Nas últimas semanas apareceu como praticável a hipótese política de um governo formado por uma Frente de Esquerda, incluindo comunistas, trotskistas e outros istas da revolução permanente, todos associados a um PS irreconhecível e repescado do marxismo-leninismo de antanho.
Poucos se deram ao esforço de pensar e dizer publicamente o que tal significava na realidade, preferindo edulcorar a pílula esquerdista pronta a tomar.
Perante o espectro do comunismo, o antigo, real, mesmo sem pátria a Leste, uma grande maioria de opinadores de media desvalorizou a ameaça e tendencialmente aceitou a ideia como fungível.
Entendem que está exorcizado qualquer perigo que antigamente tornava impeditiva a aceitação de tal frentismo a caminho da sociedade sem classes. A intelectualidade serôdia do salazarismo monárquico também não se rala com o assunto e desvaloriza o regresso ao passado, rindo dos que temem o perigo.
Tal postura intelectual dura há décadas, aliás, praticamente desde 25 de Abril de 1974, pelo que foi possível a essa Esquerda associada controlar todo o espaço mediático com algumas raras e honrosas excepções que nem alcançam expressão, et pour cause.
Neste últimos dias, porém, apareceram alguns gritos de alerta. O primeiro de que me dei conta, da autoria de uma cronista do Expresso, Maria João Avilez que conhece a nossa História pregressa dos últimos anos e por isso sabe do que fala. Escreveu no Observador que "não pensei poder espantar-me tanto: que é feito da outra metade do país?
Acreditam na bondade politica de que se anuncia? Que pensam desta
inóspita paisagem?" a propósito da inacção de quem tinha o dever de escrever e manifestar-se por princípios e valores que são os seus e diferem dos outros que se defendem à Esquerda comunista de sempre. Ou será que parafraseando a cronista "isto tanto faz?"
Não faz não. Ora leiam-se em primeiro lugar estas duas crónicas no Sol de hoje:
Conclusão prática? A Direita em Portugal não existe e por isso a Esquerda é omnipresente, omnisciente e domina o panorama mediático. Curiosamente há alguns esquerdistas ( Arons de Carvalho) que acham o contrário e que tudo é dominado pela direita...
António Barreto, um sociólogo socialista de sempre, antigo governante no tempo da primeira bancarrota e que lutou para desfazer a reforma agrária comunista, percebendo o logro e a tragédia que tal significava ( educou-se na Suíça e percebeu a natureza do comunismo, como por cá não se conhecia...) disse na RTP3 um destes dias que "Em 100 anos nunca vi um partido comunista no poder que governasse com eleições livres, com partidos políticos, com liberdade de expressão, sem exilados, sem presos políticos".
O Público de hoje pegou nessa frase de ontem e encarregou Paulo Pena de verificar os factos. Depois escreveu assim:
Conclusão? Barreto equivocou-se porque factualmente "há vários exemplos de partidos comunistas no poder que governaram "com eleições, com partidos políticos, com liberdade de expressão, sem exilados, sem presos políticos". Onde? Em Chipre, em França (!), na Dinamarca, Grécia, Áustria, Luxemburgo, e Finlândia e até no Brasil e no Chile ( 1070-73).
Tirando o caso de Chipre, com um PC de características especiais ( a ilha é um paradouro de russos...) e que afinal tiveram que engolir o sapo da austeridade mais apertada, em que outros países houve um partido comunista como o que tempos por cá, com uma linguagem que vem dos primórdios do anti-fascismo primário dos anos sessenta e fez escola, pegando de estaca, logo a seguir ao 25 de Abril de 1974? E por acaso tiveram o poder de governar em maioria, qualquer um deles, incluindo o chileno do tempo de Allende?
O que António Barreto quis dizer entende-se muito bem: o partido comunista não partilha poder com ninguém nem é democrático no sentido burguês da expressão. E por isso carece da repressão, de prisões políticas de censura e de cerceamento de liberdades fundamentais em nome da instauração da sociedade comunista, que afinal é o povo no poder. Enquanto tal não sucede, a vanguarda zela pelos amanhãs que virão a cantar. Esta é a ideologia comunista de base, ainda hoje e sempre. Seja em Cuba. seja na Coreia do Norte, seja na Venezuela com a mistela de populismo comunista germinado na miséria camponesa e citadina. Esta é a realidade e Portugal não fugirá a ela, com as cambiantes específicas do nosso país, europeu e ocidental.
O comunista António Filipe é comunista assim? Ou ficará ou será afastado inexoravelmente pelos sucessores dos domingos abrantes com dentes de rato. E que lhe acontecerá se tal suceder? Vai para a oposição? Vai, para uma prisão de inimigos do nosso povo, antipatriotas que não respeitam a nossa democracia avançada. Será esse o seu destino e o dos demais. Esta história é velha e revelha e só não a conhece quem despreza os ensinamentos da História, aliás disponíveis actualmente para quem quiser ler.
Os franceses fazem por isso. Nós, nem ligamos nem queremos saber. A nossa direita salazarista pró-monárquica, com a representação digna de um cagagésimo de voto dobrado em branco, subscreve o velho slogan anarca: "nós rimo-nos das vossas lutas". Pois está bem...vão longe, assim.
Em 1975 foi assim: logo a seguir às eleições de Abril o PS teve 38% e o PPD 26%; o PCP teve 12,5% . Pois nenhum dos outros partidos foi admitido na tribuna das comemorações do 1º de Maio desse ano. Todos os lugares ficaram reservados logo para a frente de Esquerda, com o PCP a comandar até ao 25 de Novembro desse ano.
Mário Soares então achava que caminhávamos para a democracia popular porque nem o jornal socialista República respeitavam...e por isso se opunha a tal partido, recusando alianças com o mesmo.
Acham o PCP mudou desde então? É ler o que escrevem no O Militante. É ler...e comparar os discursos. Só não vê quem não quer e quem acha que o Jerónimo das ferramentas em que não pega desde 1974 é agora um democrata consolidado na democracia burguesa. Até usa gravata quando vai falar ao PR...
Actualmente, em França, no número deste mês da revista L´Histoire ( não é de direita. Tal epíteto pertence à Nouvelle Revue d´Histoire) escreve-se sobre a desilusão comunista e ao mesmo tempo sobre as razões do apelo comunista que seduziram tantos intelectuais em França. E por cá, também, havendo apenas uma diferença. Os seduzidos de cá continuam no encantamento relativo e reprimido; os de lá, há muito que desprezam essa ilusão.
Em Portugal, em 1975 quem foi que se opôs de forma mais veemente ao comunismo? Os católicos do Norte.
Hoje em dia, católicos assim? Só os do culto das telenovelas brasileiras....e das manhãs dos programas televisivos.
Ainda ha católicos assim?
ResponderEliminarClaro que os há. Ainda há "cruzados". Eu sou um deles.
Esse Paulo Pena é mais um comuna metido no Público
ResponderEliminarsempre disse e mantenho o meu receio não reside na tomada do poder pelo pc
ResponderEliminarmas do desejo do ps em fazer-se acompanhar pelo pc
como se está a ver
a frente popular não termina habitualmente bem em qualquer lado
parece-me que costa além do prazer tem obrigações a cumprir
que o levam a passar por cima de tudo e todos
ao fim de uns meses muita gente se vai arrepender de ter nascido
de repente nunca vi tanto sábio constitucionalista
deixaram cair Gorbachov.
continuaremos a pagar a factura
Por cá nenhuma publicação era capaz de falar destas coisas, como se lê na L'Histoire.
ResponderEliminarNenhuma. nem academicamente.
boxexas continua calado como um rato
ResponderEliminarpara salvar a pele meteu o socialismo na gaveta
o monhé arrombou-a e tirou de lá o verdadeiro socialismo
esperam-se óptimos resultados
Mas o filhinho ainda por aí aos pinotes.
ResponderEliminar"boxexas continua calado como um rato"...porque já não consegue dizer nada. Está de todo.
ResponderEliminarO filho acha que estamos noutra era e que o PCP mais o BE são democráticos e nada têm a ver com 1975.
E acha ele como outros acham. Ora isso é maná para quem quer o poder e não se lembra como acabaram as frentes de esquerda que existiram com partidos marxistas-leninista-trotskistas.
Vai ser uma chacina de socialistas.
Pode ser que surja finalmente uma direita que se possa ver. Para já temos a direita serôdia do salazarismo pró monárquico que não f. nem sai de cima.
Eu nem sei quem é essa direita porque os únicos que ainda se manifestam por escrito até votam PSD/CDS
ResponderEliminarFora isso não apareceu mais ninguém para coisa alguma.
A generalidade dos que pulam muito a dizer que não votam, votam também por um prato de lentilhas.
E tanto é assim que depois também só bufam aos que lhes tiram uns niquinhos do prato.
ResponderEliminarNão surgirá enquanto não na quiserem ver.
ResponderEliminarSejamos concretos: que princípios teria essa direita que o José imagina? Que defenderia? Haveria de bater-se por quê, ao certo?
Os únicos que se dizem monárquicos até se inscrevem nessas cenas todas sociais.
ResponderEliminarFora isso não há monárquicos envergonhados, que se saiba.
Contra a esquerda, marchar ,marchar.
ResponderEliminarA ideologia de direita não existe do mesmo modo que a esquerda tem uma. Mas torna-se perceptível quando se citam alguns valores e princípios que a esquerda não afeiçoa.
A única referência de direita que aceito bem é a de Marcello Caetano. A
ResponderEliminarAí está um exemplo do que poderia ser.
E Salazar evidentemente naquilo que é melhor e mais sólido como princípios actualizados digamos assim.
ResponderEliminarFaz-nos muita falta essa direita, agora.
ResponderEliminarJosé:
ResponderEliminarHá uma questão que não consigo perceber. Se essa Direita não existe e a geração que a poderia expressar também a não expressa, como é que se pode imaginar que as do presente possam ir buscar a esse passado o que nem lhes foi transmitido?
ou seja: como é que em Portugal pode vir a existir uma Direita com aclimatações do marcellismo se ninguém sabe o que isso foi e nem se afigura que vão ficar interessados num futuro próximo?
Eu sou mais pragmática. As coisas aparecem por reactiva ao presente. Na Suíça ganhou uma Direita por reactiva à imigração.
Quando as tradições se perdem, a coisa não volta.
ResponderEliminarOs ingleses têm os conservadores mas isso é uma constante histórica.
Por cá o que tiver de aparecer vai ser formado a partir do presente. Se calhar por reactiva, também.
Os neotontos não são nada e até agora nesta treta eleitoral se percebeu como só atrapalham.
Nisso e no resto que diz respeito ao oportunismo cigano de tudo o que é imigração e costumes práfrentex que têm o BE para fazer melhor que eles.
Parabéns pelo post, está excelente.
ResponderEliminarUma personagem que seria um bom exemplo da outra metade do país que está calada é o Chiquinho Balsemão. A ver os comunistas a assaltar o poder disfarçados de muleta do PS e nem a boca abre. Aliás, continua a abrir a tribuna dos seus meios de comunicação social a Pachecos Pereiras e ao Chiquinho Louça com a Lourenço a arreganhar a taxa. Assim como Maria João Avilez também eu estou atónito com o silencio de tanta gente boa que ainda existe em Portugal. É que o perigo do comunismo chegar ao poder em Portugal é mesmo real.
Bom, ou seja, se bem entendo, não é pelo salazarismo mas pelo marcellismo é que vamos.
ResponderEliminarMas, por um lado, porque é que o salazarismo é serôdio e o marcellismo não? Por outro, qual é a diferença? Ou muito melhor: qual é a semelhança?
Para que é que v. faz perguntas para as quais sabe a resposta e que tem textos a monte aqui no blogue para recordar?
ResponderEliminarDá vontade de fazer o mesmo tipo de pergunta cretina:
ResponderEliminarEntão contem lá v.s como é que se vai com esse programa de greve eleitoral?
E de monarquia com um rei que nem é o nosso, outro qualquer, caído do céu, porque ao que temos também fazem greve?
ResponderEliminarNão sei se sei a resposta porque a pergunta nunca foi formulada em termos claros. Foi-o agora.
ResponderEliminarQual é semelhança? V. sabe responder?
Quanto ao resto, não sei que greve eleitoral é essa. Mais de metade das pessoas "faz greve" e não é certamente por influência ou decreto da direita serôdia salazarenta... Eu acho que é porque tal coisa lhes não diz nada. Pelo menos a mim não diz. Nada. Rigorosamente nada.
Portanto, se quer uma razão concreta, se precisa de um motivo ou causa, tem essa: é uma farsa. E as pessoas têm mais que fazer que participar em farsas.
E insisto: qual é a semelhança entre Salazar e Caetano, entre o salazarismo e o marcellismo. Aí reside a chave do enigma, creio.
ResponderEliminarE agora veremos em que pé estamos. E quem os tem em terra firme.
Mas alguém, com tino acredita que haja pessoas com projectos de mudança para Portugal que a única coisa que sabem fazer é imitar os acamados e os tolinhos e dizerem que nem votam?
ResponderEliminarVão dar banho ao cão.
Quem não vota, também se está marimbando para tudo o resto.
Quem não está e tem projectos apresenta-os ou então é mais um maluco à solta.
Então e o "vosso" projecto, qual é ele?
ResponderEliminarE eu não acredito em quem anda por aí a chagar e a troçar de quem vota e depois se entusiasma muito com Varoufakis ou apenas acusa estes que estiveram pelos cortes que foram obrigados a fazer.
ResponderEliminarPonto final. É mentira. É pura aldrabice e barriguita à frente. Mais nada.
Meter o Chile de Allende nas contas é ignorância. O pouco tempo que governaram destruíram a economia, assaltaram propriedade privada, mataram e levaram a fome. Allende tinha como guarda pessoal esbirros cubanos (proibido por lei ter um corpo de guarda estrangeiro), suspendeu unilateralmente a constituição e governou com uma constituição revogada, tinha um avião carregado de armas às suas ordens no Aeroporto de Santiago (proibido igualmente), estava rodeado de conselheiros militares cubanos, tinha relações preferências com as ditaduras mais virulentas da altura (uma a Coreia do Norte) e tinha recebido instruções na visita de Fidel Castro para levar a revolução pela via violenta. O Povo saiu à rua e não lhe permitiu fazer o que pretendia ... o resto já sabemos.
ResponderEliminarEu alguma vez na vida disse que tinha algum projecto?
ResponderEliminarEu até votei PAF. Veja lá. E sem ser com vergonha.
Dizer que é tudo igual, porque quem manda é a Bismerka e que tanto faz uns como os outros é estúpido.
ResponderEliminarÉ estúpido continuar a colaborar com este erro gigantesco da importância que os comunas e revolucionários escardalhos continuam a ter por cá.
E a estupidez tem como alternativa uma ficção de ficar sentado à espera e não fazer nada mas rezar muito para que venha aí milagre.
Bom, torno ao mesmo: qual é a semelhança?
ResponderEliminarSe se conseguir responder a esta pergunta em termos claros e inequívocos, então teremos alguma coisa em que assentar.
Não é tudo iugal. O liberalismo não tem minimamente qualquer peso num país mais que estatista e uma dita Direita que ignora os comunas e apenas chaga os que o não são, é mentira.
ResponderEliminarSemelhança entre o quê?
ResponderEliminarEntre o que v.s dizem que é igual- o PCP e o BE iguais ao PSD e CDS?
É essa a pergunta?
Não era esta a semelhança que queria explicada?
ResponderEliminarEsta explica-se por si mesmo, não é verdade?
Não era essa semelhança, não.
ResponderEliminarA pergunta está aí formulada claramente. Ou V. não leu ou está a fazer-se obtusa.
A semelhança entre salazarismo e marcellismo?
ResponderEliminarÉ isso?
Não sabe?
Olhe, são ambos por Deus, Pátria, Família, Autoridade mas o segundo já não inclui o pão tabelado.
É um conservadorismo sem reaccionarimo nem jacobinismo e também sem exageros internacionalistas
Quanto ao resto que falta é como a monarquia. Há coisas que quando acabam não voltam e é bom ter isso presente para evitar esquentamentos na cabecinha.
ResponderEliminarPara o caso, bastava que até houvesse uma revista como esta francesa e a falar do mesmo mas com referências portuguesas.
ResponderEliminarNão existe. Há um absoluto vazio que a escardalhada preenche enquanto os que têm projectos se ficam pela greve às urnas.
Não entendo isso e nem sei se os próprios alguma vez conseguiram explicar a si mesmos o que querem.
E pior. Nos entretantos aquele equívoco do PNR vai ganhando adeptos...
ResponderEliminarOs que são pela acção não se mexem e nem escrevem.
Eu também não faço nada mas lembrei-me de falar nos milenarismos e postar textos acerca disso.
ResponderEliminarO comunismo vem daí e esta malta nem isso sabe.
O José faz aqui no blogue por todo o resto que possa existir.
E não acredito que alguma sociedade possa viver de forma minimamente sã, com um passado histórico apagado e inventado outro no seu lugar.
ResponderEliminarA menos que aconteça como os alemães que vivem a expiar o trauma do holocausto e vão-se tramar por isso.
"Olhe, são ambos por Deus, Pátria, Família, Autoridade mas o segundo já não inclui o pão tabelado.
ResponderEliminarÉ um conservadorismo sem reaccionarimo nem jacobinismo e também sem exageros internacionalistas"
É isso mesmo e não é preciso muito mais, como princípio.
Temos que regressar ao passado de Salazar E Caetano para relevar o presente deste comunismo estúpido.
ResponderEliminarNão adianta nada dizer que o Caetano e coisa e tal era um inimigo do salazarismo. Náo era. POnto final
ResponderEliminarVoltar a citar determinados princípios de Salazar que eram pessoais e intransmissíveis é inútil para desfazer em Caetano.
ResponderEliminarO tempo de Salazar passou nesse tempo e quando Franco Nogueira escreve que Portugal sem as colónias era nada ou coisa que o valha, definiu a fronteira sobre o que era a direita sem futuro porque assentava numa utopia.
Exacto.
ResponderEliminarE é por isso que ainda estão em greve. Por orfandade da utopia.
Só que os outros utópicos mexem-se e bem. Não ficam de braços cruzados.
ResponderEliminarDeitam a mão a tudo. Têm sempre presente aqueles ensinamentos de estratégia comunista que é bem funcional- sabem quem é o inimigo principal numa dada altura.
1)os sociais-fascistas não comem:
ResponderEliminarcrianças ao pequeno-almoço
comem as minhas refeições
2)o pai da minha AMIGA esteve em Estalinegrado e viu soldados russos a pedir-lhe comida
sofreu 4 anos de escravatura na Sibéria.
quando o colega director do complexo fabril o convidou para almoço
comeram batatas com casca retiradas duma panela de 3 pernas
3) basta ser de centro-esquerda e desejar:
iniciativa privada
alívio burocrático
melhor distribuição da riqueza produzida
combater os corruptos
4)certa esquerda tem gangues montados para o que der e vier
a outra vive do blá blá
do tou-me cagando ao cago-me todo com medo
paulo pena vem desde há muito revelar uma parcialidade que já enoja e uma facilidade mentir, distorcer é mentir, que ainda enoja mais. Que jornalismo este. Isto não é pluralismo, mas engano puro. O pluralismo nos órgãos de informação não deve ser confundido com permissão para a mentira.
ResponderEliminarCerto. Mas desses princípios decorre uma orientação permanente, que é ao que Vs. chamam utopia - procurando negá-la dessa forma.
ResponderEliminarO que Franco Nogueira escreveu não foi bem isso. Foi que sem território ultramarino a nossa independência, isto é, a capacidade de depender o mínimo daquilo que nos é estranho ficaria gravemente comprometida. E não se enganava. Tanto que em pouco tempo estávamos a ser puxados irresistivelmente em direcção ao continente europeu - que foi sempre a nossa desgraça e perdição. Em relação a isso a História é inequívoca.
E a razão também é simples, porque decorre de elementos simples e geográficos: não temos dimensão para resistir aos conflitos no seio da Europa continental, e quando nos imiscuímos neles, por ingenuidade ou fraqueza, os grandes servem-se de nós para ajustarem contas entre eles. Os países pequenos que lá existem podem jogar os grandes uns contra os outros e apoiarem-se ora neste ora naquele. E os próprios grandes reconhecem a vantagem de existirem territórios neutros entre eles.
Connosco não se passa isso. Temos um único vizinho, muito mais poderoso, em qualquer plano, que nós. Por isso temos de buscar apoio além-mar. E isto não muda nem há-de mudar, porque as determinantes não mudam.
Presentemente, não se trata de ir conquistar Angola ou Moçambique. Ninguém defende isso sequer e portanto isso é mera distracção do essencial. Mas as condicionantes que nos levaram lá mantêm-se porque são permanentes. Decorrem inexoravelmente da nossa mera existência como país independente.
Daí a obstinação - em qualquer período da nossa história, qualquer sem excepção - de manter aqueles territórios a todo o custo - que aliás já tinha sido muito maior.
E daqui a impossibilidade de progredir. Porque quem vê estas coisas como mitos, utopias e assim comete um erro grave com o qual não há compromisso possível da parte de quem as entende assim.
A "união" europeia não durará para sempre. Aliás, duvido que dure sequer mais vinte anos, e se calhar nem dez. E depois? Como é? Desfeito esse "sonho" que é, isto sim, uma utopia de mil anos, que faremos? Nessa altura vai ser evidente e dolorosa a falta que nos faz algum território ultramarino, e vá lá que ainda há Açores e Madeira. Veremos se duram.
Contra estas considerações, que se lhes opõe? Ventos. Ar que passa, tão somente.
Mas o pior é o derrotismo intrínseco nessa noção. A ideia que temos de ir por onde os outros vão. Que temos de aceitar o que nos é apresentado como novo, para que os outros não digam mal de nós, não nos critiquem, não nos considerem atrasados e antiquados, serôdios. E o que acontece é que essas coisas na aparência novas, escondem essencialmente as mesmas velhas de séculos: são pretextos sob os quais se procura estabelecer uma ordem nova política, jurídica e social que legitima as pretensões imperiais de uma qualquer potência. É assim e sempre foi assim. Tal pode ser demonstrado. Aceitam-se estas coisas sem cuidar se nos convém, se se alinham com aquilo que nos interessa, ou não.
Portanto, enquanto Vs. considerarem aquilo que era a defesa do interesse nacional, que tinha de ser paga com sangue porque às vezes tem que ser assim, uma utopia e uma casmurrice de um homem - quando foi na realidade uma orientação nacional permanente - não podemos progredir.
E Vs. hão-de sempre continuar à procura da rolha, e nunca a hão-de encontrar.
"Porque quem vê estas coisas como mitos, utopias e assim comete um erro grave com o qual não há compromisso possível da parte de quem as entende assim. "
ResponderEliminarNão são "estas coisas" mas a ideia de Portugal no "concerto das Nações". O Pe António Vieira é que as viu assim, para se livrar da prião inquisitorial.
O compromisso é nenhum porque não há sustentação para compromisso algum.
Acreditar no 5º Império nos dias de hoje releva de uma metafísica sem sentido.
"Portanto, enquanto Vs. considerarem"...eu por mim não considero nada disso. O que considero já o escrevi e não adianta repetir.
ResponderEliminarDe resto, projectos? Meus caros, não sou eu que digo que o projecto que sempre foi o nosso é uma utopia. Que os nossos mitos são para desdenhar e fazer pouco, e que os mitos dos outros são realidades intransponíveis.
ResponderEliminarNão sabem o que querem, nem para onde hão-de ir; mas querem que os serôdios vos digam. Ahahaha!
No mais, esses belos princípios são perfeitamente serôdios e completamente desajustados da "realidade" que nos cerca da Oropa do laicismo, do multiculturalismo, dos migrantes e de Bruxelas - aquela coisa altamente que era o futuro e que ia fazer de nós modernos, respeitados, e queridos de todo o mundo.
A verdade é que "vocês" são tão serôdios quanto "nós". Nós, ao menos, estamos onde sempre estivemos e não gastámos sola atrás de ventos e outros unicórnios...
Ehehehe!
A metafísica do V Império vale tanto como a da Europa unida, ou do anti-colonialismo, ou dos direitos humanos. Aliás, vale mais porque é nossa.
ResponderEliminarSe não acreditarmos nos nossos mitos forçoso é que acreditemos nos dos outros. É assim a natureza humana.
Por mim bastava que houvesse um pouco mais de realismo e menos utopia serôdia. E digo serôdia porque é uma coisa do passado que se quer presente sem tal ser possível minimamente.
ResponderEliminarTomara que fosse!
Portugal, portanto, começou em que século?
ResponderEliminarA metafísica do V Império... tenho a certeza que o Salazar acreditava tanto nisso como acreditava nas boas intenções que estão no inferno.
ResponderEliminarA ver se eu entendo a lógica de acção do Muja:
ResponderEliminar1- Diz que Portugal só conseguiu ser um país a partir do momento em que teve um Império porque a sua pequenez nunca o permitiria de outro modo.
2- Diz que agora, perdido o Império, pelo mesmo facto não temos saída.
Portanto, qual é o projecto?
Óh tempo volta para trás?
Começou na época do Bandarra e no sec XVII refundou-se...retomando o fio histórico em 1940
ResponderEliminarNos tempos mais recentes, a última coisa que saiu daí foi o PAN. Também vem do Movimento Internacional Lusófono do Quinto Império.
ResponderEliminarDa Nova Águia passou à bicharada budista e agora já se laicizou e é malthusiano
":OP
Era este o projecto de regresso ao futuro?
ResponderEliminarMas essa gente da Nova Águia não tem expressão publicamente alargada aos media das tv´s. O esforço é quase de seita, o que é pena e nem permite a discussão para além daquelas temáticas.
ResponderEliminarNas tv´s actuais passariam por neo-fascistas. E por isso o primeiro combate a realizar seria sempre o de normalizar a aceitação de ideias que fugissem do modelo esquerdista. O que está longe de suceder.
Aquilo acabou. Pegaram-se todos e era mais lobby brasileiro que outra coisa.
ResponderEliminarÉ mesmo verdade que o máximo que saiu dali foi o PAN. O Paulo Borges é budista e deu-lhe para aquilo.
De resto, aquilo era um disparate pegado mais neogótico que outra coisa.
Mas nem sei se passavam por neo-fascitas dado o exotismo internacionalista de tudo o mais.
ResponderEliminarReparei agora que não acabou. Continua morto. Os principais passaram a vice.
ResponderEliminarEnfim, um desperdício utópico
ResponderEliminarahahah A Direcção agora é do Epifânio (o do lobby dos passaportes e nacionalidade para brasucas) e do Miguel Real!
ResponderEliminarO Luis Martins, o nosso filósofo de passagem administrativa também já está nesta
":O)))))))))))))
Lembra-me uma revista dos anos sessenta: Planète de Louis Pawels e Jacques Bergier. Os mesmos do Despertar dos Mágicos, um dos livros que me marcaram a adolescência.
ResponderEliminarTenho várias revistas dessas numa colectânea. Os temas são quase esotéricos e outros abertamente desse tipo.
Resumindo, até o mito imperial foi tomado pelo negócio e por um escardalho oficioso que também faz uma perninha no Saramago.
ResponderEliminar":O)))))))
Tudo abandalhado. Ahahaha. Razão tem o outro em apostar na monarquia utópica, outra divergência da realidade fantástica.
ResponderEliminarE o Manuel Joaquim Gandra também. Chegaram-se todos à frente.
ResponderEliminareehehhe
O bruxinho esotérico, a nulidade filosófica e o negociante brasileiro.
AHAHAHAHAH
ResponderEliminarEu nem sabia. Se não me lembrasse do PAN nem estava a par desta palhaçada.
A monarquia utópica é o máximo. Acredite
ResponderEliminar":O)))))))))))))
É o melhor que se pode arranjar neste contexto: uma monarquia utópica. Ahahahah.
ResponderEliminarA par do realismo fantástico temos um cocktail de idealismo misturado com "pelo sonho é que vamos".
ResponderEliminarNão há pai para isto.
Melhor só aquela da gaivota, voava, voava...
ResponderEliminarahahahahah
ResponderEliminarMas quem fala no V império são Vs.!
ResponderEliminarEu não falei nisso. Mas prefiro acreditar nisso do que noutro qualquer de importação.
Eu não disse que não tínhamos saída. O V. pensamento é que não vai encontrar saída nenhuma.
Acham que aquilo a que se chamou o império português, ou seja a posse de territórios fora de Portugal continental europeu se fundamenta num mito. É falso. O mito foi criado a posteriori e para o alicerçar no imaginário colectivo.
Nós temos necessidade absoluta e imperiosa de ter territórios fora de Portugal continental. Todos os monarcas portugueses e todos os dirigentes republicanos percebiam isso. Todos, todos, todos. Sem uma única excepção.
Só Vs. é que percebem. Só Vs. é que sabem o que é esse "realismo menos serôdio" sem o definirem em termos concretos. E os outros são todos utópicos fantásticos... oitocentos e tal anos de utopia fantástica. Ainda bem que Vs. chegaram com a boa nova.
Mas não, Vs. é que estão certos, porque vivemos no "mundo novo", dos "ventos da história" e de "realidades novas". Pois. Só que não. Os grandes continuam a ser grandes e nós, de pequenos, passámos a minúsculos. Sim, por aí é que vamos, pois...
Olhem, nisso já se podem entender com os comunas.
Quem se entende bem com os tais comunas são mesmo aqueles que acreditam em utopias. E por isso não se incomodam com eles...
ResponderEliminarE Vs., acreditam nalguma coisa?
ResponderEliminarPois é verdade.
ResponderEliminarE também partilham aquela mania do terror dos nossos donos que são sempre uma família de senadores magnatas que controla o mundo.
Portugal, pelas suas contas, não tem mais de um século, pois não?
ResponderEliminarE agora, como vai resolver o problema da tal «ecessidade absoluta e imperiosa de ter territórios fora de Portugal continental?
Eu não sei onde vai buscar oitocentos anos se tudo começou com um Império. Antes disso nem éramos gente e depois disso, gente não podemos ser.
ResponderEliminarEu sei bem no que acredito e é nos mesmos valores mas sem a parte utópica...simples.
ResponderEliminarOs impérios como o nosso acabaram. Agora é o império das multinacionais que têm sede em todo o lado que lhes sirva e quem tem a chave dos recursos fundamentais.
ResponderEliminarAmericanos, chineses, russos, alemães. São eles o império actual.
Pelas minhas?!
ResponderEliminarPelas suas, diga antes assim!
Que não sou que chamo utopia a 80% da nossa História.
Como vou resolver? Espere aí, vou ali à caixa mágica das soluções, onde iam os reis e príncipes e governantes buscar a solução e já lha digo...
Lá porque V. não vislumbra solução, não significa que o problema não existe.
Mais, V. nem admite que o problema exista, portanto escusa de vir com a tanga de pedir soluções, como se houvesse uma fonte mágica delas.
Nós? Só lá vamos com a monarquia utópica!
ResponderEliminarImagine-se que essa palhaçada era a sério e não servia para apenas para estas provocações virtuais com 2 pessoas.
ResponderEliminarImagine que tinha centenas ou mesmo milhares de pessoas a concordarem consigo. Em tudo.
Até eu concordava se explicasse o resto da história. Acabou- sem Império não se podia aguentar antes de o ter (o que significa praticamente o tempo todo da existência de Portugal). Depois, tem de se voltar a quê, já que a única coisa que explica é a necessidade vital de territórios fora do continente?
ehehehehehe
ResponderEliminarE viva a Monarquia Utópica e o seu reizinho esplendoroso
":O)))))))))))))
Nós só fomos império enquanto tivemos mão em certas fontes de riqueza que era comercial e nada mais. Acabou-se essa mama e lá se foi o império. O que restou foi com o "vento da História", como iria sempre.
ResponderEliminarE acaso, quando se fundou Portugal, a Espanha estava unida?
ResponderEliminarO que tivemos que nos honra como povo foi a invenção de estratagemas técnicos e marítimos para conseguirmos ser esse império durante uns poucos séculos, mas sem proveito especial depois de se acabar a mama das trocas comerciais porque outros nos suplantaram.
ResponderEliminarDepois o que ficou foi essa nossa raça que me parece única como outras o serão também. E isso não é utopia alguma mas motivo de História que deveríamos aprender e ensinar como dantes se fazia, sem mitos e lendas a não ser os que são próprios à Narrativa histórica que consolida um povo a uma nação.
O V Imperio é um poema, tal como os Lusíadas. Nada mais, parece-me e já é muitíssimo.
ResponderEliminarPronto ouça, leve lá a bicicleta.
ResponderEliminarCisme para aí no V Império que lhe faz espécie.
Vs é que a sabem. Os outros eram todos utópicos fantásticos. Tudo gente que vivia na lua... Serôdios todos.
A bicicleta já está na cama e para lá vou também...ahahaha.
ResponderEliminarZazie, pode crer que há milhares de pessoas que concordam comigo. E bem mais do que essas.
ResponderEliminarNão tenho a menor dúvida.
E muitas das que não concordam, passariam a concordar quando vissem que as outras concordavam.
Dizem que a história é cíclica. A nossa é-o certamente. Depois de épocas de política dura, vem a política mole. Mas depois da mole também vem a dura. E não me refiro a liberdades e outras abstracções.
Só temos que durar.
Caro José, lá em cima afirma "A ideologia de direita não existe do mesmo modo que a esquerda tem uma...".
ResponderEliminarA forma que eu acho que a direita se pode afirmar e manifestar-se é mostrar e separar quem vive à custa do estado: funcionários públicos, receptores de subsídios tanto particulares como empresas, instituições, etc como sendo de esquerda e quem trabalha no privado e paga impostos para sustentar isso como de direita.
Logicamente que a esquerda quer mais estado (mais dependentes) e a direita quer pagar menos impostos.
Só apelando a isto poderemos ver a direita em manifestações como as realizadas em 75 no norte.
Dê uma olhada ao jornal Sol da semana passada e no artigo sobre violência de jovens de Lisboa (um miúdo que foi barbaramente atacado por 5 miúdos) pertencentes às elites de Lisboa, aos ricos aos fachos capitalistas.
Quando li a profissão dos pais verifiquei quem são os ricos de hoje em dia, ao contrário de antigamente não são filhos de empresários, são todos filhos de magistrados e procuradores, estes são os capitalistas actualmente e é isto que tem de mudar.
"Quando li a profissão dos pais verifiquei quem são os ricos de hoje em dia, ao contrário de antigamente não são filhos de empresários, são todos filhos de magistrados e procuradores, estes são os capitalistas actualmente e é isto que tem de mudar. "
ResponderEliminarEm terra de cegos...é quase o que se passa. Considerar ricos pessoas que ganham no máximo dos máximos 4000 euros líquidos por mês, isso depois de mais de 30 anos de profissão e quase à beira da reforma é fantástico neste país.
Li algures que na China o Porsche Cayenne é considerado um modelo para famílias com rendimentos médio-altos. Por cá é de topo de gama...
Há dias um jornal que devia saber melhor- o i- escreveu que nestes últimos anos quem aumentou os redimentos foram os políticos e os magistrados.
ResponderEliminarQuanto aos magistrados é totalmente falso porque tal aumento se ficou a dever a promoções que são normais na carreira e ocorreram com a alteração do mapa judiciário, porque alguns juízes sairam de comarquinhas e foram para as comarcas centrais. Só isso e também as promoções a procuradores de alguns que ainda estavam no escalão mais baixo, o que é normalíssimo e agora vai demorar muito tempo a suceder.
Os magistrados no seu todo sofreram mais cortes do que a generalidade dos funcionários públicos, porque efectivamente ganhavam mais um pouco e porque foram penalizados pelos governos sucessivos e a opinião pública hostil.
Antes de enviar um comentário para outra caixa escrito ontem à noite, permito-me enviar este depois de ter lido atentamente os argumentos do José contra certas utopias que, segundo o próprio, enformam a mentalidade "ultrapassada" de alguns portugueses (que não serão muitos, segundo depreendo das suas palavras) no que respeita à nossa História presente e passada.
ResponderEliminarO José diz e repete que nós não podemos viver de utopias, o que passou passou e não podemos voltar atrás. Que a História não se repete. Mas tem a certeza que ela não se repete, embora naturalmente noutros moldes? Pois eu acho que ela se repete, como igualmente muitas das utopias idealizadas por outros tantos povos foram em cada altura consideradas loucas ou irrealizáveis e não obstante com o decorrer dos tempos tornaram-se realidades jamais imaginadas.
São vejamos. Não se tratou de uma absoluta utopia o nosso primeiro Rei querer transformar o Condado Portucalense numa Nação Independente e para o alcançar guerreou a própria Mãe? E não é verdade que o conseguiu?
Então e em 1383-85 não teria sido uma verdadeira utopia pensar em vencer a guerra com os castelhanos e essa vitória notável foi ou não alcançada com determinação, valentia e heroismo?
E durante o período filipino não era então considerada uma utopia vermo-nos livres dos Filipes e tal veio ou não a acontecer?
E aquando das invasões napoleónicas não havia a noção generalizada de se tratar de uma utopia, algo inalcansável, poder vencer-se qualquer uma das três invasões e o que sucedeu? Uma a uma foram todas levadas de vencida, sem desânimos, antes com bravura e sentido patriótico. Como só um Povo com o sentido do dever e de total pertença à sua terra-mãe, foi capaz de combater e por ela dar a vida se preciso fosse.
E durante a 1ª. República não se julgou utópico acabar com aquele período negro, verdadeiramente apocalíptico? E no entanto uma tal empresa uma vez empreendida foi concretizada, tornando uma utopia numa realidade, isto perante a necessidade imperiosa da sobrevivência de um País que se queria política e econòmicamente auto-suficiente, grangeando em simultâneo o respeito internacional, sendo o seu retorno a um regime patriótico o garante de uma vivência política e social pacífica e em segurança.
Os povos também vivem de utopias ou, se se quiser, de sonhos, sem elas/eles a pouco e pouco vão mirrando e acabam por desaparecer.
Uma última nota. Concordo com o pensamento político de Muja e identifico-me com as suas inteligentes e racionais teses analíticas. Ele nunca disse que nós precisávamos de conquistar novos territórios, africanos ou outros, para nos tornarmos independentes, progredirmos econòmicamente e recuperarmos o orgulho perdido, mas, antes, se quisermos voltar a ser o Povo soberano que já fomos, devemos aliar-nos àqueles povos que já foram nossos irmãos de raça, os mesmos que, apesar de perdidos os territórios africanos e há muito separados do Brasil, continuam a ser-nos próximos em cultura e língua e até em amizade genuína, dos quais nunca deveríamos/devemos afastar-nos por todos os motivos e mais um, o que, convenhamos, significa algo completamente diferente, signicando tudo menos utopia. Muja salienta e eu concordo, que a U.E., tal como se encontra polìticamente organizada, tem os dias contados. Estando portanto a prazo. Na melhor das hipóteses aguentar-se-á vinte anos e já será muito. Na pior, se calhar nem dez.
« Ele nunca disse que nós precisávamos de conquistar novos territórios, africanos ou outros, para nos tornarmos independentes, progredirmos econòmicamente e recuperarmos o orgulho perdido, mas, antes, se quisermos voltar a ser o Povo soberano que já fomos, devemos aliar-nos àqueles povos que já foram nossos irmãos de raça»
ResponderEliminarOnde é que ele escreveu isso?
A questão é mesmo essa. Ele nem isso defende.
Ele diz que Portugal sem territórios de Além-Mar nunca se poderia ter aguentado. Por ser pequeno, por não estar inserido na economia europeia, por falta de matérias primas, etc, etc. É uma teoria e há mais gente que a defendeu.
Só que agora, perdido tudo isso e para sempre, ele insiste em dizer que é preciso o mesmo.
E não é como v. diz- não é com ligações aos PALOP. É com territórios.
Provavelmente na lua.
Ele até insulta o da cubata por isso mesmo. Por ter ido para lá ganhar o seu.
ResponderEliminarPorque nem isso admite. Tudo o que seja ligação ao Império que se perdeu é capitulação com o inimigo que roubou.
Por isso é que eles também nunca tiveram nada a ver com o MIL ainda que alguns também citem o Agostinho da Silva.
Querem que a História se repita de forma mágica, tal como querem um rei que não seja o rei natural que nos restou.
São aluados. E fazem greve à realidade.
Já agora: como também parece que nunca estudou o V Império e nem sabe em que isso consiste, estropiando mito com realidade, aproveite aqui para perceber.
ResponderEliminarO mito é precisamente este- à falta de uma realidade possível (o tal Ultramar que desapareceu), ficam inactivos, inventam escapatórias à realidade e limitam-se a desejar essa realização magnífica, como desígnio de um povo. É a hora!
Portugal não se aguenta sem apoio além-mar. Foi isso que eu disse.
ResponderEliminarE é verdade. E foi isso que determinou a expansão ultramarina. Não foi o único motivo, mas foi o motivo determinante.
Não é só Portugal ser um país pequeno: é o único país europeu que faz fronteira com apenas um outro país. E um várias vezes maior e mais poderoso que nós em todos os planos. Portanto há necessidade de apoios que nos permitam resistir à influência centralizadora de Espanha, que é uma realidade e uma tendência permanente entre eles.
O que a Maria diz tem lógica pois. Não podendo, por todos os motivos, ir lá conquistar coisa nenhuma, forçoso é que procuremos outras formas de obter esse apoio que necessitamos e procurar agir onde tenhamos vantagem. Não é na Europa central que a temos.
Quanto ao mito, o Ultramar não "desapareceu". Foi simplesmente entregue ao inimigo, que depois o disputou entre si. Mas se fosse só mito, não tinham feito golpe armado para alijarem a carga mitológica... Mas agora já dizem que é mito e era impossível. Ora se era impossível haveria de terminar por si só. Não era preciso golpe...
O que é relevante é que enquanto se tiverem essas ideias serôdias de que o estrangeiro é que deve determinar a seu bel prazer aquilo que é o nosso direito e o nosso interesse e a nossa razão, e que podemos simultaneamente defender sempre aquilo que seja o nosso interesse e manter o estrangeiro contente e a fazer-nos festinhas na cabeça, é que não saímos da cepa torta.
Enquanto não se perceber o sentido que havia por detrás da defesa do Ultramar, que era o da defesa do interesse nacional mais básico, como é que se vai sequer perceber o interesse nacional para o futuro e defendê-lo? É claro que não se vai perceber. Como não se perceberam os riscos que havia na entrada no Mercado Comum, por exemplo, ou na moeda única mais ainda.
V. agora está para aí a insinuar que eu defendo uma nova tomada de Ceuta ou coisa do género não sei para quê.
ResponderEliminarAgora, se se perdeu aquilo que era tão valioso que se entendeu defender com vidas, então temos um problema. Porque se era valioso, fazia-nos falta. Aliás, na altura era a CEE o "futuro". Portanto até mesmo aí se vê que havia uma necessidade de o país procurar apoios para substituir os que se haviam perdido.
É evidente que a UE tem os dias contados. Mais uma tentativa de realizar a utopia milenar que vem desde os tempos de Carlos Magno ou antes.
E quando isso acontecer, vamos ter esse problema para resolver.
Mas pronto, se lhe apraz pensar que é a única que não vive na lua e conhece a realidade, pense para a frente...
Eu escrevi que toda essa parte da necessidade de territórios dada a pequenez, localização geográfica e falta de matérias primas é teoricamente discutível.
ResponderEliminarO que a seguir afirmei e v. não explica, não conta nem nega é que v. não tem como alternativa ao presente aquilo que ela afirmou por si.
Vou fazer novamente copy paste e aguardo que negue ou confirme.
« Ele nunca disse que nós precisávamos de conquistar novos territórios, africanos ou outros, para nos tornarmos independentes, progredirmos econòmicamente e recuperarmos o orgulho perdido, mas, antes, se quisermos voltar a ser o Povo soberano que já fomos, devemos aliar-nos àqueles povos que já foram nossos irmãos de raça»
Se alguma vez v. escreveu isso, agradeço que mostre link porque eu nunca li.
ResponderEliminarPelo contrário, não só nunca o li a defender ligações a PALOPs como li o inverso, o tom acintoso a quem até vai para lá.
Portanto. Se a Maria leu o que eu nunca li, mostre-me onde o escreveu.
A outra parte é discutível, o que significa que era preciso fazer balanço do que se lucrou, durante quanto tempo, quando e em troca do que se alienou.
ResponderEliminarPorque o Brasil já foi há muito mais tempo, não foi com o 25 de Abril e riquezas de África foram, pelo contrário, coisas muitíssimos recentes que nada têm a ver com 500 anos de História.
Como Portugal tem 800 fica por se perceber afinal o que é Portugal já que começou com a dimensão que tem praticamente hoje (retirando as ilhas).
Tudo é teoricamente discutível.
ResponderEliminarNo campo da realidade prática objectiva, evidente através de um simples mapa, nem tanto.
Não escrevi isso nesta discussão que me lembre, embora já tenha aludido a isso anteriormente. Mas concordo com o que a Maria disse. Acho que eventualmente teremos de ir por aí, embora seja mais fácil dizê-lo que fazê-lo. E muito mais difícil até, se calhar, do que ter mantido os territórios na nossa soberania porque vamos ter problemas desde logo em definir o que significa "aliança" ou que espécie de relação ou vínculos haveria entre os vários países. Se era coisa bilateral, se se formava um organismo, em que planos se desenvolveria a acção, etc.
Pois lá por não termos nem territórios nem se entrever possibilidade razoável de os obter no futuro, não é por isso que desaparece o problema.
Em qualquer caso, isto tem subjacente uma outra questão mais abrangente que é a perspectiva sobre quais são as realidades permanentes do país com as quais é preciso sempre contar e que têm sempre de ser tidas em conta.
Não sei se bem percebo essa contabilidade é essa que V. quer fazer com lucros e prejuízos, se está a falar de cabedais e dinheiro ou de outras coisas. Em qualquer caso, são considerações secundárias se se admitir a situação estratégica. Mesmo que o ultramar desse prejuízo, o que havia a fazer era ver se se podia diminuir o prejuízo, não era abandoná-lo completamente.
No fundo, a nossa situação é, ressalvadas as respectivas distâncias, análoga à da Inglaterra e Gibraltar.
ResponderEliminarA Inglaterra necessita de Gibraltar sob pena de encontrar um dia o Mediterrâneo fechado aos seus navios. Se perder Gibraltar não acaba necessariamente, mas é um revés que compromete gravemente a sua liberdade de acção.
Para nós é o mesmo só que exponencialmente empolado. Não temos a vantagem da isolação insular da GB, nem o seu território, nem população, etc.
Para já, ainda temos a Madeira e os Açores, e o triângulo que formam com o continente é neste momento a nossa realidade estratégica. É daqui que é preciso partir.
Portanto, a Maria é que disse por si o que v. nunca tinha dito antes.
ResponderEliminarFoi isso que eu referi. Mais nada.
Quanto ao resto, a conversa é novidade, em calhando pode-se falar.
E concordo que as ilhas são importantes, ainda que a importância estratégica dos Açores também tenha sido um insulto por favores aos americanos.
Estamos a caminhar aos poucos para podermos conversar.
Se tivesse dito logo isso, escusava eu de ter repetido tantas vezes a pergunta e v. respondido aos alhos com os bugalhos.
Quanto a África, pergunto-lhe: v. acha agora, depois da Maria o ter dito, que é um caminho a ir, ainda que nem saiba bem como.
ResponderEliminarE eu pergunto: v. ia?
V. ia para África, seja lá para o que fosse?
Eu não ia. Disso tenho absoluta certeza.
Portanto, fico naquela posição crítica e não poder encontrar desígnio nacional numa coisa onde eu nunca colocaria os pés.
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