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terça-feira, setembro 27, 2016

A história edificante do pai que ensinou as filhas a odiar os ricos

O Diabo de hoje:


13 comentários:

  1. Ora bem. Este já me parece muito melhor.

    Simples, sensato e sem precisar de se misturar em histórias de comadres burguesas, apreciações duvidosas de trapalhadas históricas ou paleios vazios de significado sobre liberdades abstractas.

    Os factos falam por si e espelham a hipocrisia ululante sem precisarem de grandes adendas.

    Porém, uma das últimas frases está bem metida e até mereceria maior destaque: "Percebemos que o roubo ao 1% significaria, mais tarde ou mais cedo, o roubo aos 99%".

    Já D. Pedro I - o Justo - o dizia, num episódio contado por Fernão Lopes na sua crónica.

    Um certo dia, dois escudeiros que o soberano muito apreciava resolveram, algures num caminho ermo, matar um judeu e roubá-lo do que tinha. El-Rei não foi de modas e, obtida a confissão, mandou que se aplicasse a justiça e fê-los degolar pelo algoz. A quem lhe protestava que a vida de um judeu não valia a de dois leais escudeiros, respondia: por ora treinam-se nos judeus, mas ao depois hão-de vir pelos cristãos.



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  2. Já agora fica o pedaço de crónica, que se pode toda obter livremente na net aqui:

    https://www.gutenberg.org/ebooks/16633


    E pois que escrevemos que foi justiçoso, por fazer direito em reger seu
    povo, bem é que ouçaes duas ou três cousas, por vêrdes o geito que
    n'isto tinha.

    Assim adveiu que pousando elle nos paços de Bellas, que elle fizera,
    dois seus escudeiros que gram tempo havia que com elle viviam, sendo
    ambos parceiros, houveram conselho que fossem roubar um judeu que pelos
    montes andava vendendo especiaria e outras cousas. E foi assim, de
    feito, que foram buscar aquella suja préa, e roubaram-no de tudo, e, o
    peior d'isto, foi morto por elles. Sua ventura, que lhe foi contraria,
    azou de tal guisa que foram logo presos e trazidos a el rei, alli hu
    pousava.

    El-rei, como os viu, tomou gram prazer por serem filhados, e começou-os
    de perguntar como fôra aquillo. Elles, pensando que longa criação e
    serviço que lhe feito haviam, o demovesse a ter algum geito com elles,
    não tal como tinha com outras pessoas, começaram de negar, dizendo que
    de tal cousa não sabiam parte.

    Elle, que sabia já de que guisa fôra, disse que não haviam por que mais
    negar, que ou confessassem como o mataram, senão, que a poder de crueis
    açoutes lhe faria dizer a verdade.

    Elles em negando viram que el-rei queria pôr em obra o que lhe por
    palavra dizia, confessaram tudo assim como fôra; e el-rei, sorrindo-se,
    disse que fizeram bem, que tomar queriam mister de ladrões e matar
    homens pelos caminhos, de se ensinarem primeiro nos judeus, e depois
    viriam aos christãos.

    E em dizendo estas e outras palavras, passeava perante elles de uma
    parte á outra, e parece que lembrando-lhe a criação que n'elles fizera,
    e como os queria mandar matar, vinham-lhe as lagrimas aos olhos, por
    vezes. Depois, tornava asperamente contra elles, reprehendendo-os muito
    do que feito haviam. E assim andou por um grande espaço.

    Os que hi estavam, que aquesto viam, suspeitando mal de suas razões,
    afincavam-se muito a pedir mercê por elles, dizendo que por um judeu
    astroso não era bem morrerem taes homens, e que bem era de os castigar
    por degredo ou outra alguma pena, mas não mostrar contra aquelles que
    criara, pelo primeiro erro, tão grande crueza.

    El-rei, ouvindo todos, respondia sempre que dos judeus viriam depois aos
    christãos.

    Em fim d'estas e outras razões, mandou que os degolassem.

    E foi assim feito.

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  3. Portugal está entregue a políticos de baixa extracção. Há mais de 15 anos que não há gente na governança com a qualidade intelectual/técnica que o país mereceria.
    .
    A faculdade de economia do porto produziu há uns tempos um trabalho onde se concluia que o mercado paralelo representava cerca de 25% do PIB.
    O mercado paralelo é composto pela actividades que fogem ao escrutínio fiscal. São eles:
    1) jogo ilegal
    2) prostituição
    3) tráfico de drogas (tráficos vários)
    4) sub-facturacao, sub-arrendamento etc
    .
    25% do PIB são cerca de 60 mil milhões de euros que o fisco não tributa.
    Se tributasse obteria uma receita na ordem dos 12 mil milhões de euros.
    .
    O défice público actual é de cerca de 7 mil milhões.
    .
    Os partidos à esquerda do ps propõem taxar os mais ricos. Os partidos da oposição opõem-se veementemente.

    Não há, porém, partido algum centrado naquilo que é verdadeiramente importante: Obrigar aquelas actividades que estão fora do perímetro fiscal acima referidas a contribuir.

    Taxar ricos com taxas mais elevadas é ridículo e anti-economico. Não taxar as actividades referidas é ainda pior.

    Os partidos da oposicao querem proteger ricos, independentemente da proveniência da riqueza obtida. Os partidos que sustentam o governo querem penalizar os ricos independentemente também da providência dos mesmos.

    Estão bem, portanto, uns para os outros. Complementam-se na palermice.

    O único tipo com ideias apreciáveis que conheco é o Miguel Cadilhe. Cadilhe propoe taxar o património líquido do pessoal. Como quem diz, deixar de tributar rendimentos (sobre salários, mais valias, prediais, etc) e passar a tributar os acréscimos patrimoniais líquidos anuais. O lucro de cada um. O património líquido é a soma de todos os activos menos a soma de todos os passivos. O lucro.
    .
    Deste modo, traficantes, proxenetas e demais gentes fugidia deixaria de ter possibilidade de fugir.
    .
    Até mesmo aqueles que colocam massas em nome de outrem estariam tramados.
    .
    Rb

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  4. E perguntariam os mais curiosos: epa o rb então, mas porque não implementam os politicos esse sistema tão simples e eficaz?
    .
    E eu respondo: moços, os políticos não querem ouvir falar nisso pela simples razão de que fazem parte das actividades acima referidas da economia paralela.
    .
    Rb

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  5. Todos menos um caro Rb! O grande trafulha que V. Exa. se desdobra em comentários a defender até à idiotice. Não há paciência para os seus comentários. -- JRF

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    1. Jrf, vexa tem uma fixação pelo 'grwnde trafulha'. Dorme com ele e acorda a pensar nele.
      .
      Mas olhe, nestes comentários que eu fiz acima, devo fazer notar que não falei do grande trafulha.
      .
      Vexa ja ve grandes trafulhas em todo lado.
      .
      Tenha lá calma homem. Olhe que nem todos os trafulhas são aquilo que parecem ser.
      .
      E até há alguns que são sem parecerem. Este até me fazem mais comichão.
      .
      Rb

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. José
    Mas atenção, enquanto nós nos entretemos a comentar as palermices da manas Metralha e do papá terrorista, o tomonhé e a grande maioria do jornalixo (incluindo o idiota útil dos domingos á noite na SIC) anuncia que a execução orçamental está ótima.
    Qualquer pessoa que trabalhe no ou para o Estado sabe que os pagamentos voltaram à vergonha do anterior reinado xuxalista. Na saúde o que já se aproximava de 2 meses voltou para um ano no pagamento a fornecedores, e é assim um pouco por todo o lado.
    As contas da despesa estão "controladas" porque não se pagou o que se deve, e não estou a falar da troika mas mesmo das empresas que forneceram bens e serviços ao Estado e que já estão a rebentar pela tesouraria.

    Só nesta m.... de país é que esta miséria está a suceder e não se vê jornal ou televisão a pegar no assunto. Andam com fait divers do BE e do velho comuna que vai ter uma sombra, por ter sido muito simpático com a geringonça e agora precisarem o quanto antes de saltar fora para o partido não levar com os escombros da queda anunciada, e deixam de fora o mal maior.

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  7. De facto, tens razão. Falaste foi n"aqueles que colocam massas em nome de outrem".

    Mas, é claro, desses pode haver muitos - como na entrevista do juiz Carlos Alexandre, não é assim?


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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Vês, mujinha. Um gajo deve dar o benefício da dúvida. É tão evidente que eu nao estava a referir -me ao dito cujo, como me parece por demais evidente que o juiz Carlos Alexandre não se referia a ele quando dizia que não tinha contas bancárias no nome de amigos.
      .
      Só tu é que me percebes pá. Um 'yá ali madat' para ti também.
      .
      Rb

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  8. Eu sei que contigo, por ser difícil distinguir, é preciso estar com um olho no burro e outro no cigano; mas escusas de escrever em duplicado...

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  9. Todos menos um ò Rb! A minha fixação é pelo grande trafulha e sus muchachos, que ainda são mais tristes. Essa história do dinheiro em nome do amigo e emprestado pelo amigo e não sei que mais, nem um atrasadinho come… -- JRF

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