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domingo, junho 28, 2015

Dogmática censória



O Estado Novo de 1933 aparece com uma Constituição cujos princípios não eram declaradamente os mesmos dos "países democráticos" ocidentais.  
Tal era assumido sem peias, após a experiência caótica dos anos precedentes e proclamou-se a superioridade do modelo como  novo, "para abraçar toda a actividade familiar, económica, social e espiritual da Nação, ajustando-lhe as instituições políticas em concordância com a sua índole e construindo o Estado sobre as realidades da existência coleviva."

Em 1930, a União Nacional que se criou visava integrar a Nação na sua estrutura política em via de se definir e "enquadrar nas suas fileiras de uma organização única, estranha a qualquer espírito de partido, quantos estivessem dispostos a trabalhar pela realização das ideias do nacionalismo português". 
Em 1937 o Estado Novo proclamava que "Portugal é hoje um país onde reina a ordem, existe a certeza do dia seguinte e a tranquilidade indispensável  ao fecundo exercício das actividades produtivas", porque "foi pela resolução do problema da ordem pública e da questão financeira que o País recuperou a consideração externa de que dependia a restauração do seu prestígio internacional".
"O terrorismo só é possível onde a matéria plástica da mentalidade colectiva está pronta a reagir simpaticamente. Num país onde se criou uma unidade moral e com ela a convicção da estabilidade das instituições e do valor da paz interna, os terroristas estrangeiros e os seus discípulos perdem o tempo e o feitio.
E a demonstração está feita. E está mesmo provado que tentativas dessa natureza só servem para estimular o espírito de defesa do grande número dos cidadãos que se erguem à compreensão da necessidade de se organizarem para a resistência contra os que pensem em perturbar a paz interna e ameacem a segurança dos lares portugueses.
Foi da lição do comunismo espanhol que resultou a formação dessa força magnífica de choque, decidida e pronta, que é a Legião Portuguesa.

Estes excertos são da obra O Estado Novo- Princípios e realizações, edição SPN 1937.
O terrorismo referia-se inequivocamente ao comunismo  internacional e que tinha chegado às nossas portas nesse tempo da guerra civil de Espanha. Estaline estava na URSS e a ambição internacionalista e "proletária" era evidente.
O Portugal de Salazar defendeu-se programaticamente para manter os valores que não eram de modo algum os comunistas.  Deus, Pátria e a Família que não eram conceitos discutíveis publicamente.
A ideia básica de Ordem nas finanças públicas, na sociedade e na administração conduziu necessariamente à repressão de quem  a pretendia subverter para substituir por uma outra ordem , no caso, comunista.
Na Educação, em  1936 operou-se uma mudança estrutural e fundamental:  "ela corresponde a uma nova compreensão , integral e perfeita, da missão do Estado na formação das gerações mais novas.
Até aqui cuidara-se apenas de instrução, entendendo-se por instrução a cultura intelectual que se endeusara ao ponto que a preparação física e moral deixara de contar. O nosso ensino fabricava em série uma multidão de pequenos sábios, com o cérebro mobilado por um sem-número de noções  mal assimiladas e de conhecimento em confusão que faziam deles enciclopédias baratas. (...)Rompeu-se com o estéril enciclopedismo racionalista para se lhe sobrepor a visão da finalidade de uma educação capaz de criar homens robustos, possuidores das grandes noções fundamentais para a sua função social e das virtudes do civismo e moralidade que se exigem nas gerações a quem havemos de confiar o destino de Portugal. "

Destes conceitos nasceram a Mocidade Portuguesa e a Obra das Mães pela Educação  Nacional e o SPN- Secretariado para a Propaganda Nacional que era um organismo de formação cultural dessas ideias, através de prémios literários e artísticos e a criação do Teatro do Povo e do Cinema Popular, para divulgação "pelos confins das províncias, às pequenas aldeias perdidas. essa forma moderna de expressão artística e de proveitosa lição das coisas."

Para além disso, "deve-se ao Estado Novo o ressurgimento da ideia de Império e com ela a formação de uma nova consciência das coisas coloniais. Recuperamos uma mentalidade afirmativa e construtiva, inflexivelmente disposta a realizar a nossa missão de grande potência. Renasceu o espírito de legítimo orgulho, de amor ao domínio, de tenacidade e decisão. Renasceu a vontade portuguesa de Império".  E tal foi proclamado oficialmente e com valor constitucional, no Acto Colonial de 1933 que "constitui o diploma fundamental do Império".
Eram estes os valores do Estado Novo, essencialmente.  "Uma concepção ocidental e cristã filiada no espírito da civilização nacional".

Devemos envergonhar-nos disto que foi a nossa História pregressa dos últimos 40 anos anteriores a 1974?  Não, no meu modesto entender. 

Em 1974 tudo isto ruiu com fragor porque o edifício que o  Estado Novo foi construindo estava minado quase desde o início, pelas infiltrações intelectuais da esquerda então reprimida mas subterraneamente activa. Praticamente desde os anos 40, conforme é reconhecido por aqueles que se lhe opunham.
Para sustentar essa Ordem e escala de valores que provinham da nossa ancestralidade católica e ocidental, essencialmente anti-comunistas e assentes no temor do que ocorrera na Guerra Civil espanhola , o Estado Novo carecia de meios e um dos mais evidenciados tornou-se a Censura das ideias esquerdistas comunistas.

Esta matriz do Estado Novo que proclamava efectivamente uma concepção ocidental e cristã e filiada na civilização nacional não poderia permitir veleidades de propaganda ao adversário que a procurava minar e destruir em nome de um internacionalismo comunista e que afrontava nitidamente os princípios da civilização ocidental e cristã. A defesa era então legítima. Os meios poderão no entanto, ter-se revelado excessivos. 
Uma das formas que o Estado Novo encontrou para enfrentar tal ameaça ( e é preciso não esquecer que o comunismo estalinista desse tempo era infinitamente mais duro e eficiente na repressão de quem se lhe opusesse, pois para o provar estão documentados os "processos de Moscovo" da mesma época) foi a Censura, para a além de uma polícia política de defesa do Estado.

A defesa do Estado Novo contra o comunismo passou sempre por aqui: a repressão pura e simples, com eventual prisão, das pessoas que aderiam a ideias comunista e quisessem propagandeá-las  em modo subversivo, partidário ( o PCP era já uma força política clandestina, proibida naturalmente, na lógica do que se passara em Espanha, como hoje é proibido o "fascismo")   e ao mesmo tempo a uma política oficial de silenciamento generalizado da propaganda  dessas ideias, com pequenos requintes de inquisição vinda directamente do século XVI ( com um index librorum prohibitorum quase recalcado da Igreja Católica)

A Constituição de 1933 assegurava como direitos dos cidadãos a " liberdade de expressão de pensamento sob qualquer forma", bem como a "liberdade de reunião e associação", no artigo 8º  na redacção após a revisão de 1959. Porém, num parágrafo subsequente estabelecia que " Leis especiais regularão o exercício da liberdade de expressão do pensamento, do ensino, de reunião e associação, devendo quanto à primeira impedir preventiva ou repressivamente a perversão da opinião pública na sua função social, e salvaguardar a integridade moral dos cidadãos".

Portanto, a legitimação da Censura era constitucional desde 1933 e com o objectivo declarado de poupar os cidadãos à propaganda comunista e de subversão de outros costumes. 

A questão que se pode colocar e que me parece fundamental dilucidar é saber se tal Censura foi eficaz nessa prevenção, se foi adequada e se resultou em algo positivo ao longo dos mais de quarenta anos que durou, porque se estendeu até 1974.
 Para tal, importa saber como se fez e que evolução tomou, no contexto político social das décadas em que vigorou.
Tentar-se-à a seguir compreender como tal aconteceu.  

64 comentários:

  1. actualmente temos outro tipo de censura

    a desinformação e contra-informação dos órgãos de comunicação socialista

    'um estado fraco,
    torna fraca a forte gente'

    os syrizas estão na ordem do dia

    quanto ao funeral do rectângulo
    'que descanse em paz e que o Senhor o acompanhe'

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  2. Moinhos de vento. Em liberdade, sem censura, o comunismo definhou. Não passa de uma força marginal. O que me leva a perguntar:
    Para quê censurar ideias (comunistas) se em liberdade se obtém resultados melhores?
    .
    A censura tem sentido em situações excepcionais, como em tempos de guerra. O comunismo, em si mesmo, enquanto uma ideia politica não deve ser combatido nem recriminado. A natureza das coisas encarrega-se de o colocar no devido sítio. É o próprio povo que o afasta. Não precisamos de um paizinho que nos diga o q é melhor.
    .
    Bem diferente são outras ideias q atentam contra pessoas concretas e estas sim, devem ser proibidas, nunca censuradas. Ideias como o racismo, nazismo etc.
    .
    Rb

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  3. O que é que a "ideia" de nazismo tem de intrinsecamente mais perigosa que a de comunismo?

    Aliás, o que é que as ideias têm de perigoso.

    Se têm, então deve haver cuidado em não as deixar propagar.

    Ou será que o problema é o que se faz com as ideias e isso são práticas e não pensamentos?

    E o que se faz com a ideia de nazismo não é nada de diferente do que se pode fazer com a ideia de comunismo

    Porque o comunismo desaparece em liberdade, se for nos países que já impuseram comunismo de Estado.

    Nos outros sabotam tudo.

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  4. A ideia de racismo é base de Estado moderno- em Israel é lei. Até existe apartheid e não é só por wishful thinking- é prática social.

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  5. http://expresso.sapo.pt/cultura/2015-06-27-Consul-de-Portugal-quer-que-justica-brasileira-decida-o-destino-da-biblioteca-de-Marcello-Caetano

    Á atenção do José.

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  6. Estas questões nunca se podem ver de forma transhistórica.

    Não há nisto tudo, incluindo censura, qualquer explicações estruturalista.

    Em determinadas épocas pode fazer sentido; noutras não.

    Do que me lembro cá, em meados dos anos 70, dá-me ideia que não servia para nada. Antes pelo contrário- no caso de livros e assim. Agora em relação a organizações políticas a coisa pode ser diferente.

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  7. O problema das ideias são as militâncias.

    Porque o fanatismo é cego.
    Ainda assim, eu não vejo- nos tempos presentes- qualquer vantagem em relação a censura.

    Nem sequer os tais "segredos de Estado" que tantos defensores da liberdade na casa dos outros acham que sim. São os mesmos que também não enxergam racismo em Israel e apenas o nazismo é perigoso.

    A wikileaks também devia ser proibida por causa do respeitinho.

    Portanto, o que se pode concluir é que os que traçam tabelas entre o que é perigoso e mau e o que é bom e inofensivo, são uns hipócritas

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  8. Mas o mundo presente está a abarrotar de censura e ela é feita da forma mais eficaz- são as causas e mailas fobias e as tabelas de ódio.

    todo o defensor da liberdade tem index da moda a que rende culto e persegue o próximo agitando esses espantalhos.

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  9. José... O Estado Novo acabou entalado entre o comunismo e o liberalismo.

    Basta ver o que aconteceu de novo no mundo esta semana.

    Os ventos da história querem destruir a todo custo a tal ideia de "Uma concepção ocidental e cristã filiada no espírito da civilização nacional".

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  10. Pois. Mas uma coisa é censura como limite à propaganda. Outra é censura como limite ao pensamento.

    Abstractamente é muito fácil de confundir os dois, mas na prática as coisas tendem a ser muito diferentes.

    O marxismo pode ser uma ideia como tantas que passaram e hão-de passar. Mas como fundamentalmente apela à - aliás, dá-a como inevitável e científica - a subversão da ordem existente, de qualquer ordem excepto a sua, é um absurdo pensar que a livre propaganda de tais ideias é inócua. E é evidente que a única forma para a qual tende a expressão de tais ideias para efeitos propagandísticos é a agitação.

    A propaganda combate-se com propaganda e, eventualmente, com censura dos meios propagandísticos para limitar a capacidade de agitação e subversão da ordem pública, sem a qual desaparece logo à partida qualquer possibilidade de debate de ideias.

    E as ideias combatem-se com outras ideias. Mas a agitação propagandística não se combate com ideias.

    Discordo completamente que tenha sido a censura a principal razão pelo que aconteceu pós-25A. Essa impressão vem do recorrente e sistemático subestimar da técnica marxista, sobretudo comunista, de doutrinação e propaganda. Uma vez obtido o poder, era fatalmente assim que as coisas se passariam.





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  11. Acho que ninguém disse que foi a censura que causou o 25 de Abril, mas enfim...

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  12. O que se disse é que a censura tornou apelativo o marxismo-leninismo-maoísmo e não havia crítica a essas coisas pelo facto de serem proibidas.

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  13. Agora, ao que assistimos hoje não é o mero limitar da propaganda com vista a preservar a ordem pública. Qualquer expressão pública de reserva em relação às noções dominantes é imediatamente atacada na própria pessoa de quem as faz.

    A partir do momento em que um indivíduo seja reconhecido como tendo certas ideias, é atacado em todos os aspectos da sua vida sem descanso até que ceda e se humilhe perante os seus detractores. E nem isso permite redenção. É para sempre "excomungado".

    Com efeito, é o pensar de maneira diferente que se criminaliza. Isto não é censura, é puro totalitarismo.

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  14. Pois não zazie, ninguém disse.

    Também ninguém disse que a chuva cai de cima para baixo, pois não?

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  15. Discordo completamente que tenha sido a censura a principal razão pelo que aconteceu pós-25A.

    V. precisa de óculos.

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  16. O pós-25A foi preparado nos anos sessenta, altura em que os nossos intelectuais que já dominavam os media escritos se educavam pelos franceses, dando sempre prevalência a Sartre em detrimento de Aron.

    Porém, essa tendência ( esse vento da História) já soprava desde os anos 40, como afirmou recentemente Eduardo Lourenço.

    A Censura não evitou essa tendência porque quem queria estudar e ler marxistas fazia-o na mesma ( as universidades e a crise de 1962 provam-no) e não preparou os que não tinham estudos ( incluindo os militares de Abril) para resistirem aos cantos de sereia da esquerda comunista.

    E isso deve-se à Censura, a meu ver.

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  17. O PCP tinha meia dúzia de milhar de militantes ferrenhos em 74. Dali a meses eram dezenas de milhar...ferrenhos na mesma mesmo sem cartão de partido.

    E isso afectou a sociedade portuguesa no seu todo. As nacionalizações só foram possíveis por falta de formação política da sociedade.

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  18. A propaganda nazi conseguiu captar o voto de uma significativa parte do eleitorado alemão, antes da guerra. Provavelmente durante a guerra, mantinha-se esse sentimento alemão.

    Actualmente qualquer propaganda nazi é desqualificada. Porquê? Porque foi possível mostrar que o nazismo actualmente não é doutrina que se possa ou deva cheirar.

    Porque não se fez o mesmo com o comunismo estalinista cuja semelhança com o nazismo é mais que muita?

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  19. Por outro lado a propaganda é quase sempre contra-producente na medida em que edulcore ou torne suave algo que o não é. Ou vice-versa.

    A propaganda, tal como a publicidade, mente e quando as pessoas se apercebem da mentira torna-se inócua.

    O melhor é a informação esclarecida e livre, ou seja, segundo critérios que sejam as redacções a propor e aplicar.

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  20. A Censura esconde a mentira e ao mesmo tempo não elucida sobre a verdade.

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  21. A propaganda imbeciliza as pessoas.

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  22. Portanto, ninguém fica mais esclarecido se receber doses de propaganda contrária patrocinada pelo Estado.

    É ver os efeitos históricos da propaganda. A Coreia do Norte ainda os tem.

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  23. A propagada é mesmo a coisa mais perniciosa que existe.

    Tenho pó a todo o tipo de propaganda.

    E penso que actualmente essa treta do marketing e publicidade e redes sociais e mais tv só serve para isso mesmo- para fazer passar memes de propaganda besta.

    Depois toda a gente repete aquilo porque está na moda e porque deixam de saber pensar.

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  24. A Censura tal como funcionou até ao 25A foi uma enorme estupidez.

    Vou tentar demonstrar quando tiver tempo.

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  25. O mundo às avessas está a ser feito por propaganda. Toda essa imbecilidade da ditadura do politicamente correcto é injectada por propaganda.

    Acho estranho é que haja ateus que consideram estúpida a doutrina religiosa mas depois defendam a bondade da doutrinação ideológica pelo Estado.

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  26. Pois foi, José. Cada vez me convenço mais disso.

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  27. A propaganda que funciona actualmente é a dos mêmes do politicamente correcto. Facilmente ganha aderentes...

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  28. Na publicidade a mensagem não é geralmente para levar a sério, mas se for bem passada tem o mérito de captar a atenção por esse processo lateral de influência.

    Bimbo! Ora...com muito gosto.

    E pronto, da próxima vez na prateleira do super se calhar vai o pacote de Bimbo em vez do da padaria ao lado.

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  29. Sou alérgica a publicidade. Nem sei explicar, é como o Fellini.

    Não gosto do impingir. Não suporto sequer essa ideia de estar a ser engrominada.

    Mas, o que tem piada é como os extremos se tocam.

    Os uber acabam a defender o mesmo que os comunas- um povão hipnotizado ao som do batuque.

    O mais estranho é que depois querem que seja deste povão acéfalo que nasçam as tais super-elites.

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  30. A publicidade não me afecta muito porque não a levo a sério. Era como o Mourinho, nunca o levava a sério. Quando começou a ganhar e a ganhar comecei a pensar se não era para levar um pouco mais a sério e de vez em quando até penso que sim...mas dali a pouco vejo o que disse sobre isto ou sobre aquilo e não dá para tal.

    A publicidade é uma espécie de paisagem estética que na maior parte dos casos é poluição visual, mas tem cores e já faz parte da paisagem.



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  31. Sim, no sentido de publicidade televisiva ou assim, até gosto de alguns anúncios.

    Mas não suporto o assédio telefónico ou o de porta-a-porta.

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  32. A publicidade americana das revistas sempre me fascinou pelo lado estético.

    A da marca de cigarros Camel era de tal modo que me levou a procurar essa marca em 1976, mum certo modelo de maço, quando havia restrições de importação...

    A publicidade a discos então era fundamental e imprescindível. Ou a aparelhagens hi-fi.

    Essa é que me levava sempre ao fascínio pelo produto. Porque não enganava.

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  33. Assédio telefónico meo zon e quejandos é uma praga. Nem lhes dou dois segundos...digo logo que não quero nada como se fazia dantes aos ciganos que andavam pelas portas...

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  34. Mas repare que até na net é preciso desencantar uma série de tretas protectoras porque é só pop ups a saltarem por todo o lado para venderem tretas.

    Isso e cartão de crédito. Conheço quem trabalha em publicidade e caia na vigarice.

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  35. Praga, praga mesmo. Passo a vida a mandar emails para me retirarem o número dessas bases de dados.

    É difícil fazer-se uso destas traquitanas de comunicação porque foram infestadas por essa imbecilidade.

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  36. A propaganda não imbeciliza nada as pessoas. Essa é uma noção infantil.

    A propaganda é um instrumento que todo o estado moderno - burocrático e assente no consentimento dos governados - necessita. E todos a empregam. Não é só a Coreia do Norte (já agora, a zazie já viu a propaganda da Coreia do Norte, ou está a falar de cor?) Lá por os modernos estados ditos democráticos delegarem as funções propagandísticas a interesses particulares que não dominam (e que, por isso mesmo, acabam frequentemente a dominar o estado), não quer dizer que não lhes faça falta ou que não procurem servir-se dela.

    A função essencial da propaganda é informar com vista à mobilização. Nenhum estado, nenhum governo, pode ser bem sucedido sem alguma capacidade de mobilização das pessoas.

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  37. De resto, o José tem razão quando diz que a censura esconde a mentira mas não esclarece a verdade. Essa é a função da propaganda.

    Uma propaganda que difunda mentiras só é eficaz se não tiver a oposição de uma propaganda que difunda a verdade, precisamente porque se demonstrada a mentira não só perde o efeito como se lhe torna prejudicial.

    Num mundo ideal, a iniciativa particular faria esse trabalho e a concorrência regulava a questão. Mas não é um mundo ideal, e portanto o estado e os governos não devem alhear-se desse problema.



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  38. Estou a falar de cor. Nunca vi aquela gente toda a marchar que nem zombies.

    A propaganda é o Big Brother. A verdade nasce do debate, não nasce de propaganda de sentido contrário.

    Com a agravante de que toda a propaganda que é feita pelo poder e com censura e consequências para quem a não acatar se tornar uma medida bruta de imposição de força de Estado.

    Achar o contrário é falar como os neotontos que acreditam que somos todos livres e tudo funciona em pé de igualdade.

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  39. Mas v. é maluco. Acredita que num país com censura há propaganda de megafone na mão a que o Estado deve responder com propaganda de megafone igual.

    V.s são apalermados ou então é mais grave e, de facto, já têm a cabecinha esturricada há muito.

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  40. Eu não conheço essa geração que v. me apresenta como a geração de Direita que existe em Portugal.

    Não conheço. Ponto.

    Conheço de esquerda com diversos cambiantes e outros que não são nada.

    Portanto, se a tal que é a da Direita é a que defende propagandas militantes pelo Estado, a esardalhada está aí para dar e durar e passa a perna até do modo mais simples.

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  41. Sim, só V. é que a tem boa... Tão boa ou tão má que nem lê o que os outros escrevem, e diz logo que dizem coisas que não disseram, tanto que parece que é cega ou bêbeda. Vá pentear macacos mas é...

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  42. E há-de ser que é por isso que não existe Direita em Portugal e quando aparecem coisas a dizerem que o são, são bestialidades mongas.

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  43. Mas eu apresentei-lhe alguma geração de Direita? Beba água.

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  44. Eu li mal mas ia dar ao mesmo. O José respondeu-lhe por mim.

    A ele não insulta porque é assim.

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  45. V. diz que é e passa a vida a dizer que conhece muita gente que pensa de forma idêntica e que nós é que temos a mania que não existe.

    Pois se são assim e defendem essas imbecilidades totalitárias, então estamos mesmo tramados.

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  46. E v. não é parvo.

    Mas, pelo que vai dizendo e até pelo nick e outros feedbacks que vai deixando, dá para perceber que não foi por debate racional que encontrou esse lugar político.

    Porque tudo o que defende é sempre de forma totalitária e por instrumentalização mental.

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  47. Não insulto o José porque não tenho nenhuma razão para tal.

    Nem a insultaria a si, se V. não passasse ultimamente o tempo a chagar-me. É que nem é o insultar nem o chamar nomes. É o inventar cenas que diz que eu digo. Assim não progredimos já lhe disse.

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  48. Vá dar banho ao cão.

    Eu estou-me nas tintas para insultos. Nem ligo. Troquei uma treta mas ia dar ao mesmo.

    Aquilo que v. defende é esta palermice:

    Num Estado em que é são proibidas associações políticas sem aprovação superior e onde qualquer partido comunista era ilegal, assim como tudo o que tivesse cheiro a doutrina marxista, v. diz que as pessoas ficariam mais esclarecidas se o Estado ainda as bombardeasse com os malefícios daquilo que já proibia.

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  49. Portanto, o povo ficava mais esclarecido se apenas pudesse ouvir umas das partes e se esta ainda fosse mais convincente a mostrar os motivos pelos quais silenciava a outra.

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  50. Isto é uma anedota que só pode vir de um filho de Abril.

    Não viveram nada e inventam umas maluqueiras por palermices de tribalismo virtual que cultivam.

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  51. Trocou trocou...

    Está sempre a trocar "tretas"...

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  52. Olhe, se eu sou filho, V. é mãe.

    Só tem que se queixar da linda merda que deixou fazer.

    Viveram tanto e não aprenderam nada...

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  53. Ora aquilo que o José diz e com o qual cada vez mais tendo a concordar é uma coisa simples- um regime destes, que ao mesmo tempo nem controla ou proíbe editoras e apenas faz arresto depois dos livros estarem cá fora, acaba por tornar o fruto proibido o mais apetecido.

    Porque havia mais maneiras e alternativas de se defender outra coisa sem ser o comunismo.

    Mas o que vingou no PREC foi o tal fruto proibido.

    Serviu de muito. Ainda está aí pronto a servir e com adeptos que mete dó.

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  54. Se tem problemas com o que a mãezinha fez, mande-a limpar que eu não sou da sua família.

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  55. Como v. é maniqueísta e defende uma ditadura contra outra ditadura porque o seu inimigo principal é a democracia, está visto que faz sentido.

    Acha que o problema do Estado Novo foi ter sido frouxo.

    Os comunistas acham o mesmo dos azares deles.

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  56. Eu não acho que o Estado Novo tenha sido frouxo. Frouxos foram os que achavam que não podíamos ter Estado Novo só porque os outros também não tinham. É como a guerra. Não a podíamos ganhar porque os outros não ganharam...

    Isso é que é ser frouxo.

    Os comunistas não pensam assim, isso não.



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  57. “A propaganda nazi conseguiu captar o voto de uma significativa parte do eleitorado alemão, antes da guerra. Provavelmente durante a guerra, mantinha-se esse sentimento alemão.
    Actualmente qualquer propaganda nazi é desqualificada.” [José]

    É desqualificada ou é proibida? Será que sem a proibição ela não continuaria a ser popular na Alemanha de hoje?

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  58. “A propaganda, tal como a publicidade, mente e quando as pessoas se apercebem da mentira torna-se inócua.” [José]

    O problema é que raramente as pessoas se apercebem da mentira quando ela não é esclarecida por meios de alcance idêntico aos usados pelos mentirosos. Em Ciências, por exemplo, a propaganda, por mais ridícula que seja, é (quase) toda tida como verdade absoluta. A título de exemplo, atente-se na propaganda em volta do efeito de estufa: quantas pessoas, mesmo entre cientistas, já se aperceberam, que não é possível existir “efeito de estufa” na nossa atmosfera porque a Terra não é um sistema fechado, como um automóvel estacionado ao Sol? Tenho assistido a discussões patéticas para saber se o dióxido de carbono presente na atmosfera causa mais ou menos efeito de estufa que o metano e quando pergunto (com ar gozão, admito) – mas o efeito de estufa existe? – olham para mim como se acabassem de ver um extraterrestre.

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  59. “O melhor é a informação esclarecida e livre, ou seja, segundo critérios que sejam as redacções a propor e aplicar.” [José]

    Os critérios das redacções são os interesses económicos: vender mais jornais; ter mais audiência.

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  60. “O mundo às avessas está a ser feito por propaganda. Toda essa imbecilidade da ditadura do politicamente correcto é injectada por propaganda.” [Zazie]

    E então? Devem, os governantes, tentar fazer alguma coisa ou é preferível que assistam sentados?

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  61. “Na publicidade a mensagem não é geralmente para levar a sério.” [José]

    Mas há muita propaganda para lá da publicidade. E há muitos que levam a publicidade a sério e, mesmo aí, o desmascarar das mentiras raramente tem sucesso porque não é repetitivo, ao contrário da mentira.
    Por exemplo, nos Estados Unidos, em 2010, a Danone foi posta em tribunal pela Federal Trade Commission (FTC) por fazer publicidade enganosa ao iogurte Activia, que a Danone dizia que regulava o trânsito intestinal reduzindo a prisão de ventre. A FTC fez um estudo e concluiu que o Activia não se distingue, nesse aspecto, de qualquer outro iogurte e a Dadone, para não ser condenada aceitou um acordo de pagamento de 21 milhões de dólares e de alteração da publicidade do iogurte. A Danone diz agora que o Activia melhora o conforto intestinal e diminui a sensação de barriga inchada o que, para a generalidade das pessoas vai dar no mesmo. Pelo que, na prática, 5 anos depois, muita gente continua a creditar que o Activia é eficaz na regulação do trânsito intestinal.

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  62. Pois Apache, ainda bem que vem V. expôr o óbvio, porque eu, como sou "totalitário" ninguém me leva a sério...

    O mais curioso, porém, é isto: por um lado, conotam a propaganda com uma intenção intrinsecamente maligna. Como tal, não querem conceber uma propaganda que esclareça em vez de enganar. Por outro, opõem-se à censura e à limitação da mesma propaganda.

    Temos então que, na prática, quem pensa assim apenas faz um favor a quem usa a propaganda para enganar: pois não podem impedir que se use a propaganda para o mal, mas opõem-se a que se use para bem (com o pretexto de que é usada para o mal!) e não admitem que se tenha mão nela.

    Nem concordam que se restrinja a má, nem que se faça a boa...

    Depois admiram-se...

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  63. è pá- metam uma coisa na cabecinha.

    è simples- até uma criança de 5 anos entende.

    Se tem um regime onde são proibidas todas essas coisas comunistas, e até se pode ser preso por isso, expliquem lá que excedente de propaganda que o regime já faz e deve fazer ainda mais, serve para outra coisa que não seja fabricar vítimas.

    Os comunas e tudo o que andasse próximo tornou-se mártir, ganhou aura, precisamente por ser censurado e proibido.

    Porque, todos os males totalitários que pudessem sacar para os caracterizar, mesmo em menor escala voltavam-se contra o exemplo próprio.

    Só numa democracia se podem criticar totalitarismos e haver debate acerca deles.

    Num regime não democrático dizer que aqueles também proíbem e fazem assim e assado com polícia política, tornava-se um tanto caricato.

    Porque depois só podiam dizer que também tinham isso tudo mas era mais mansinho

    Ora bolas!

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  64. Os gajos até coleccionavam mortos. Jovenzinhos mortos pela PIDE apenas para defenderem liberdade de organização como o Ribeiro Santos-

    Querem mais alimento para hagiografias?

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