Ora a identidade de fins facilita a possibilidade de se chegar a acordo quanto aos meios, desde que aceitemos o diálogo e abandonemos essa espécie de iluminismo que quer fazer da política ultramarina portuguesa, até agora seguida e praticada, uma verdade absoluta"
" Como é que homens, indiscutivelmente inteligentes, chegaram a pensar ( e ainda porventura pensam) que podemos ser nós a ocupar o lugar de leaders do Ocidente, ditando a política e a estratégia geral que este deveria seguir, torna-se quase impossível entender. "- Manuel José Homem de Melo, in Portugal, o Ultramar e o Futuro, edição do autor, 1962.
É possível, juntando dois ingredientes fatais: a soberba e a temeridade. Quando se lhes junta a burriquice é a desgraça.
Quem ainda hoje defende que o Ultramar português deveria ser defendido à outrance, contra tudo e contra todos, desprezando alianças e ficando sózinhos no mundo, animados pelas palmadinhas nas costas de certos aliados que não mexiam uma palhinha, esperando para ver em que paravam as modas do tempo que passava, lembra-me certas fábulas.
E para responder em tom de fabulação, sirvo-me de La Fontaine e rapino daqui a lição
O Burro
carregado de esponjas e o Burro carregado de Sal
Qual romano imperador,
Um pau por cetro levava
E a dois frisões orelhudos
Um burriqueiro guiava;
Um deles trazia esponjas,
E qual postilhão corria;
O outro de sal carregado
Os pés apenas mexia;
Um sem custo, outro com ele,
Montes e vales andaram,
Até que ao vau de um ribeiro
Ultimamente chegaram.
No que levava as esponjas
O burriqueiro montou,
E fez ir para diante
O que de sal carregou.
Ele o vau desconhecendo
Pregou consigo no pego,
Nadou; veio acima, e viu
Aliviado o carrego:
Porque o sal, de que era a carga,
Derreteu-se n'água entrando,
E o seu condutor, já leve,
Pôs-se em terra e foi trotando.
O camarada esponjeiro,
Que o viu tão leve sair,
Quis à sua imitação
Também no pego cair;
Ei-lo nas águas submerso,
Esponjas e burriqueiro,
Todos três bebendo à larga
Querem secar o ribeiro.
Tão pesadas se fizeram,
Por beberem sem cessar,
Que sucumbindo o jumento,
Não pôde as margens ganhar.
O homem lutava com a morte,
Té que um pastor lhe acudiu;
Mas o burro das esponjas
Foi ao fundo, e não surdiu.
E mais esta:Um pau por cetro levava
E a dois frisões orelhudos
Um burriqueiro guiava;
Um deles trazia esponjas,
E qual postilhão corria;
O outro de sal carregado
Os pés apenas mexia;
Um sem custo, outro com ele,
Montes e vales andaram,
Até que ao vau de um ribeiro
Ultimamente chegaram.
No que levava as esponjas
O burriqueiro montou,
E fez ir para diante
O que de sal carregou.
Ele o vau desconhecendo
Pregou consigo no pego,
Nadou; veio acima, e viu
Aliviado o carrego:
Porque o sal, de que era a carga,
Derreteu-se n'água entrando,
E o seu condutor, já leve,
Pôs-se em terra e foi trotando.
O camarada esponjeiro,
Que o viu tão leve sair,
Quis à sua imitação
Também no pego cair;
Ei-lo nas águas submerso,
Esponjas e burriqueiro,
Todos três bebendo à larga
Querem secar o ribeiro.
Tão pesadas se fizeram,
Por beberem sem cessar,
Que sucumbindo o jumento,
Não pôde as margens ganhar.
O homem lutava com a morte,
Té que um pastor lhe acudiu;
Mas o burro das esponjas
Foi ao fundo, e não surdiu.
A um cavalo pouco amável
Certo burro acompanhava;
O cavalo no costado
Somente arreios levava.
Certo burro acompanhava;
O cavalo no costado
Somente arreios levava.
Ao peso de rude carga
Quase o burro sucumbia;
E entre arquejos ao cavalo
Algum auxílio pedia.
"Não é descortês meu rogo
(Dizia ao seu companheiro):
Metade de minha carga
Ser-vos-á fardo ligeiro.
Temo estirar a canela
Antes que chegue à cidade;
De finar-me arrebentado
Livrai-me por piedade."
Seguia o corcel, fazendo
Ouvidos de mercador;
Té que viu morrer o burro
Sob o peso esmagador.
Arrependeu-se, já tarde,
Do recusado conforto,
Pois o colmaram da carga
E mais da pele do morto.
E outra em tom de lamento:
Jactava-se de nobre
O burro de um prelado,
O sangue azul lembrando
Pelo materno lado.
O burro de um prelado,
O sangue azul lembrando
Pelo materno lado.
Nascera de jumenta
De honrosas tradições,
Cujos heróicos feitos
Douraram seus brasões.
Porque fez isto e aquilo,
Cobrindo-se de glória,
Capaz se julga o burro
De figurar na história.
Um dia, em que o bispo
A um médico passou,
De ver-se rebaixado
O parvo se queixou.
Amarram-no a um moinho,
Quando em velhice cai;
Então do fidalgote
Vem à memória o pai.
Tudo isto tem a ver com esta notícia recente:
António Oliveira Salazar rejeitou uma proposta dos Estados Unidos para a independência das ex-colónias portuguesas a troco de mil milhões de dólares (782 milhões de euros), porque "Portugal não estava à venda", revela um ex-responsável norte-americano no seu livro "Engaging Africa: Washington and the Fall of Portugal's Colonial Empire".
Segundo o secretário de Estado adjunto para os Assuntos Africanos durante a administração Clinton, Witney Schneider, o ex-presidente do Conselho rejeitou a proposta americana em 1963, durante um encontro com um enviado da Casa Branca.
O livro detalha minuciosamente, com base em documentos oficiais e entrevistas com personalidades norte-americanas e portuguesas, as relações dos Estados Unidos com Portugal e com os movimentos independentistas das ex-colónias portuguesas, em particular Angola e Moçambique, desde o início dos anos 60 até à independência de Angola, em 1975.
De acordo com o autor, em 1962, o assistente do director adjunto de planeamento da CIA, Paul Sakwa, elaborou um plano denominado "Commonwealth Plan", que visava convencer as autoridades portuguesas a aceitar o que a CIA considerava ser a inevitabilidade da independência das colónias portuguesas.
O plano previa que Portugal concedesse a auto-determinação a Angola e Moçambique após um período de transição de oito anos. Enquanto isso, seria organizado um referendo nas duas colónias para se determinar que tipo de relacionamento seria mantido entre os dois territórios e Portugal após a independência.
Durante esse período, os dirigentes nacionalistas angolano Holden Roberto e moçambicano Eduardo Mondlane receberiam "o estatuto de consultores assalariados" e seriam preparados para a liderança dos novos países.
"Para ajudar Salazar a engolir a pílula amarga da descolonização, Sakwa propôs [ainda em 1962] que a NATO oferecesse a Portugal 500 milhões de dólares [391 milhões de euros] para modernizar a sua economia", escreve Schneider.
(...)
O plano dos Estados Unidos esbarrou, contudo, na inflexibilidade de Salazar.
"Portugal não está a venda", foi a resposta do ditador português quando a proposta lhe foi apresentada, em Agosto de 1963 - ainda durante a administração Kennedy - pelo secretário de Estado adjunto norte-americano, George Ball.
Franco Nogueira considerou a proposta americana uma "idiotice
O autor diz ainda que o então ministro dos Negócios Estrangeiros português, Franco Nogueira, considerou a proposta americana uma "idiotice", porque revelava que Washington acreditava poder determinar ou garantir acontecimentos a longo prazo.
Segundo Nogueira, o plano dos Estados Unidos seria o primeiro passo para a inevitabilidade do caos nas colónias portuguesas em África.
Um dos aspectos mais curiosos do livro é a exactidão com que a CIA e vários diplomatas norte-americanos fazem, com muitos anos de antecedência e em documentos oficiais, a previsão da derrota militar portuguesa em África e o derrube da ditadura.
"A derrota militar portuguesa é uma conclusão inevitável se se permitir que a revolta em Angola ganhe volume e continuidade", adverte o documento da CIA que acompanhava a proposta inicial elaborada por Paul Sakwa, pouco depois do começo da guerra em Angola.
Sakwa questiona-se mesmo se os Estados Unidos poderiam permitir que Portugal "cometesse suicídio, arrastando os seus amigos na mesma via".
O então embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Burke Elbrick, considerado em Washington como um simpatizante das autoridades portuguesas, enviou um telegrama às autoridades norte-americanas em 1963 em que dizia que Portugal estava "debaixo da espada de Dâmocles", pois não era "nem suficientemente grande nem suficientemente rico" para fazer frente a uma guerra de guerrilha em três frentes.
As guerras em África poderiam significar "o fim do império lusitano" e do regime de Salazar, escreveu ainda o diplomata, advertindo que o fim do regime poderia resultar na subida ao poder de um Governo "consideravelmente mais esquerdista ou neutral".
(...)
Para o secretário de Estado adjunto de então, George Ball, Salazar elaborava a política externa de Portugal "como se o Infante D. Henrique, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães fossem os seus conselheiros mais próximos".
Sempre gostaria de saber como é que Salazar e os salazaristas , se tivessem vivido as guerras peninsulares, sobreviveriam ao espírito do "orgulhosamente sós" agarrados às figuras de cera dos antepassados, como conselheiros mais próximos.
Com certeza do mesmo modo que em Goa, Damão e Diu e com a memória do grande Albuquerque por perto para consolo restante.
Podiam, poderiam, iam, seriam.
ResponderEliminarNão foram. E Portugal não foi derrotado militarmente.
Agora pergunto eu: era isto o pacto? Era isto a aliança?
Holden Roberto bem podia receber o tal estatuto, porque "consultor assalariado" já o era. Consultor da morte e da barbaridade. Podia ir treinar uns ISIS, que, aliás, é gente do mesmo jaez.
Isto não era um pacto, era uma ameaça.
Oito anos... está bem, está... Nem dois e era o caos total.
Franco Nogueira já tinha escrito nos Diálogos Proibidos que o desentendimento oficial com os EUA era que eles queriam a toda a força um prazo...
O mêfêás também marcaram um prazo... Viu-se a linda merda que isso deu.
"O mêfêás também marcaram um prazo... Viu-se a linda merda que isso deu."
ResponderEliminarNão queriam prazo algum. O Rosa Coutinho e o Vasco GOnçalves mais o Costa Gomes entregaram logo tudo, sem mais.
Se tivesse existido aquela possibilidade talvez as coisas fiassem mais fino.
E há outra coisa importante: se a guerra recrudescesse de intensidade e tal poderia acontecer, nós estaríamos esgotados em pouco tempo.
ResponderEliminarPrecisávamos de aliados.
Desculpe, foram marcadas datas para as independências.
ResponderEliminarE era isso que os americanos queriam que se fizesse.
A razão é óbvia: a mera existência de um prazo é pretexto suficiente para que fosse encurtado. Eles aumentariam a agitação procurando causar tumultos explorando a questão, aumentariam o financiamento aos terrorismos, provocando e forçando o Governo a reprimir com mais violência até que se veria forçado a entregar tudo na mesma e a ser substituído por um governo esquerdista.
Se V. pensa que era isto era receita para evitar o desastre engana-se e é ingénuo: isto era a receita para o próprio desastre.
O dinheiro viria, sim, mas ia ser todo torrado a apagar os fogos que eles lá iam causar...
Nem o Salazar safava a coisa nesse caso. Aliás, safou porque era o Salazar e os mandou dar uma curva ao bilhar grande.
Uma vez que se ceda nalguma coisa mostra-se que se é capaz de ceder em mais. Portanto, quem quer obter não amaina a pressão, redobra-a.
ResponderEliminarViria isto a troco de algum apoio internacional? O tanas! O Franco Nogueira fartou-se de exigir isso e eles nunca se comprometeram. Diziam sempre que o melhor que podiam fazer era não nos atacar...
Francamente, não percebo como é que alguém ainda dá crédito aquela gente...
Um dos aspectos mais curiosos do livro é a exactidão com que a CIA e vários diplomatas norte-americanos fazem, com muitos anos de antecedência e em documentos oficiais, a previsão da derrota militar portuguesa em África e o derrube da ditadura.
ResponderEliminarA previsão é curiosa sim senhor. E, realmente, tantos anos... Dir-se-ia quase um objectivo...
Mas não que isso são teorias da conspiração... olaré!
Se isto é verdade foi casmurrice.
ResponderEliminarDe qualquer forma está perdido lá e dá ideia que cá também.
Porque o detalhe mais assustador é que os tugas tomaram o gosto de andar atrás da cenoura estatista e militam por mais bancarrota.
Marcello também era casmurro?
ResponderEliminarNo meu pensamento, a independência impor-se-ia por si na altura própria quando as condições para ela estivessem criadas e o povo português assim compreendesse. Eu não poderia anunciar que iria ser dada a independência numa altura em que, é bom não o esquecer, a grande maioria do povo português era contrária a essa ideia. Por outro lado, no dia em que se anunciasse que iria ser dada independência às províncias ultramarinas, mesmo a longo prazo, o Governo português perderia o controle dos acontecimentos. É a lição dada por todos os casos de descolonização e que o caso português, depois de 1974, veio confirmar.
"Marcello era casmurro"?
ResponderEliminarPior que isso, segundo o Temível.
muitos de nós desejávamos a aceitação do plano
ResponderEliminarsobretudo porque as conclusões coincidiam com as nossas
por detrás do PM português e dos gringos havia muitos interesses de grandes industriais e financeiros dos quais nunca se fala
sobre a guerra peninsular fiz um apanhado para um estudo apresentado por familiar num encontro internacional
se dúvidas tivesse sobre o 'desastroso' comportamento dos portugueses
teria ficado aliviado:
foram e são um desastre
'nunca choro sobre o leite derramado'
'antes burro que me leve, que cavalo que me derrube'
'valha-me um burro aos coices'
passei o dia na rua a tratar de assuntos de alimentos e saúde
a burricada mete medo a que não seja totalmente cretino
«Sakwa questiona-se mesmo se os Estados Unidos poderiam permitir que Portugal "cometesse suicídio, arrastando os seus amigos na mesma via".
ResponderEliminarHavia de questionar-se se não eram os que amesendaram os consultores Holden & Mondlane que suicidavam Portugal.
O Mujaedin está carregadinho de razão.
Franco Nogueira foi diplomata no adjectivo; idiotice é merecedora de dó; agravos abjectos merecem rudeza maior.
“Como é que homens, indiscutivelmente inteligentes, chegaram a pensar (e ainda porventura pensam) que podemos ser nós a ocupar o lugar de leaders do Ocidente.”
ResponderEliminarO senhor advogado é um profeta. Palavras não eram escritas e eis que apareceu um tal Dom João Segundo com uma pancada destas, e de tal ordem que contagiou o primo-cunhado Dom Manuel Primeiro. Perdão, isto foi meio milénio antes do (nesse caso) malogrado profeta.
“António Oliveira Salazar rejeitou uma proposta dos Estados Unidos para a independência das ex-colónias portuguesas a troco de mil milhões de dólares”
ResponderEliminarMuito conveniente, em época de vacas-magras o autor da notícia vir acenar com a cenoura que o "terrível ditador" se recusou a morder. Tão bondosos, os norte-americanos, dispostos a pagar mil milhões (à época, muito dinheiro) para entregar 90% do nosso território a facínoras.
Mas numa perspectiva igualmente profética não deixa de ser interessante: se à Pátria estará à venda a partir da segunda metade dos anos setenta, e a módico preço, porque não antecipar o expediente uma dúzia de anos, ainda que com custos económicos elevados para os mecenas.
Também por isto se comprova que Salazar era detentor de uma benevolência incomensurável. Imagina-se, um bicho destes a propor algo idêntico a D. João II, no mínimo, era devolvido à procedência em carta fechada.
É melhor reproduzir a parte mais interessante de todas e a que mais me agrada, para se realçar o realismo fantástico:
ResponderEliminar"Para o secretário de Estado adjunto de então, George Ball, Salazar elaborava a política externa de Portugal "como se o Infante D. Henrique, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães fossem os seus conselheiros mais próximos". "
Como se sabe, desde que a Visão há uns bons anos publicou em capa, Salazar consultava mediuns.
Confere, portanto.
A sério:
As hipóteses de Portugal eram nulas. E quem acreditava em fantasias, tem o que merece.
O discurso do "macho, macho man" que vejo por aí, a significar a coragem e a honra e todas essas qualidades inefáveis que são coisas importantes quando aliadas à inteligência, deu no que deu.
ResponderEliminarO discurso do Velho do Restelo não andava muito longe disto, eu sei.
ResponderEliminarPorém, há uma diferença subtil: uma coisa é a aventura. Outra a loucura de persistir em aventuras.
José:
ResponderEliminarA questão é para si tão pertinente porque acha que ainda hoje estamos a pagar esse erro?
Ou seja- este esquerdismo que nos domina e que eu concordo que é herança de Abril, é para si resultado dessa falta de pragmatismo do Estado Novo?
Eu penso estar mais próxima do José.
Mas tenho outras dúvidas.
Estou mais convencida que o efeito escardalho se deve ao excesso de Estado
Outra coisa: eu não li que o Salazar consultasse medium.
ResponderEliminarÉ verdade?
Acho estranho, devido aos astros
AHAHAHAHAHHAH
Ele era touro- os touros têm os pés bem assentes na terra.
":O)))))))
Que hipóteses é que Portugal não tinha?
ResponderEliminarVs. não conseguem demonstrar que se se recuasse perante esta ameaça americana, as coisas tinham sido diferentes.
Tinham sido mais rápidas. Preservar os interesses é uma ilusão. Só preserva quem tem capacidade para isso.
É muita ingenuidade pensar-se que os americanos, em nome da cruzada holluywoodesca contra o comunismo, nos iam dar oito aninhos para "preservar interesses"...
E realmente acho surpreendente que se vá no sentido de responsabilizar o EN pelo esquerdismo dos bobos (eu prefiro bobós) burgueses, fundamentando-se na razão de não ter Salazar acedido a vender parcelas do território nacional por tuta e meia, e depositar-lhes a sorte, a delas e a do resto, no regaço dos Estados Unidos, que tão bem tratam os países com que se relacionam, como se sabe...
ResponderEliminarE aqui a Zazie tem razão. Está claro que é Estado a mais. Já era assim na Monarquia tardia e 1ª Rep.
ResponderEliminarSalazar, e não só.
ResponderEliminarPorque é preciso saber se as pessoas estariam pelos ajustes de tal negociata... E tenho quase a certeza que não. Aliás, nem sei se o Governo se segurava se isto se viesse a saber.
A esquerdalha acusaria imediatamente de venda aos imperialistas, porque tudo lhes serve de pretexto. E teria razão.
O Governo caía.
E mais pergunto: se se podia vender Angola e Moçambique, com os respectivos habitantes, concretamente, porque se não há-de poder vender os Açores, a Madeira, ou o Minho, por exemplo?
ResponderEliminarAinda para mais agora que o dinheirinho é mais preciso que na altura!
Tem estatuto especial, esse território, ou é questão de preço certo e hipóteses vagamente nulas?
África era para se perder.
ResponderEliminarAgora não sou tanto da ideia que as pessoas votem nos idiotas que provocam bancarrotas por mera influência dos media.
É sempre pela barriga e o 25 de Abril espatifou a economia e criaram artificialmente uma classe média que depende do Estado.
"Vs. não conseguem demonstrar que se se recuasse perante esta ameaça americana, as coisas tinham sido diferentes."
ResponderEliminarPor mim não pretendo demonstrar nada. V. é que entende que essa versão nem se deve considerar como passível de discussão.
Eu tenho a opinião contrária.
Vir com o argumento fabuloso do lobo e do cordeiro é, sei lá, infantil.
Os mais fortes são mais fortes e os mais fracos são mais fracos.
ResponderEliminarQuando os mais fracos se julgam os mais fortes tal dá tragédia, geralmente.
Principalmente quando se julgam tal por efeito de realismo fantástico.
Salazar não era realista fantástico.
Era fruto do seu tempo e tinha qualidades inexcedíveis.
Mas enganou-se quanto ao nosso Ultramar.
O advogado Homem de Melo dizia que Salazar não saíra de cá para tentar perceber o mundo.
Há quem diga que nunca precisou porque era inteligente e estudava os assuntos.
De facto, fazendo o paralelo com Mário Soares, assim será.
Mas uma coisa é certa: não ponderou outra alternativa do que aquela que tivemos. E as demais nem sequer se discutiam porque a Censura não deixava.
E isso é que foi o erro mais grave.
Quem defendo o mesmo agora, passados 45 anos e nem sequer pondera discutir alternativas com base na razão, comete o mesmo erro.
ResponderEliminarIsto é que são uns salazaristas mais salazaristas que Salazar...
ResponderEliminarÉ por isso que não existe direita em Portugal.
ResponderEliminarPorque os que poderiam ser agarram-se a este passado mítico.
É triste como a noite.
ResponderEliminarPois é.
ResponderEliminarMas. se calhar, é nestes detalhes que também se apanha o que somos.
A saudade; a mania das grandezas; a poesia; o mito; o fado e assim.
Mas é estranho um patriotismo que só existe a partir do mito do Império.
ResponderEliminaré um patriotismo amputado.
O meu passado mítico é a música rock dos anos sessenta e setenta. Até 79.
ResponderEliminarE admito essa nostalgia porque o prazer que me dá ouvir, gravar e voltar a ouvir vezes sem conta tais sons é inexcedível.
Ando agora com a mania de melhorar as condições de audição, com aparelhagem mais adequada à reprodução de um realismo mítico e que ouvia nessa altura, num rádio monofónico da Grundig que ainda tenho. O som desse rádio, hoje, deveria ensinar-me que a sonoridade que tenho na aparelhagem mais moderna nem tem grande comparação de qualidade.
Mas a minha persistência em encontrar o som certo que me lembra o de então é obsessiva.
E é mítica, claramente. Mas gosto desse mito.
O Mito que vejo nas matérias salazaristas é mais perigoso porque obnubila não só os sentimentos como a inteligência.
O da música é apenas dos sentidos.
Acho que aquelas três fábulas explicam um pouco esse mito.
ResponderEliminarPara mim, a nação modelo é a Áustria e parte da Itália.
ResponderEliminarA mistura das duas deveria ser Portugal.
A Áustria também tinha um Império e bem maior que o nosso.
ResponderEliminarA Itália tem uma tradição de pensamento que até dói na comparação.
":O)
ResponderEliminarD. João, o 2º, como a quase totalidade dos centralizadores do poder acabou envenenado
ResponderEliminaro assunto está bem documentado
D. Leonor nunca lhe perdoou a morte do irmão, muito menos os amores que levaram ao bastardo D.Jorge, o qual nunca poderia ser rei
por isso o abandonaram para ir 'morrer como um cão' no Alvor
local escolhido para entrega das colónias
José
ResponderEliminartem toda a razão
a Áustria e a Itália, onde vivia anos, não são comparáveis com esta sucata
amanhã estou vestido de preto por dentro
"O meu passado mítico é a música rock dos anos sessenta e setenta. Até 79."
ResponderEliminarO problema está aqui.
Ficarmos pela música - excelente - desse ciclo de vida musical e ignorarmos o que se fez daí para a frente.
É o mesmo com a politica. Com o Marcelo.
Uma fixação(no sentido do Desenvolvimento).
Que poderá bloquear a abertura a outras realidades e à expansão do pensamento (politico).
Meus Caros,
ResponderEliminarLeio com muita atenção esta "azedinha" troca de argumentos.
A título pessoal apenas posso contribuir dizendo que dói olhar para Portugal e compara-lo com o que ele poderia ser.
A nível popular, historicamente, foi sempre muito caro o preço que pagamos para satisfazer as predaçãos domesticas e estrangeiras. Hoje, o preço é o mesmo, sempre alto, e isto, sem ter em conta os esforços das geraçoes passadas.
Como os esforços sao inuteis, a pessoal esta cansado de ser português... O EN, neste aspecto, defendia muito mehor os interesses e o investimento de todos.
Eu gostaria tambem dizer que depois de 1945, naturalmente, Portugal tinha uma opção de desenvolvimento diferente da dos outros paises europeus (e latinos).
Talvez, Portugal estava geograficamente em Europa mas "nao era da Europa". Nao sei se me faço entender...
Em 1974, o abandono desta opção reduziu dramaticamente o potencial de desenvolvimento. E isto é sufocante.
Até onde ? Até o qué ? Eis as questões.
"Ficarmos pela música - excelente - desse ciclo de vida musical e ignorarmos o que se fez daí para a frente."
ResponderEliminarHá pior que isso. Há quem tenha ficado no séc XVIII e viva muito bem com isso...
A sério: não se comparem as coisas.
Não estamos propriamente a comparar.
ResponderEliminar"Há quem tenha ficado no séc XVIII e viva muito bem com isso..."
Ter musicalmente ficado no séc XVIII ou nos anos 70 é a mesma coisa.
São ambos pontos de fixação, é este o conceito que está em causa.
E quem fica encalhado num ponto de fixação, não progride como deve ser.
Arrasta-se.
Acho que está enganado.
ResponderEliminarOs "pontos de fixação" são as referências de qualidade.
Seja na música barroca ou no rock. Mas isso são gostos estéticos, de sensibilidade artística.
Os gostos políticos e pela organização social não devem obedecer aos mesmos princípio uma vez que não há "referências de qualidade" do mesmo género.
Se houvesse teríamos que os situar na democracia ateniense que não era democracia como a que conhecemos ou nas correntes filosóficas de um século qualquer, mormente anterior ao nascimento de Cristo.
Comparar referências estéticas com políticas dá nisso.
Muja... Conhece este site?
ResponderEliminarhttp://liceu-aristotelico.blogspot.pt/
Mas é estranho um patriotismo que só existe a partir do mito do Império.
ResponderEliminarMas quem disse, afinal?!
E que patriotismo é o vosso, já agora? Sempre que vier um grande ameaçar-nos, baixar a bolinha e fazer "pactos"? Ou, por outras palavras: apanhar no traseiro e pedir desculpa por estar de costas?
O meu patriotismo não existe a partir de império nenhum. Mas vender parcelas de território e gente não cabe nele.
Ninguém respondeu se vendiam os Açores, a Madeira, ou o Minho... Vendiam ou não vendiam?
E também ninguém respondeu qual era o pacto. Qual a negociação. Em concreto.
ResponderEliminarÉ exactamente a mesma coisa que aqueles que vêm dizer que o Governo não fez o que devia ter feito. Mas concretizar o que devia ter feito é que nunca fazem.
Esse pacto que Vs. tanto querem discutir, oferecia-nos que garantias? Quem nos garantia que existiriam e seriam deixados existir os tais interesses portugueses ao fim dos oito ou quaisquer anos que fossem?
Que garantias oferecia que deixaríamos de estar tão isolados, senão mais, do que já estávamos?
Que garantias oferecia que os terroristas cessariam a sua actividade?
Discutam lá.
Para se ver se o casmurro era mesmo Salazar (ou o Marcello).
ResponderEliminarAmélia,
ResponderEliminarconheço sim.
V. faz perguntas idiotas.
ResponderEliminarSe não sabe a diferença entre o Minho e Angola, azar o seu. Nem merece a pena mais nada.
Será que vs. chegam ao ponto de negar a existência de colonialismo?
ResponderEliminarÉ que dá a ideia disso.
Houve colonialismo. Antes disso houve navegações e descobertas.
O mais importante foram as navegações e as descobertas e aí reside a gigantesca importância desse passado de Portugal.
O resto foi outra coisa que não foi de género absolutamente distinto do demais.
O demais acabou; não havia qualquer motivo ou explicação lógica e sensata para se insistir que connosco ia ser tudo diferente.
Não foi. Não seria. Eles eram mais. O azar também foi esse- nem tínhamos gente suficiente para colonizar como outros colonizaram.
Tudo aquilo era demasiado grande para o local de onde partiu.
Possivelmente até entendo que por isso e pela falta de matérias primas, assim como dada a nossa localização geográfica, precisássemos mais de África que outros países europeus precisaram.
E entendo que esse factor, aliado à disputa entre comunistas e americanos, bem como pelo investimento feito, fosse razão para não se dar de mão beijada.
ResponderEliminarAgora aceitar ou não a proposta americana, não sei. Há muito que me tinham falado disso e de como a Espanha lucrou com essa espécie de plano Marshall que Salazar não aceitou.
Por acaso, quem me falou disso são pessoas que poderiam pertencer a esse tal espectro de Direita que não existe.
ResponderEliminarConservadores mas sensatos e pragmáticos, desejando um Portugal dos nossos dias e não um mito que acabou.
Mas não há expressão política nem partidária para essas pessoas.
Estranhamente os extremos tendem sempre a falar mais alto por cá.
Mas este tipo de conversa utópica de se dizer que podíamos perfeitamente continuar a ter África e tudo mais, de uma forma que mais ninguém conseguiu é mesmo um tanto marada.
ResponderEliminarVejo-a como aquelas maluqueiras dos utópicos de via alternativa em comunidades naturistas no Alentejo.
São descabelados.
E depois dão sempre uns exemplos anedóticos- "ah mas não sei quantos até existe fulano e sicrano que é farrusco e manda em África e fulano que é preto retinto e era muito branco de alma
ehehehe
Os outros também garantem que a utopia naturista funciona com fulano e sicrano, logo é possível e realizável para todos.
"E também ninguém respondeu qual era o pacto. Qual a negociação. Em concreto. "
ResponderEliminarMas...chegou a haver algum pacto, alguma negociação, alguma tentativa de acordo com os americanos?
Não, e é isso que Craveiro Lopes e Homem de Melo dizem: nem sequer os deixaram discutir tal assunto em público. Tabu total.
Isto não foi razoável e com o tempo redundou num erro crasso.
A pergunta metafísica que v.s podiam fazer era outra:
ResponderEliminarMas será que a saída do homem branco de África serviu para progredirem em paz, como nunca progrediram?
Aí a resposta está também no presente:
O tribalismo voltou.
Muitas chacinas que sempre se atribuíram a factores políticos e económicos, como do Ruanda mais não eram o que são hoje as da África do Sul com os moçambicanos.
Não é racismo- é tribalismo. Não tem explicação material nem política.
É assim há milénios.
A diferença em relação aos minhotos também é esta.
Entende?
E para justificar a ausência de razoabilidade diz-se que éramos comidos com casca e tudo.
ResponderEliminarEntão, para quê o pacto com a Inglaterra que nos ajudou nas guerras peninsulares porque também estava em jogo a sua sobrevivência?
O que Homem de Melo diz é o mesmo.
Imagina o José a pegar numa catana e desatar a atacar esta mourama toda?
ResponderEliminar":O)))))))))
Gostava de saber a diferença entre os Açores e Cabo Verde...
ResponderEliminaro rectângulo esteve 8 séculos de costas viradas para a Europa
ResponderEliminararrojou-se a seus pés a pedir esmola
vai continuar de cócoras
não conhece outra posição
preparem-se que o pior virá mais breve do que se diz
felizmente não estarei cá para ver
O verdadeiro patriotismo seria percebermos que não ficaríamos lá para sempre como povo miscigenizado e que isso era pura fantasia e fazermos como a Inglaterra.
ResponderEliminarAcho que Marcello percebeu isso e Salazar também, mas já não quis inflectir o que se dizia há décadas com grande destaque para a ideia grandiosa de Império e essas realidades fantásticas que ainda hoje toldam a razão a alguns.
É simples- ambos estavam despovoados.
ResponderEliminarPara uns foram pessoas do continente; para o outro foram escravos de África.
"o rectângulo esteve 8 séculos de costas viradas para a Europa"
ResponderEliminarFloribundus: nós somos da Europa. A ínclita geração foi educado por quem?
Não foi pelo Salazar...
Também foi mais gente à mistura mas a quantidade africana foi superior.
ResponderEliminarTodos os locais do mundo que se resolveram só o fizeram de 2 maneiras:
ou extermínio dos locais; ou forte povoamento.
Nós não tínhamos gente suficiente para povoar tamanho Império.
E durante séculos nem isso foi tentado sequer, em muito local.
Nem para Madeira e Açores queriam ir, quanto mais para o cu de judas, como Timor ou assim.
Funcionou na Austrália, por exemplo- basta ver como e quais as diferenças.
A Europa funcionou enquanto houve monarquia.
ResponderEliminarO grande azar foi essa perda.
A Inglaterra sempre foi a nossa tutora intelectual, até ao século XX.
ResponderEliminarSalazar admirava o sistema educativo inglês.
Depois, a França nas décadas seguintes do séc. XX influenciou-nos o lado pior, pela igualdade balofa do esquerdismo jacobino.
E foi essa a perdição.
D. Afonso Henriques, para recuar ao início, era descendente de quem?
África era para se perder?
ResponderEliminarO Brasil também foi para se perder, mas agora tornou à nossa mão formidàvelmente... com o acordo ortográfico. A dúvida é se Portugal se não perdeu por tantas áfricas, para sempre.
A ideia que Portugal só podia existir com África é uma ideia imbecil e nega séculos e séculos de História.
ResponderEliminarNão entendo este complexo de tamanho.
Parece que medem o patriotismo ao km
Portugal só se perde se continuar a apostar nas ideias socialistas.
ResponderEliminarSalazar nisso deveria ser estudado porque era o antídoto a tal.
Quanto a África é para esquecer que poderia ter continuado "nossa" e tentar lá colocar quantas lanças pudermos.
O que se diz do Brasil é que a colonização nos trouxe um ouro de maldição.
ResponderEliminarTal como o petróleo o é para Angola.
Claro que tenho pena de se ter perdido. E tive-o logo em miúda com Goa, Damão e Diu.
ResponderEliminarTambém tenho pena de termos perdido Timor porque é um local que me atrai por muitos motivos.
Idem para o resto. Mas nunca me passou pela cabeça que a minha identidade precisasse disso.
Mesmo o Salazar sabia onde recuar- à fundação da Nacionalidade. Não foi por acaso que se preocupou tanto em restaurar monumentos do românico.
O resto aconteceu-nos a nós e a toda a gente. Não dá para dizer que somos uma excepção e que todos os países que perderam colónias se desgraçaram.
Pela v. lógica tinham de se desgraçar.
O motivo pelo qual nos estamos a desgraçar é que importa.
ResponderEliminarO José acha que é pelo efeito dominante das ideias xuxas e comunas.
Eu concordo mas acho que o estatismo manda mais e eles sabem disso e é com essa cenoura que vão para o poleiro.
Em termos relativos a Espanha e Portugal empobreceram em relação ao resto da Europa Ocidental nos séculos XVI e XVIII.
ResponderEliminarÉ o que dizem autores estrangeiros, que na Idade Média até estávamos ao nível dos outros.
Quanto mais leio mais compreendo o famigerado «Velho do Restelo».
Que raio de Quinto Império é esse? Até o Padre António Vieira criticou muito assertivamente os defeitos dos portugueses.
ResponderEliminarOs judeus perseguem há milhares de anos esse messianismo. Os americanos também o têm, basta ler o que escreveu Manly Hall. Tal como também o têm, já agora, os ingleses.
Estes sonhos de Impérios desgraçaram várias vezes a Alemanha e andam a desgraçar-nos muito subtilmente há alguns séculos.
Acham que temos uma missão divina? Já foi cumprida, quando expulsámos os mouros da Península Ibérica e quando demos início à expansão marítima. Missão cumprida. Acabou. Já Camões dizia que outro Império se levantaria.
Preocupa-me ouvir por aí gente da Esquerda à Direita com Impérios nos sonhos a pedir a saída do euro e da UE e uma qualquer ligação a países que lá no fundo são Terceiro Mundo.
Os sonhos dos Quintos Impérios são apenas isso, lendas, ilusões, fantasias.
Somos apenas um povo europeu que tem inúmeros defeitos que outros povos não apresentam em tamanha magnitude, mas há quem ache que temos um qualquer privilégio divino. Eu não vejo nada e apenas constato que essas mitologias têm sido acima de tudo muito prejudiciais para os portugueses.
São os jimjones do nosso imaginário.
ResponderEliminarPor eles, verteríamos o sangue nas causas da Pátria que se enunciam como fantasias de uma hollywood da exposição do mundo português.
Mas que Impérios Santo Deus?! Que impérios!
ResponderEliminarQue fantasias, que ilusões, que lendas?!
Estávamos ou não estávamos lá?! Era ou não era Portugal?!
Vs. falam como se os navios nunca houvessem saído de Lisboa, Aveiro ou lá de onde foi que saíram!
Sim, realmente parecem velhos do Restelo, estão é atrasados cinco séculos. Porque foi possível, foi realidade. Era realidade. Só deixou de ser quando aqui, não na Rússia, não na América, mas aqui, em Portugal, se deixou que deixasse de ser.
Portanto, em Impérios pensam Vs. Em realismos fantásticos vivem Vs. No realismo fantástico dos inevitáveis que, afinal, foram sempre evitados enquanto se quis.
Vivem no realismo fantástico dos americanos cruzados contra o comunismo e negam e ignoram a realidade que diz o contrário: não havia melhores amigos nem mais cooperantes parceiros.
ResponderEliminarVivem no realismo fantástico do comunismo fantasmagórico que sai de debaixo das pedras enquanto negam e ignoram a eficácia dos métodos subversivos que estão e continuam a ser comprovados pelo mundo fora.
Angola era Portugal. Moçambique era Portugal. O Ultramar era Portugal. Não em sonhos, na realidade.
E para mim, Portugal não se vende aos retalhos. Nem ontem, nem hoje, nem nunca.
Quanto mais não seja porque eu também não gostava que, para "salvaguardar interesses", me vendessem a mim.
E sois hipócritas. Porque falais em interesses. Mas eu pergunto: acaso não havia lá gente nesses sítios que queríeis vender? Acaso não havia lá portugueses?
ResponderEliminarQue maiores interesses pode um país ter senão a sua gente?
Acaso estava essa gente disposta a ser vendida?
E que estivesse, que espécie de gente vende a sua por alguma coisa que não sangue, e caro?
E ainda é preciso ler-vos a falar de povo, que é inculto, que é burro, que é complexado, isto, aquilo e aquel'outro... E cá estão Vs. prontos a trocá-lo por mil milhões de papéis, cujo valor, ainda por cima, pode ser alterado à discrição de quem o deu...
ResponderEliminarE os Açores são diferentes de Cabo Verde ou Angola...
Está bem abelha... Só se for por serem mais baratos...
Muja,
ResponderEliminarquando começou a colonização efectiva do mato? Quando foram para lá os portugueses, em massa, famílias inteiras, colonizar, especialmente para Angola?
Cabo Verde é outra história. Tal como os Açores.
Angola e Moçambique eram territórios cheios de tribos, com as suas línguas, culturas, chefes, religiões.
As outras nações europeias não conseguiram. E connosco seria diferente?
Seria, talvez, se houvéssemos feito como os americanos fizeram aos nativos americanos.
muja:
ResponderEliminarEstá a brandir contra o vento. Não diga disparates deste género:
"Vivem no realismo fantástico dos americanos cruzados contra o comunismo e negam e ignoram a realidade que diz o contrário: não havia melhores amigos nem mais cooperantes parceiros.
Vivem no realismo fantástico do comunismo fantasmagórico que sai de debaixo das pedras enquanto negam e ignoram a eficácia dos métodos subversivos que estão e continuam a ser comprovados pelo mundo fora."
O comunismo só caiu porque os americanos o impuseram objectivamente, com o progresso tecnológico e com a exemplificação prática do que o capitalismo era superior em termos de eficácia produtiva.
V. nega uma coisa dessas?
Se me disserem que a descolonização não acautelou os nossos interesses tudo bem. Que não defendeu os portugueses que lá estavam, aceito.
ResponderEliminarMas acreditar que aquilo se iria manter ligado a nós? Fantasias.
"Seria, talvez, se houvéssemos feito como os americanos fizeram aos nativos americanos. "
ResponderEliminarOlhe: nisto tem razão. E até havia quem quisesse mudar a capital de Portugal para uma cidade de Angola.
Por outro lado, se enxameássemos Angola de portugueses nativos, o problema poderia resolver-se do modo que os americanos resolveram: reservas de pretos na terra deles e nós a mandar e dispor.
Acha isto possível?
Eu sobre os americanos tenho a mesma ideia que tenho sobre os judeus: fazem parte da nossa estirpe ocidental. E por isso são da família.
ResponderEliminarQuanto ao resto, tenho muito cuidado em apoiar ou desapoiar.
O comunismo só caiu porque os americanos o impuseram objectivamente, com o progresso tecnológico e com a exemplificação prática do que o capitalismo era superior em termos de eficácia produtiva.
ResponderEliminarV. nega uma coisa dessas?
Eu?! V. é que nega. Pois que lhe tenho eu dito senão que o comunismo só existiu porque os americanos (ou quem por eles agenciado) assim o quiseram e permitiram? Quando entenderam que bastava, acabou-se. Foi um ar, um vento melhor dizendo, que lhe deu...
Quanto aos nativos, resolve-se a questão facilmente:
ResponderEliminarNo V. entendimento, os movimentos terroristas eram expressão autêntica da vontade das populações que diziam representar?
Sim ou não?
Porque se sim então temos uma coisa; se não, temos outra e o que Vs. para aí estão a dizer é que é uma resma de disparates que nem realismo fantástico é; é só mesmo fantástico.
Ah, quer dizer, os judeus e americanos são família. Os pretos que atravessavam o coiro por nós, são... diferentes.
ResponderEliminarNaturalmente, não podíamos estar mais em desacordo.
"o comunismo só existiu porque os americanos (ou quem por eles agenciado) assim o quiseram e permitiram?"
ResponderEliminarIsso é falso historicamente. Nem preciso argumentar muito.
O comunismo apareceu por causa do capitalismo. Não o contrário. E em 1917 a América ainda não permitia coisa nenhuma.
Os judeus e americanos são de cultura ocidental idêntica à nossa.
E a raça está-nos também no sangue.
"No V. entendimento, os movimentos terroristas eram expressão autêntica da vontade das populações que diziam representar?"
ResponderEliminarEram expressão de uma vontade. E havia outras. Foi essa vontade que ganhou.
Ainda de África ser para se perder...
ResponderEliminar« Tínhamos, portanto, de sofrer esta grande provação a mais trágica da vida multissecular da Nação portuguesa. Quebrou ela os valores do patriotismo, destruiu um património moral e instilou o ódio entre as classes sociais -- até mesmo no seio das das famílias. O castigo foi demasiado cruel para quem não o merecia e não há vislumbre de esperança para redenção por que os portugueses tanto anseiam. Será já isto o começo da longa noite que a morte reservada aos que perderam as amarras da História? Não sou profeta, nem o pretendo ser, mas considero que Portugal virou a última página do destino e que o fez com baixeza, porque não curou do mais sagrado duma comunidade que é a vida e o futuro dos seus filhos (J.V.Serrão, «Carta do autor ao Professor Marcello Caetano, Lisboa 12.Fev.75», in Correspondência com Marcello Caetano, 2.ª ed., Lisboa, Bertrand, 1995, pp. 30.)»
... é dum fatalismo apocalíptico porque deitou a perder... Portugal. Isto de continuarmos a chamar Portugal à testa ocidental das Hespanhas é só já um hábito atávico. Portugal entregou-se ao alheio com armas, gentes e bagagens. Saiu da História pela esquerda baixa literalmente.
Os imbecis de plantão comemoram-no amanhã!
Uma vontade de quem?
ResponderEliminarQuanto aos americanos, não é falso.
ResponderEliminarMas já que se dispensa de argumentar, também o não farei; até porque já o fiz.
Mas sempre direi que os judeus revolucionários soviéticos vieram todos ou quase do... East Side nova-iorquino. Não permitia, pois não...
Estou baralhado...
ResponderEliminarEntão nós não estávamos a combater o comunismo em África?
E também o combatiamos na metrópole (eles bem se queixam da famigerada Pide e da longa noite fascista...)
Bem, pelo menos as armas do In eram soviéticas (ou checas, ou chinesas), os instrutores também (fora os cubanos e americanos), as tácticas e estratégias subversivas idem, a ideologia motivacional idem aspas, e por aí fora.
O anti-comunismo putativo aqui do dono da chafarica não permite retroactivos? Quer dizer, agora que não há comunismo é que é chique ser anti-comunista?... Naquela época em que eles andavam com a corda toda não ficava bem? Era fantástico, lírico, poético e mais nnão sei que nove horas?...
Então, segundo aqui o mestre de política, aquela malta que debandou, pelos vistos, estava coberta de razão. E os desertores todos também. E os cobardes profissionais, tanto ou mais. E os refractários que se baldavam para Paris, gente realista, sagaz, profeciente e competitiva.
Sabem o que vos digo?
Mudança de paradigma. É sempre o sacana do paradigma:
Antigamente a malta aspirava a cobrir-se de glória; agora contentam-se em cobrir-se de ridículo.
Então e o Jaime Nogueira Pinto, como é? também foi traidor por causa do apoio ao Savimbi?
ResponderEliminarE neoconeiro, por causa da RENAMO, já agora.
ResponderEliminarZazie,
ResponderEliminarpresumo que a pergunta não seja para mim.
Mas se, por qualquer lógica centrífuga é, vem a propósito de quê?
E o que é que o apoio do Nogueira Pinto ao Savimbi, em tandem com os sul-africanos (que até conheço), contra o MPLA na República Popular de Angola tem que ver com o nosso Ultramar?
Traidor à Angola do José Eduardo dos Santos, quererás tu significar?...
Tem a ver que também ele sabe o que são estratégias de alianças, incluindo com americanos para derrotar comunistas.
ResponderEliminarSe já nada era nosso, para que interessava então meter-se em lutas por outros?
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarSabe? tens que lhe colocar a questão.
ResponderEliminarMas não derrotou. Se a ideia era essa, falhou redondamente. Sabes como terminou? Eu digo-te: ele e os americanos aliados aos comunistas a lixarem o Savimbi.
Vês as Alianças?
Mas eu insisto: a vossa puerilidade nesta matéria raia o recreio infantil. E fazem birrinha e tudo.
Havia ou não havia civilização miscigenada em África?
ResponderEliminarAs imagens valem mais que 1000 palavras.
http://viriatosdaeconomia.blogspot.pt/2015/02/a-angola-dos-porcos-fassistas-e.html
Birrinha, eu?
ResponderEliminarAtina, pá
":OP
as elites frequentavam a Europa e muitas vezes por lá ficavam
ResponderEliminaro zé da enxada esteve sempre virado para o mar: dos açores a Timor
passando pela pesca
os Lencastres eram meio-bifes
desde D Fuas que negociavam via maritíma com a Flandres e Marrocos
a expressão do tempo dos mouros tem a ver com o trigo importado
o dinheiro das conquistas acabava em luxos de Arras e outros
as elites foram. são e continuarão a ser estrangeiradas
sentem-se pelo fedor sulfrídico da tripa
pfuuuuu!
Está visto que falhei o calor da discussão. Se é que se pode chamar a isso a colecção de objurgatórias esbaforidas à míngua de argumentos.
ResponderEliminarAmanhã é outro dia.
De recortes.
ResponderEliminarPrimeiro, parabéns a todos os que por aqui vão deixando opiniões inteligentes e sobretudo civilizadas, no que a este tema candente dizem respeito.
José, desculpe mas concordo em absoluto com o que Muja escreveu nos seus comentários das 20.13, 20.15 e 20.23 - sem excluir outros mais. Isto porque formula teses cheias de lógica e tece objecções com muita razão de ser.
O José diz e muitíssimo bem, que o que nos desgraçou pouco tempo após as primeiras alegrias que o 25/4 efectivamente trouxe a todos, foram os socialistas e os comunistas (a mando dos dois internacionalismos), que subverteram totalmente os desígnios e a esperança genuína de um futuro melhor para o País e para os portugueses cuja mudança de regime, no seu prometedor começo, a todos os títulos auspiciava.
Que o Ultramar não podia ser conservado eternamente? Se sim ou não, isso seria para ver. Consoante os povos nele o decidissem, mas com o tempo suficiente e em completa segurança e verdadeira paz.
Contudo, semelhante opção nunca os internacionalismos iriam permitir. Porquê? Porque que eles sabiam d'antemão que esses mesmos povos não aceitariam separar-se do Portugal Continental. Disto podem todos os que pensam o contrário ter a certeza absoluta, com a óbvia excepção dos comunistas, socialistas e esquerdistas de todos os matizes, ùnicamente por idealismos revolucionários ao serviço de cujos dois impérios se enconravam e continuam a estar.
Mas o José tem alguma dúvida de que se, por hipótese absurda, não existissem - sobretudo na altura em que começaram primeiramente a disputar-se as independências dos vários territórios africanos sob jurisdição belga ou francesa - os dois blocos imperialistas (estes em permanente confronto e em compita, mas só aparente já que concluiados desde sempre, para ver qual deles abocanhava mais depressa e em maior extensão os respectivos territórios para deles extrair (e dividir entre si) as riquezas incomensuráveis a obter, o que aliás a pouco e pouco foram fazendo, faltando apenas açambarcarem os últimos territórios ainda livres desse Continente, patriótica e fèrreamente defendidos por Salazar pensando exclusivamente no bem-estar e segurança dos respectivos povos e jamais cedendo a cobiças e ganâncias permanentemente na agenda das duas potências, o que fez durante as décadas que governou - honra lhe seja feita - é bom não esquecer este pormaior) ter-se-iam verificado as guerras independentistas açuladas por aqueles dois Blocos no Continente? Definitivamente NÃO.
À pergunta se teria cabimento, num futuro mais longínquo ou mais próximo, uma cisão amistosa sem guerras nem genocídios entre Portugal e as suas Províncias Ultramarinas, o futuro ditá-lo-ia. Infelizmente para esta interrogação jamais haverá resposta positiva ou negativa, simplesmente porque essa experiência positiva e DEMOCRÁTICA, tão ansiada (porque prometida pelo pseudo poder instalado) pelos povos ultramarinos e europeu, foi-lhes terminantemente negada. Diria, satânicamente proibida.
Se com o decorrer dos tempos e o mundo sendo já outro, os vários territórios ultramarinos sob administração europeia (e falo em geral) viessem a sofrer alterações administrativas de qualquer ordem mas desde que o fossem com a anuência total dos autóctones (e, no caso português, de todo o povo e não pela mão de meia dúzia de traidores a que se juntaram outros tantos terroristas), isso seria já outra conversa.
(cont.)
(conclusão)
ResponderEliminarContudo ainda tivemos uma ténue, breve e sentida amostra demonstrada pelo povo timorense ao expressar a vontade genuína de permanecer ligado a Portugal, sendo porém ràpidamente cerceada pelos comunistas já então literalmente a comandar as tropas no terreno.
Obs.: Todos os ex-revolucionários, comunistas e esquerdistas da nossa praça, deveriam ter visto o excelente documentário sobre o povo arménio, passado anteontem à noite na RTP-2, para saberem o que realmente significa preservar e honrar as tradições milenares e os seus heróis passados e presentes, demonstrar um carinho enorme pelos monumentos milenares, muitos deles em ruínas destruídos pelas guerras e assim propositadamente conservados, orgulhar-se profundamente das suas raízes e da sua religião que sempre professaram mesmo no período soviético em que era proibido fazê-lo abertamente mas fazendo-o sempre no recolhimento dos seus lares, preservar a sua adorada língua materna, amar apaixonadamente a terra dos seus pais e avós e à qual, apesar do muito sofrimento e genocídios (o último dos quais de populações inteiras faz agora cem anos e por aquele povo jamais esquecido) provocados pelas várias guerras, incluindo assassinatos políticos durante o tenebroso período soviético por que passaram e no entanto, uns, os que a este período sobreviveram e se ausentaram por uns anos e outros, os que por causa das guerras e também para fugir à fome, foram forçados a emigrar, voltaram e voltam sempre à sua Pátria bem-amada que tanto por eles é contìnuamente glorificada.
Uma lição inolvidável de patriotismo e de apego exemplar deste bom povo às suas raízes ancestrais. Uma estalada com punhos de renda dada aos comunistas e extremistas de todos os matizes que, passados tantos anos após esta criminosa ideologia ter desaparecido do país onde nasceu, ainda persistem em fazer a sua apologia e propaganda comparando-a a um paraíso celestial.
Que maravilha de testemunhos. Um documentário a ver e/ou a rever. Grande povo arménio, brava gente. Um exemplo para o esquerdismo português e para o mundo.
“Como se sabe, desde que a Visão há uns bons anos publicou em capa, Salazar consultava médiuns.” [José]
ResponderEliminarMas quem é que acredita no que se escreve na Visão? A Visão é ou não um bom exemplo de “realismo fantástico”? Ou eu estou enganado e este “realismo fantástico” só se manifesta nos artigos pseudocientíficos?
Até podia ter sido escrito numa parede de rua.
ResponderEliminarO que importa é se a fonte é verdadeira.
Sabe que não é?
Eu não sei. O CM também é uma cretinice mas tem publicado muitas verdades
Salazar costumava peregrinar ao túmulo do médico Sousa Martins...um santo laico.
ResponderEliminarSousa Martins suicidou-se e três anos antes escrevera sobre a morte de Antero ( Nosographia de Anthero)em termos do seu próprio epitáfio.
ResponderEliminarEstava tuberculoso e decidira pôr termo à vida, em paz consigo mesmo.
No Campo de Santana está uma estátua sempre com velinhas.
Em Alhandra o jazigo.
“Até podia ter sido escrito numa parede de rua.”
ResponderEliminarTeria idêntico valor.
“O que importa é se a fonte é verdadeira.
Sabe que não é?”
Não tenho forma de saber se é verdadeira ou não. Apenas me parece improvável, dado o personagem e as visões que a Visão costuma ter.
“Salazar costumava peregrinar ao túmulo do médico Sousa Martins…”
Desconhecia. Obrigado.