Páginas

quarta-feira, julho 15, 2015

Os brasileiros, na Justiça ainda estão atrás de nós...

Expresso online:

O encontro devia ter sido secreto, mas acabou por ser noticiado por um blogue brasileiro, provocando uma onda de indignação e de explicações, que vão do golpe inaceitável a apenas uma ideia infeliz. Enquanto as justificações se sucedem, é já absolutamente certo que, enquanto o Brasil atravessa a maior crise judicial da sua história - num escândalo que envolve a estatal Petrobras e as maiores construtoras do país -, a presidente Dilma Roussef aproveitou uma escala técnica enquanto viajava para a Rússia para ter uma reunião que seria inaceitável em Brasília.

Foi no dia 7 de Julho que o avião presidencial fez escala no Porto, a meio de uma longa viagem para a Rússia. Ninguém na comitiva foi avisado de que a presidente tinha agenda nesse período. Mas tinha e era explosiva. Por uma estranha coincidência, quer o ministro da Justiça quer o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) estavam em Coimbra, numa conferência jurídica, e foram encontrar-se com Dilma ao Porto.

Num momento em que a relação entre os poderes políticos e judicial é questionada - e o presidente do STF é muito próximo de Lula da SiIva -, esse encontro seria sempre considerado um “golpe”. Foi por isso que a sua descoberta, ainda por mais sem constar da agenda e em território estrangeiro, provocou mais indignação junto da oposição e de comentadores políticos. O vídeo entre os conhecidos comentadores Diogo Mainardi e Mário Sabino é um dos mais populares.



Custa-me a entender esta notícia do Expresso de Ricardo Costa. Então por cá não se fez a mesmíssima coisa, com anúncio, foto de grupo e tudo? E até acabaram no Gambrinus, a comemorar o feito de se terem reunido, provavelmente pela primeira e única vez na história judiciária portuguesa, tais poderes do Estado que trataram de assuntos tão prementes que nem se chegou a saber quais foram exactamente?



Em 8 de Setembro de 2009, mesmo antes das eleições gerais que o PS ganhou e nas palavras de José Sócrates foram uma "vitória extraordinária" ( ó se foi!), Pinto Monteiro, mais o ministro da Justiça, mais o presidente do STJ mais o bastonário da Ordem dos Advogados reuniram-se numa daquelas que seriam o início de reuniões regulares para tratar de "assuntos da justiça". Não se sabe que assuntos foram esses, mas sabe-se que nunca mais reuniram para tratar tal coisa e que o presidente do STJ, a seguir,  não quis ir prandear ao Gambrinus, mesmo com tudo pago pelo bastonário.

Por cá, isto abalou alguma coisa? Alguém do Expresso interrogou alguma vez fosse quem fosse sobre o assunto e procurou saber do que se tratou? E por que razão tal reunião, mesmo antes das eleições e durante o caso Face Oculta que decorria sem ainda ninguém saber publicamente, mas que aqueles dois ( pSTJ e PGR) já conheciam perfeitamente por terem ouvido as escutas que depois mandaram destruir?
 
É por isso que não se entende esta preocupação dos brasileiros com a sua presidenta ter reunido com o ministro da Justiça e com o presidente do STJ de lá. Terá sido por o nosso presidente não ter participado na reunião que por cá se fez? Ou o então primeiro-ministro? Se calhar... porque a explicação é óbvia como o foi por cá, e muito inteligente: tratar assuntos de justiça ao mais alto nível...

Não foi assim?

5 comentários:

  1. Nunca ninguém falou nisto, pois não?

    ResponderEliminar
  2. O espesso, é um jornal de referência, assim até dá um ar democrático, só que de vez em quando, lá sai mais um frete.
    Os "jornalista", também têm despesas e contas para pagar.

    ResponderEliminar
  3. Nunca ninguém dos media tradicionais questionaram este encontro de 8 de Setembro de 2009.

    Mas agora o Expresso dos dois cretinos ( um deles é o patrono do Artur Baptista da Silva) já anda a noticiar o assunto dos brasileiros...

    O que a presidenta brasileira devia ter feito era como fizeram cá: anunciar uma reunião de alto nível para tratar de "assuntos de justiça". E estava tudo explicado. Não estava?

    Estas chico-espertices, os brasileiros ainda não aprenderam.

    ResponderEliminar
  4. 'funiculi,
    fu-niculaço'

    há sempre um bufo a espreitar os politicos e altos funcionários

    ResponderEliminar
  5. Quanto ao encontro dos personagens brasileiros, ocorrido cá no Porto, li um comentário de Folha de S. Paulo de que tal encontro, no Brasil, seria "impensável". Ignoro, contudo, os motivos.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.