É ler o que Caetano disse e fez no último ano de governação, o quinto, até finais de 1973. Tal recolha de textos, legislação avulsa e outros, foi organizada no livro com 240 páginas Quinto ano do governo de Marcello Caetano, publicado pelo próprio governo.
As ideias simples, seguras e explicadas por Marcello Caetano, numa linguagem herdada directamente de Salazar e que se lhe assemelha nessa característica, ficam aqui mostradas, para quem quiser ler:
Sobre o que se passou em Londres, em Julho desse ano, por ocasião da visita retributiva da comemoração do sexto centenário da Aliança Luso-Britânica, Marcello Caetano explicou:
A pedra de toque de toda esta alteração visível no panorama internacional, prendia-se com o Ultramar. E Marcello Caetano, sobre isso, era claro e explicativo mais uma vez, e na mesma linha que Salazar também tinha sido.
Qual a diferença substancial do discurso de Salazar, em meados dos anos sessenta e agora, quase dez anos depois e de guerra permanente em três frentes?
É ler e concluir.
A diferença é nula, como se pode ler. Pode sempre dizer-se que este discurso era para "inglês ver", literalmente, e que a realpolitik era outra. Poder, pode. Contudo, será sempre necessário demonstrar que Salazar teria um discurso diferente, nesta altura e se fosse vivo e ainda que não praticaria a realpolitik que sempre praticou nalgumas situações críticas.
Quod erat demonstrandum...e não vale o recurso ao pensamento antigo de Salazar. Por uma razão: mudou porque Salazar adaptava-se também às circunstâncias e se não mudava no essencial, o acessório poderia impor-lhe a mudança indesejável.
Não chegou a experimentar o dilema de Marcello Caetano, mas tal não é condição para se perpetuar um mito.
Outra capa maravilha!
ResponderEliminarquando os militares querem o poder.
ResponderEliminarnão há nada a fazer