António Barreto escreve hoje uma crónica no Diário de Notícias que poucos com o seu estatuto podem escrever. Aliás, nenhuns porque não se vê ninguém a escrever tal coisa.
Essencialmente diz que o PCP tem merecido a condescendência permanente e o "resgate moral e político" que lhe fazem sempre os seus adversários, a começar pelos socialistas. E não merecem porque se assemelham aos fascistas e nazis e "devem ser colocados no mesmo pé".
Ninguém se atreve a dizer isto em Portugal e suspeito que tal condescendência se estende àqueles que não aceitam a democracia como modo de regime e preferem o autoritarismo sob qualquer capa ideológica, de preferência reaccionária...
Torna-se suspeita a ausência de crítica e de oposição ao comunismo e ideologia marxista da parte daqueles que defendem um salazarismo serôdio, por exemplo. É outras das condescendências.
António Barreto tem uma legitimidade intelectual e moral notável para escrever isto que escreveu por duas razões: foi comunista e tornou-se anti-comunista muito cedo, antes de 25 de Abril de 1974, quando "abriu os olhos" em Genebra, para o que se passou na Checoslováquia de 1968, por exemplo. Teve acesso à informação que descrevia o comunismo como um autêntico atentado permanente à liberdade individual e se regia pelo totalitarismo mais atroz, com gulags, polícia política indescritível e de terror permanente e controlo total da vida dos cidadãos.
O PCP defendeu e continua a defender tudo isso, adaptando-se porém ao tempo que passa à medida que perde terreno e assim tacticamente tem sempre actuado. O PCP é uma Mentira permanente mas ninguém tem a coragem de o dizer com a autoridade de António Barreto.
A notoriedade de António Barreto como anti-comunista convicto tem uma história que merece ser contada porque imbrica no nosso principal problema político e ideológico: a preponderância da esquerda comunista na definição da linguagem política corrente.
Uma das bandeiras ideológicas mais profundas do PCP e da esquerda comunista em geral assenta na ideia de Reforma Agrária, essencialmente na colectivização da propriedade fundiária e na sua exploração pelo Estado que a reparte pelos intervenientes associados em cooperativas ou outros modos de exploração.
A colectivização da terra é uma das ideias essenciais do comunismo e por isso morreram milhões na antiga URSS de Estaline.
Em Portugal, em 1975 as nacionalizações orientadas pela Esquerda, com comunistas e socialistas a mandar também seguiram esse roteiro e no Alentejo foram expropriadas de facto inúmeras propriedades rurais pertencentes aos "agrários" que aí produziam o que de melhor tínhamos na agricultura extensiva: olival para azeite, sobreiro para a cortiça, pecuária, searas, etc etc.
Em 1975 foi um ar que lhes deu a esses terrenos dos "grandes agrários" que foram escorraçados, obrigados a abandonar o que lhes pertencia e as suas terras tomadas de assalto pelo "povo" em armas. Há um documentário alemão chamado Torre Bela que mostra isso tudo e um dos que podem falar de cátedra sobre o assunto é um tal Camilo Mortágua, pai das duas bloquistas engraçadinhas que andam por aí a dizer disparates e a contribuir para mais uma bancarrota em perspectiva.
Em 1975 o PCP embandeirava em arco com a Reforma Agrária que visava o que de facto já sucedia: expropriar as terras, roubá-las no fim de contas, para as entregar ao "povo" reunido em cooperativas mesmo que o povo não quisesse ( daí os milhões de mortos na URSS).
Em 19 de Dezembro de 1975 o PCP achava tal conquista irreversível...
Porém, cerca de dois anos depois frustrava-se a tal irreversibilidade pela mão de António Barreto, então no governo de um PS rendido à evidência do perigo comunista que pretendia assaltar o poder com as tácticas do costume.
A. Barreto assinou uma lei celerada para os comunistas porque pretendeu pôr ordem na Reforma Agrária selvagem que os comunistas defendiam. Era uma simples Lei de Bases da Reforma Agrária. Portanto, uma lei de enquadramento de uma Reforma Agrária. Nem sequer era uma lei de reversão da nacionalização...mas para os comunistas era um crime ideológico sem perdão.
António Barreto foi crucificado por isso com manifestações histéricas do comunismo de sempre e que este artigo de 29.7.1977 demonstra.
Porque é que isto acontecia e o PCP continuava a ter este tempo de antena mediático e na opinião pública?
Por diversos factores e um deles é esquecido, mas não devia ser: o PS nunca se desvinculou completamente do PCP , como o prova o recente acordo de governo. Em finais de 1977, ao mesmo tempo que António Barreto tentava disciplinar a selvajaria das ocupações dos latifúndios de onde foram escorraçados os proprietários ( o tal Mortágua sabe como foi...) o mesmíssimo PS e o PCP tentaram um acordo como o de agora. Frustrou-se, é certo, mas a ideia não era estapafúrdia e não lhes era hostil, como às vezes se pretende fazer crer quando se passa a ideia sobre Mário Soares "lutador pela liberdade". o certo é que este mesmo Mário Soares esteve quase a fazer um acordo com o PCP...como o demonstra este artigo de 17 de Fevereiro de 1978.
E porquê então esta condescendência que dura há mais de 40 anos? É um mistério mas há pistas para descobrir:
No mesmo O Jornal de 12.11.1976 dava-se destaque a um
congresso do PCP em que se colocava a essência da mistificação: o PCP
como um partido como os outros...
Era assim que se definiam os termos e a linguagem e a menção ao "enigma com 55 anos" um exercício de retórica para endeusar ainda mais o líder Cunhal que continuava a fascinar pelo seu apego arreigado ao totalitarismo comunista, nunca devidamente denunciado em Portugal nessa altura.
Em 18 de Março de 1977 este mesmo O Jornal que é representativo da corrente ideológica do "socialismo democrático", portanto próximo do PS, dava páginas de entrevista a Álvaro Cunhal em que ele definia os termos de linguagem sobre as definições políticas de direita e esquerda em Portugal. São as mesmas de hoje, são falsas, enganadoras e míticas mas permanecem porque dão muito jeito ao PCP e principalmente ao PS manter essa Mentira.
É por isso muito natural que em 12 de Maio de 1978 o mesmo O Jornal tivesse uma capa como esta, ilustrada por outro comunista ortodoxo, desenhador de génio, João Abel Manta. o "fascismo" estava bem definido e a ilustração vale mil palavras...
A ideia perdura até hoje perante a complacência da maioria na qual se inclui agora o próprio presidente da República eleito que contemporiza com estas enormidades porque carece de tal efeito.
Muito bom. É mesmo isto e a condescendência da direita serôdia é outro case study. Ou nem será, porque, na volta, lá se aproximam.
ResponderEliminarVi o Barreto dizer todas estas coisas, e mais, de viva voz na RTP3. Nem queria acreditar...
ResponderEliminarFiquei quase emocionado.
Ah foi? Ele disse na tv?
ResponderEliminarSim, a posição crítica-ideológica de AB é bem-vinda e legítima do ponto de vista da conduta individual do autor.
ResponderEliminarO PCP goza da condescendência dos outras forças políticas?! Não sei fundamentar isso.
O que sei enquanto cidadão atento é que o PCP é um partido com um discurso nacionalista: Tem um plano para sairmos do euro. Os outros são europeístas. No seu europeísmo levam-nos à desgraça.
P PCP é um perigo?! sim concordo que o marxismo-leninismo levado à prática anula o Homem com todos os seus defeitos e méritos.
Por isso não sou marxista e não sou do PCP.
Mas:
São os liberais, os democratas cristãos, e os sociais democratas que legitimam o salvamento dos bancos pelos contribuintes,
que permitem as mais diversas patifarias em termos de lavagem de dinheiros com os ofshores.
Como querem acabar com o PCP nestas condições?!
Faltam estadistas e homens e mulheres de honra.
"legitimam o salvamento dos bancos pelos contribuintes"...
ResponderEliminarPermito-me duvidar da asserção. Não sei o suficiente de economia para argumentar com saber, mas julgo que os bancos não são salvos pelos contribuintes assim sem mais.
O que sucede é que os bancos têm dinheiro de contribuintes aos milhares e se não forem "salvos" podem ter um efeito que arraste outros bancos com mais dinheiro de outros contribuintes.
Portanto, não sei afirmar com clareza ou certeza uma coisa dessas.
Porém, o que me parece quando vejo tais afirmações é apenas o velhíssimo reflexo que leva muita gente aos partidos de esquerda: a raiva implícita aos capitalistas ou coisa que o valha...
Mas quem vive atrelado aos bancos são os que vivem acima das possibilidades.
ResponderEliminarO Estado Social e a igualdade social que a Constituição ainda tem como programa só pode ter aproximações por compra de tempo na banca.
Há um livrinho do sr. Alain de Benoist, Comunismo e Nazismo, editado pela extinta Hugin que disseca muito bem a questão aqui focada. A legitimidade dos comunistas na Europa, conseguida após a vitória na Segunda Guerra, serviu-lhes para se irem aguentando até hoje, apoiados na retórica do "anti-fassismo" e da luta pela liberdade. Depois, como controlam o ensino na área das ciências humanas, vão reproduzindo a cartilha. Noventa por cento dos professores de História ou Filosofia são da seita neo ou vetero-marxista. Ficam histéricos se vêem uma suástica gravada numa carteira de sala de aula, mas depois pergunta-se aos miúdos do 12ºano se ouviram falar no gulag e eles não conhecem. Isto feito com a cumplicidade da direitinha, que se desunha pela sua fatia de legitimidade sancionada pelos do costume. De resto, direitinha e esquerdalho equiparam-se em termos morais, basta ver agora o manifesto sobre a eutanásia. Só divergem na economia, moralmente são gémeos.
ResponderEliminarOs materialistas são sempre gémeos- é a única divindade que adoram.
ResponderEliminarSim, esteve uma hora a bater nos comunistas e o mínimo que disse é que eles não são um partido democrático (nem se deu ao trabalho de acrescentar "no sentido ocidental")
ResponderEliminarFoi muito agradável. Já gostava dele, passei a gostar mais.
Uma hora? o Urtigão fez isso? Eu também gosto dele por razões inconfessáveis
ResponderEliminar":OP
fui vitima desta cvanalha sem perdão
ResponderEliminartive de comprar um revóver de calibre 32 para entrar na minha aldeia
onde me quizeram bater e matar
borraram-se quando mostrei publicamente o 'objecto'
e acertei metade das balas numa tábua a 25m
meu filho falhou uma
Uma das desgraças deste país é a pequena propriedade, até Salazar reclamava. Desgraça porque impede um Ordenamento europeu e uma agricultura moderna e rentável.
ResponderEliminarAs áreas onde há grande propriedade, Ribatejo ou Alentejo são aquelas onde também poderão ser levados a cabo os melhores projectos de agricultura mecanizada. Foram essas áreas que o PC quis destruir com a reforma agrária que atrasou Portugal décadas em relação a Espanha.
Por outro lado é talvez o facto do Norte, Centro, Algarve, Açores e Madeira serem terras de pequena propriedade que nos vai salvando da mais Esquerda. É que as zonas de grande propriedade em Portugal e Espanha são aquelas onde os comunistas e socialistas têm mais votos.
"Eu também gosto dele por razões inconfessáveis"
ResponderEliminarInconfessáveis e secretas? :D -- JRF
Eu gosto do António Barreto… e no entanto, também ele cai no "nazi-fassismo" para justificar um argumento que deveria valer por si só. Também o António Barreto é vítima daquilo que critica. O PCP tem mérito mais que suficiente para ser denunciado per si. O José não vê isso porque como em Portugal não existiu fassismo, é pacífico. Mas se o início fosse "E não merecem porque se assemelham aos salazaristas e marcelistas e devem ser colocados no mesmo pé", a coisa tornava-se mais evidente. A guerra da semiótica já acabou e foi o PCP (e a esquerda) que ganhou. -- JRF
ResponderEliminarehehehe
ResponderEliminarMais secretas ainda são as dirigidas ao João Salgueiro
":OP
Uma vez o MEC escreveu um texto muito engraçado em relação a isso- ao facto de os portugueses conseguirem ter cara de tudo. Alguns até podiam fazer de duplos de mafiosos (como o Paulo Macedo) ou de grandes senadores romanos
O texto do urtigão é curto e directo e assim funciona melhor. Usou os termos que são vox populi e atirou-lhes com a coisa em cima.
ResponderEliminarSorry, mas quem é o urtigāo?
ResponderEliminarVá ao google.
ResponderEliminarHard Haid Moe
ResponderEliminarpreferia que o José tivesse escrito
ResponderEliminarESTRIPAR
eheheh
ResponderEliminarexperimentem sentar as fofas nalgas num delicioso urtigão
ResponderEliminare sentir a cumichão
* vão ficar mais leves ao sentir grande alivio na cartêra
O JRF tem razão, obviamente.
ResponderEliminarNo mais, está-se mesmo a ver a condescendência do salazarismo serôdio. Está-se mesmo a ver porque, como toda a gente sabe, os "compagnons de route" dos terríveis comunistas foram sempre os salazaristas serôdios, desde a revolução francesa. Como toda a gente sabe, os Kerenskys deste mundo e outras "alavancagens" para obter o poder provêm todos das filas de salazaristas serôdios.
Aliás, toda a gente sabe que desde sempre, o que mais aí se vê são comunistas aliados a salazaristas serôdios. Como na Grande Guerra Patriótica de 41-45.
Está-se mesmo a ver, então não está?
Leia aqui, muja e fica com uma ideia mais clara que essa demagogia às arrecuas.
ResponderEliminarhttp://historiamaximus.blogspot.pt/2015/06/o-que-pretendem-os-neoliberais.html
Tem mais aqui, para se ir entretendo:
ResponderEliminarhttp://historiamaximus.blogspot.pt/2016/02/helena-matos-nao-leu-marx.html
Sorelianismo...
Uma ideia mais clara de quê? Da grande treta que é insinuar ou afirmar que o salazarismo serôdio, como vós lhe chamais, é ou foi de alguma maneira complacente ou cooperante com o comunismo ou qualquer dos seus derivados?
ResponderEliminarÉ ou não é facto que foram sempre, sempre, sempre, e quantos mais sempres se quiserem dar, os democratas a fazer pé de ladrão para os comunas sacarem o poder? É preciso arrolar as situações e países?
Então a que propósito vem a cantiga do salazarismo? Se calhar é por motivos mais obscuros, só que eu não tenho nada que ver com esses motivos.
E já que falamos em demagogias, e outras hipocrisias, não deixa de ter piada a sua referência aos "materialistas"; depois quando se discute a perda do ultramar, a única coisa que parece importar são uns vagos interesses que, não sendo as pessoas, a cultura, a soberania - tudo coisas do passado e varridas pelos ventos - só se poderá concluir que são os interesses materiais. Como os bons dos ingleses e dos franceses preservaram.
Os "materialistas"... 'Tá bem abelha!
Está a ser, agora, no presente. E cá, em Portugal. E na blogo.
ResponderEliminarAtacam o famigerado capitalismo e o famigerado neo-liberalismo e os americanos e depois dizem que o resto é problema de haver alternância por voto e que tanto faz.
ResponderEliminarO salazarismo serôdio é complacente. Não foi, porque então não era serôdio...
ResponderEliminarAo menos o João José Horta é claro e escteveu literalmente isso. O marxismo tinha razão e o sistema capitalista é que acabou e vem aí revolução.
ResponderEliminarDiz claramente o que v.s insinuam.
ehehehe
ResponderEliminarExacto. O serôdio é que estraga tudo. É disco rachado, tal como o comunismo.
E é complacente porque os comunistas nem são os principais inimigos dessa visão serôdia da realidade.
Outra coisa- materialismo no sentido de negarem a transcendência.
ResponderEliminarPenso que disse isso pelo que eu escrevi no Bic Laranja e não aqui, a propósito da defesa da eutanásia.
A estratégia política não é nem deixa de ser materialista. Só será "transcendente" se se disser que a terra a Deus pertence ou aos desígnios divinos- (nem os judeus vão todos nessa).
Os interesses estratégicos são pragmatismo em política. O inverso não é transcendência alguma, é ser-se aluado.
ResponderEliminarO sistema capitalista não acabou nem deixou de acabar porque o capitalismo, considerado para além daquilo que é circunstancial, não é um sistema, mas sim um princípio.
ResponderEliminarUm princípio, aliás, que está também subjacente ao comunismo.
Fazer-se a crítica desse princípio, portanto, não implica ser complacente com o comunismo nem recorrer ao marxismo. Como exemplo basta a doutrina que a Igreja Católica tem estabelecido. Mas aposto que até nos gregos antigos há essa crítica, porque o princípio já existia.
O comunismo não é, de facto, o inimigo principal. Se assim fosse Portugal teria estado muito bem até aparecer o comunismo como tal, o que não é manifestamente verdade. É o capitalismo o inimigo principal? Talvez seja, talvez não.
Em qualquer caso, quando os salazaristas, serôdios ou não, atacam os americanos - ou se defendem deles, melhor dizendo - não é por serem estes capitalistas ou deixarem de o ser. Essa é a parte que vós não conseguis, ou não quereis, entender.
E porque não o conseguis ou quereis? Porque parece que quem tem a visão serôdia da realidade sois vós.
ResponderEliminarRepetem o mantra dos tempos que mudam e dos ventos da história mas parece não se terem dado ainda conta de que nem os americanos representam anti-comunismo - se é que alguma vez o representaram verdadeiramente; nem o que se chama hoje sistema capitalista é o mesmo que existia quando assim era, ou parecia ser.
O que é engraçado, aliás, é que os comunistas serôdios cá do burgo cometem o mesmo erro - o que não acontece com os correspondentes recauchutados do estrangeiro - em relação à sua alma mater: são pró-russos sem se terem dado ainda conta, ou sem o quererem fazer, de que a Rússia é hoje o oposto daquilo que eles queriam que fosse.
Boa tarde,
ResponderEliminarComento este paradoxo, esta bomba relógio, há anos.
Tendo passado por várias escolas (4), mais universidade, como aluno, sempre travei conhecimento com conselhos directivos comunistas. Que coincidência, ou que escândalo?
No ministério da 24 de Julho, a maioria é comunista, ou "engraçadinha", ou oportunista de carreira. Podem por lá passar milhares de ministros, que o aparatchik continua, e governa a seu bel prazer.
Achei engraçado o exemplo da suástica pois, e tenho testemunhas, presenciei um caso de expulsão da sala de aulas pelo facto do aluno ter suástica no braço. O professor, de física, era da UDP, e passava as aulas a falar de política, pelo que o episódio era algo de retaliativo por parte de jovens de 16 anos...Dos que eu ainda conheço, têm ódio por comunas.
Bom, isto para, na minha opinião, registar o paradoxo, nuclear, de 40 anos de fabrico de boçais-produtos por batalhões de carvalhas, jerónimos, louçãs, mário tomé, rosas, etc., que, ao chegarem a maiores de idade estão convencidos de que o guito cai do céu, e se não cai tem que se roubar, por decreto, claro está.
A responsabilidade, e que sempre me intrigou como seria possível ninguém ter atitude sobre o escândalo, é, claro está, dos serôdios, parolos e alimárias corruptas que assobiam para o lado ou talvez algo mais.
Chapeau, conseguiram! Mesmo os que se declaram não-comunas, têm lá dentro o bichinho vermelho, de que não se apercebem, e isso explica não termos partidos de direita ou liberais.
Nem sequer falo da comunicação social, mas gostava de ouvir falar quem tem conhecimento, às claras.
Pior que isso. Os que se dizem fascistas-salazaristas podiam ser do MRPP.
ResponderEliminarAté conseguem usar os mesmos chavões de há 40 anos- chamam a tudo o que não seja estatista- "lacaios do capitalismo".
Chamam... mas só na sua cabecinha. Isto é, na realidade fantástica da democracia entalada...
ResponderEliminarSó na minha cabecinha? tem a certeza?
ResponderEliminarEntão leia aqui:
Gente como a Zazie são um bando de traidores e lacaios do alto capital. Vão-se mas é foder todos seus vendidos de merda.
A Pátria pertence a quem a defende e não a quem a vende.
9 de fevereiro de 2016 às 02:07
E mais, é ir lá ler o que o animal vomita por toda a parte e explique a diferença entre esta gente que se diz de Direita e o MRPP
Este é apoiante do PNR.
ResponderEliminarPortanto, eu pergunto que raio de Direita existe em Portugal que defende totalitarismos; quer um Estado Totalitário e sem liberdade política para ninguém e onde está aí a diferença entre o que qualquer comunista ferrenho também defende.
Levaram injecção doutrinária desde o berço.
Por algum fenómeno que também me ultrapassa, até conseguem agora ser mais totalitários do que eram antes do 25 de Abril.
São de esquerda. A nossa extrema-direita é de esquerda como o resto.
Fora isso apenas papagueiam a cena da cabala da Nova Ordem Mundial, umas tretas anti-sionistas primárias e o mesmíssimo anti-americanismo primário que já ouvia à extrema-esquerda há 40 anos.
ResponderEliminarNão encontro diferenças. É sempre a mesma cantiga. Um estranho ressabiamento invejoso contra o dinheiro.
A diferença é que depois papagueiam umas tretas que acham que aprenderam na cartilha nazi e dizem-se lusitanos, de raça pura.
ResponderEliminarO que é a maior anedota porque muitos deles são mais farruscos que qualquer "preto da Linha"
E votam BE
ResponderEliminarahahahaha
Só isso justifica termos a Geringonça no poleiro.
E depois diabolizam a possibilidade das pessoas ainda os puxarem cá para baixo do poder.
ResponderEliminarQueriam-nos lá eternamente.
A sacana da democracia é que lhes estraga a utopia totalitária e anti-capitalista.
Eia bem! O homem fritou a moleirinha. Na verdade V. às vezes pode ser exasperante... Ahaha!
ResponderEliminarVá, dou-lhe razão só porque V. não disse explocitamente "serôdios".
Exasperante, eu?
ResponderEliminarEu fui toda delicada. O tipo é que é deficiente mental.
Eu nunca tinha lido as merdas dele. Nunca lá tinha ido ao blogue. Ele só diz- "publiquei".
Fui lá e dei com aquela monguice de retardado mental.
E não é só ele. São assim- este até considera um insulto eu dizer que o orientador é de esquerda por ser militante do PCP. Deve-lhe algum bobó, pela certa.
Mas pronto, há vantagem num deficiente mental em nem abrir a boca ou limitar-se a dizer "publiquei".
ResponderEliminarAté pode passar por pessoa normal.
AHAHAHAHAHAH
Mas tem mestrado. Um retardado mental incapaz de alinhavar um raciocínio, e que chama estudos a cópias é um doutor.
Mas pronto, é o problema do costume: pensar em função do estrangeiro. E isso tanto dá para a esquerda como a não-esquerda.
ResponderEliminarMas V. também não escapa. Ahahah!
Já agora, os escuteiros foram absorvidos pela MP sim. O Corpo Nacional de Escutas foi criado pela arquidiocese de Braga onde se formou o primeiro agrupamento. Não me lembra agora se já havia na altura, mas hoje em dia também existe a Associação de Escoteiros de Portugal, que é laica. Mas o CNE foi a primeira e a mais comum.
BP tirou inspiração, segundo reza a história, do cerco de Mafeking, onde a rapaziada foi mobilizada para dar apoio aos defensores executando tarefas de estafeta, etc.
Depois em Londres decidiu criar a organização para que os jovens da cidade se pudessem formar através do contacto com a Natureza e escreveu-lhes um manual - o Scouting for Boys - ou Escutismo para Rapazes.
Sim. A dita laica é a originária do Baden Powell. E essa é que esteve proibida durante o Estado Novo.
ResponderEliminarSó existia a católica- os de farda azul. Os outros são os da farda castanha e verde.
O que eu confirmei foi que o Salazar que era de olhão, ilegalizou os do Baden Powell logo a seguir a ele ter andado por cá e até ter ido à Madeira.
Porque esses tinham sido criados pelos prot. E já vinham da República. Ora ele aproveitou e integrou os guias mais velhos na Mocidade Portuguesa.
Ele sabia o que se passava em toda a parte. A juventude foi uma invenção do pós-guerra mas foi dentro de grupos de juventude que fermentaram as ideologias da época.
De resto, a coisa era inofensiva e nada tinha de semelhante com a militarizada italiana ou alemã.
Portanto, rectificando-o. A que foi integrada na Mocidade Portuguesa era a internacional.
ResponderEliminarA católica existia livremente e independente da MP
Pensava que tinham sido ambas integradas. Mas isso também faz sentido.
ResponderEliminarQuanto a fardas, azuis, que eu saiba, só a dos marítimos. São CNE na mesma mas vocacionados para o mar. A do CNE terrestre, pelo menos há trinta anos que é camisa castanha clara, ou caqui, e calças ou calções e meias azuis escuros. Os marítimos diferem na camisa que é azul escura mas mais clara que as calças.
Os da AEP é que é ca
Ahahaha.
ResponderEliminarDei com uma ainda mais engraçada em torno do escotismo por cá.
Foi criado pelo político e militar Álvaro Melo Machado que chegou a ser governador de Macau.
Pois bem- o sujeito era maçon e protegeu até lojas maçónicas em Macau mesmo depois de terem sido probiidas.
Ora bem. A MP e a integração dos guiais escoteiros nela, não aconteceu por acaso nem apenas para copiar o fascismo.
Os da AEP é que é capaz de ser castanha escura ou verde, ja não me lembra: só os vi uma ou duas vezes por aí.
ResponderEliminarSim, castanho e verde.
ResponderEliminarO nosso amigo Floribundus é que podia dar uma ajuda para se evitar teorias da conspiração, porque esse é que foi mesmo maçon.
ResponderEliminarO escotismo teve ligação à maçonaria desde a sua criação.
Ora, na altura, os grupos de juventude serviam para tudo e o Salazar deve ter percebido isso.
E daí até se preocupar em ilegalizar primeiro os que existiam mais afastados- nas colónias.
Eles até já eram muitos e existia a Ordem Lusa. Integrou tudo e tornou-se a Mocidade Portuguesa.
ResponderEliminarDeixou de fora a dos católicos, como é bom de entender.
E é se ele teve alguma coisa que ver com isso... Porque, convenhamos, o homem tinha mais que fazer.
ResponderEliminarAlém do mais, como V. disse e bem, isso fazia tudo parte do viver da época. O Caetano também escreveu na Ordem Nova e andou de braço alçado quando foi responsável da MP.
Tal como hoje muito democratinha ergue o punho em nome da liberdade e não sei quê.
A letra da fivela o próprio Franco Nogueira refere que ninguém sabia bem o que queria dizer, uns diziam que era "Salazar" outros "Serviço". Do que eu conheço dele duvido muito que sequer isso tenha tido aprovação dele. É provável que quem se lembrou dessa estivesse a pensar em Salazar e depois tenha dito que era Serviço para ele não levantar objecções.
É a mesma história da Ponte sobre o Tejo.
No mais, escuteiros é como chapéus: há muitos.
ResponderEliminarDesde os maiores maltrapilhos que já vi - belgas e franceses, de fardas riscadas a caneta e rasgadas - até aos que são mesmo para-militares como nem a Mocidade alguma vez foi, como os polacos, impecavelmente fardados e formados. E tudo no mesmo campo. Ahaha!
Pois não. O tal S também o tinham os escoteiros.
ResponderEliminarA piada está aí.Depois dizem que os escoteiros copiaram o S dos SS. Tudo treta. Aposto que até aproveitaram as fardas e o S veio com elas
AHHAHAHAHAH
(Neste caso teve e o Álvaro melo Machado até lhe pediu para o não fazer)
Agora há muitos. Na época não. E o Baden Powell é um personagem com uma história complicada.
ResponderEliminarFoi ele o responsável pelo combate aos boers e todos sabemos como com os boers começou tanta coisa que depois é atribuída também como invenção de outros.
Sim, ele esteve na 2ª guerra dos Boers, também nas guerras contra os Matabeles e os Zulus.
ResponderEliminarNão sei a que se refere sobre a história complicada, mas de qualquer forma não há dúvida de que era um homem extraordinário.
Um verdadeiro sertanejo. O Escutismo para Rapazes é a prova disso e é um livro formidável. Devia ser um adversário temível e os matabeles chamavam-lhe o Impisa ou Impeesa que lá na língua deles quer dizer "o animal que não dorme e anda por aí de noite". Depois acabou por ficar "o lobo que nunca dorme", embora não possa ser porque em África não há lobos.
Se está a dizer que não foi ele a "inventar" os escuteiros e que viu lá isso nos boers pois não sei. Mas quem criou os escuteiros como tal foi ele sem dúvida nenhuma.
Não. Não estou a dizer nada disso. Foi ele e o Kipling do Livro da Selva. Interessei-me por isso por causa da tradição do mannerbund.
ResponderEliminarO que estou a dizer é que "mannerbund" também era coisa que havia muito na época e para muitas coisas ehehehe
Não me admiro nada que o Salazar tenha pensado nisso porque também não encontro outro motivo para os dissolver e integrar na Mocidade Portuguesa.
Ele era larilas. As Girl Guides também tiveram muita importância e a tosca da Flunser nem isso percebe ao falar da Mocidade Feminina Portuguesa.
ResponderEliminarAh, pois isso então é que não sei.
ResponderEliminarNem sabia o que isso queria dizer, nem sabia que era um "fenómeno".
Ele quem?
ResponderEliminarEntretanto fui ver e não foi o CNE o primeiro movimento de escuteiros. Foram os outros em 1913.
ResponderEliminarO CNE, sob denominação "Corpo de Scouts Católicos Portugueses" só aparece em 1923, fundado pelo Arcebispo de Braga D. Manuel Vieira de Matos e pelo Dr. Avelino Gonçalves.
Quem é que havia de ser?
ResponderEliminarOh. Está charrado? Estamos a falar do Baden Powell, criador dos escuteiros, juntamente com o Kipling do Livro da Selva e pergunta-me quem?
Os escoteiros foram criados cá pelo grupo do Baden Powell. Eu nunca disse o contrário.
Quais eram os outros que podiam existir em 1913 se o criador é o Baden Powell
Vou indo.
A Igreja Católica é que entra nisso depois. Não há mais escoteiros na altura. Foram criados por ele e ele vem a Portugal, a primeira vez em 29. Mas quem os criou cá, na única variante existente do Baden Powell foi o Álvaro Machado, em 1911.
ResponderEliminarE esse, sim, era maçon. E os que foram dissolvidos na MP foram esses.
E nem foi em 13. Foi antes, em 1911, em Macau. E aí sim, é que existiam as lojas maçónicas que ele protegeu.
ResponderEliminarEle, o Álvaro Machado, não o Baden Powell, para que não pergunta outra vez ele quem
ResponderEliminarehehehehe
O Baden Powell era larilas?
ResponderEliminarConsta que sim :OP
ResponderEliminarA mim nunca me constou.
ResponderEliminarEntão era aí que V. queria chegar com os manerbunds e os maçons...
ResponderEliminarAcha que isso é nebulosa de paneleiragem...
Nãp. Não era aí.
ResponderEliminarLeia aqui a série para perceber
Nãp. Não era aí.
Leia aqui a série para perceber
http://www.cocanha.com/os-ursos-fazem-maldades-aos-meninos/
http://www.cocanha.com/ursos-da-candelaria/
http://www.cocanha.com/as-rosas-das-ursas/
http://www.cocanha.com/mannerbund-dos-sobrinhos-do-pato-donald/
E agora vou indo porque tenho outras coisas para fazer.
ResponderEliminarO raio do teclado às vezes não escreve. Que coisa mais marada.
ResponderEliminarE tenho mais mas não merece a pena.
ResponderEliminarOs rituais são muito curiosos e têm uma longa genealogia. Como é óbvio não foram inventados por uma única pessoa- São uma longa continuação da tradição das mesnadas e dos ritos iniciáticos.
E aí, sim, cruzam-se com ritos maçónicos e outros dos cagots bem anteriores.
Um dos últimos textos que deixei no Janela Indiscreta (há 12 anos) também era uma aproximação aos ritos e às lendas.
ResponderEliminarhttp://janela-indiscreta.blogspot.pt/2004/11/uma-florzinha-para-lobisomens.html
Por acaso agora até vou voltar a pegar nisso mas não é para a blogo.