Na segunda metade dos anos sessenta do século que passou produziu-se alguma da melhor música popular que ainda hoje se ouve e copia. O rock n´roll deu lugar ao rock tout court e apareceram os Beatles e Rolling Stones na Inglaterra e do outro lado do Atlântico os Doors, Bob Dylan, Janis Joplin, Creedence Clearwater Revival e outros.
Como é que em Portugal se dava conta deste fenómeno cultural?
Para além dos discos que passavam no rádio, havia a imprensa que dava conta dos "tops" que vinham lá de fora e até 1969 não havia jornal ou revista inteiramente dedicados ao tema.
Assim, havia páginas nos jornais diários que mostravam os tops e davam a conhecer o que se fazia lá por fora. Uma ou outra revista de espectáculos, como a Antena ou a R&T, Plateia e pouco mais, davam de vez em quando notícias sobre música popular.
Alguns discos nem chegavam cá e se tal acontecia era meses e meses depois de serem lançados na Inglaterra ou Estados Unidos e era frustrante ler o que se deveria ouvir sem o poder fazer.
Em finais de 1968 apareceu uma revista quinzenal- Cine-Disco- que a partir do nº 17 de 1 de Agosto de 1969 se passou a chamar Mundo Moderno e que trazia letras de canções ( Ballad of John and Yoko) e artigos sobre acontecimentos musicais ( concerto grátis dos Rolling Stones no Hyde Park de Londres, nesse Verão e que alguns anos mais tarde passou na televisão).
Em finais de 1969 surgiu a Mundo da Canção como já se deu conta anteriormente. E em 1.2.1971 o Disco, música&moda, com a existência efémera de alguns meses, mais o Memória do Elefante, também em finais desse ano de 1971. Estes davam uma razoável perspectiva do panorama musical internacional prestando ainda atenção à música popular portuguesa e de outros lados da Europa. Em 1972 apareceu outro jornal, Musicalíssimo que se manteve alguns anos em acção, renovando-se nos anos oitenta.
E durante alguns anos foi tudo o que se poderia ler sobre o assunto. Em Fevereiro de 1977 surgiu então uma revista, Música& Som que durou algum tempo. Em imagem, eram estes:
E como é que as pessoas curiosas sabiam o que se passava "lá fora", nesse domínio, com esta pobreza cultural? Óbvio: lendo a imprensa especializada estrangeira e que chegava cá, sem problemas de Censura. Está aí tudo o que interessa, até a Pop alemã que só trazia posters em "farb".
Quem lia isto não sentia qualquer necessidade da imprensa nacional, a não ser para ler alguma coisa sobre os grupos e cantores nacionais. Mas isso...é outra história que a Mundo da Canção contava.
desobediência civil
ResponderEliminar"Nasci nobre demais para ser propriedade,
Para ser segundo no comando
Ou serviçal utilizável e instrumento
De qualquer soberano Estado deste mundo"**
Gosto de toda a música inglesa/americana dessa altura, mas nesses tempos também ouvia muita música francesa e italiana. E reparo que hoje em dia ninguém conhece a música francesa dos anos 60/70.
ResponderEliminarEu devorava tudo :-) José
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