Seguem relatos escritos dos visados do governo de Marcello Caetano, em defesa indirecta das invectivas dos salazaristas mais salazaristas que Salazar.
São tirados do mesmo livro abaixo indicado e reportam-se à "modernização e desenvolvimento económico no "quinquénio dourado" de 68-74.
Os depoentes são João Mota de Campos, Rogério Martins, Valentim Xavier Pintado e João Maria Oliveira Martins. São os que então se chamavam "tecnocratas". Tinham estudado lá fora ( se calhar com as bolsas dos americanos...) e tentavam tirar o país dos anos cinquenta...onde alguns queriam que continuasse.
A crise dos anos setenta aparece como conjuntural e não estrutural e isso faz toda a diferença do que se passou a seguir a 1974.
São algumas páginas, não muitas e têm um propósito: desintoxicar quem precise.
Estes títulos estão deliciosos
ResponderEliminarcom o 25.iv desapareceu todo o desenvolvimento de 30 anos
ResponderEliminarnos sectores I e II
sobrecarregou-se a SS com um milhão de beneficiários não contributivos
fizeram-se obras publicas em aldeias sem habitantes
encheram-se os ministérios e câmaras de centenas de milhar de incompetentes
os anti-fascistas profissionais passaram a facturar sobre um passado duvidosos
estamos enfiados na etar dos ratos com a merda até ao pescoço
prepara-se nova avalanche
Pois mas há quem atribua tal efeito aos governantes de Marcello.
ResponderEliminarA culpa das bancarrotas passa a ser do Marcello e se não é devia ser.
E depois espumam baba e ranho de insultos retóricos quando os factos os contrariam.
ResponderEliminarUm dia destes sufocam no vómito.
Quinta continua a saga.
ResponderEliminar«fizeram-se obras publicas em aldeias sem habitantes»
ResponderEliminarO choradinho da comunicação social e dos Historiadores da Esquerda sobre as aldeias sem electricidade no «fássismo» é para ignorantes engolirem.
Portugal tinha e tem um problema grave de Ordenamento que não tem paralelo na Europa.
A população estava dispersa por sítios, montes, fazendas, casas à beira de caminhos, enquanto que em Espanha se concentra em povoações que por vezes distam entre si dezenas de quilómetros.
Este povoamento por sua vez ocorre em áreas de serranias muito acidentadas, uma paisagem que parece uma sucessão de montículos de formigueiros separados por vales profundos de regatos e ribeiros.
Levar água canalizada e electricidade a todas estas almas era tarefa para muitas décadas e nem sei se valeria a pena.
Conheço casos em Espanha de pessoas que moram fora das povoações e o Ayuntamiento recusa-se a colocar electricidade, água canalizada e recolha de lixo. Vivem a mais de vinte quilómetros da povoação mais próxima...
Ainda ontem fiz Algarve-Lisboa pela antiga estrada que liga Albufeira a Setúbal.
ResponderEliminarConsta que boa parte da A2 não tem trânsito que justifique a sua existência.
Quando foi planeada nos tempos de Guterres, a A2 deveria atravessar o centro da serra do Caldeirão, cheio de montes com mais de 500 metros, em vez de atravessar o vale de Tunes.
A opção pela serra do Caldeirão traria uma despesa brutal, pois seriam necessários inúmeros viadutos. A opção pelo vale de Tunes era bem mais barata mas o poder insistia na opção mais cara.
Entretanto a Quercus e outras organizações ambientalistas apresentaram queixa à UE pois aquilo era área Rede Natura 2000 e o Governo acabou por desistir da auto-estrada na serra do Caldeirão.
Tudo sempre feito para lesar o contribuinte.
Ora ao atravessar a antiga estrada perguntei-me a mim próprio isto: justifica-se a A2?
Eu acho que não. Um bom IP com faixas de ultrapassagem entre Setúbal e o Algarve seria suficiente. O percurso da antiga estrada poderia ser parcialmente aproveitado e seriam adicionadas faixas de ultrapassagem.
Trata-se de um percurso que tem trânsito elevado apenas meia dúzia de dias por ano.
Esta opção seria válida certamente para outros percursos.
Justifica-se a A13? Também me parece que não.
E volto a colocar a pergunta:
Quem permitiu que nas últimas 4 décadas as estradas nacionais em diversos pontos do país fossem transformadas em ruas? Quem autorizou a construção de moradias, blocos de apartamentos e áreas comerciais junto às estradas nacionais?
Sugestão de leitura muito interessante.
ResponderEliminarPequeno à parte com pedido de ajuda:
nas minhas aulas de geografia de Portugal há um problema diabólico: as estatísticas disponíveis um pouco por todo o lado, só recuam até 1960 na melhor das hipóteses (agora a referência mais usual é de 1980 para cima) e por isso nunca conseguimos contextualizar o nosso século xx....
1) Onde podemos encontrar um «PORDATA» com indicadores socio-económicos a recuar à I república ou até antes? - vá, a indicação de um livrito já não seria nada mal
Curiosamente, foi com um livro de Álvaro Santos Pereira que ainda assim consegui obter a evolução de alguns valores de 1910 até 2010 (Portugal na hora da.... e, o seu blog desmitos)
2) outro assunto que tenho conjugado muito insuficientemente é o das eleições antes de Abril/74... podemos ler alguma coisa de jeito?
nota:
Sim, é verdade. Como imaginam a disciplina geografia (geografia humana) nas escolas secundárias é uma bela colecção de barbaridades (devido a omissões grosseiras e selecções óbvias).
«Sim, é verdade. Como imaginam a disciplina geografia (geografia humana) nas escolas secundárias é uma bela colecção de barbaridades (devido a omissões grosseiras e selecções óbvias).»
ResponderEliminarE a geografia propriamente dita é outra desgraça.
Os portugueses não conhecem o território.
Por exemplo, a maioria dos portugueses não sabe o que é um carvalho-cerquinho e a sua importância na floresta portuguesa.
Luís,
ResponderEliminarEu diria que a sua melhor aposta é o conjunto de livros que o Governo fazia publicar com a síntese da sua actividade para o ano (ou anos).
O José já aqui colocou excertos de alguns do governo de Caetano.
Arranjá-los porém... é o problema do costume.
Esses livros que o regime publicava são uma maravilha.
ResponderEliminarTenho os dos anos 3º, 4º e 5º do governo de Marcello Caetano.
Têm tudo o que é preciso saber sobre a actividade governativa e desmentem certos derivados que por aí andam.
Faltam os dois primeiros, mas ando à procura.
Agradeço a V. atenção.
ResponderEliminarBiscatarei alfarrábios com olhos na »Síntese« e deixo um repto ao Porta da loja: incluir no fim do blog o «motor de busca» que a blogger oferece. Acredito que muitos interessados pelos temas da Loja passariam a andar no varejo.
....
Caro Zephyrus,
O nosso quercus fagginea (é assim?) cria sorrisos e gracejos fonéticos nos mais estudiosos e já está. Lá vão os tempos em que as humanidades tinham alunos laboriosos)...
ùltima nota: O Pop UP desta caixa de respostas escondeu-me o »motor pesquisador«. Já o usei e vou buscarar muito mais.
ResponderEliminarAssim, o pedido de incluir um motor de busca é uma coisa muito sem jeito.
Cumps
Luís,
ResponderEliminarPara procurar apenas no Porta da Loja, ou noutro siítio qualquer, pode fazer o seguinte: no google escreva os termos da procura e acrescente "site:" e o domínio do sítio. Por exemplo, para procurar postais sobre Soares:
soares site:portadaloja.blogspot.com
É menos conveniente mas é exactamente a mesmo resultado.
Luís Jesus: já tentou obter esses dados na Biblioteca Digital do INE, por exemplo os anuários estatísticos?
ResponderEliminarLuís Jesus: já tentou obter esses dados na Biblioteca Digital do INE, por exemplo os anuários estatísticos?
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