António Arnaut, um maçónico bem intencionado e provindo da parolice coimbrã foi ministro socialista, dos "Assuntos Sociais", em 1978, quando podia ter sido ministro da Justiça. É verdade e tal foi
contado aqui, pelo próprio.
A Maçonaria mandava no Governo e o irmão Arnaut estava bem emparelhado com o irmão Almeida Santos, o Sombra do regime ( ele o disse quando afirmou que andava sempre na sombra de Mário Soares...)
Como é típico dessa parolice que copia modelos estrangeiros sem medir distâncias ( em Direito também há disso, lá em Coimbra) na altura o maçónico Arnaut, muito preocupado com os pobrezinhos e desvalidos, contando com o dinheiro que não tinha, mandou estudar um sistema de saúde que aliás vinha a ser estudado desde 1971, por Marcello Caetano.
Conforme
conta o mesmo:
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«Tempo Medicina» — Tem a responsabilidade de ter criado o SNS, quando foi ministro, em 1978. Como é que tudo se passou?
António Arnaut — Fui designado ministro dos Assuntos Sociais, Saúde e
Segurança Social por um acaso. O primeiro-ministro Mário Soares
convidou-me para ministro da Justiça do II Governo Constitucional. Uns
dias depois, quando já tinha o programa do ministério praticamente
pronto, no qual incluí o esboço de um serviço nacional de Justiça, Mário
Soares pediu-me para, afinal, ser ministro dos Assuntos Sociais, porque
estava com dificuldade em encontrar alguém para essa área. Disse-me que
era uma missão que me pedia e acabei por aceitar. Convidei Mário
Mendes, médico muito prestigiado, para secretário de Estado da Saúde, e
pedi a Victor Vasques, que tinha sido secretário de Estado da Segurança
Social do I Governo, para continuar. Comecei então a esboçar mentalmente
o programa do Ministério dos Assuntos Sociais e disse ao
primeiro-ministro, logo nessa altura, que iria avançar com a criação do
SNS. Ele deu-me plena liberdade, e assim fiz.
«TM» — O que o levou a decidir criar o SNS?
AA — Estávamos em 1978 e, nessa altura, o SNS era, além de um imperativo
ético e de justiça, uma imposição jurídico-constitucional. Estava
previsto na Constituição e se não fosse criado havia uma
inconstitucionalidade por omissão. É neste plano ético e jurídico que se
coloca o imperativo da criação do SNS, da sua manutenção e do seu
aperfeiçoamento, adaptado à circunstância de cada momento. Há 30 anos,
90% das unidades e dos profissionais de saúde estavam no Litoral, 80%
dos quais em Lisboa, Porto e Coimbra, e o resto do País era uma mancha
negra que não tinha nada, a não ser as misericórdias e um ou outro
médico, literariamente chamados de «João Semana», que deram um
contributo inestimável para a saúde das populações. Havia uma situação
de gritante injustiça e desigualdade social, e para uma pessoa sensível a
estas questões, e socialista, a quem foi dada a possibilidade de ocupar
aquela pasta, a sua obrigação era tentar minimizar este drama humano.
Foi o que tentei modestamente fazer.
«TM» — Foi preciso força para impor essa ideia?
AA — A força das minhas convicções. De facto, começaram as maledicências
e chamaram à lei a «Lei Arnaut», ligando-a só a uma pessoa para reduzir
a sua força. Eu assumo orgulhosamente a responsabilidade política do
SNS. Foi na lógica das minhas convicções e de um compromisso que sempre
tive com o povo português, como cidadão e como socialista, que tomei
essa decisão política. Mas quero dizer, em nome da verdade, que não
tenho a responsabilidade técnica. O modelo e as linhas doutrinárias
estavam traçados na Constituição e a responsabilidade técnica e a
organização pertencem a uma comissão, e especialmente a Mário Mendes e a
Gonçalves Ferreira, também médico, que em 1971 começara verdadeiramente
a fazer o SNS, ao criar os primeiros centros de saúde.
«TM» — A oposição ao SNS foi imediata?
AA — Sim, porque logo que tomei posse, a 23 de Janeiro, disse que um dos
objectivos do Ministério era a criação do SNS. E na apresentação do
programa do Governo, a 9 de Fevereiro, propus-me apresentar um
anteprojecto de lei para discussão pública no prazo de cinco meses. Mas
apresentei-o antes, a 3 de Abril, e pouco tempo depois o projecto, que
teve o apoio do Conselho de Ministros. Aí as críticas redobraram,
chegando a roçar a maledicência e a intriga política, mas não me
afectaram.
«TM» — Quem se manifestou contra?
AA — Sobretudo uma parte da classe médica e a própria Ordem dos Médicos,
e também o nosso parceiro de Governo, o CDS. Uma reforma desta
abrangência afectava muitos interesses instalados. A Ordem reagiu pela
voz do seu presidente, Gentil Martins — de quem entretanto me tornei
amigo —, que me acusava de querer estatizar a Saúde e de acabar com o
direito à livre escolha. Mas não havia livre escolha, não havia médicos,
nem condições económicas para ir ao médico. Penso que os médicos que
estavam contra eram a minoria, mas era uma parte substancial, sobretudo
aqueles a quem chamei os «barões da Medicina». Não gostaram nada, mas
existiam, inclusive no meu partido. Reagiram também os sectores mais
conservadores do CDS. O Governo tinha três ministros do CDS, que
apoiaram o SNS. Freitas do Amaral também o apoiava, mas começou a ter
problemas com médicos e militantes do partido, por o CDS estar a apoiar
um projecto socialista, socializante.
«TM» — O Governo caiu, mas a lei do SNS foi aprovada...
AA — A questão do SNS, juntamente com o que se passava no Ministério da
Agricultura, na sequência da chamada «Lei Barreto», deteriorou as
relações entre o PS e o CDS e levou à queda do Governo. A Lei n.º 56/79
foi aprovada a 28 de Junho e publicada no Diário da República a 15 de
Setembro de 1979, era primeira-ministra Maria de Lurdes Pintasilgo e
secretário de Estado da Saúde Correia de Campos, que fez os primeiros
decretos regulamentares do SNS. O artigo 64.º da Constituição, relativo à
Saúde, tinha sido votado por unanimidade, por todos os partidos, mas
três anos depois, na votação da lei do SNS, o PSD e o CDS abstiveram-se
na votação na generalidade e votaram contra na especialidade.
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Assim se criou aquilo que agora temos, o SNS. O objectivo declarado do virtuoso maçónico cujas colunas nunca o abateram, dizia assim ao O Jornal de 17 de Março de 1978: o objectivo do SNS, declarado, era acabar com os "exploradores da medicina". Quem eram esses tais "exploradores" que o maçónico Arnaut tanto detestava? Alguns deles tornaram-se seus amigos como o médico Gentil Martins.
Ninguém contesta as melhorias no sistema de saúde, em Portugal, nestes quase 40 anos de experiência do SNS. Era o que mais faltava ser assim tão reaccionário quando é certo e sabido que o governo de Marcello Caetano tinha os mesmos propósitos de preocupação social que o maçõnico Arnaut. Porém, os métodos e valores intrínsecos não eram certamente os mesmos e o diletantismo de alguém que poderia ter sido ministro da Justiça e acabou, por acaso na pasta dos assuntos sociais, nunca teria ocorrido.
Assim, como geralmente acontece com estes diletantes socialistas que pensam no bem e acabam por fazer o mal que todos pagamos, com língua de palmo, o SNS desvirtuou-se e perverteu-se.
Assim... o que aconteceu de novo na
medicina em Portugal? Foi alcançado o desiderato do maçónico, de acabar
com os tais exploradores ou os mesmos conseguiram afinal
multiplicar-se e vicejarem como cogumelos na humidade?
A história que se passou no Hospital de S. José pode dar uma ideia aproximada das virtualidades do actual SNS para certos médicos que agora são os tais herdeiros do "exploradores". Com uma diferença: quem paga a exploração, agora, somos todos nós porque é preciso que se diga que o SNS é uma das maiores fontes de despesa do país e sempre que se questiona o assunto aparece a demagogia que até um Marcelo Rebelo de Sousa usa e abusa com os objectivos expostos de ganhar a corrida presidencial.
Atente-se nesta notícia do Correio da Manhã de hoje para perceber porque razão há tantos candidatos a estudantes de medicina em Portugal e tão poucas vagas controladas pela Ordem dos Médicos desde há mais ou menos 40 anos...o que parece ser caso único de preservação de uma espécie que o maçónico Arnaut bem acapara.
A notícia refere-se a este tal Cunha Ribeiro que ocupava um apartamento ao lado do de José Sócrates e que era de um amigo chamado Paulo Lalanda de Castro. É o tal do "
sistema convidativo". Um médico que entre os médicos devia saber de alguns casos de ordenados de 50 mil euros por mês, à conta do sistema convidativo das horas extraordinárias, um expediente de chicos-espertos que arruína qualquer sns e principalmente a credibilidade do mesmo.
Com o sistema de saúde de Marcello Caetano uma coisa me parece absolutamente certa: nem haveria casos destes nem a saúde estaria entregue a estes diletantes pindéricos que só querem arrebanhar o seu. Os doentes que paguem e às vezes com a própria vida.
O que terá o maçónico Arnaut a dizer sobre esta pouca- vergonha? Nunca discutiram isto nas reuniões de irmãos?!
Não lhe ocorrerá que há imensos exemplos destas iniciativas socialistas maçónicas em que o bem desejado acaba por se tornar o mal inconveniente?
Mais uma "porca miseria".
o tricano arnaut tornou-se poeta provavelmente porque diz ter sido amigo de Miguel Torga
ResponderEliminara rataria estabelece-se sempre usando a velha fórmula latina
loca et lautia ou casa e comida
apetecia-me dizer um palavrão (lexidium em latim
fico-me pelo flatis vocis ou peido para eles
"A Maçonaria mandava no Governo e o irmão Arnaut estava bem emparelhado com o irmão Almeida Santos..." (José)
ResponderEliminarJosé, os verbos principais na sua frase acima estão conjugados no passado imperfeito e deveriam/devem sê-lo no presente. A maçonaria "manda" efectivamente no Governo como sempre mandou em todos eles desde 1974, foi ela que os elegeu e continua a eleger e a escolher a dedo quem deve governar, òbviamente só quem pertencer à seita.
E o Arnaut está "bem emparelhado com o irmão A. Santos"
como o está com todos os outros irmãos, designadamente os grão-mestres, sendo o assassino Soares o principal deles, não descurando outro traidor o Alegre e mais uns poucos que permanecem na sombra, sem esquecer a sua influência na continuação do afundamento do País, aliás a ideia foi sempre esta desde que cá puseram as patas, aproveitando maquiavèlicamente a benevolência do Prof. Marcello Caetano. Mas não só os citados,
outros há ainda que se conservam semi-ocultos mas tão malígnos como os nomes por demais conhecidos. E há ainda outros velhacos de que nem suspeitamos e que manobram nas ante-câmaras do poder. E mais outros, alguns dos quais já foram desta para melhor, como o Piteira Santos e etc., mas que tiveram igualmente uma vida de traição à Pátria que se prolongou por muitos anos e posteriormente, já no País das 'liberdades democráticas', tão malígna quanto os demais na pré e pós introdução do novo regime.
Se o Prof. Salazar ainda estivesse vivo choraria lágrimas de sangue vendo o que lhe fizeram ao País e ao Povo que tanto amou e protegeu acima de tudo. Ainda assim há algo que lhe confortará a alma, lá onde descansa em paz, saber-se vingado (só em parte, mais tarde será totalmente) do vilipêndio e difamações que o seu nome e grandiosas acções políticas em defesa da Pátria e do Povo sofreram após a sua morte e todas lançadas por traidores, assassinos e corruptos da pior espécie.
Mas Deus não dorme e mais tarde ou mais cedo todos os pulhas que tanto mal nos têm vindo a fazer desde 74 até hoje, irão sofrer na pele as consequências. Alguns já o sentiram na família e filhos (diziam os antigos que os filhos pagam pelos erros dos pais e isto é trágico mas é verdadeiro), outros irão pagar caro pelo mal praticado. Este pobre País e este infeliz Povo não mereciam o mal, tantíssimo mal, que lhes foi infligido. Eles, aqueles que cruel e diabòlicamente nos traíram, isto é, os vivos que por aí ainda se arrastam e ainda não se penitenciaram dos indescritíveis sofrimentos e desgostos que causaram a este bom Povo, que nunca esqueçam uma máxima que atravessa os tempos e tem tudo de verdade: Deus escreve direito por linhas tortas. Há provas disto por todo o lado. O Julgamento Divino far-se-á sentir com mão pesada e recairá sobre aqueles que foram os grandes fautores da imensa tragédia que se abateu sobre todos nós, sejam eles crentes ou agnósticos, disso não tenham a mais pequena dúvida.
maçon ou doutro clube, o arnaut sempre foi uma besta. Isto deveria ser chamado SND (serviço nacional para a doença). besteiras seguras
ResponderEliminarjá nem vizinho se pode ser do Sócrates. Porque falam tanto da maçonaria e nunca da OPUS DEI. Quem assassinou o banqueiro do banco AMBROSIANO e o pendurou na Ponte de Londres? Sabe bem que seria impossível o homem ir suicidar-se na Ponte. Foi um sinal da OPUS DEI para quem pisar a linha. Se não for assim peço ao Senhor José que me ajude a perceber.
ResponderEliminarCá para mim os maçon são nado mortos, não contam. Ao contrario da OPUS DEI que está presente em toda a vida Portuguesa, com a CATÓLICA a formar novos membros, como o PAULO PORTAS o homem que começou aos 10 anos a compilar um INDEX e agora tem a maior PEN do Mundo. Estão todos lá, eu incluída e o senhor se calhar também, assim se vê porque é intocável.
Depois do que ele fez ao Cavaco silva quando era 1º Ministro, acha possível este homem vingativo e mesmo cruel apertar-lhe a mão dar-lhe posse por 2 vezes? MISTÉRIO.
O Marcello Caetano abordou esta questão da socialização da medicina e nos poucos anos que vivei após a queda do Estado Novo, ainda conseguiu incorporar isso no "Depoimentos"(a propósito... disponível online aqui: http://leccart2006.tripod.com/prof_mc.pdf)
ResponderEliminarDeixo alguns recortes relativos à actuação e efeitos deletérios das "Carreiras médicas" tal como foram desenhadas.
https://gyazo.com/74428119d588a30d6592163bd529fcc7
https://gyazo.com/4d5c7592fc0649735f8d3582a6855845
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