Há 45 anos governava Marcello Caetano, seguidor da obra de Salazar e tributário de idênticos valores. Não obstante, o que se costuma designar por "ventos da História" que mais não é do que a evolução dos tempos, costumes e acontecimentos globais ou locais que alteram o curso do que seria a tradição, influenciou esse tempo de "evolução na continuidade", como Marcello apodou.
Nesse tempo havia esperança em algo melhor e que era palpável, mensurável e sentido. Hoje em dia não tenho tantas certezas disso.
Em 22.1.1971 a revista Vida Mundial publicou um artigo extenso sobre o futuro de Portugal. Esse futuro é agora um pretérito-mais-que- perfeito e vale a pena ler para perceber a clivagem fundamental entre o regime de Salazar, corporizado aqui nos seus seguidores mais fiéis, como Franco Nogueira e as novas ideias dos tais "ventos da História" que alguns entendem mais como "ventosidades" por não lhes agradar o cheiro, sequer.
A ideia fundamental que então se debatia era a de um Portugal ligar ao Ultramar ou religado a uma Europa onde sempre esteve, naturalmente, na geografia e geopolítica, por força disso.
Dum lado, o dos velhos do regime, estava Franco Nogueira que punha abertamente em causa, nessa altura, a ideia da nossa integração europeia, seguindo passos antigos de um Augusto de Castro que escrevera "somos uma nação atlântica e não europeia e teríamos já morrido como Pátria se o não fôssemos" considerando que " sempre tenhamos vivido de costas voltadas para a Europa" .
Do outro lado, os chamados jovens turcos do regime que Marcello Caetano chamara para mudar de ares e deixar entrar um pouco daquele vento no bafio da época. Pinto Leite era uma dessas figuras, porventura a mais relevante e que acabou por morrer na Guiné, num acidente de aviação.
Disse então que "tal como o presidente do Conselho não era daqueles que pensavam que a Metrópole não pudesse subsistir sem o Ultramar, referindo-se à aproximação e à colaboração com a Europa". Pinto Leite, como Rogério Martins e outros, pretendiam integrar Portugal na Europa de modo mais consequente do que até então. Aqueles pretendiam o contrário e desconfiavam da Europa.
Quem tinha razão?
Atendendo à evolução posterior que os acontecimentos de 1974 e 1975 deram uma dimensão e relevo extraordinários e mesmo revolucionários, a ideia de integração na Europa fez vencimento. Porém, o modo como tal ocorreu, em meados da década de oitenta foi já em desespero de causas, principalmente económicas.
Quinze anos antes a integração era entendida como uma medida política de fundo para dela aproveitarmos o que melhor poderíamos fazer. Tal como um Reino Unido o fez e faz. Na década de oitenta tal foi entendido como uma necessidade estrita para nos aguentarmos economicamente, com a a ajuda e de chapéu estendido permanentemente desde então.
Este panorama nacional é radicalmente diverso do que vivíamos em 1971 e as causas são sempre as mesmas: a Esquerda e o comunismo-socialismo que nos governaram desde então, nas ideias e até na Economia, após as nacionalizações maciças de 1975.
O resultado desse efeito do comunismo-socialismo, passado nem sequer meia dúzia de anos, foi este que dava conta O Jornal de 9.7.1976. Talvez o melhor exemplo recente deste fenómeno seja o da Venezuela, mas acho que a maioria dos portugueses não entende isto. Se entendesse, não haveria esta união de esquerda que temos...
Para se ver melhor a diferença de perspectivas, em 1978 o semanário O Jornal organizou e patrocinou uma série de conferências com políticos de então, os mais representativos da agora democracia, com exclusão de qualquer participante que defendesse as ideias de Franco Nogueira, entendidas simplesmente como fascistas e com esse caso assim arrumado sumariamente, desde 1974.
A mentalidade dominante passou a ser esta aqui bem explicada pelo director do Jornal, um socialista moderado, apoiante de Eanes:
A democracia passou a ser um fim em si mesma, a economia do país quase um adereço e assim vivemos muitos anos, com estes mitos e lêndias do costume de sempre. Há 45 anos isto era impensável, inimaginável e absolutamente dispensável.
O resultado de termos cometido colectivamente o erro monumental em 1974-1975 de termos dado crédito à Esquerda comunista e socialista, ainda marxista, foi a desgraça económica de três quase bancarrotas e um atraso endémico em relação à tal Europa, para quem olhávemos então, em 1971 com uns olhos cuja dignidade perdemos colectivamente.
Era sobre isto que gostaria de ver os actuais candidatos à presidência da República falarem. Não porque ache que a esmagadora maioria deles perceba sequer estes fenómenos do modo enunciado, mas há um que percebe: MRS. Esteve em todas...
Nos recortes abaixo colocados falta a comunicação de Álvaro Cunhal, mas seguirá dentro de momentos, depois desta pequena interrupção.
E tal como prometido, aqui fica o relato das conferências de O Jornal, de Junho-Julho de 1978, incluindo a de Cunhal e algumas páginas do suplemento Periscópio que mostravam alguma da assistência às conferências.
Os políticos actuais com mais de 60 anos lembram-se certamente muito bem e alguns até participaram nos eventos.
O que é mais curioso é a comparação entre o que se passava há 45 anos, em 1971 e o que sucedeu meia dúzia de anos depois. Parece outro Portugal e é mesmo. Aparentemente mais rico, mas realmente muito mais pobre. Económica, cultural e até civicamente, o que pode parecer paradoxal mas não é, no meu modesto entender.
Tal como a democracia, a "Europa" e respectiva integração na dita, também parecem fins em si mesmos.
ResponderEliminarQuem tem razão é o tempo.
Os ingleses preparam-se para referendar o mau cheiro daqui por dois anos. Espero que não se enganem.
Algum vento da história, na dita, ou "evoluir" dos tempos, através destes, nos beneficiou em alguma coisa? Deve ser o fado...
A nossa feição atlântica é evidente tanto na geografia como na história. E uma ponte pertence a que margem?
Trocou-se o mundo por um fundo de quintal. E ainda temos de importar as laranjas...
> "Quem tem razão é o tempo."
ResponderEliminarE o tempo não é meteorologia.
"Trocou-se o mundo por um fundo de quintal"
ResponderEliminarNunca tivemos um mundo. Aliás, o mundo nunca esteve cá. Vivemos sempre num quintal.
nunca fui socialista, muito menos social-fascista
ResponderEliminarsão as únicas ofensas que não perdoo
sempre segui o individualismo e a democracia
depois de 25.iv, antes da 'descolonização exemplar', esta língua de terra passou a ser o rectângulo
nesse dia morreu um país chamado Portugal
tal como muitos de nós pensávamos no GOLU os sectores económicos acabariam em mãos estrangeiras
os natureais roçam os fundilhos pelas zonas urbanas, são funcionários públicos. ou ocupam lugares da última como operários
felizmente estou velho e tanto quanto sei a família directa reduziu-se ao mínimo
com este social-fascismo do monhé Wimpy
'siammo fregati' e mal pagos
99% dos portugueses aplaudiram com ambas as mãos a renovação do regime que foi sendo introduzido no sistema pelo Prof. M.Caetano. Depois, 99% dos portuguesers aplaudiram o 25 de Abril sem rebuço. O pior foi o que se começou a desenhar após 1980, perante a estupefacção e a incredulidade dos tais 99% anteriormente apoiantes incondicionais da mudança de regime. Antes de entrar neste período aziago, que se foi tornando cada vez mais negro à medida que os anos foram passando, devemo-nos lembrar que todos os antagonistas dos regimes comunistas e socialistas, a somar a todos aqueles que de um modo ou outro, ainda durante o Estado Novo e mais precisamente após a matança de milhares d'inocentes em 1961 no Norte de Angola - a mando dos dois internacionalismos, para fazer despoletar uma guerra artificial e a respectiva tomada de Portugal e dos seus territórios Ultramarinos - iam sendo eliminados um após outro, tanto no Portugal europeu como nos territórios além-mar. As personagens que lhes poderiam fazer frente e portanto a eliminar o quanto antes, são inúmeras, mas para abreviar citemos apenas alguns nomes mais conhecidos e mais anti-imperialismos. Fernando Oneto em Mdrid; Pinto Bull abatido no avião que seguia em missão patriótica a caminho da Guiné; o Engº. Jorge Jardim, outro patriota que se recusava a baixar os braços para deixar campo livre aos traidores à Pátria que já haviam traçado desde há muito o destino amaldiçoado para a entrega de Portugal e das Províncias Ultramarinas à União Soviética e aos Estados Unidos; outros cidadãos nobres e honrados, defensores intransigentes do Portugal uno e pluri-continental, foram sendo afastados da arena política e também social, com uma rapidez e destreza de métodos diabólicos que nem ao mais sanguinário déspota do terceiro mundo lembraria; e eis que finalmente faltava eliminar poucos mais para desimpedir o caminho rumo ao comunismo, mascarado de socialismo democrático, daqueles patriotas mais obstinados que teimavam em não o permitir, de modo que a conspiração foi preparada à minúcia para o acto maléfico ser decisivo - o atentado que matou Sá Carneiro - e que anteriormente já havia sido tentado por outros meios e por mais do que uma vez sem sucesso, designadamente no acidente de automóvel provocado em Londres aquando da sua deslocação àquela cidade para tratamento e com ele e de caminho (lá diz o povo, duma cajadada matam-se dois coelhos) desfazerem-se do direitista Amaro da Costa e de todos os inocentes que com eles seguiam no avião. Se esta gente satânica não hesita nem por um segundo em mandar matar milhões de inocentes em qualquer parte do Globo para satisfazer as suas ambições demoníacas, qual seria o receio de em Portugal o irem fazendo a umas tantas almas boas impeditivas de os deixarem prosseguir com a sua saga destruidora, que se lhes atravessassem no caminho? Nenhum. Tanto assim é que tal como veio a acontecer com a maior das descontracções no nosso País, o mesmo tem vindo a suceder desde há séculos em espaços pré-destinados, prosseguindo até ao presente com uma fúria diabólica no resto do mundo.
ResponderEliminar(cont.)
A minha visão da História neste aspecto tem sido constante e ainda não encontrei motivos para mudar de ideias:
ResponderEliminarO regime que havia com Marcello Caetano era o ideal em termos de organização económica, de funcionamento das instituições em geral e os costumes do povo eram compreendidos e havia sintonia do regime com os mesmos.
O que falhava? O alargamento da participação política aos comunistas e socialistas marxistas, enquanto partidos organizados e legalizados. Só isso. Culturalmente, aliás, já alguns deles tinham liberdade vigiada para se manifestarem nos jornais, sem grande censura se soubessem escrever, como era o caso de um Mário Castrim, no Diário de Lisboa.
Quanto à visão de futuro esse para mim foi o pretérito mais que perfeito.
A extrema ingenuidade do Prof. M.Caetano face ao inimigo figadal de Portugal e dos portugueses e de tudo o que lhes dissesse respeito e sobretudo a crença de que não abdicava de que eles eram melhores pessoas do que se havia apregoado durante décadas - crença, esta, baseada na integridade e honestidade extremas que presidiam ao espírito de todos portugueses sem excepção, mormente a ele próprio, qualidades emanadas da educação e ética recebidas de muitas décadas, por sua vez igualadas às que habitavam o espírito e a acção dos governantes e demais políticos e em primeiríssimo lugar pelo anterior Presidente do Conselho, como aliás havia sido seu exemplo máximo e que desaconselhava qualquer desvio do rumo patriótico que o havia sempre norteado, pautado por vida pessoal honestíssima e por uma acção política impoluta, elogiada até pelos seus inimigos.
ResponderEliminarMas o Prof. M. Caetano, acreditando na bondade de todas as pessoas - como o eram todos os portugueses sem excepção - e que portanto não ser possível existirem opositores ao regime com tão má índole que os levasse a trair a Pátria e o Povo, foi longe demais na sua crença e descurou os avisos que lhe chegavam de todos os lados e que o avisavam da natureza ruim e falsa dos que se auto-intitulavam defensores intransigentes da liberdade do povo e da democratização do País. E foi esta benevolência em demasia que o perdeu. A mesmíssima que fez perder o País.
Não há possibilidade, como muito bem tem frisado o José, de o nosso País progredir e desenvolver-se em paz e segurança, com os partidos da esquerda comunista e socialista (a extrema esquerda incluída) a governarem o País. Eles não governam, governam-se e muito. Estes partidos e quem os comanda não é genuìnamente português nem gosta de Portugal nem dos portugueses e portanto não merece a benevolência do Povo, o mesmo que traiu cruel e desalmadamente. Se já não fora pouco, estes defeitos bastariam para os seus autores confessos serem banidos do solo português, solo sagrado que pisam imerecida e ilegìtimamente desde há quarenta e um anos (dado os crimes gravíssimos, ainda impunes, praticados).
(cont.)
A extrema ingenuidade do Prof. M.Caetano face ao inimigo figadal de Portugal e dos portugueses e de tudo o que lhes dissesse respeito e sobretudo a crença de que não abdicava de que eles eram melhores pessoas do que se havia apregoado durante décadas - crença, esta, fruto da integridade e honestidade extremas que presidiam ao espírito de todos portugueses sem excepção, qualidades emanadas da educação recebida de muitas décadas, por sua vez igualadas às que habitavam o espírito e a acção dos governantes e demais políticos e em primeiríssimo lugar do Presidente do Conselho, como aliás ele próprio havia sido o exemplo máximo como governante, o que desaconselharia à priori qualquer desvio do rumo patriótico que o havia sempre norteado, tanto na vida pessoal honestíssima, como na acção política impoluta e patriótica.
ResponderEliminarMas o Prof. M. Caetano, acreditando na bondade intríseca de todas as pessoas - como o eram todos os portugueses sem excepção - e consequentemente não era possível existirem opositores ao regime com tão má índole que os levasse a trair a Pátria e o Povo - foi longe demais na sua crença e descurou os avisos que lhe chegavam de todos os lado e que o avisavam da natureza cínica, ruim e falsa dos que se auto-intitulavam defensores indefectíveis da liberdade do povo e da democratização do País. E foi esta sua crença intransigente que o perdeu. E a que fez perder o País.
Não há possibilidade, como muito bem tem frisado o José, de o nosso País progredir e desenvolver-se em paz e segurança, com os partidos da esquerda comunista e socialista e a extrema esquerda incluída, a comandarem as tropas (literalmente, ao contrário do que se pensa) como soe dizer-se. Estes partidos não são genuìnamente portugueses e portanto não merecem a confiança do Povo, que traiu cruelmente. Do mesmo modo que deveria ser-lhe banido o solo sagrado português que pisa desde há quarenta e anos, o que tem vindo imerecida e criminosamente a fazer.
(cont.)
Maria: quantos países unos e pluri-continentais existem actualmente?
ResponderEliminarNós não vivemos numa soit-disant democracia, longe disso. Nós vivemos sob uma ditadura. Democrática? Não, não é. Não é porque não é o povo quem manda (segundo eles falsamente o vêm apregoando há dezenas de anos a plenos pulmões) mas sim um punhado de ladrões e corruptos para cá enviados por quem efectivamente manda em Portugal e no mundo. Nós somos governados por uma seita falsa e traidora que recebe ordens do exterior e aplica-las à risca no nosso País. Caso este tivesse sido um regime realmente democrático e livre desde o seu início, nesse caso os portugueses teriam tido liberdade para fundar partidos de todas as facções políticas e não só da esquerda socialista e comunista. (o CDS não conta para nada, foi permitido por Cunhal para enfeitar o ramalhate e dar um ar decente e credível à pseudo-democracia). Porque motivo não são permitidos partidos de direita e de extrema direita e são permitidos os de esquerda e de extrema esquerda? Será por aqueles serem fascistas?!? Não gozem com o povo, fascistas eram/são os partidos comunistas e socialistas que imperavam (e ainda imperam em algumas partes do mundo) conforme foi afirmado taxativamente por um cidadão russo, numa entrevista de rua e referindo o regime soviético, logo após a implosão da U.Soviética. Mas a isto a esquerda liga peva. E repetem sem vergonha que esses tais partidos são proibidos no nosso País porque assim o legislou a Constituição. E quem é que a redigiu? A esquerda unida, pois claro. E porquê? Porque sabiam que se permitissem partidos de direita, da verdadeira direita, a esquerda, toda ela, seria arredada definitivamente do poder através desses partidos eleitos por um povo conservador que o é por natureza (como o são todos os povos do mundo) e que nunca mais lá poria os pés... E lá se ia por água abaixo o governo maçónico, as Províncias Ultramarinas continuariam intactas e os biliões longa e desesperadamente cobiçados e democràticamente saqueados aos cofres do Estado e aos explorados contribuintes, durante as décadas que levamos deste pútrido regime, ficariam no seu devido lugar do qual jamais deveriam ter saído. E de tudo isto eles não poderiam abdicar nunca na vida.
ResponderEliminarE haveria algum mal em sermos governados sòmente por partidos de direita eleitos livremente pelos portugueses, relegando naturalmente pelo voto (o tal que lhes é tão querido e que eles reclamam como o supra-sumo da democracia representativa...) os de esquerda para posições residuais no espectro político? Nenhum, antes pelo contrário, só traria benefícios aos portugueses e a Portugal, tendo em conta os prejuízos gravíssimos causados ao País e ao Povo desde o 25/4 pelo facto desses partidos de esquerda e só esses, note-se, terem tido acesso ao poder e mais nenhuns. Uma reviravolta positiva desta natureza - que teria que ser evitada a todo custo pela esquerda maçónica (conforme confidenciou o maçon A.Arnaut perante o perigo de o País estar a inclinar-se perigosamente para a direita e a fugir-lhes ao controlo, isto por volta de 1979/80 e por aí) com o evidente beneplácito dos comunistas e socialistas do sistema e todos juntos a trabalharem afanosamente para o governo mundial - teria votado ao fracasso o esquema diabólico traçado pelos internacionalismos para Portugal e para as Províncias Ultramarinas e ter-se-ia evitado a tremendíssima tragédia, a pior de que há memória na longuíssima História deste Nobre País e deste Honrado Povo.
(cont.)
(conclusão)
ResponderEliminarOs partidos comunistas e socialistas só nos trouxeram tragédias e desgraças, conforme diz e repete o José com quem eu concordo em absoluto. Involuntàriamente e com a melhor das intenções, tal facto ficou a dever-se exclusivamente ao Prof. Marcello Caetano que acolheu esses partidos de braços abertos para participarem de igual para igual na abertura do regime à esquerda. M.C. quis alterar/aliviar as regras políticas rígidas, porém funcionais, vigentes até então, bem como as normas sociais impostas pelo governo de Salazar para defesa intransigente da Pátria e do Povo, obra discutível mas de resultados eficazes e duradouros, como mais tarde se veio a comprovar. Assim ele o entendeu, tendo delas jamais abdicado (apesar dos "ventos da história" que já então iam sopravando de todos lados...) enquanto as forças não o abandonaram. Salazar teve carradas de razão no modo como conduziu polìticamente o País, assim como nas medidas drásticas tomadas para manter os traidores longe da Pátria. A História veio demonstrar essa razão com sobras. Em Portugal vivia-se totalmente em paz e completa segurança (quem disser o contrário mente) o que só por si nos proporcionava bem-estar, vivia-se o dia a dia com genuína alegria e tudo o que acontecia à nossa volta envolvia-nos numa espécie de felicidade indefinível, difícil de pôr em palavras.
Quando os portugueses genuínos - e só estes - quiserem criticar a política e a pessoa de Salazar (e aqui os traidores e todos os esquerdistas não entram porque não têm voto na matéria) tenham em conta pelo menos três factores iniludíveis a seu favor: o modo lastimoso como recebeu o País quando ascendeu ao Poder e o modo grandioso como o deixou; os dois períodos históricos gravíssimos que se verificaram enquanto governou (sem mencionar a guerra de Espanha, que também deve ser tida em conta), conseguindo ultrapassá-los com honra e glória; e a guerra em África e em várias frentes que nos foi imposta de fora, tendo sido heròicamente travada e pràticamente vencida, até ao dia em que fomos traídos por um punhado de traidores malvados, membros de uma seita satânica, a mesma que, felizmente para todos nós, havia sido premonitòriamente afastada do País enquanto Salazar se manteve no Poder.
Quem o quiser criticar - e haverá certamente vários defeitos a apontar - lembre-se primeiro dos múltiplos episódios trágicos com que ele se debateu conseguindo ultrapassá-los graças à sua inteligência superior e génio político inexcedível, bem como dos milhentos perigos que o País enfrentou poupando a todos eles os portugueses. Podemos estar certos de que só uma mão cheia doutros seus iguais, dentre os muitos portugueses Corajosos e Valentes, que os há, teriam tido a mesma coragem, força de vontade e patriotismo insuperáveis para ter conseguido realizar a Obra quase sobre-humana por si levada a cabo, a mesma que ficará indelèvelmente gravada a letras d'ouro na História de Portugal e pelos séculos para sempre glorificada.
"Os partidos comunistas e socialistas só nos trouxeram tragédias e desgraças, conforme diz e repete o José com quem eu concordo em absoluto. Involuntàriamente e com a melhor das intenções, tal facto ficou a dever-se exclusivamente ao Prof. Marcello Caetano que acolheu esses partidos de braços abertos para participarem de igual para igual na abertura do regime à esquerda."
ResponderEliminarNão me parece que tenha sido assim e tenho colocado aqui documentos que o provam, como sejam as declarações de Marcello Caetano a António Alçada Baptista.
Aliás, julgo que foi a resistência de Marcello em abrir o regime a tais partidos que colocou o problema posterior do fenómeno que ocorreu logo na semana a seguir a 25 de Abril.
O fruto proibido é sempre o mais desejado. Se tivesse existido abertura para uma democracia mais ocidentalizada o efeito teria sido o destas democracias: a irrelevância dos partidos comunistas que actualmente se verifica nesses países, com excepção do nosso.
Porém, reconheço o dilema de Marcello Caetano em não abrir tanto o regime, por causa da guerra no Ultramar.
Eu sou céptico quanto a essa hipótese do fruto proibido.
ResponderEliminarAcho que isso, se teve algum papel, foi minoritário ou irrelevante. A verdade é que o PC e derivados sabem bem o que fazem e a geringonça destes nossos dias mostra que eles não precisam realmente de muito mais apoio popular do que aquele que têm para alcançar o poder.
Não precisam de ganhar eleições.
No mais, se são estalinistas ou "euro"-comunistas, mais recauchutanço menos recauchutanço, isso para mim vai tudo dar no mesmo.
Podemos ser cépticos mas devemos pensar numa razão para o fenómeno que ocorreu em Portugal e em mais nenhum país da Europa, sem sequer em Espanha.
ResponderEliminarA especial condescendência da intelligentsia caseira para com a esquerda comunista, origem desse fenómeno, a meu ver, particularmente nos meios jornalísticos, artísticos e intelectuais, influenciou em modo determinante o que ocorreu desde 1974-1975 até agora e só estudando o que aconteceu se poderá raciocinar sobre o assunto.
Eu vivi esse tempo e só posso confirmar o efeito do fruto proibido.
ResponderEliminarCriou este mito escardalho, fabricou mártires e heróis e fez com que ainda hoje o comunismo seja visto como uma coisa boa porque perseguido e anti-fascista.
Portugal não é nem nunca foi o mundo. E tentar perceber fenómenos sem os confrontar com o que se passou nos restantes países europeus é ser-se utópico ou quixotesco.
ResponderEliminarAliás, já que se fala nisso, uma das pequenas dúvidas que eu tenho em relação ao que o José vai percepcionando do que se passa cá é esquecer-se agora do efeito de cópia do estrangeiro.
ResponderEliminarPor outras palavras- eu penso que a escardalhada do presente também tem de ser entendida por efeito esponja de importação de modas e não apenas do que foi por cá no passado.
Vejamos um pouco de prognose póstuma:
ResponderEliminarSe Marcello Caetano tivesse legalizado o MDP/CDE, uma organização cripto-comunista, as palavras-chave que ocorreram depois do dia 25 de Abril e que moldaram a linguagem corrente, como fascismo, reacção, revolução, colonialismo, imperialismo, etc etc teriam evoluído de outro modo semântico, como em Espanha, por exemplo, ou em França, de onde vinha grande parte do alimento intelectual da época.
Seria muito mais fácil desconstruir tal linguagem se pudesse ter existido um esclarecimento continuado e público como em França houve, sobre o que era o comunismo.
Por cá esse esclarecimento ficou sempre a cargo dos próceres do regime, particularmente Marcello Caetano que era extremamente lúcido sobre tal assunto e falava claramente.
Porém, o discurso de Marcello era o discurso do poder e por isso desvalorizado, como é natural.
Se esse discurso pudesse ter sido continuado de outro modo e com debate entre essas forças, o assunto teria sido resolvido de outro modo e não teria sido possível plantar a linguagem que foi plantada.
Quanto a mim foi a linguagem que condicionou a revolução do prec. Só isso.
Eu não nego que esse efeito existiu. Mas acho que não foi determinante para a obtenção do poder, que é o que aqui está em causa.
ResponderEliminarEles infiltraram e manipularam o que lhes permitia obter o poder. No caso, o MFA. A partir do momento em que eles infiltram o MFA, passam progressivamente a controlá-lo, e este obtém o poder, não é preciso mais nada.
A complacência dessa "inteligência" em relação à esquerdice no geral é fenómeno generalizado em todo o lado, não é só aqui.
Quando falo em legalização do MDP/CDE estou a ser impreciso porque já o era. O que quero dizer é a legalização do PCP ligado ao MDP/CDE.
ResponderEliminarE quanto ao Ultramar vou colocar meia dúzia de páginas sobre um acontecimento relativamente esquecido e que é revelador de que já não tínhamos mundo algum, nas vésperas da II Guerra Mundial.
ResponderEliminar"Porém, o discurso de Marcello era o discurso do poder e por isso desvalorizado, como é natural."
ResponderEliminarExactamente, José.
E mais- ainda hoje a esquerda se considera contra-poder por dizer que "as ideias dominantes" não são as deles, pois as deles foram sempre perseguidas pelo Poder.
É essa vitimização e esse papel supostamente alternativo, progressista e anti-reaccionário que faz a cabeça a muita gente, a começar pelos jovens.
Hoje e ainda mais no passado, por ter sido proibido.
Ainda nestas férias falei com jovens ingleses. Um deles era completamente alternativo e até veio viver para cá para trabalhar como músico.
ResponderEliminarPois bem- fala-se no 25 de Abril e no comunismo e eles não acreditam. Porque comunismo é uma coisa estúpida que não precisam de apadrinhar para serem "alternativos" ou algo no género.
Dizem mal do comunismo e até do esquerdismo com toda a naturalidade.
Ainda hoje em França há "manifs" de "antifas" e fauna semelhante, pelas ruas a gritar "alerta, alerta, antifascista".
ResponderEliminarNão há muito vi um segmento de programa de televisão lá em que um sujeito qualquer do PS, talvez até deputado, tratava outro da FN por "fachô". E ninguém se escandalizou.
Para mim é ingenuidade pensar que tais coisas se resolveriam assim. Como se eles fossem basbaques e pudessem ser enganados assim tão simplesmente.
Se os legalizassem, eles passariam a exigir outras coisas. Aliás, passariam a exigir ainda mais coisas. Radicalizar-se-iam ainda mais. O que, aliás, tem toda a lógica.
Por isso mesmo também caem nas ilusões que por cá se possa viver da arte sem ser por encosto estatal.
ResponderEliminarMais aí não lhes tirei eu as ilusões
ehehe
É bom que venham enquanto os nossos fogem por não terem o mesmo espírito de iniciativa.
Mujah- mas esse é o paleio de casta política- não é a linguagem comum.
ResponderEliminarPor cá é linguagem comum e toda a gente diz e existe o fantasma do passado sem ser na cabeça dos militantes como em França ou noutro lado qualquer.
Estamos a falar da vox populi- do efeito de massas. Não da linguagem política de grupos específicos.
manifs de idiotas antifas não é o mesmo que programas escolares, jornais e toda a sociedade ter aprendido a falar assim sem se dar conta do logro ideológico.
ResponderEliminarToda a acção implica reacção. Se se radicalizassem em liberdade, naturalmente também apareceriam grupos políticos mais alargados a desmontarem esse radicalismo.
ResponderEliminarE isso seria feito fora do Poder, em liberdade. Só fora do Poder uma verdade se afirma sem parecer ser imposta.
Não tivemos essa liberdade e ficámos com a radicalização dos proibidos a tornar-se lei quando chegou ao Poder.
Basta imaginar o que nos aconteceria agora a nós se o Poder fosse deles e sem liberdade de ser contestado ou deitado abaixo por votos.
ResponderEliminarNós nem piávamos aqui nas caixinhas. Se calhar também tínhamos de nos radicalizar e depois lá apreciam as primaveras árabes na Europa
ahahahahahha
Quanto a ter mundo ou não, a questão não é essa. Não se trata de ter ou não ter.
ResponderEliminarSimplesmente agora tudo quanto fazemos passa pela UE, ou Europa se quiserdes. Dantes não era assim. E ter território espalhado pelo mundo, fosse ele pouco, como Macau ou Goa, ou muito, como Angola e Moçambique, facilitava-nos e compelia-nos mesmo a considerar as coisas de outra perspectiva e a estabelecer relações com muitos outros países de um género que, atrelados à UE, é muito mais difícil estabelecer.
Tínhamos a flexibilidade de ser europeus quando isso nos convinha e nos distanciarmos disso quando nos não convinha.
Era isso que importava conservar mais que tudo.
Aqui há tempo o José mandou uma boca meio boutade com muita piada e com verdade lá dentro.
ResponderEliminarDisse ele que ser-se verdadeiramente de Direita é ser-se democrata
AHAHAHAHAHAH
E é mas é difícil de explicar
ResponderEliminar":O)))
Muja- estas férias vi uma excelente exposição na Tate Britain- chama-se os Artistas e o Império.
ResponderEliminarAté comprei o catálogo porque ando a preparar uma coisa idêntica, ainda que muito mais ampla.
Pois bem- o texto de introdução diz o mesmo que nós por aqui dizemos- a dificuldade em se falar num passado que se tornou tabu por efeito de condenação moral.
Mas depois vê-se o que foi um Império de verdade. À séria- gigantesco- o maior que existiu.
E eles perderam-no e a Inglaterra não vive a chorar essa perda nem ficou com esse hiato a impedir o desenvolvimento económico.
Portanto- impérios perdem-se mas os países europeus não se arruinaram por esse motivo.
Eu acho que é tão popular como cá, senão mais.
ResponderEliminarSe um tipo do PS o diz na tv - e repare que não diz "fascistas", é "fachôs" - é certo que aquilo ressoa no seu eleitorado.
Por outro lado eu, por exemplo, no meu grupo alargado de amigos e relações, ninguém fala em fascismos para se referirem ao passado, falam em ditadura. Não quer dizer que estranhem se ouvirem na tv, mas é igual ao litro.
Portanto isso são fenómenos difíceis de avaliar correctamente.
Isto para dizer que, por toda a importância que possa ter, não é isso por si só que dá o poder.
Bem, isso é outra discussão e já a tivemos aqui.
ResponderEliminarPortugal não é a Inglaterra. Há uma razão pela qual nós fomos os primeiros a ir por aí fora e não foi apenas aventureirismo.
V. não entendeu o sentido.
ResponderEliminarUma coisa é um termo ser popular outra coisa é o sentido dele ter-se tornado pensamento sem distanciamento ideológico ou acusativo de grupo.
O fascismo por cá é uma verdade de medo como o nazismo. Não é coisa a brincar e não é a palavra que é popular e entendida de forma popular mas o seu sentido que é temido com um medo verdadeiro acerca do nosso passado recente.
Não foi nada apenas aventureirismo- cada vez me convenço mais que foi também por "ideologia".
ResponderEliminarUma reconquista e um Quinto Império. O Infante D. Henrique pensava isso e o D. Manuel não estava tão longe do mito. Antes pelo contrário.
As razões económicas é que nem devem ter sido as principais.
Na França o PCF desapareceu. E o que ficou não é como o PCP...
ResponderEliminarEste esquerdismo que agora apareceu é tributário do comunismo mas não lhe associa o método totalitário que a meu ver é imprescindível á execução.
ResponderEliminarEntão como fazem para se iludirem? Fantasias, apenas. Quando chega a realidade, como na Grécia, submetem-se.
Acho que esse é o segredo do PCP: nunca mudou porque se mudar morre. E para iludir os papalvos utiliza a linguagem corrente, com uma particularidade em Portugal: foram eles quem a moldaram.
ResponderEliminarA nossa situação geográfica é peculiar e condiciona-nos gravemente em todos os planos.
ResponderEliminarSomos o único país na Europa que apenas tem um vizinho. E várias vezes maior que nós em quase tudo.
Aquilo a que V. chama ideologia é sobretudo estratégia, ou geo-estratégia para lhe aplicar o termo hodierno. E é claro que os reis já o compreendiam. Até D. Afonso Henriques eventualmente o compreenderia e tal pode explicar certas opções tomadas durante a expansão inicial na península.
Os mitos e a "ideologia" vêm daí e não o contrário.
No fundo, isto devia ser uma ilha e não é. Sofremos as desvantagens de ser um país de muitas maneiras insular sem as vantagens imediatas que daí advêm para os países que o são geograficamente.
ResponderEliminarE isso é coisa com que teremos sempre de contender.
Fazer de conta que não é assim sempre nos trouxe mais resultados.
O ultramar - a presença ultramarina, não necessariamente um império com áreas imensas, que aliás só o foi quando a isso fomos obrigados pelas grandes potências - serve como contra-balanço à falta de mar entre nós e Espanha.
De uma forma geral, estamos e estaremos sempre entre o ultramarinismo e o iberismo porque essa é condição que a geografia nos impõe. As formas que tal condição adquire é o que muda com o tempo, mas a condição em si mesma é imutável e inescapável porque é a definição própria daquilo que somos.
ResponderEliminarNão foi estratégia. Se o fosse não tinham feito as asneira que fizeram, nem perdido rapidamente como perderam para os que tinham mesmo estratégia económica.
ResponderEliminarFoi mito e aventureirismo.
Sobre isso já não arrisco tanto.
ResponderEliminarEm finais de Quatrocentos e depois em Quinhentos Portugal era pioneiro na técnica naval, como hoje o serão os americanos.
Isso é um dado relevante. O aventureirismo existiu como é agora o projecto de ir a Marte.
Porém, que mais haveria? Dilatar a Fé, como o fazem agora os mouros do Islão? Talvez.
E que mais? Só na costa asiática encontramos coisas com proveito económico que até então entravam na Europa pela rota de marco polo.
Isso também deve ter contado, essas feitorias reais que apareceram.
E com o Brasil nem se fala.
Sim. Não digo o contrário. Mas digo que a forma como foi feito teve muito de mito.
ResponderEliminarA ida para o Norte de África não foi estratégia económica de espécie alguma. Foi uma suposta Reconquista à nossa escala. E deu bode.
Quanto ao resto é verdade mas não esquecer que também quem foi era mais marrano que outra coisa.
As navegações não me parece que tenham tido uma estratégia política e económica muito preparada.
ResponderEliminarSão mais uma continuação de Viagem em busca do Paraíso Terrestre, como tinham sido as de S. Brandão.
E tínhamos textos de Visão de Túndalo publicadas cá. Tudo isso deve ter tido um peso maior do que a racionalidade de um projecto no sentido que o Muja diz.
Com o Brasil nem se fala e bem porque aí houve estratégia de permanência e exploração. Os marranos não deixam o crédito por mãos alheias.
ResponderEliminarQuanto à competição com a rota do mediterrãneo é tão verdade que rapidamente também nos passaram a perna.
Fomos pioneiros mas não penso que tenha sido como hoje em diz se diz "de forma sustentada". Faltou-nos a finança e o capitalismo que o Norte da Europa desenvolveu bem mais cedo.
O Norte e o Sul- as cidades italianas aguentaram bem a competição porque tinham esse capitalismo.
ResponderEliminarTudo isso não é senão forma.
ResponderEliminarHouve motivos económicos, políticos, religiosos, de toda a espécie.
Porém, se na origem estão os tais mitos, porque é que esses mitos específicos apareceram especificamente cá? Aí reside a causa.
E a causa é a terra impelir-nos para o mar.
Ou o muro de Castela como lhe chamou Zurara, se me não engano. Esse muro é mais impenetrável que o mar.
A partir daí, os mitos é que racionalizam isso, porque nem toda a gente precisa, pode, quer ou tem de ter uma noção geo-estratégica do problema. Mas todos os mitos traduzem essa condição essencial: para o mar.
E as asneiras dos reis aconteceram sempre quando tentaram ir contra isto. Quando tentaram penetrar o muro de Castela, fosse por arranjos matrimoniais, ou envolvimento em disputas, quezílias e rivalidades, ou quando não houve, nem eles nem no reino, força para dissuadir os outros de nos envolverem ou a isso resistir. E quase sempre uma andou de mão dada à outra.
E é nessa situação que justamente nos encontramos. Foi certinho direitinho: mal nos virámos na direcção do muro, nem um par de anos passou, empandeirou-se isto tudo. E não temos força para resistir a nada nem ninguém.
E empandeirado continuará até isso mudar. Porque sempre foi assim.
E mesmo que assim fosse. Como evitar o resultado, já que o resultado foi geral?
ResponderEliminarOs comunistas, os americaneiros, os europaínhos, os apoiantes daquele ou daquel'outro pretendente ao trono espanhol, os partidários dos franceses, ingleses ou alemães nas guerras, todos são instâncias ao longo dos tempos da mesma força que nos quer levar a penetrar o muro; e são por norma agentes, quer disso tenham consciência quer não, das potências estrangeiras que nisso têm interesse.
ResponderEliminarA forma que essa força assume é que muda ao longo dos tempos, mas a força é constante. E as consequências nefastas também.
O resultado não foi a perda. Foi aqui- foi no Continente. Aos outros não aconteceu o mesmo e se não fosse o 25 de Abril possivelmente tínhamos feito como fizeram os outros.
ResponderEliminarA questão é esta. Não é dizer-se que estava escrito na geografia do território que sem Império que nem tivemos como os outros tiveram, tínhamos de ficar reduzidos ao que Abril nos deu.
Pois não sei como se evita.
ResponderEliminarPor isso é que há homens e homens. Há cavadores e estadistas.
Mas isso nada obsta a que se compreenda o problema.
E depois? volto a perguntar: quem mais resistiu ao que v. queria que este país que acha que sozinho não conseguia nada, iria resistir com a ajuda dos pretos?
ResponderEliminarHá países que naturalmente nem era suposto existirem e lá inventaram formas económicas de sobreviverem ou até viverem bem melhor.
ResponderEliminarPortugal acomodou-se ao outro do Brasil e depois ao resto que vinha de África. E perdeu uma industrialização por causa do Marquês.
E teve uma centralização do Poder que até correspondeu à época da Expansão que também não foi muito benéfica.
ResponderEliminarÉ um facto que o nosso estatismo é bem antigo.
E não beneficiámos de um Império Europeu como os espanhóis e outros mais a Norte.
ResponderEliminarSe calhar, por mera hipótese que também se deve considerar, como o José lembrou- era vender a alma ao diabo e aceitar a ajuda dos americanos.
ResponderEliminarNão havia 25 de Abril nem PREC e estávamos agora noutra situação.
V. está sempre a perguntar "quem mais".
ResponderEliminarNão há mais ninguém.
A nossa situação é peculiar e, como tal, também assim hão-de ser as soluções dos nossos problemas.
Quem mais descobriu o caminho marítimo para a Índia? Ou o Brasil? Mais ninguém.
Quem, pegando nas palavras de Mao, esteve na China séculos, sem lhe fazer a guerra? Nós. Porque os outros a faziam lá, só por isso devíamos fazê-la lá também?
Portanto, adianta pouco perguntar "quem mais".
Quanto aos americanos, não sei como estaríamos. Mas desconfio que não muito bem.
ResponderEliminarEstaríamos talvez melhor do que agora, mas durante quanto tempo, a que prazo?
Que se fazia com esse dinheiro que se não pode fazer com o da UE?
Tinha sido antes da UE e fazia-se uma verdadeira reforma agrária e irrigação de solos, como os espanhóis fizeram. E industrializava-se mais como os outros fizeram.
ResponderEliminarDepois espatifaram tudo e com a UE continuou-se a cena "africana"- viver do encosto.
Ainda se fez algumas coisas com ajudas estrangeiras e não foi para deitar dinheiro fora.
ResponderEliminarAté porque vinham os técnicos e isto modernizava-se atempadamente.
Ou não e a questão está na mentalidade do povo porque o liberalismo também foi o que foi e a República idem.
Não tenho resposta. Mas tenho a certeza absoluta que nunca conseguiríamos continuar a manter as ditas colónias até ao presente.
Disso não posso ter dúvidas porque é da ordem da evidência histórica que v.s se recusam a ver e a aceitar.
Quem espatifou tudo foi a ideologia marxista e por isso insisto sempre nisso.
ResponderEliminarTal não teria importância se fôssemos como um país normal europeu que lidaram com isso e não tiveram que passar por precs.
Algum país europeu passou pelo que nós passamos em 1975?
Essa é que é a questão. A única questão a responder e eu tenho procurado essa resposta aqui e tenho encontrado pistas.
Ninguém na Europa nacionalizou tudo como aqui, em 1975. O modelo económico europeu fez-se como nós tínhamos por cá. A Espanha aguentou-se porque não fez um prec comunista.
E tudo decorre desse grande erro, dessa tragédia nacional.
O que se passou depois é a continuação da tragédia, nem sequer é farsa porque ainda não saímos dela, apesar do ar de farsa que isto tem.
Nos últimos 40 anos não demos um murro na mesa para denunciar a esquerda marxista e comunista que arruinou isto tudo.
E não demos porque toda a gente se acomodou a isto que aconteceu em 1975. O que veio depois é um arremedo de país e decorre dessa tragédia. Em tudo, quase.
Nunca conseguiríamos manter as colónias, mesmo enquanto províncias, numa esforçada designação para inglês ver, literalmente, porque quando morreu Salazar, morreu com ele a ideia fundamental que depois Franco Nogueira repetia e que era o anti-europeísmo.
ResponderEliminarE parece-me que era uma coisa serôdia como já escrevi.
Defender em 2015 a hipótese de em 1974 podermos continuar a manter o "império" é uma utopia. Poderíamos manter mais uns anos e isso seria proveitoso e talvez evitasse a tragédia da descolonização para os nossos que lá estavam.
Porém, nunca evitaria a entrega aos pretos. Isso não.
Quando refiro "nossos que lá estavam" e "pretos" quero mesmo usar essa linguagem que me parece a adequada e sem ademanes de politicamente correcto.
ResponderEliminarQuando coloquei aqui os recortes sobre as conferências de O Jornal de finais de 1978 fi-lo porque me parecem exemplares do estado de espírito dos políticos portugueses da época.
ResponderEliminarRepresentam uma tragédia continuada e basta ler o que dizem Mário Soares, Freitas do Amaral, Álvaro Cunhal e até Sousa Franco.
Uma tragédia anunciada que dura há 40 anos.
Quem acompanhar o que se fez politicamente até à bancarrota seguinte, ocorrida em 1983-84 fica perplexo como não descobriram as causas intrínsecas do fenómeno. Alguns ( Ferraz da Costa, por exemplo) sabiam muito bem e diziam-no.
ResponderEliminarMas...quem o escutava?
Gostava imenso de entrevistar o Marcelo Rebelo de Sousa sobre isto e muito mais...
Pois é, José. Mas não anda agora aí a dita Direita pura e salazarista a dizer que quem espatifa tudo é a banca internacional e o resto é papão comunista com que se entretêm os pacóvios?
ResponderEliminarPois.
«Uma reconquista e um Quinto Império. O Infante D. Henrique pensava isso e o D. Manuel não estava tão longe do mito. Antes pelo contrário.
ResponderEliminarAs razões económicas é que nem devem ter sido as principais.»
E a mim parece-me que isso do Quinto Império veio dos marranos.
Ainda hoje andam com essa e quem quer vê.