remetido para Colombay, a sua terra natal, depois de ter governado a França nos anos gloriosos do desenvolvimento.
E foi afastado por causa do autoritarismo e conservadorismo.
Tal e qual o que sucedia com Salazar.
O tempo de Salazar acabou com a sua decadência, logo em 1968.
E Salazar nunca poderia ter refeito o país se tivesse melhorado ou não tivesse caído da cadeira e provocado o hematoma subdural.
Já não teria capacidade porque o que tem de ser tem muita força.
Ou então teria que fechar o país como o fazem a Coreia do Norte, hoje em dia.
Bom, vamos lá a veR: minguém chamou "ditador" ao Salazar nos comentários acima. Autocrata, era-o certamente. Anti-democrata, também o era, sem dúvida. Quanto ao mais, dirigiu um regime cuja legitimidade residia na força do exército que várias vezes o ameaçou derrubar. Não o fez devido a diferentes circunstâncias conforme os casos, a partir de 61 devido ao esforço de guerra, mas era, de facto, no exército que residia a força do regime e de Salazar, e não na Igreja, que politicamente Salazar sempre instrumentalizou conforme as suas conveniências.
ResponderEliminarQuanto à "solução", mas também era o que mais faltava que me coubesse a mim dizê-la. Quem arranja o sarilho que arranje a solução. E o sarilho aqui foi dar um nó-cego ao país e ao ultramar, que só pela violência se desatou. Ponham os olhos no Franco e percebam o que poderia ter acontecido. E não venham com a guerra de África, porque a fragilidade da Espanha era pelo menos tão problemática quanto o problema ultramarino.
E por último: sim, por mais talentoso e brilhante que se seja é sempre uma falta de educação, que só o vício do jogo pode explicar, estar-se quarenta anos sozinho num poder, qualquer que ele seja.
O Franco esteve do poder muitos anos também, num exercício autoritário e isolado, com exclusão da esquerda comunista e socialista.
ResponderEliminarE só passou o poder com suavidade porque houve uma entidade que foi reconhecida por todos como legítima: o rei. E a moderação socialdemocrata que se seguiu poderia ter sido alterada pelo golpe frustrado do Tejero e do exército espanhol descontente com o "liberalismo".
Arranjou uma solução. Excelente, por sinal. O Salazar poderia ter feito parecido, ou, se não antevisse solução, deixado o poder mais cedo a quem a quisesse procurar. Simple as that.
ResponderEliminarSalazar saiu quando devia sair, no tempo certo. Em 1968 Marcello Caetano procurou liberalizar o país e isso foi bom, não foi mau e não foi a razão directa do 25A.
ResponderEliminarO país seguia bem e poderia continuar mais uns bons anos, em 1974.
O que estragou tudo foi a impaciência com a guerra e a questão comezinha e corportativa das Forças Armadas que fizeram o golpe sem saber como nem para quê, porque se deixaram enrolar pela esquerda comunista e socialista em dois tempos.
E eram precisamenre essas forças que Marcello Caetano e Salazar tinham combatido acima de tudo e com muita razão.
A questão é saber porque razão as pessoas não aprenderam o que eles diziam do socialismo e comunismo.
Quem nos estragou o futuro foi o socialismo e o comunismo e quem neles votou ao longo dos anos.
'Francisco Franco Bahamonde, assassino!'
ResponderEliminarassim começavam as charlas da Rádio Moscovo
Franco soube escolher um herdeiro à sua altura
não se meteu em guerras asiáticas e africanas
a decadência do regime começa com a queda de Goa
têm o seu máximo pico em 61 com a guerra de Angola, o episódio Botelho Moniz e a escolha fatídica do 'xico rolha'
a queda da cadeira foi a queda do regime
os estilhaços furaram-nos 'de lado a lado', como o 'menino' de Pessoa
por mim nunca soube qual a solução, muito menos o que ia acontecer.
embora esperasse o pior
quando ouvi a notícia da queda
exclamei para mim próprio
'támos fudidos!'
não falo de alcunhas e dichotes por concordar com eles, mas para mostrar o que se dizia
ResponderEliminarepisódios importantes pela discórdia existiram entre o PM e o PR Craveiro
criaram dissidências insanáveis
criticara MC quando da crise universitária dos anos 60
muitos deles são incorporados nas fileiras do levantamento do rancho
“No dia 25 de Abril de 1974 durante a manhã, o Diário de Notícias nada sabia de concreto a não ser que havia uma movimentação de tropas que já se fazia anunciar no Rádio Clube Português como um Movimento das Forças Armadas. E pelos vistos era mesmo. De todas...e com todos os comandos associados e já em festa.”
ResponderEliminarEste “já em festa” dá a ideia que todos os militares sabiam, logo pela manhã, que o golpe teria êxito.
A ideia que nos ficou (refiro-me aos meus familiares, por isso, este é o meu modo de ler os “acontecimentos”) é que os golpistas não tinham um plano, nem armas, nem homens, nem competência para fazer vingar golpe algum e deriva daí o sei êxito. A esmagadora maioria dos militares não adere ao golpe nem tenta opor-se-lhe (porque também não é preciso), fica em casa a gozar a cena ou vai para o café contar piadas. A DGS faz exactamente o mesmo. Poucos são os destacados para acabar com a palhaçada e não o tentam, uns porque estão dependentes da ordem superior que não chega (aqui, a culpa principal atribuo-a a Tomaz) e outros porque não querem ser os primeiros a disparar dada a brutal diferença de meios.
A “festa” para a populaça (rapidamente mobilizada pela esquerda, numa tentativa desesperada de evitar a reacção dos fieis ao regime) começa quando vê o tempo a passar e ninguém a acabar com os palermas que brincavam aos golpes. Com o cerco de Marcello, a “festa” ganha animação e o Carmo enche. Quando se percebe que Marcello não quer fugir nem acabar com os revoltosos, o grosso da populaça muda de camisola, o governo quer cair (aqui sim, é Marcello o grande responsável).
Só ao fim da tarde, quando as forças que cercam os revoltosos vão para casa e Marcello sai no chaimite e sai o Decreto de extinção da DGS é que a esmagadora maioria dos militares percebe que algo correu mal. Os homens da DGS acordam para a realidade e começam a pensar em resistir.
A Força Aérea não aderiu ao MFA e, durante o dia, vários aviões municiados e com a respectiva tripulação estiveram disponíveis para atacar os revoltosos (pelo menos era o que diziam alguns dos homens de prevenção). Creio que é próprio Kaúlza que diz (não me recordo onde o li) que ligou (também não me recordo se para Marcelo, para o Chefe de Estado ou para o Estado-Maior) a pedir, já tarde dentro, autorização para esmagar a rebelião.
«Nessa altura ainda se temia o golpe "dos ultras"»
ResponderEliminarAcho que para muita gente o golpe da direita parecia inevitável (acho que até Marcello o sabia) por vários motivos, daí esta tentativa, desesperada, de antecipação por parte do MFA.
“Kaúlza nesse dia fatídico nem saiu de casa.”
ResponderEliminarDe manhã, deve ter estado (como a maioria) a gozar a cena. Depois terá acordado, mas rapidamente deve ter percebido que os líderes do regime queriam sair.
“Sobre o presidente Tomás não vale a pena gastar muitos caracteres. Nesse dia esteve em casa e à espera que o fossem buscar para o exílio. E lá foi. Sem um ai.”
ResponderEliminarMarcello fez o mesmo. Com duas diferenças: a Tomás ninguém atribuía importância, nem os palermas golpistas, que nem se lembraram dele; e Tomás, se lhe cercassem a casa, não tinha como se defender, Marcello, cercado no Carmo, tinha mais duas alternativas, sair dali ou acabar com os revoltosos, mas também optou pelo exílio.
“Por mim, acho mesmo que foi esse o principal problema de Kaúlza: não sabia usar as vírgulas...”
ResponderEliminarAh, ah, ah.
Não sei se era o homem certo para liderar o Governo, talvez a chefia das forças armadas ou a Presidência da República.
Também não sei se evitaria o golpe, mas acredito que a coluna de Maia dificilmente chegaria às portagens de Alverca.
Ah, ah, ah. Tem graça a senhora do Spínola a dizer (ao DN) que soube da revolta pelo Rádio Clube Português. Se tivesse ido à janela teria visto a casa “protegida” desde as 4 da manhã por uma dezena de “caramelos” de Cavalaria 5. Foi a primeira acção visível dos revoltosos, a anteceder a ocupação dos estúdios do RCP.
ResponderEliminar"o governo quer cair (aqui sim, é Marcello o grande responsável)."
ResponderEliminarO Marcello não tinha feitio de mártir nem tal se lhe pedia. Por outro lado, iria fazer o quê, sem qualquer força disponível, com tudo já controlado, mormente as comunicações? Dar com a cabeça na parede?
É irrealista pensar que Marcello poderia ter contido o golpe.
Nem Kaúlza o fez apesar de saber desde o dia anterior que se preparavam movimentações de tropas suspeitas.
E explica porquê, no seu livro:
todos desistiram. Kaúlza também desistiu, é bom que se diga.
E então sobra a evidência: ninguém, mesmo ninguém, a não ser uns dquijotes de ocasião se atravessou no caminho dos capitães revoltosos.
NINGUÉM! Foi o que disse o Romeiro...
E outra ainda: todos se aliaram no levantamente do rancho. E é mais uma vez Kaúlza que explica: o 25A foi uma fatalidade.
ResponderEliminarÉ isso mesmo que tenho escrito: o vento da História que é um eufemismo para designar o porvir incerto soprava todo para ali e não havia anti-ciclone.
Mais: o kaulza diz que tinha militares preparados para reagirem ao golpe e nem esses fizeram nada.
ResponderEliminarE diz que pensava que outros estariam do lado da resistência quando afinal também tinham aderido aos revoltosos.
O que o Kaulza diz, por outras palavras, é literalmente o diagnóstico do José- foi levantamento de rancho geral.
Essa do Franco não se ter metido em guerras de África ou Ásia também tem a sua piada- já não tinham lá nada!
ResponderEliminarhttp://gyazo.com/30a0796b042f3ec364378a54bbb030d6
ResponderEliminar«E foi pena, blá, blá»
Ou seja- todos queriam um levantamento de rancho por arrivismo.
E ele até diz que o que os revoltosos apresentaram nem era mau. No dia 26.
Outra coisa- isso do golpe militar da "Direita"; dso "ultras", se era o do "facista" Kaúlza, então alguém que encontre uma diferença notória do programa do MFA:
ResponderEliminarhttp://gyazo.com/dbfbddb0c3e8f3b4ea8018f355f79771
Como o José disse, isto é paleio de tanga de qualquer candidato ao poleiro de hoje em dia-
ResponderEliminarhttp://gyazo.com/dbfbddb0c3e8f3b4ea8018f355f79771
Uns chavões redondinhos de treta progressista.
Os discusos de Thomaz eram maravilhosos.
ResponderEliminarHumor involuntário - mas eficaz.
Não há quem lhes resista.
O Temível já tem aqui para o almoço de hoje e amanhã...
ResponderEliminarCara Zazie
ResponderEliminarainda não li os jornais, mas penso que Ceuta e Melilla ainda pertencem à, por enquanto, Espanha
Franco tinha a Guarda Moura, como guarda pretoriana
o alzamiento nacional começa em Marrocos com a saída de Franco das Canárias em avião não identificado
da Net
O envolvimento directo de Salazar (e da ditadura de que foi o máximo expoente) no golpe militar de 17 de Julho de 1936 contra a IIª República espanhola tem sido minimizado pela historiografia oficial, alegadamente por falta de provas documentais. Contudo, uma análise dos factos conhecidos, refrescados pela divulgação recente das reuniões mantidas pelo ditador, no próprio dia do golpe, às 22:45, com Ricardo Espírito Santo, presidente do BES, o banco que desempenharia um papel fundamental no financiamento da sublevação fascista, e, no dia seguinte, 18 de Julho, com o chefe dos conspiradores, exilado em Portugal, General Sanjurjo, tornam evidente esta implicação.
É um autêntico ovo da Páscoa. Recheadinho de todo...
ResponderEliminarehehehhe
ResponderEliminarPois é. Eu não sabia disto.
..............
Floribundus- acha que Espanha ia ter uma guerra por causa de Ceuta, quando independentismos internos não lhes faltam?
Nós tínhamos um Império. Ponto.
Não foi inventado pelo Estado Novo nem foi guerra idiota em que o Estado Novo, por sua iniciativa besta, se tenha metido.
Os internacionalismos são todos iguais- acham uma cretinice defender fronteiras sempre para as incluir em domínios maiores.
ResponderEliminarCara Zazie
ResponderEliminara Espanha tornou-se um país tão imprevisivel que leio diariamente o El Pais para saber o que acontece
a conterência de Berlim
Conferência de Berlim foi realizada entre 19 de novembro de 1884 e 26 de fevereiro de 1885, e teve como objetivo organizar, na forma de regras, a ocupação de África pelas potências coloniais e resultou numa divisão que não respeitou, nem a história, nem as relações étnicas e mesmo familiares dos povos desse continente em causa.
O congresso foi proposto por Portugal e organizado pelo Chanceler Otto von Bismarck da Alemanha, assim como participaram ainda a Grã-Bretanha, França, Espanha, Itália, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Estados Unidos, Suécia, Áustria-Hungria, Império Otomano.
O Império Alemão, país anfitrião, não possuía colônias na África, mas, tinha esse desejo e viu-o satisfeito, passando a administrar o “Sudoeste Africano” (atual Namíbia) e o Tanganhica; os Estados Unidos possuíam uma colônia na África, a Libéria
Guiné Espanhola foi uma colônia africana da Espanha, juntamente com o Protetorado Espanhol do Marrocos e o Saara Espanhol. Localizada no Golfo da Guiné, converteu-se em uma nação independente, denominada Guiné Equatorial, em 1968.
actualmente na CPLP
Sim, foi isso, com o qual nada temos.
ResponderEliminarOs bismerkados da Namíbia, onde treinaram a eugenia, antes do nazismo, bem podem limpar as mãos à parede. E os ingleses, idem.
A dita Guiné foi explorada por Nuno Tristão em 1446.
Os espanhóis foram para lá no séc. XVIII.
os franceses no séc. XIX.
E depois dizem que nós, os que navegámos e descobrimos mundos, é que fomos os porcos colonialistas.
Era bom que essa treta de palavra "colonialismo"- despejada a despropósito contra os portugueses pelos únicos que abocanharam e colonizaram, acabasse de vez.
ResponderEliminarOs cabrões democratas fizeram-na da boa e ainda conseguiram sacar dividendos.
ResponderEliminarNós, como fomos os afoitos navegadores, que descobrimos a ligação marítimas entre continentes, é que ainda apanhamos com a má-fama e falta de "pragmatismo".
Lições de democracia dadas por esses saqueadores hipócritas, passo.
E nisso, sim, entendo o Dragão.
ResponderEliminarÉ uma grande cretinice todo o paleio estrangeirado contra o nosso Império.
Vindo sempre de onde vem e com a boa da alternativa do saque independente, sem gastos de desenvolvimento.
Dos iberistas aos liberotontos, a cantiga é sempre a mesma e a aldrabice também.
E sim- há vergonhas nessas colonizações.
ResponderEliminarDos franceses no Haiti, aos ingleses pelo ópio ou contra os boers ou na América, dos alemães no genocídio da Namíbia ou dos espanhóis nas Américas, não faltam vergonhas históricas e chacinas.
Ora foi daí, desses mesmos, que nasceu o progressismo para acabar com o que restava e já não era de nenhum deles.
Com a agravante de até andarem entretidos em regressos de influências imperiais cá dentro e entrepostos lá fora (tal como andam, alegremente, sem problemas de apontar dedo, porque é o mercado a funcionar ou exportação de democracia.
dirigiu um regime cuja legitimidade residia na força do exército
ResponderEliminarAh sim? E a legitimidade deste, reside onde? Nas eleições em que mais de metade não vota?
Ou será que a legitimidade reside em Bruxelas ou Berlim?
E, porém, a Constituição dele foi sufragada. Esta, ninguém achou por bem fazê-lo. Seria para não terem que intrujar o sufrágio?
As pessoas que fizeram esta transição e se saem com estes argumentos fazem-me lembrar os jogadores de poquér que não largam a jogada devido ao quanto já apostaram. Não se lembram que é o que ainda não apostaram e o que podem vir a ganhar que importa.
Imaginam que este regime é muito mais legítimo do que o outro, quando, na realidade, a frio, não é. Lá porque lhe chamam democracia e por ser o "pote" para o qual muitos democratas apostaram, não faz disto nem legitimo nem boa aposta.
A 2ª República era tão ou mais legítima quanto esta. Até era mais porque ao menos, mal ou bem, tinha a decência de tentar obter uma manifestação de apoio por parte das pessoas como foi o caso com a constituição.
Portanto, a terceira república impôs, à força, uma trampa de constituição que para além de estrangeirada, é atamancada e assucatada. É a imagem de quem a fez e impôs.
Tem tanta legitimidade como uma poia numa sala de estar.
Quanto a soluções, fico descansado por constatar que, afinal, a solução continua a monte e com paradeiro incerto.
ResponderEliminarMas então, se calhar, visto que ninguém a encontra, talvez fosse de elementar decoro evitar criticar os outros por serem cegos àquilo que nós próprios não vemos...
Quanto a Espanha, quanto tempo durou a questão da ETA (partindo do princípio duvidoso de que está encerrada)? Agora imagine-se uma em cada região autónoma, armadas por estrangeiros.
Se calhar o Franco era capaz de vir obter uma segunda opinião ou umas dicas a Badajoz, penso eu de que...
Deixei aqui um comentário que (talvez devido à extensão) sumiu. Vou coloca-lo de novo, em suaves prestações.
ResponderEliminar“O Marcello não tinha feitio de mártir nem tal se lhe pedia.”
ResponderEliminarNão sei se tinha feitio ou não, mas acho que, em último recurso, isso lhe era exigido. Mas não me parece que esse martírio fosse, de todo, necessário.
“Por outro lado, iria fazer o quê.”
ResponderEliminarPara mim, a melhor solução era sair pela porta “do fundo”, como fizeram os ministros que estavam no Ministério do Exército (e a DGS até tinha gente para o acompanhar à porta, não fosse o homem perder-se nos corredores) e esperar o passo seguinte dos revoltosos. Eram eles que queriam derrubar o Governo, competia-lhes encontrar alguém do Governo disposto a ser “derrubado”.
“sem qualquer força disponível, com tudo já controlado, mormente as comunicações”
ResponderEliminarNas comunicações, os revoltosos controlavam “apenas” os estúdios do RCP, Emissora Nacional e RTP. Nem as antenas das rádios nem as da televisão aguentavam (de pé) a noite se Marcello se retirasse do Carmo.
Quanto às forças disponíveis, é-me difícil opinar porque não conheço (em pormenor) a totalidade das forças dos revoltosos (ainda menos a totalidade dos resistentes e muitos só decidem de que lado estão depois de ser possível "contar as espingardas" de ambos os lados e isso nunca o foi porque nunca foi dada ordem para neutralizar os revoltosos) mas sei quanto valia a força da EPC; encurralados no Largo do Carmo e sem protecção não seria fácil a muitos não serem neutralizados pelo helicanhão que os sobrevoava continuamente. Mas convém não esquecermos que o Carmo albergava um esquadrão da GNR, protegido pelas muralhas do quartel, uma força muito superior àquela de que dispunha Salgueiro Maia, "entalado" no Largo. Ele diz que, antes de entrar no quartel para pedir a rendição de Marcello, disse às tropas (para amedrontar quem estava dentro) que se não voltasse em 15 minutos arrasassem o quartel, mas o correcto deveria ser, se eu não voltar em 15 minutos, comecem a rezar e não façam mais nada, é a única e ténue hipótese que têm de sobreviver.
“É irrealista pensar que Marcello poderia ter contido o golpe.”
ResponderEliminarO Marcello sim, até porque não sei se sabia disparar uma arma; a menos que fosse capaz de tirar as cavilhas a algumas granadas e atirá-las pela janela. Não saindo dali, conter o golpe passaria por dar ordem, à GNR, para abrir fogo e mesmo isso só garantiria a neutralização da força de Salgueiro Maia, não todos os golpistas. Por isso, repito que me parece que a melhor solução era ele sair do quartel, como lhe foi sugerido pela DGS.
O Maia, sem o dizer abertamente, dá a ideia que, se Marcello não se quisesse render, voltavam para Santarém (diz que talvez a tiro conseguissem abrir caminho para escapar do largo) e iam cortar a linha de comboio Lisboa-Porto e a Estrada Nacional 1, e chegados a Santarém organizaram a resistência. Mas tenho sérias dúvidas que, se Marcello não se rendesse, conseguissem sair do Carmo, até porque já era mais de meia tarde e ainda demorariam algum tempo a perceber que Marcello já não estava no quartel, tal como demoraram a perceber a fuga na Praça do Comércio).
“Nem Kaúlza o fez apesar de saber desde o dia anterior que se preparavam movimentações de tropas suspeitas.”
ResponderEliminarLi algures uma “teoria da conspiração” que justifica a “inacção” da DGS, durante a manhã, por ter a lista de revoltosos incompleta e, por isso, terão andado toda a manhã “a passear” tentando completar a lista. Segundo esta esta “teoria”, a teimosia de Marcello (em se render) terá estragado tudo. Não sei se havia ou não coordenação entre a DGS e Kaúlza.
Era óbvio que já muita gente sabia, porque quando Maia chega à Praça do Comércio está lá uma razoável força da Polícia de Choque “a controlar o trânsito” que ainda mal existia e umas escassas centenas de metros a Oeste largas dezenas de homens de Lanceiros 2 fortemente armados (ainda que com equipamento de infantaria) já tinham ocupado posições.
“Kaúlza também desistiu, é bom que se diga.”
ResponderEliminarA questão é: Kaúlza desistiu antes ou depois de saber que Marcello queria render-se. Kaúla justifica-se de forma disparatada, diz que lhe disseram que os homens que comandavam a “sua” força se tinham rendido, mas que afinal eles aguardaram, até tarde, ordens para responder ao golpe. Suponho que o helicanhão integrasse essa força e este só se foi embora depois da força liderada por Junqueira dos Reis ter levantado o cerco aos revoltosos devido à rendição de Marcello.
"A questão é: Kaúlza desistiu antes ou depois de saber que Marcello queria render-se. "
ResponderEliminarAcho que não é essa a questão que para mim deveria ser formulada assim:
Kaúlza estava ou não à espera de ver em que paravam as modas?
Ou seja, à espera de assumir o papel de Spínola no caso de o golpe correr de feição à situação?
Tudo indica que é essa a explicação mais lógica para o seu procedimento, embora o não assuma...
"Nas comunicações, os revoltosos controlavam “apenas” os estúdios do RCP, Emissora Nacional e RTP. Nem as antenas das rádios nem as da televisão aguentavam (de pé) a noite se Marcello se retirasse do Carmo."
ResponderEliminarLi algures que não e que controlavam comunicações militares. Foi o responsável quem o disse há pouco. Agora não me lembra o nome dele. ( Garcia dos Santos?)