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sexta-feira, novembro 20, 2015

A nostalgia de um reino imaginário

A defesa da monarquia como regime político viável, no Portugal da actualidade e futuro próximo, parece-me projecto utópico e próprio do reino das quimeras onde viceja um draco-rex a lançar-chamas de luzincu.
O que é uma Utopia? Não há definição fácil mas é possível juntar algumas noções.  Não sendo filósofo nem me arrogando conhecimentos que não tenho, procuro o saber de outros para compreender minimamente o assunto.  Para o Saber acabado e embalado em vácuo  prefiro  os originais, sem  precisar muito de intermediários enfeitados como intérpretes. 

Ou seja, cito directamente quem sabe muito mais e já deu provas disso.  Para o caso, volto ao Norberto Bobbio do Il Dizionario di Politica. Assim as ideias aqui  expostas  a arremedar gnosiologia são apenas glosas.
Assim, nem toda a gente que escreve sobre utopias será utópico.  "O lugar inexistente" associa-se ao "Lugar da felicidade"?
Karl Mannheim em 1929 definia a mentalidade  utópica  como algo "em contradição com a realidade presente e a quebrar  os vínculos da ordem existente. "
 Esta definição integrará  a ideologia revolucionária e a ideologia conservadora?  Adequa-se   aos  revolucionários da esquerda dos amanhãs a cantar, os verdadeiros utópicos  e também aos conservadores, os   ideólogos,  que almejam uma monarquia de reizinhos e pajens, com os palafreneiros fardados e uma corte de imperiais cavaleiros dos  findos  tempos de antanho?
 A literatura entrou no campo da Utopia como terreno de eleição e a obra farol é a de Tomás Moro  que glosava o "Lugar inexistente" com o lugar da felicidade, na busca do Estado óptimo, bem como a de Campanella, com a Cidade do Sol.  Mas não é destas utopias que aqui curamos.
Numa acepção mais generalizada o utópico  "não pretende a destruição da realidade actual, que aceita no que tem de melhor , para a qual a sociedade que desenha é uma projecção sua na qual os aspectos positivos aparecem maximizados. "
Naturalmente um utópico recalcitrante denega o efeito e assegura que a possibilidade está ao alcance da vontade de quem se prestar ao cuidado de tentar lobrigar o que eles vêem claramente: a ilusão em lança-chamas de luzincu.
Portanto, discutir com utópicos é como pasmar a chover no molhado, figurando como paspalho.
Os amanhãs hão-de cantar um dia e o reizinho, se a Regeneração  quisesse e a Restauração assim o permitisse, chegaria  noutro dia, de nevoeiro denso, de preferência para dramatizar o efeito da ópera-bufa.
O sonho com os amanhãs a cantar só tem paralelo na promessa de um harém de virgens que esperam ansiosas cada bombista-suicida  feito kamikaze.  O sonho com o reizinho é ainda mais fantabulástico  na fancaria: contenta-se até com um qualquer bastardo que apareça na rifa dos pretendentes ao trono por inventar. Daí, até poderiam adorar o sol, sempre é o astro-rei...e já aconteceu com outros povos e noutros lugares.
Em Portugal esta causa real está entregue a uma associação irrelevante e quase anónima e a pajens do género  draco-rex a  brilhar luminescências de pouco fósforo. Não há luz natural suficiente para alumiar caminhos e a artificial está pelas horas da falta de recursos.
Entre os associados figuram  individualidades que projectam auras de causas perdidas e os demais  devem celebrar a causa com um efectivo e real  empenho em ocasionais encontros prandiais e pouco ou nada mais.
O monarca proposto?  D. Duarte Pio de Bragança, da casa dita. Simpática personagem de uma causa perdida há  mais de um século.  
A prole de pequenos príncipes já deve seguir as pisadas do pai, pretendente sem trono obrigado a fazer pela vida perante uma  realidade  inconsistente com uma utopia de restauração.
Quanto ao resto deve ser "viva o rei!" aquando das saudações prandiais.  A simpática agremiação merece louvor por recordar a família alargada e com vínculos de sangue realista configurando-se na sociedade como associação elitista atestada pelos pergaminho no Tombo. Os castelos foram levados pelo tempo e as casas senhoriais perderam as honras por usucapião.
No entanto, durante os últimos cem anos os bravos adeptos da causa real deixaram progredir e prosperar o jacobinismo reinante sem um pio dos ascendentes de  D. Duarte. 
A causa real rendeu-se a Salazar e não houve Pio  que se ouvisse, claro está, uma vez que o Pio que se viu apareceu pela primeira vez a dar vivas à cristina republicana do MFA, logo em 1974. Foi assim:
  "Vivo intensamente este momento de transcendente importância para a Nação. Dou o meu inteiro apoio ao Movimento das Forças Armadas e à Junta de Salvação Nacional"...

Era mesmo preciso fazer esta figura naqueles trajes?  É desta elite que surgirá o tal rei de Portugal e dos Algarves, como afiança o lança-chamas de luzincu?

Mais: depois de um hiato de vinte anos silenciosos para com a real causa e respeitosos para com a causa real do regime vigente,  apareceu na  Olá, sem grandes teres ou haveres, ainda a taramelar ideias feitas em sussurro e  não concitou carisma ou real crédito. 
 Casou com o grande estrépito dessa revista e desde então o real Pio calou-se outra vez, para não assustar a manhã de nevoeiro que virá...um dia, qualquer dia....
Os pajens fazem coro nesse silêncio, cantando o hino que já ninguém conhece e servirá de santo e senha para entrar na dita associação.
É deste nadir que surge a ideia salvífica de um  lança-chamas quimérico e utópico.

Pois bem, neste devir nostálgico de um tempo que nunca foi vivido e num espaço inatingível, o melhor é irem dar banho ao cão pois por aqui se pode ver a dimensão quimérica da utopia real: a mordedura do mesmo cura-se com o pelo do dito.

Quanto à questão latente acerca da causa real de Salazar, parece-me que não vale a pena entrar em apostas porque os jogos estão feitos.

Revista Resistência de Julho/Agosto de 1977, um dos últimos expoentes de uma direita portuguesa que então ainda resistia a tudo e a todos os que regiam o país.

Os artigos em causa de que se colocam  recortes são  da autoria de Barradas de Oliveira ( o primeiro) e António José de Brito ( o segundo). Ambos concluem o óbvio: se Salazar era monárquico guardou segredo de tal coisa e era séria porque o levou para a tumba...que está no Vimieiro.

  Por outro lado, a direita que estes dois autores representam também foi com eles para a tumba. O que resta são apenas lança-chamas de luzincu que nem dão para alumiar discursos antigos lidos à pressa.
Daí às utopias é a distância de um sonho.


 


48 comentários:


  1. "Não gostaria nada que ele fosse comparar-me ao Nuno Álvares e muito menos ao cavalo..."

    ":O)))

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  2. E não acreditava nos monárquicos que nem a Voz conseguiam sustentar...

    Tal como hoje, nem Voz têm. Têm jantares e já é bem bom.

    Enfim, uma lástima.

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  3. dizia-se no meu tempo de Coimbra
    'causa monárquica,
    a única causa sem efeito'

    piores são os reis e rainhas da esquerda
    que vão enterrar o rectângulo

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  4. "piores são os reis e rainhas da esquerda
    que vão enterrar o rectângulo" Floribundus


    Floribundus, uma observação *****

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  5. Philippe de Villiers (an ephemeral Catholic monarchis)

    https://www.youtube.com/watch?v=jqmW0q3uJBI

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  6. Estive a ouvir a comunicação de Villiers.

    É a voz da Direita francesa que se rebela contra a UE e contra a islamização da França.
    Coloca a teoria de conspiração dos americanos contra a Europa que se está a desfazer por traição de alguns europeus, principalmente os "fundadores" da UE Jean Monnet et al.

    Enfim, que dizer? Que quase no final fala da China e portanto desmente a teoria de conspiração por isso mesmo.

    A China é que aproveita o mundialismo,actualmente. Não são as companhias americanas...

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  7. Diz que a Europa de Maastricht terminou e que a UE se vai desfazer. Não sei se vai ou não vai. Sei é que o problema do nacionalismo deve colocar-se mantendo uma união europeia que possa fazer concorrência económica com outros povos, como os EUA e a China.

    E se isso só for possível com uma UE como é que se pode defender a sua destruição para que os países fiquem libertos de serem engolidos por essas potências?

    Parece-me errada aquela perspectiva romântica e utópica do nacionalismo de antanho.
    Isso sem prejuízo da atenção a prestar ao que é nacional. Mas tal não implica necessariamente a destruição da união económica e monetária se tal for preferível.

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  8. Quanto ao colonialismo aprovo o que disse. Quanto à islamização da Europa, idem.

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  9. Mas não concordo com a teoria de conspiração sobre a destruição da família como motivo para o aumento do consumo mundial...e tudo ser obra dos americanos.

    Isso não me parece certo.

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  10. O facto do candidato a rei ter saudado o 25 e a junta para mim é desculpável porque ninguém, mesmo a maioria esmagadora dos golpistas,esperava tanta "interpretação" que veio logo a seguir...

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  11. E "interpretação" que se pretendeu(debalde) acabar no outro 25 a seguir.E foi debalde porque todos os "interpretadores" foram participando na "festa" numa de todos iguais, todos diferentes e em que só agora a "direita" queria comemorar o 2º 25!!!
    Depois de terem recuperado as "carreiras" de todos os revolucionários vencidos com prejuízo dos outros evidentemente.Participaram na implantação do "socialismo" e não queriam ser "comidos" quer-se dizer "corridos" pelas forças avançadas das vanguardas...

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  12. lembro-me sempre do meu Amigo prof no Ressífilis

    '-vai boi voando!
    de que cor?'

    Maria, Zazie, José
    estou disponível para contar factos ao vivo

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  13. Não é desculpável de todo porque representou a capitulação do pretendente a um trono de rei à República que já não era dos afonsinhos e era o prenúncio da jacobinada em movimento.

    Um candidato a Rei deve estar calado num momento desses.

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  14. E se falar será para dizer "estou aqui" para assumir a monarquia como pretendente ao trono.

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  15. Os espanhóis, aliás, fizeram a mesmíssima figura.

    Um rei assim serve para quê, afinal? Distingue-se de um republicano qualquer que seja eleito periodicamente?
    Manda alguma coisa?

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  16. Temos portanto um rei "democrata" que é uma contradição nos termos.

    E ainda por cima é o pretendente ao trono elevado pelos anti-democratas conhecidos em Portugal...o que é risível no mínimo e lamentável pela incoerência.

    Revelador da mentalidade luzincu.

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  17. Não podia estar mais de acordo com o primeiro parágrafo deste postal, eu que sou monárquico desde sempre por tradiçāo e convicção.
    Agora, não alinho com monarquias do tipo Hola! ou como existe no Mónaco que só servem para envergonhar os verdadeiros monárquicos.
    Acresce que, apesar da irrelevância e falta de apoio que a causa monárquica tem entre nós, de há uns anos a esta parte apareceu uma facção, que vai ganhado adeptos, clamando que o legítimo pretendente ao trono seria o actual duque de Loulé!
    E se o modelo de monarquia que é pretendido se limita a substituir o presidente da república pelo pretendente ao trono, mantendo tudo o resto na mesma, não obrigado! Há assuntos muito mais importantes para resolver neste momento.
    Que saudades dos tempos em que lia a Resistência:)

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  18. E não anda agora o nosso reizinho a dizer que também daria posse ao governo da escardalhada?

    É para isto que querem Rei a mudar o Regime?

    Realmente, naquelas vestes, a coisa ainda se torna mais caricata. Só falta enfiar a coroa para dizer que até empossava o Costa em nome do interesse do Reino.

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  19. "Um candidato a Rei deve estar calado num momento desses.

    "... era o prenúncio da jacobinada em movimento"

    Com muita pena minha sinto-me obrigada a concordar com estas duas afirmações.

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  20. E foi casar logo com a filha de um regicida

    ahahahahaha

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  21. "E foi casar logo com a filha de um regicida"
    Inacreditável de facto, embora seja bisneta, não filha:)
    Tal como o actual rei de Espanha, com tanta mulher por onde escolher vai logo casar com uma divorciada.

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  22. É muito fácil reconhecer que Portugal teria muito mais a ganhar com uma Chefia de Estado hereditária do que com a actual chefia de estado electiva.
    Todos se afirmam "presidente de todos os portugueses". Como? Presidentes de facção, isso sim!
    Eanes não resistiu a criar o seu próprio partido; Soares fez a vida negra a Cavaco até colocar Guterres no governo; Sampaio conseguiu o notável feito de apear um governo que tinha uma maioria no parlamento para meter lá o Sócrates; Cavaco andou o primeiro mandato a fazer de morto para se reeleger, assistindo de camarote à destruição do país. É para isto que serve a chefia de estado electiva?
    Isto para já não falar na diferença de custos entre ambos. Em Espanha a família real espanhola custa aos contribuintes espanhóis em valores absolutos metade do que custa a nossa PR.
    Vivam os valores representados pela família real! O país e o Povo Português merecem o melhor!

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  23. "É muito fácil reconhecer que Portugal teria muito mais a ganhar com uma Chefia de Estado hereditária do que com a actual chefia de estado electiva."

    E se calhasse no senhor D. Henrique?

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  24. Ou se calhasse no senhor D. Miguel... ( o actual, não o que foi legítimo rei de Portugal)
    Há alternativas, sempre houve. Essa é uma das críticas mais comuns à monarquia, a de não haver alternativa ao rei vigente, basta lembrarmo-nos de D. Afonso VI.

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  25. Ou ao filho mais novo que também... coitadinho.

    Estas cenas da consanguinidade são tramadas

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  26. Há pouco esqueci-me de referir o exemplo mais relevante e importante de alternativa que ocorreu na nossa monarquia: a "defenestração" dos Filipes.

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  27. A restauração da monarquia em Portugal é uma causa mais do que perdida e a culpa é em grande parte dos pretendentes ao trono que nunca se soubera organizar devidamente.

    Por outro lado, na Europa a decadência das monarquias é bem visível e a sua colaboração com as forças mundialistas da Nova Ordem Mundial já não pode ser mais ocultada. Basta ter em conta a quantidade de monarcas europeus que já participaram em reuniões do Clube Bilderberg, está aqui a lista desses traidores:

    https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Bilderberg_participants#Royalty

    Um rei que anda metido nos planos do Clube Bilderberg só merece é ser deposto de imediato.

    Divulguei:

    http://historiamaximus.blogspot.pt/2015/11/a-nostalgia-de-um-reino-imaginario.html


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  28. Tantos comentários ao que escrevi e nenhum a demonstrar a superioridade da chefia de estado electiva sobre a Chefia de Estado hereditária. Para eles só me apetece dar uma gargalhada: Ah..Ah...Ah...!
    Portugal, na visão da cambada jacobina e "aventalinho", nasceu a 5 de Outubro de 1910. Que tristeza... Portugal começa a definir-se como país independente a 5 de Outubro sim, mas de 1128, há quase 9 séculos.
    Não tenho esperança de que algum dia venha a ter um chefe de estado que verdadeiramente represente este país porque só uma Chefia de Estado hereditária poderia assumir o papel de verdadeiro representante da nossa História, de todos, mas mesmo todos, os Portugueses, do nosso orgulho enquanto o 3º país com as fronteiras definidas há mais tempo no mundo.

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  29. "Portugal, na visão da cambada jacobina e "aventalinho", nasceu a 5 de Outubro de 1910. Que tristeza... Portugal começa a definir-se como país independente a 5 de Outubro sim, mas de 1128, há quase 9 séculos."

    Teria sido bem melhor que o rei pretendente, logo em 25 de Abril de 1974 se apresentasse como tal e não como servidor atento e venerador da causa jacobina e aventalícia, como aconteceu.

    Infelizmente a causa real não passa de vento a soprar contra moinhos.

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  30. Tal como a Direita se eclipsou e desapareceu em 25 de Abril de 1974 também a causa real deu um baque mestre, para não dizer a outra coisa, no dia em que Salazar assumiu o poder.

    Acabou aí a veleidade de um rei e andar a chorar pelos cantos, agora e a proclamar que Portugal tem nove séculos vale tanto como nada.

    Portugal tem nove séculos mas não é dos monárquicos, a herança. Antes fosse.

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  31. Um rei que anda metido nos planos do Clube Bilderberg só merece é ser deposto de imediato. (João José Horta Nobre)

    Teria sido bem melhor que o rei pretendente, logo em 25 de Abril de 1974 se apresentasse como tal e não como servidor atento e venerador da causa jacobina e aventalícia, como aconteceu. (José)


    Portugal tem nove séculos mas não é dos monárquicos, a herança. Antes fosse. (José)

    Completamente d'acordo com a opinião de J.J.H.N. sobre este tema demasiadamente sério e muito perigoso para o mundo, pelas consequências gravíssimas que dessas reuniões secretas poderão advir (e a bastantes delas temos vindo a assistir impotentes ao longo das últimas décadas, com terríveis consequências, como aliás são desde há muito do conhecimento geral) para ser levado de ânimo leve pelas monarquias actuais derivado
    da participação de algum dos seus elementos estar obrigatòriamente presente - estranhamente (ou talvez não) do/a próprio/a monarca ou do seu herdeiro.

    Totalmente d'acordo com aquela afirmação do José, acima. Foi a pior decisão (ou indecisão inadmissmível?) tomada então por D. Duarte. Atitude que destruiu pràticamente grande parte da sua aceitação pelos portugueses (com a eventual Restauração da Monarquia ou não, é indiferente para o caso) como futuro pretendente ao trono de Portugal, isto é, um monarca independente/acima de/e insuspeito de devotar particular simpatia por ideologias e facções políticas.

    José, desculpe mas aquela sua afirmação não terá sido um lapsus linguae?... Então os quase novecentos anos que Portugal já leva de História não são resultado da gloriosa herança que nos foi legada inequìvocamente pela Monarquia?!? Então devem-se exactamente a quê? À República?

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  32. A herança não é dos monárquicos. É do povo português. Os monárquicos consideravam a existência de Clero, Nobreza e Povo.

    Ainda consideram?

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  33. Quem aclamou o Mestre de Avis, nas cortes de Coimbra?

    Foi o Clero, a Nobreza ou o Povo?

    D. Nuno Álvares Pereira defendia quem?

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  34. As perguntas são para obtemperar a uma resposta que iluda o facto de a monarquia de 1385 ser a mesma da actualidade.

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  35. Não ser a mesma, queria dizer.

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  36. @ Josephus et alia

    Sobre o livro de Philippe de Villiers, na Amazon não se adquire o livro para Kindle. Deixou de estar disponível. Estranho! Não será por esgotar a tiragem certamente; um livro electrónico de descarga automática?!... Muito estranho, mesmo.
    Em papel ainda não tentei encomendá-lo.

    Cumpts.

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  37. Caro José,
    Tivemos como PR cromos do género de Manuel Teixeira Gomes e/ou Américo Tomás, tão bons ou piores do que alguns dos nossos piores reis.
    Mas o meu ponto é este: Quais são as vantagens de uma chefia de estado electiva sobre uma Chefia de Estado hereditária? Até agora ninguém, nem o próprio José, respondeu a esta questão. Portanto, para mim, está tudo dito!

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  38. Mas para responder a tal pergunta é preciso saber o que é um rei na nossa actualidade. Sem isso não se pode elaborar resposta.

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  39. Emenda sobre o livro de Villiers. Tenho o Kindle está registado em amazon.com. Não é possível obter livros electrónicos fora desse domínio e estava a catá-lo em amazon.fr.
    Cumpts.

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  40. O José terá razão no que se refere ao facto do povo estar por detrás da eleição (de alguns) dos reis e tendo por isso mesmo a sua quota parte de responsabilidade nas vitórias e eventuais derrotas, por eles alcançadas nos campos de batalha. Mas ainda assim, pergunto, sendo esse povo que deu o seu aval/consentimento à aclamação do rei e passando a partir desse dia a respeitá-lo e a honrá-lo como seu dono e senhor (expressão antiga, não é para rir..., just kidding:) e em quem legìtimamente depositará toda a confiança para o representar, bem como à Nação, com todas as prerrogativas inerentes ao nobre cargo, não será então verdade que a partir desse dia, já como monarca, é a ele (ou ela) que serão tributados, para o bem e para o mal, todos os sucessos e insucessos, vitórias e derrotas da Nação? Penso que sim. Partindo destes pressupostos não será necessàriamente e sempre aos monarcas, secundados pelo seu povo, que ficará a dever-se a perenidade das Nações?


    Quais são as vantagens de uma chefia de estado electiva sobre uma Chefia de Estado hereditária? (O Estrangeiro)

    Esta pergunta d'O Estrangeiro é bastante pertinente e merecerá resposta.

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  41. José, a restauração da monarquia é uma utopia tão grande que por pouco não ganhou asas em 1951 quando o Carmona bateu a bota.
    .
    O grande resistente à monarquia tem um nome: Marcello Caetano.
    .
    Salazar achava a monarquia a melhor instituição para o país. Até porque o Estado Novo nao era um regime. Era uma circunstancia.
    .
    Marcello tinha ambições políticas e só por isso, e por nada mais, combateu fortemente essa possibilidade REAL ( nada utópica).
    .
    Rb

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  42. A garantia que a monarquia dá às nações é a mesma que depois permite que, por via dinástica, as mesmas fiquem nas mãos de outras. Os Habsburgos tiveram um Império assim e nós sempre tivemos nobres tão patriotas que rapidamente a alta nobreza estava por Castela contra Portugal.

    Como tudo isso agora é apenas adereço, nem interessa para o caso em questão dos que acham que é com o D. Duarte Pio que se muda um Regime.

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  43. Discutir isto em abstracto é mais coisa para a Academia de Lagado.

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  44. E algo inútil. Ninguém deixará de ser monárquico perante as dificuldades em vislumbrar um rei decente e ninguém passará a sê-lo por adivinhar as vantagens escondidas da monarquia...

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  45. Agora, não alinho com monarquias do tipo Hola! ou como existe no Mónaco que só servem para envergonhar os verdadeiro monárquicos. (José Luís)

    Sim, de facto chegámos ao ponto inimaginável de assistirmos a comportamentos privados vergonhosos por parte de alguns membros das monarquias actuais. Dir-me-ão que nos séculos antigos também os havia. Será verdade, contudo e apesar disso havia muito mais decoro e os hábitos e costumes eram diferentes dos de hoje e aceites de outro modo pela sociedade. De qualquer maneira estamos no séc. XXI e hoje esses comportamentos são inadmissíveis por todos os motivos e mais um.

    Inacreditável de facto, embora seja bisneta, não filha:)
    Tal como o actual rei de Espanha, com tanta mulher por onde escolher vai logo casar com uma divorciada. (José Luís)

    Novamente d'acordo com José Luís. Como é possível que aquele príncipe, hoje rei, tivesse escolhido aquela mulher para futura raínha de Espanha? Como bem refere José Luís, com tanta rapariga à sua volta, com outros princípios e modo de vida anterior bastante questionáveis, o que, na minha modesta opinião e a de milhares doutros, tê-la-ia ipedido ab initio de um dia vir a tornar-se raínha de Espanha. Um ultrage ao seu povo e à sua Pátria.

    Filipe, com aquele estranho e inapropriado casamento, quis ùnicamente agradar à esquerda republicana, à comunicação social esquerdista, aos anti-monárquicos e à modernidade (consubstanciada nos tais ventos de que fala o José) que por lá sopram de todos os lados e afinal o que ele fez foi desagradar a todos, cometendo um erro crasso que lhe vai custar o trono de Espanha. Desagradou à direita espanhola, aos verdadeiros monárquicos e à própria esquerda revolucionária que o odeia de morte pela tradição que representa (e pela inveja obsessiva que sempre suscitou à esquerda comunista), o que fará que mais ano, menos ano irá aproveitar-se do facto, desencadeando uma oposição serrada e a céu aberto ao regime, ao trono e a ele próprio, socorrendo-se oportunìsticamente de todos os 'podres' daquela que ele elevou a raínha(!), já desenterrados e em stand-by à espera do momento óptimo para serem trazidos a luz do dia. E não são tão poucos assim. Muito desta onda anti-monarquica já está subreptìciamente em curso desde há muito, esperemos pela sua fase explosiva que não demorará muito a fazer-se ouvir e que indubitàvelmente fará estragos e não pequenos, tanto no país vizinho como na própria monarquia.

    Há pouco esqueci-me de referir o exemplo mais relevante e importante de alternativa que ocorreu na nossa monarquia: a "defenestração" dos Filipes. (José Luís)

    Tem razão José Luís, ainda mais esse extraordinário e inesquecível acontecimento que tanto engrandeceu Portugal.

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  46. Leia-se, mais acima: "... com tanta rapariga à sua volta, foi escolher logo aquela..."

    E "ultraje" e não 'ultrage', òbviamente.

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  47. No meu comentário acima, leia-se no início do segundo parágrafo "... chegámos ao ponto (...) de assistir..." e não de 'assistirmos'.

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