Repristinando este postal de 27.6.2013:
Durante o PREC que se seguiu à revolução de 25 de Abril de 1974 os
comunistas e esquerda em geral tomaram conta do discurso oficial,
ideológico, mediático e corrente. Toda a gente foi no engodo, com
excepção dos que não se pronunciavam publicamente e que Spínola em 28 de
Setembro de 1974 julgava que eram uma "maioria silenciosa"...e já não
era, por factores que seria muito interessante e importante explicar.
Um
dos factos mais estranhos, estúpidos e incompreensíveis segundo uma
lógica racional e de senso comum, ocorreu em Agosto de 1974, como já
aqui foi indicado: os capitalistas que ainda estavam no país, membros
das tais 20 famílias que eram os "donos de Portugal" como o bloco de
esquerda agora define, mas já ao tempo se denunciava, ofereceram-se para
"ajudar" a economia e o país cujos destinos políticos estavam nas mãos
de uns quantos militares, do MFA, rapidamente lavados cerebralmente e
que se associaram ainda mais depressa ao PCP e PS e esquerda em geral,
como a do MES. Para exemplo basta dizer que Vasco Gonçalves, no espaço
de semanas passou de admirador de países "como a Itália, Suécia" para
outros de latitudes mais a Leste. Igualmente, Otelo. E outros que se
entregaram de alma e coração à Revolução em curso, de transformação de
Portugal numa sociedade sem classes ou socialista e contra a "reacção e o
fascismo" incorporados em todos os que representavam o regime deposto.
A
simplicidade desta opção justificou a rejeição daquela "oferta" que era
genuína porque afinal os capitalistas portuguesas queriam investir para
não perderem o que tinham e que afinal vieram mesmo a perder, por força
e influência exclusiva dessa esquerda e do PCP em particular. O mesmo
querem hoje em dia com as "outras políticas" que chamam de maneira
obscena, "patrióticas" e as marias de são josé da rádio mais as anas
lourenços das tvs aplaudem durante todas as emissões mediáticas, porque
acordam a tomar pequenos-almoços de esquerda todos os dias.
Para
além da proposta de investimento de 120 milhões de contos do MDE/S
havia outros projectos em carteira na economia nacional que pura e
simplesmente foram abandonados em prol das ideias "patrióticas" iguais
às que o PCP e a esquerda comunista reclamam hoje em dia porque o
ideário não mudou uma vírgula nos programas.
Um desses
projectos, muito falado antes de 25 de Abril de 74 e já com
compromissos assinados pelo anterior governo de Caetano era a construção
de uma fábrica de grandes dimensões ( maior que a Autoeuropa?) para
fabricar automóveis ( não apenas componentes) da Alfa Romeo. 60 000
veículos por ano seria a meta.
Pois bem. Em finais de 1974 o
projecto era pura e simplesmente, além de estupidamente, abandonado.
Porquê? Precisamente pelas mesmas razões que levaram ao abandono do
projecto do MDE/S. De quem a culpa e responsabilidade por esta estupidez
gigantesca? Do PCP e satélites, mais a esquerda em geral. Não foi do
PREC. Foi mesmo do PCP.
A propósito: a Autoeuropa aderiu à greve geral? Não? É porque esteve imersa na "batalha da produção". Já lá iremos...
O Expresso conta na edição de 23 de Novembro de 1974, com um desenho que vale mil palavras.
A
propósito desta estupidez, havia por aí alguns "inteligentes" ( dos que
nunca sairam dos redondéis do esguicho da importância e papelão
institucional, para citar ONeill) que davam palpites influentes sobre o
assunto da economia nacional que pouco tinha que perceber: dinheiro
privado, público, investimento, regulação e tudo andaria muito bem, se
não se tivesse intrometido a maldita ideia de esquerda em socializar,
nacionalizar, espoliar o capitalismo e acabar com os "monopólios". Essa
ideia maldita que pegou de estaca por cá, estragou a economia que
tínhamos em prol de uma ideia que nunca tivéramos mas que os mesmos
apostaram que vingaria por cá como nespereiras enxertadas em macieiras
portadaloja.
João Cravinho é o nome do inteligente do que então se
iria chamar MES que agregou outros inteligentíssimos ( alguns deles até
chegaram longe; um deles à presidência da República deste pobre país,
imagine-se!) .
A
prova de que a inteligência aguda destes indivíduos era fulgurante e ao
ritmo do PREC que então viviam, reside aqui nesta edição do Diário de
Lisboa de 20 de Fevereiro de 1975. E não, a explicação não vem na tira
de banda desenhada, mas nas palavras cruzadas, na coluna vertical 4...
E
como é que os "donos de Portugal" se defendiam destas investidas
comunistas para acabar com os "monopólios" ( é preciso atentar que ainda
hoje o PCP fala em monopólios...) ?
Ora, o comandante Mota que
nunca foi ministro sem pasta, como o outro, mas foi governador de Macau (
maçonaria oblige e Soares obedece) explicava muito bem o que se faria
com a Sacor do grupo Espírito Santo, indiscutivelmente um dos donos da
economia nacional e inquestionavelmente um dos grupos que faria do
capitalismo português um bem comum e não o que depois se verificou com a
geração "Rikky" após o regresso dos Brasis e Suiças e que ultimamente
tem comprovado e irá certamente comprovar...
Se a Sacor que era
deles, se tivesse mantido não haveria GALP nem corrupção de Estado de
alto coturno, nem Mexias ou Zeinais ou o raio que os parta ou pata que
os lamba. Haveria outra coisa, mas não esta entidade híbrida que corrói o
país, actualmente. Provavelmente mais sã, apesar do fruto Espírito
Santo andar envenenado. Coisas do destino.
Portanto,
em 8 de Fevereiro de 1975 o Expresso explicava muito bem o que se
passava na economia nacional com o protagonismo da esquerda e do PCP em
particular, o grande responsável pelas "políticas patrióticas" que então
nos arruinaram. O PCP a atacar, o PS a defender o seu reduto de poder e
apenas isso e o PPD na sombra do PS, sem se mexer e à espera do que
viria a seguir.
O
PPD de então era uma vergonha de compromisso como o provam as incríveis
declarações de um inenarrável Rui Machete, no mesmo número do Expresso.
Como é que o país aguentou este tipo de gente que nos conduziu a este
beco?
Este
tipo de opções políticas generalizadamente veiculadas nos media como o
caminho para o socialismo a encetar, criadas pela Esquerda em geral, o
PCP em particular, a displicência e desinteresse do PS e o alheamento
táctico do PPD, criaram uma situação económica de bancarrota, em menos
de dois anos. Assim, como explica e avisa muito bem um economista de
então, ao Expresso de 4 de Outubro de 1975. O jornal até escrevia que
isto devia ser servir como "um aviso ao povo português". Aviso? Pois
sim. Dali a mês e meio estávamos no auge do PREC e com o 25 de Novembro
em vez de se denunciar isto que o PCP fez ao país, uma das maiores
tragédias de todos os tempos, ainda lhes deram a mão democrática, com um
Melo Antunes a assegurar ao país que o PCP era democrático que era
essencial à democracia e portanto com um discurso conciliador que
conduziu Portugal à Constituição de 1976 e à "irreversibilidade das
nacionalizações". Com o aplauso fremente dos Machetes que assim ficaram à
vontade para preparar a vidinha nas empresas e organismos do Estado.
Para
ver como a Economia nacional passou a funcionar, depois deste assalto
do PCP, basta ler a "caixa" sobre o modo de funcionamento da "banca"
nacionalizada e as cartas que se trocavam...
Perante
este gigantesco descalabro que se anunciava e teria o efeito de réplica
das décadas seguintes o que fazia o autor do crime? Tergiversava na
asneira e na ideologice. A primeira medida a preceito foi subtrair um
dia de salário que por ter sido para a "nação" não foi roubo algum, como
agora são e se denuncia em cartazes de tipografia idêntica à de trinta e
oito anos atrás... Depois como um dia não chegava para nada passou a
incentivar os trabalhadores como os chineses faziam, mas sem poderem (
não chegaram até aí, mas...) usar métodos mais eficazes. Assim, com a
ideia fantástica da luta, da "batalha da produção". Até o Manta pintou a
manta com a batalha final.
Nessa altura, apesar de estarmos
porventura pior que hoje, deixou de haver greves gerais ou lutas de
trabalhadores por melhores condições de trabalho. Afinal, o trabalho já
era o dono do capital...ou não era?
Esta
gente que isto fez, sem qualquer rebuço de vergonha ou arrependimento,
continua por aí, investida no mesmo papel já que nada esqueceram e nada
aprenderam. Continuam a querer "outras políticas", porque seguem o
esquema táctico dos passinhos. Primeiro um, depois outro. Desta vez
ainda andam na fase das lutas por "outras políticas patrióticas". Se
lhes fizerem outra vez a vontade, voltarão com a cantiga da luta pela
"batalha da produção" e lá se vão as greves gerais e outras que tais.
O
povo português está à espera de quê, para varrer esta gente para o
caixote de lixo da História? Nâo chegam os exemplos que se vêem pelo
mundo? Não chega o conhecimento do que aconteceu no Leste Europeu? Não
chega o que se sabe de Cuba ou da Coreia do Norte?
Então porque razão os media dão toda a atenção a estes arménios avoilas e jerónimos? São masoquistas ou apenas estúpidos?
Pois lembra, lembra.
ResponderEliminarE as variantes marxistas até se multiplicaram. Vi no site da Marianne um melro sociólogo completamente marado que até mistura Marx com Espinosa
Mas a coisa é empurrar par aí e apenas para aí- nacionalizações. A começar pela banca.
ResponderEliminarMais do que masoquístas ou estúpidos são desprovidos de inteligência. Qualquer ser humano com um raciocínio lógico desenvolvido é capaz de analisar seriamente e imparcialmente o que são as tais sociedades "sem classes". Com a Educação ministrada no actual regime o que podemos é esperar um abaixamento do QI e gente formatada ideologicamente pela Esquerda a controlar os media para efeitos de propaganda. Um excelente exemplo disso é a jornalista referida no post anterior: Joana Pereira Bastos.
ResponderEliminarO regime saído do PREC consegui destruir o "Saber" e colocar no seu lugar a Propaganda.
Portugal Quo Vadis.
Estes jornalistas são apenas jornaleiros de ideias de esquerda.
ResponderEliminarAs pessoas não são estúpidas. Mas se até agora os não varreram, também não é agora que o vão fazer. O discurso é apelativo, e tem muito de verdadeiro - ainda que as intenções nada tenham. Ou seja, o quadro que pintam não é tão longe da realidade assim.
ResponderEliminarEra há quarenta anos que o discurso estava arredado da realidade. Agora está cada vez menos.
A questão é somente que eles passam entre os pingos da chuva e de alguma foram se conseguem dissociar da responsabilidade que têm na criação da realidade que vituperam.
As direitas europeias tomadas de assalto pelas ideologias liberais de tecnocratas sem coração (nem bom senso) que tomem boa nota da lição grega. Combater um extremo só se faz com outro extremo.
ResponderEliminar.
Era bom que as pessoas moderadas das direitas recuperassem influência nos respectivos partidos e afastassem os liberais da liderança.
.
Que formem eles partidos de raiz e concorram a eleições.
.
A começar já pelo PSD. Uma vassourada nesta malta ideologicamente extremista que lhe tomou o poder seria uma bênção para o país. O meu voto recuperavam certamente. Apesar de tudo Portugal tem sorte pelo facto do PS não ter cedido posição a um syriza ou podemos. Mas teve mais sorte em não ter sido o primeiro a ser intervencionado. O primeiro, a Grécia, foi um programa tão desajustado e maléfico q conseguiu destruir em 4 anos quase um terço da riqueza produzida. Na intervenção segunda, a Portugal, moderaram um bocado as medidas. Sorte a nossa. Com a falta de tomates que os nossos políticos tem, teriam engolido todo e qualquer programa q se lhe colocassem à frente.
.
Rb
.
de uma estação de Metro:
ResponderEliminar'não sou grego nem ateniense'
façam um referendo a pedir o dinheiro que nos devem
já há peditórios
voltaram à esmolinha que condenavam
pior que o cavalo
são os trojan da Net
As direitas europeias tomadas de assalto pelas ideologias liberais de tecnocratas sem coração (nem bom senso) que tomem boa nota da lição grega. Combater um extremo só se faz com outro extremo.
ResponderEliminar.
Era bom que as pessoas moderadas das direitas recuperassem influência nos respectivos partidos e afastassem os liberais da liderança.
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Que formem eles partidos de raiz e concorram a eleições.
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A começar já pelo PSD. Uma vassourada nesta malta ideologicamente extremista que lhe tomou o poder seria uma bênção para o país. O meu voto recuperavam certamente. Apesar de tudo Portugal tem sorte pelo facto do PS não ter cedido posição a um syriza ou podemos. Mas teve mais sorte em não ter sido o primeiro a ser intervencionado. O primeiro, a Grécia, foi um programa tão desajustado e maléfico q conseguiu destruir em 4 anos quase um terço da riqueza produzida. Na intervenção segunda, a Portugal, moderaram um bocado as medidas. Sorte a nossa. Com a falta de tomates que os nossos políticos tem, teriam engolido todo e qualquer programa q se lhe colocassem à frente.
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Rb
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Net
ResponderEliminarla Nekyia (in greco antico νέκυια) è un rito attraverso il quale spettri o anime di defunti venivano richiamati sulla terra e interrogati sul futuro, ovvero un rito che oggi definiremmo "negromantico"
não percebo tanto entusiasmo:
a descida aos Infernos não vai conduzir aos Campos Elíseos
Insurgente
ResponderEliminara exposição à dívida grega por estado membro da zona euro. Relativamente a Portugal, além de 1,1 mil milhões de euros de empréstimo bilateral, é necessário ainda contabilizar 3,7 mil milhões de euros no âmbito do eurosistema, totalizando 4,8 mil milhões de euros, aproximadamente 2,8% do PIB.
Isa Soares correspondente da CNN em Atenas
ResponderEliminaros bancos não reabrem amanhã
Tripas falou ao tel com a Chanchelerina Merkel que o mandou apresentar amnhã as sua propostas à comissão de lideres
as filas do ATM são enormes e dão €40
""There´s a riot going on"...cantava um preto americano ( Sly Stone) nos anos sessenta.
ResponderEliminarVeremos nos próximos dias como é que estes trotskistas se desenvencilham deste prec.
O 25 de Novembro chegará mais cedo ou mais tarde...
A diferença entre este prec e o que tivemos em 74-75 é ténue nos princípios de actuação e não há qualquer diferença entre os propósitos não declarados mas assumidos como doutrina interior: atacar o sistema capitalista como tal.
ResponderEliminarA luta continua sempre na mesma...
Pois é, José.
ResponderEliminarMas repare como agora, em toda a parte, também existem ceguinhos a apoiar.
Isto explica-se como?
Não aprendem nada!
Nisso é igualzinho a 74-75.
ResponderEliminarNa época, eu para saber o que se passava por cá, comprava a Time e o L´Expresse. E no Prec até o Nouvel Observateur servia. Mas só nessa altura.
E por falar nisso, logo vou provar com alguns scannings que em tempos fiz e guardei para publicar oportunamente. É agora...
Em 1974, 75, 76 toda a gente por cá andava obnubilada com o prec. A Constituição reflecte esse espírito e com uma entrevista de Jean-François Revel, a propósito do seu livro La Tentation Totalitaire é que me apercebi realmente o perigo que corremos.
ResponderEliminarPor cá, o Expresso, o O Jornal e todos os diários eram "syrizas" como agora são.
Nada mudou em Portugal, nesse aspecto, com uma agravante: nem um patarata como o Marcelo Rebelo de Sousa é capaz de ver o logro e é capaz de aprender com os erros do passado.
É impressionante.
em 2010 o 44 emprestou 2 biliões à Grécia com a concordância do 'num'
ResponderEliminaro ps era rico
agora está falido
Por isso é que apresento a história verdadeira dos 120 milhões de contos, em Julho de 1974.
ResponderEliminarÉ a melhor metáfora para mostrar a loucura desse tempo.
A entrevista do Jean-François Revel é de 1976, no L´Express.
ResponderEliminarO José Jorge Letria que é um dos gloriosos malucos desse tempo, do PCP, e agora é do PS e eventualmente da Irmandade, nessa altura achava que "tudo era possível".
ResponderEliminarEsta expressão diz tudo sobre o estado de espírito da época e agora alguns acham outra vez que talvez tudo seja possível.
O logro ainda é maior, claro, mas não desarmam das utopias.
E tem uma coisa curiosa: têm a extrema-direita com eles, pelos vistos, uma vez que são eurofóbicos, vá-se lá saner porquê...
Então aguardo pelos recortes.
ResponderEliminarMas não aprendem nada e é impressionante porque até gente inteligente cai.
Não sei.
Cá para mim é a relação hipócrita que têm com o dito capitalismo.
Às vezes esqueço-me de coisas, o que me entristece...
ResponderEliminarNão me lembrava que os Comunistas proíbem a greve e confiscaram um salário.
Democracia, olé!