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sábado, março 05, 2016

Os pombras brancas do regime

Vai por aí uma indignação política muito curiosa sobre a circunstâncias de uma antiga ministra das Finanças, saída há quatro meses de um governo, ter aceite integrar quadros técnicos de uma empresa estrangeiro de "gestão de dívidas públicas" e que esteve envolvida em negociações com o Estado português, a propósito de um banco privado, durante o consulado da tal ministra, Maria Luís Albuquerque.
Não há suspeita de qualquer conluio prejudicial para o Estado, nem sequer qualquer indício de corrupção funcional. Há apenas o reconhecimento por essa empresa da qualidade profissional da tal ministra e por isso a sua contratação.

Nada que um Jorge Coelho não tenha feito ( Mota-Engil, com outros contornos ainda mais questionáveis). Nada que um José Sócrates também não tenha feito ( Octapharma, a empresa que lhe deu "um bom tacho" segundo afirmou António Guterres.
Nada que uma ressabiada Manuela Ferreira Leite não tenha feito ( foi trabalhar para o Santander).
A questão parece ser o período de nojo. Se for mais de seis meses talvez se aceite. Menos que isso é anti-ético...vergonhoso e talvez criminoso.

Portanto, o assunto tem muito mais que se lhe diga e estes hipócritas que agora rasgam vestes nada disseram disto que agora se relembra:

Este autor- Gustavo Sampaio - publicou em 2014 o livro Os Facilitadores, sobre as sociedades de advogados que negociaram com o Estado português e também do lado privado, contra o Estado português e são provavelmente os responsáveis pelas PPP´s que negociaram, pelo modo como ocorreram certas privatizações, concessões e sub-concessões. São um poder relativamente oculto, sem fiscalização democrática de espécie alguma. Um dos seus principais mentores, Proença de Carvalho anda sempre a falar de democracia e a exigir transparência e responsabilização do MºPº, mas o conceito falha-lhe a essência nestas questões. Assim, a suspeita sobre a razão por que o faz é maior que os ganhos que acrescenta na sociedade que partilha com espanhóis e que acabou por escorraçar um agora arrependido Nuno Godinho de Matos. Espero que este advogado fale e volte a falar, para que se conheça melhor o "perfil democrático" deste pomba branca do regime.

Portanto, o melhor exemplo destas sociedades "jurídico-empresariais" é a Uria Menendez, de Proença de Carvalho, como explica o autor:


Pois segundo o Correio da Manhã de hoje, o grande vencedor na derrota do Estado português, na acção que envolveu discussão sobre swaps, foi o advogado de José Sócrates...Proença de Carvalho. Está em todas e ganha em todos os tabuleiros. Até quando?


Sobre isto não há e nunca houve da parte dos tais indignados postiços nenhuma questão pública a colocar.

A propósito disto e muito mais vale a pena ler este pequeno artigo do director do C.M. edição de hoje.


4 comentários:

  1. a intifada continua para desviar as atenções do estado agónico do rectângulo

    até a bruxa velha

    ao contrário do afirmado por Jesus

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  2. A MFL não consegue ultrapassar a dor de corno, percebe-se

    Mas o César dos Açores, um parasita que mal fez o secundário (nas ilhas, onde passava só por aparecer pela escola!), que sempre viveu pendurado nos empregos do partido, vir agora vomitar teorias é que não lembra a ninguém. O gajo tem lá na bancada artistas que vão para administradoras do Inatel, e o que o choca é uma pessoa que antes de ser governo trabalhava em gestão da dívida depois de sair ir trabalhar numa empresa de investimento!
    Não lembra a ninguém

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  3. A chamada dôr de corno - é pá cura-te ou então vai para escola do loureiro

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  4. Por motivos vários (designadamente haver neste jornal muitas folhas impressas que não me interessam e dentre elas outros tantos assuntos que pessoalmente considero desnecessários ou superfluos para um matutino que se quer credível, mas isto é òbviamente uma opinião muito pessoal que aliás compreendo pois o jornal tem que ter o retorno das despesas a que é obrigado para se manter como tal) não tenho comprado o Correio da Manhã. Aprás-me ler os artigos que nele aparecem e que o José tem oportunamente reproduzido. Gostei bastante de ler "O Homem da Censura" assinado por Octávio Ribeiro. Já escrevi há tempos neste mesmo espaço que gostei muito da sua prestação quando apareceu num Prós e Contras (sobre corrupção e onde aparecia também Miguel Sousa Tavares, que de resto ficou sem palavras quanto a uma afirmação dada por O.R. e com provas dadas, relativamente a "investigações" feitas pelo jornal revelando, com dados fidedignos, fraudes e corrupções da classe política, tendo, naquele caso específico, Sócrates como o principal actor) e pena foi que tenha tido pouco tempo para poder ter dito muito mais do que tem investigado e sabe de sobejo.

    De modo que e pegando no que me fez escrever o comentário, vou voltar a comprar o C. da M. (não tenho comprado jornais já vai para muitos anos, com a excepção d'O Diabo, como já afirmei por diversas vezes) só tenho pena de que amanhã (quando penso ir comprá-lo, se não estiver esgotado uma vez que só lá posso ir ao fim da tarde) já não apanhe o jornal de HOJE, onde, segundo leio, vem um oportuno artigo de O.R. que vale muito a pena ler.

    Talvez o José tenha a amabilidade de o colocar aqui no seu espaço, para os amantes da "verdade" em política o poderem ler e tomar conhecimento de mais alguns capítulos da verdadeira podridão em que chafurda quase toda a classe política em Portugal e que tem perdurado, escandalosamente sempre impune, desde há quarenta e um anos bem contados.

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