Em Maio de 1976 saiu para a rua uma revista interessante, para a época: Opção. Dirigida por Artur Portela Filho, a linha editorial resume-se num facto: uma entrevista de seis páginas com Emídio Guerreiro, cujo nome só aparece no fim. Nas duas páginas antecedentes uma crítica acerba a um livro "de direita", as "Crónicas e Cartas" de Manuel de Portugal, um pseudónimo que escrevia no jornal Tempo.
Artur Portela Filho que tinha escrito "Fundas" nos jornais, em oposição ao regime marcelista diz abertamente no editorial:
"Opção pretende ser a voz que a Esquerda ( sic) pode e deve ser- a voz forte da razão, da competência. do futuro". Programa definido e assente.
O projecto assim tão ambicioso durou pouco tempo, dois anos que foi o tempo da primeira bancarrota, da co-responsabilidade deste figurão que aparece nesta capa:
Na entrevista a Fernando Dacosta, abaixo citada, em dada altura o mesmo refere a excelência dos colaboradores da revista- Eduardo Lourenço, Eduardo Prado Coelho e Eduardo Luís Cortesão, entre outros- um trio de eduardinos que segundo Dacosta "desmontavam essa visão de Portugal e dos portugueses, na revista Opção". A visão seria o comportamento de certos políticos de então que não compreenderiam o tempo por que passavam e os tais eduardinos seriam os paladinos da lucidez interpretativa dos tempos que mudam...
Vejamos, por exemplo, no nº4 da revista, publicado em 20 de Maio de 1976 o que se dizia da Revolução de 25 de Abril, com a participação de um dos eduardinos, psiquiatra, mais dois psicos mirins- Maria Belo e António Bracinha Vieira.
Será esta análise a tal expressão do génio dos tais eduardinos? Enfim. Quando leio que precisávamos então de ter mais "tomates" ou seja "pénis à vista" lembro-me logo que ainda há por aí uns figurões que acham que isto tem falta de disse mesmo, ou seja, de "tomates". Na verdade, o que o mesmo escreveu foi "colhões", mas vai dar ao mesmo raciocínio que me recorda, por outro lado, a música repetitiva dos americanos Village People, um grupo de homos saídos do armário naquela altura.
Portanto, para aquilatar da genialidade do Eduardo Cortesão fica mais uma página da Opção de 23 de Setembro de 1076. É sobre o luto que não foi feito ao...salazarismo.
E uma outra do eduardino-mor, Prado Coelho, já falecido e que escrevia sobre a influência do pensamento francês no comportamento das nossas margaridas, em 19 de Maio de 1977.
«Será esta análise a tal expressão do génio dos tais eduardinos? Enfim. Quando leio que precisávamos então de ter mais "tomates" ou seja "pénis à vista" lembro-me logo que ainda há por aí uns figurões que acham que isto tem falta de disse mesmo, ou seja, de "tomates". Na verdade, o que o mesmo escreveu foi "colhões", mas vai dar ao mesmo raciocínio que me recorda, por outro lado, a música repetitiva dos americanos Village People, um grupo de homos saídos do armário naquela altura.»
ResponderEliminarAgradeço a partilha. Não sei como médicos puderam dizer o que ali está. O valor científico do que debitam... é abaixo de nulo. Puro lixo. Não tenho tempo para desmontar mas a coisa merecerá no futuro um verbete.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarA personalidade esquizóide, maquiavélica, cruel, sádica de Salazar...
ResponderEliminarPhónix, é um perigo as pessoas meterem-se nas mãos destes psicos.
(Agora vou ler o almôndega)
por essa altura lia os sumários em inglês duma revista japonesa de química intitulada Yagaku Kagaku onde se recomendava medicamento denominado NUKU
ResponderEliminarO almôndega era uma esponja.
ResponderEliminarDecorava tanto que nem precisava de pensar o que dizia
Mas com embrulho franciú parecia profundo
Aquele Jaime Cortesão não se enxerga. Como é possível estar para ali com tanta merda de necessidade de reeducação de jovens e luto pelo fascismo tuga, como os alemães precisaram de ter pelo nazismo e nem por um segundo se lembrar dos horrores comunistas.
ResponderEliminarÉ impressionante porque estas pessoas não eram analfabetas apenas para fazer a onda.
Eduardo Cortesão, queria dizer.
ResponderEliminarEstado sentido
ResponderEliminar'Recluso 44:
Simbiose? Processem-me já esse gajo, simbiose é a tua tia, pá.'
Uma coisa parece ser verdade.
ResponderEliminarEstas fontes, estas conversas, interessam ao próprio e servem para pouquíssimo, no sentido de alertar ou informar as pessoas.
É um fenómeno estranho como a generalidade prefere o sonante ao factual. tudo o que já vem com papinha feita e nem dá trabalho a ler ou obriga a pensar.
Agora mesmo, o Elaites, que nem é puto e muito menso idiota, escreveu esta imbecilidade lá no Dragoscópio:
«Dragao, devo a ti a desconstrucao da propaganda pos 25, do puto anti-fascista agora so um puto que tem uma ideia do que sa passou e que continua a aprender. Bora....e sem scanner, scanner e para os caloes...
Abraco
Elaites
5:30 da tarde»
Não entendo. Não entendo a necessidade de inventarem tribos e dizerem tamanhas imbecilidades.
É pelo tom. Funciona tudo pelo tom. Se o tom é pouco afirmativo e deixa fontes, então a coisa é fraca.
Se desanca e faz estrondo, nem importa mais nada.
E votam assim.
ResponderEliminarO problema é que funciona tudo assim- pelo lado mais fácil.
Que raio de merda pode querer dizer, alguém que estudou, que sabe que só há investigação com fontes, dizer que as fontes e o scanner são para calões?
Isto é do mais imbecil que se pode ler.
E isto não veio de um filho de Abril porque, pelo menos, já devia ter deixado de gatinhar na altura.
ResponderEliminarEntão aquelas citações de livros são bué de boas porque não precisaram de scanner ou porque não foram publicadas em jornal?
ResponderEliminareheheheheh
Já parece o outro com a boa da fonte oral que não mente ao jornalista porque só o jornalista é que mente por escrito.
ResponderEliminarE depois negam o que está lá escrito e é conclusão da série que começou assim- com o borreganço marcelista e o abastardamento do salazarismo.
ResponderEliminarNão disse que com Marcello se ia chegar à bancarrota. Disse até o oposto, que ele a evitaria.
E a coisa está lá explicada e escrita até com as letras todas.
« Àquela velocidade, quanto tempo demoraria Marcello a chegar à bancarrota? O Monstrengo do Estado começava a avantajar-se; a carga tributária acompanhava em conformidade...Afinal, que liberalização era aquela?»
Portanto, sou eu que tenho a mania que não entendem o que está escrito, ou não entendem, ou entendem e fazem-se de parvos?
ResponderEliminarEsse peditório para mim acabou.
ResponderEliminarPercebi a essência do argumento com essa da bancarrota fantástica. Um autêntico realismo fantasmático.
Agora estou noutro registo, como se diz agora.
E acho isto interessante porque do Mito pode espelhar uma realidade.
Pelo que cotejo, lendo, apercebo-me que o antifassismo primário é uma treta reciclada de outro mais sofisticado.
Hoje ou amanhã, mostro.
Com scanner, claro. Dá muito menos trabalho do que escrever letra por letra...ahahahah.
eheehhe
ResponderEliminarRealmente. E evita as gralhas
":O)))))))))))
Olhe Zazie, estava mesmo para lhe dar razão e reconhecer que me tinha enganado; mas porque fiquei a pensar porque razão me teria escapado tal coisa, fui ver onde estava essa frase.
ResponderEliminarE está logo antes do resto do parágrafo:
E todavia a acção de Caetano era a muitos títulos meritória. Comparado aos desgovernantes dos últimos quarenta anos, além de probo, era um homem com consciência dos problemas. O que eventualmente lhe permitiria, caso tivesse tido tempo para isso, arrepiar caminho ou corrigir destemperos. E foi um facto que, à luz do tal "crescimento económico", Portugal crescia a olhos vistos.
Se calhar, porque eu tenho "dificuldade inata" em compreender as coisas, isto não quer dizer o que eu penso que quer; mas, mas se me tivesse poupado aquela treta das frases fora de contexto e não sei quê, nos outros comentários, quem tinha ficado a ganhar era V.
E sabe qual é o problema com o "entendimento geral"? É que muitas vezes esse entendimento está feito logo antes de sequer se ler ou escutar a matéria de onde se fará.
ResponderEliminarE é muitas vezes fácil ler depois apenas o que ajuda a esse pre-entendimento geral e desprezar o resto como "merdices mínimas", etc.
Eu, na minha dificuldade inata penso de outra forma: acho que se as pessoas escrevem uma frase no meio de outras, alguma razão têm para a escrever. E portanto eu tento perceber que razão é essa.
E é o que eu venho verificando aqui: há um entendimento geral que está feito, e portanto, "merdices mínimas" passam por bicicletas que se dão. Transformam-se províncias que existiam com gente que existia, gente de carne e osso, em quintos impérios fantásticos, fantasmagóricos, irreais, que servem esse tal pre-entendimento. Transforma-se um tamanho que não era pequeno, mas que era, e que não procurava crescer mais, numa pequenez imaginária e fatal.
Mas não havia quintos impérios, havia gente de carne e osso, e havia terra, e havia cabedais. E tudo era preciso governar e acautelar, no nosso interesse; no nosso interesse comum, que era também o daquelas pessoas.
O impossível Império opõe-se ao V Império. Império fantástico contra império fantástico.
Só que o império não era fantástico. Nem era quinto, nem impossível, simplesmente era. Era gente, era terra, era cabedal. Era Portugal. Para alguns, pelo menos. Para outros, se calhar, não.
Mas se não era Portugal para alguns, então que o digam frontalmente. Que é para que se entendam as pessoas.
ResponderEliminarNão vale a pena argumentar a boa governação de um país a quem acha que o objecto da governação não faz realmente parte do país, e sobretudo a quem não quer que fizesse parte.
Não se pode defender a acção de um homem que governou um país a quem acha que ele governou um país em conjunto com um império fantástico.
Impérios fantásticos não se governam como países, governam-se de forma diferente; com acordos fantásticos que envolvem somas fantásticas (mas não demasiado) a defender interesses fantásticos, e com plebiscitos fantásticos perante opiniões públicas fantásticas e relações fantásticas com estados fantásticos.
Portanto, isto não é o mesmo que governar gente de carne e osso, e como tal a dissonância é forçosa e inevitável.
Em vez de distribuir bicicletas, agradecidas mas desnecessárias, mas valeria talvez, definir uma posição.
Lembrou-me isto um postal no Bic Laranja a propósito do referendo na Escócia. Cogitava o Bic se, para além deste, não faria sentido fazer um outro, referendando a vontade dos britânicos em ter a Escócia com eles.
ResponderEliminarPois eu fiquei a pensar:
ResponderEliminarOu v. tem mesmo uma inata dificuldade em compreender o sentido dos textos ou era um grande falsário.
Ainda bem que a coisa foi genuinamente como eu disse.
":OP
Estas coisas não se apanham por frases. Eu nem me lembrava da frase. Se tivesse lembrado tinha logo pespegado com ela à frente do seu nariz para se calar.
Tem a ver com o sentido e ideia presente ao que se quer dizer.
O Dragão queria dizer o que eu disse- atribuir as culpas ao Marcello, por degenerescência do salazarismo.
O resto passo.
V.s confundem pragmatismo de governação em função de interesses mais vastos com uma espécie de ética militar.
Não tem nada a ver. Os interesses de um país podem passar por muitos golpes de rins.
E um país ou aquilo que ele é também não se inventa por neologismos ou critérios de conceitos de Direito.
África não era a mesma coisa que o resto e a prova está como todos perderam territórios adquiridos da mesma forma.
Comparar isso com a treta dos referendos escoceses é outra bestialidade.
E essa sim, agrada aos filo-pencudos que adoram rebentar com nacionalides- todas- excepto a Eleita.
Pois, só que isto começou por eu comentar uma coisa que o Zephyrus disse e que era que havia quem dissesse que com Marcello teríamos a bancarrota. E eu comentei que não era bem isso que se dizia.
ResponderEliminarE não era. Porque se fosse, não se escrevia aquele parágrafo que eu coloquei agora e do qual V. retirou apenas a primeira frase isolada.
Lá de culpas e do resto, não falei eu.
O seu "entendimento geral", escoltado pelo libelo da demagogia, certo ou verdadeiro, não era chamado à questão, porque não era isso que se estava a discutir.
E desculpe, mas aqui quem confunde coisas não sou eu. Eu não confundo gente, território, e cabedais reais com impérios fantásticos.
ResponderEliminarA ética militar não tem nada que ver com isto, e isso é já o seu (pré) "entendimento geral" a manifestar-se.
A questão para mim, neste momento, é esta: se África era diferente, para nós, e por nós (interessa-me pouco os outros "todos"), então não era Portugal.
Ora, não se pode discutir a governação de Portugal com quem discorda sobre o que é Portugal.
O que me interessa da Escócia é aquilo que o Bic disse: o referendo ao contrário. Perguntarem aos ingleses se queriam os escoceses.
Acho que talvez houvesse benefício em se fazer um aqui, para se apurar e clarificar posições.
Porque a quem não quer Angola em Portugal, perco o meu tempo a tentar argumentar que os portugueses devessem defender aquela.
Aliás, nesse caso, nem sei para que é perder-se tanto tempo com esta questão. Para quem assim vê as coisas, é evidente que o caminho não era "para Angola, rapidamente e em força", mas sim, "ala daqui para fora, rapidamente e trazer tudo quanto se possa, se necessário pela força".
Discutir a guerra do Ultramar com quem pensa que o Ultramar não era Portugal, não podia, e sobretudo não devia ser, é pura perda de tempo. Está claro que era de vender.
Mas também me não interessa discutir se o Ultramar devia ser. Nem tão pouco, a partir da negativa, se era ou podia ser.
Talvez seja, por fim, este o mito a que se referiam.
ResponderEliminarSe era, podiam ter logo clarificado a questão.
E se esse é o mito, se o mito é achar que o Ultramar era e podia, e sobretudo devia, ser Portugal, então sou aderente de plena consciência e fervor redobrado. E tenho, hoje, mais razões do que tinha ontem para pensar assim. E nenhuma se prende com impérios, nem mitos, nem profecias.
Com uma ressalva: o Ultramar não era mito; era realidade, e isso não o pode mudar coisa nenhuma.
Por isso, é natural que fosse tão polémica a questão. Estamos a misturar alhos com bugalhos.
ResponderEliminarUns vêem um país e um império, mais ou menos fantástico; outros vêem somente um país.
Claro que impérios fantásticos se podem dar e vender e transaccionar conforme as conveniências pecuniárias do momento. Países e pedaços dele é que não.
Por isso, penso que a nossa discordância, ou pelo menos a minha, neste ponto, desapareceu com o esclarecimento.
Naturalmente, surgiu outra, elevada (ou descendida, conforme a perspectiva) a outro plano. Mas isso, como disse, já não me interessa tanto discutir.
Note-se apenas uma coisa, ao final de contas: não é justo criticar Salazar por não ter governado como um império fantástico aquilo que ele via como um país.
ResponderEliminarPodemos discordar da visão dele sobre o que era um país - mas ele próprio não discutia a Pátria; mas não se pode dizer que, do ponto de vista dele, tenha agido mal.
O que v. diz é uma coisa.
ResponderEliminarVir para aqui dizer qyue o Dragão não disse nem queria dizer o que disse é outra.
Eu apenas coloquei os pontos nos is porque a coisa chateia.
De resto, os problemas de leitura são seus, não são meus e devia ter mais cuidadinho antes de desatar a insultar-me quando a bacorada é apenas sua.
E não foi apenas nesta questão.
ResponderEliminarÉ em todas.
É sempre assim. estropia tudo, complica tudo e depois discute em vez de debater.
Põe-se a mandar vir.
ResponderEliminaré literalmente isso que faz.
E mesmo não compreendendo uma questão, discute e goza e manda vir e chega a insultar.
Com a cena do mito, por exemplo.
Não percebia mas chagava.
Quando finalmente o José decidiu colocar uma explicação para ver se liam e aprendiam, a sua reacção nem foi pedir desculpa pelas imbecilidades que disse- foi virar as costas e dizer que "eu cá de mitos não sei nada".
Não sabe, nem quis saber mas falou como se soubesse e interrogava quem sabia para arranjar discussão.
Desculpe lá, eu não insultei ninguém. Quem resolveu meter-se onde não era chamada foi V. logo a brandir demagogias e tudo.
ResponderEliminarE a bacorada foi sua, caso ainda não tenha percebido. Porque não era de "is" que se estava a falar e, portanto, os pontos não faziam falta nenhuma. Mas não importa.
E para colocar um ponto final: já lhe disse que tem bom remédio. Deixa de ler o que eu escrevo e acabou.
E faz o favor de me deixar em paz, que eu farei o mesmo.
Insultou um bocadinho mas eu também nem ligo a isso.
ResponderEliminarEu leio o que me apetece ler e comento o que quero.
Não foi por si mas por estar a dizer mentiras e essas mentiras envolviam o que o José escreve.
Não gosto disso.
Ainda bem que não foram mentiras deliberadas mas o tal problema seu de nunca entender um escrito simples nem conseguir resumir a ideia mestra de nada.